Acesso Restrito escrita por Charlotte Fuller


Capítulo 6
Capítulo 6




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Seis

           Alfonso era o nome do senhor De La Cruz.  Eu poderia defini-lo como uma pessoa sábia, se isso te interessa. Na verdade, apostaria que se eu não estivesse fugindo (fato consumado, mas que minha cabeça ainda não havia registrado completamente) seriamos bons amigos. Quer dizer, nos daríamos bem. Não sei se fui clara, mas existem coisas bastante incomuns na minha vida. Olhe pra mim; eu tenho 17 e nada parece como a maioria. Não bebo, não fumo, não uso drogas e, o mais importante e que agradaria muito tirar dessa lista, não tenho um namorado. Posso dizer que sou uma pessoa desencanada. Mas por favor! Isso não quer dizer que me abdico das coisas boas da vida, ou o que imagino ser bom. Pra você que entende a indireta.

            Estou falando é que Alfonso era uma pessoa esperta. Ele não parou durante a madrugada, mesmo com os passageiros reclamando. Não, ele seguiu a longa viagem até o dia raiar e Helena acordar com um baita mau humor reivindicando água quente e ovos mexidos. Minha aparência não estava boa. Oh de jeito nenhum! Ao contrário de maria-chiquinha, Helena e até Rosário que estavam com suas peles resplandecentes e mentes descansadas; eu me encontrava um trapo. Porque além do barulho da fricção do pneu contra o solo, Senhor Alfonso, teve outra companhia para noite e essa pessoa fui eu. Isso porque meus olhos não fecharam e minha mente não descansou. Toda vez que cedia a um minuto de cansaço a imagem de federais fechando as vias surgiam nos meus quase formados sonhos.             Então fica por conta da imaginação o meu estado.

              O que quero dizer é: nós finalmente paramos. Já havíamos passado à placa que dizia “Você está saindo de Niceville, Flórida” e talvez por isso eu não tenha surtado quando aconteceu. As mulheres correram para os respectivos banheiros do posto, enquanto minha meta foi acompanhar os homens.

               O ar era diferente naquela região, sem toda aquela influência marítima que inundava minha cidade. No entanto, Geórgia podia ser tragicamente parecida com a Flórida, embora isso não tenha feito me sentir em casa. Acompanhei Alfonso, Pablo, Enrique e Matias (nomes que eu descobri durante uma briga dos menores) até a pequena lanchonete de estrada acoplada ao posto. O sino da porta tocou quando o senhor De La Cruz adentrou no ambiente chamando a atenção da meia dúzia de pessoas dispersas no balcão. Sentamos-nos na mesa mais afastada próxima aos posters do Elvis e Etta James em suas molduras douradas espalhafatosas.

               — Não vai querer ir ao banheiro também Sophie? — Matias perguntou, quando finalmente se sentou do lado oposto da mesa, bem na minha frente.

               Eu levei as mãos para o rosto e cabelo, claro. Matias era uma criança e crianças nunca mentem. Meu estado devia estar deplorável pelo jeito.

               — Oh não. Eu vou, hm, comer primeiro. — respondi pegando o cardápio perto do vidro de ketchup e sal.

               E foi quando fui salva pela garçonete, Julietta, como dizia seu crachá que chegou transpirando animação. Ela olhou para os homens, que eram todos (quando digo todos não quero generalizar é que, bem, não passa da verdade estampada) com traços marcantes e peles estonteamento bronzeadas, para depois deixar seus olhos cair em mim. A menina de cabelos desbotados pelo sol que iam até o ombro, porque não havia achado um horário no cabeleireiro (que por sinal é um barbeiro e também cortava as madeixas do meu irmão), de pele indecisa puxada para o amarelo e olhos verdes. Acredite, nem os olhos verdes que podiam ser uma característica marcante, como se imagina, ajudavam nessas horas. Então com seu jeito mórbido, simplesmente ignorou a diferença arrasadora. Não que eu não esteja grata, o que estou imensamente, mas no lugar dela acharia no mínimo esquisito. Contudo, não foi o mesmo que Julietta pensou, já que tomou seu bloco fino com a caneta presa nos arames. Ela mascou mais um pouco do seu chiclete de forma que podíamos ver sua garganta e nos perguntou:

                 — O que vão querer?

                 Matias foi o primeiro a responder.

                 — Torradas, eu to com vontade de comer torradas. — ele olhou para seu pai que consentia até Julietta. — Você tem geléia? Gosto de geléias na torrada como minha avó sempre faz.

                 Ela anotou o seu pedido desprezando qualquer indicio de comunicação, fora o que seu trabalho obrigava e, óbvio, como explicar onde fica o banheiro, ou que a descarga não estava funcionando (o que ela havia me avisado quando precisei ir ao mesmo mais tarde). Depois que todos da mesa fizeram o seu respectivo pedido, e quando digo todos me refiro aos sete integrantes da família, ela saiu para seu lugar atrás do balcão.

                Maria-chiquinha, Helena e Rosário haviam aparecido de roupa trocada, cabelos penteados e, posso apostar, maquiadas. Porque mesmo que Helena tenha tido sua noite de sono, o que percebi pela pequena poça de baba na sua blusa no inicio da manhã, de forma alguma ela estaria tão perfeitamente limpa como agora. Então elas tomaram o rumo da conversa, como se estivessem ali desde sempre. Pablo dizia do seu sonho em encontrar Van Diesel pelas ruas somente para dizer o quão “maneiro” ele se encontrava no seu filme favorito, Velozes e Furiosos. Claro, porque se você coloca carros, mulheres, músculos e muitos tiros num filme, pode ter certeza, ele vai ser famoso entre os homens.

                 — Você sabe do que estou falando, Sophie? Quando os carros começam as corridas clandestinas nas ruas e vivem fugindo dos policiais. Aquilo é tão maneiro, você sabe, o jeito que os pneus cantam e deixam as marcas. Já viu alguma vez na sua cidade? — ele perguntou.

                 Pensei se devia lhe falar que em Niceville a coisa mais interessante era quanto à sorveteria mais badalada colocava suas potentes caixas de som para fora na estação atual da região. Atividade que frustrantemente Megan e eu nunca tivemos oportunidade de participar. Mas acabar com sonhos adolescentes não fazia parte do meu currículo. Minha habilidade era na força, em todo o caso. Então eu disse da maneira mais deslavada:
                  — Oh não, eles acontecem na parte mais afastada da cidade, perto das estradas. Os guardas sempre estão na espreita pelas ruas, ninguém é corajoso o bastante afinal.

                  Assim a excitação de Pablo se esvaiu e a conversa pôde caminhar para uma direção totalmente oposta. O senhor e senhora De La Cruz, debatiam sobre o modo que as próximas horas de viagem iriam ser. Certamente, Rosário venceu dizendo que ele deveria parar mais cedo e ter um tempo de descanso. Embora meu palpite dissesse que a noticia não agradou a Alfonso, ele gostava da estrada, percebi, do modo como o silêncio e nada além do barulho dos outros carros tomavam o controle.

                — Sophie, já estamos no estado da Geórgia, você consultou as suas pistas para ter certeza se vai encontrar seu pai? Digo, eu não ficarei feliz em deixar uma adolescente numa cidade desconhecida sem a certeza de que ela vá ficar bem. — Rosário me atacou com a pergunta, depois de acabar com a alegria de Alfonso. O que posso supor estar indo para o mesmo caminho comigo.

                — Claro. — respondi laconicamente. Quanto menos mentira construísse, mas fácil seria para não cair na própria teia que havia tecido.

                Eu não me senti segura quando o casal trocou uma carreira de olhares. Na verdade, me senti pela primeira vez deslocada, desviando a atenção para coisas mínimas como uma perfeita culpada.

                — E falou com sua mãe? — Rosário voltou com o questionamento depois do silêncio arrasador. — Acho que seria bom você informá-la onde está na maioria do tempo.

                — E eu farei senhora De La Cruz. — respondi rezando para Julietta ser mais ágil com as mãos. — Mas agora, mesmo que tentasse, não conseguiria falar com ela.

                Rosário juntou as sobrancelhas formando uma pequena sanfona entre elas.

                — É? Como você sabe? — ela disse.

                — Minha mãe fica grande parte da manhã e, às vezes, da tarde em reuniões importantes. Olha você não vai querer interrompê-la no meio de uma delas, eu já fiz e não é nada bom.

                Obviamente aquilo era outra grande mentira inventada. Mas de maneira alguma ligaria para minha sem ainda ter um plano certo.

                — Bem se é assim, quando você ligar para ela não estará mais conosco. Acho que já estamos quase lá... Não é Alfonso?

                Alfonso abandonou o saleiro, o qual ficou rodando por muito tempo como se não estivesse nos escutando. E oh! Ele estava, pode ter certeza.

                — Mais duas horas no máximo. Um ponto especifico para te deixar? — ele perguntou me encarando.

                — Onde vocês pararem será meu ponto de partida. — limpei minhas mãos suadas nos jeans enquanto dizia. 

                Pareceu-me, por um milésimo de segundo, que Alfonso tomava iniciativa para dizer algo. Desgosto? Descrença? Ou quem sabe ele achasse que eu era uma grande mentirosa. Mas para minha sorte, azar dele dependendo do seu ponto de vista, Julietta veio a nossa mesa atendendo aos meus pedidos. Atrasada, eu sei, mais o que vale é a intenção. No caso dela muito mais do que isso. Não há ditado que diga “em boca fechada não entra mosquito”? Naquela ocasião boca mastigando não encurralava culpados. E foi assim grande parte do momento família fazendo sua refeição unida, o silêncio preenchido pelo tilintar dos talhares contra os pratos e o barulho de sucção através do canudinho.

              O caso era que eu estava tão ocupada no drama “vou ser pega”, “conte uma mentirinha Sophie” ou “minha mãe trabalha em reuniões, mas não me pergunte em quê” que não percebi a fome avassaladora que sentia. Certo, todo mundo pareceu notar quando engoli como um pato a pilha de ovos mexidos com bacon. Mas hey... A última coisa que ingeri foi um bolinho primavera que devolvi mais rápido que Matthew faria uma conta. Então quando eles ainda estavam no meio da refeição eu já havia terminado minha parte e comido algumas coisas que maria-chiquinha resmungava não querer.

              E aproveitando que eles encontravam-se distraídos nas próprias montanhas de gordura extra-prejudicial à saúde, saí para dar uma passada no banheiro da lanchonete. Caminhei até ao balcão, perguntando para Julietta onde afinal ele ficava e ela me mostrou a entrada escondida pela parede amarela que tomava conta de todo o local.

             O lugar não chegava a ser equipado, mas pelo menos estava limpo. O vaso branco ficava no centro do cubículo, fazendo par com a pia da mesma cor e um pequeno espelho suspenso pelo prego enferrujado. A parte que comportava apenas uma pessoa por vez me alegrou, não vou negar. Assim tranquei a porta, puxei a tampa do sanitário e coloquei minha mochila em cima. Seguro morreu de velho, dizia meu pai.

            Encarar meu reflexo no espelho foi à confirmação de uma noite mal dormida. Não vou mentir, aquela família poderia ser bem discreta. Pois vou lhe contar, encarar minha imagem foi um choque. Péssimo estado me pareceu, por um tempo, uma definição amigável e exigir que olhassem fingindo não estar vendo o que viam uma tortura. Reverter à situação, então, impossível. As únicas ferramentas que tinha a disponibilidade foi um meio pedaço de sabonete jogado na superfície da pia, o qual julguei a origem duvidosa.  Colocar no rosto algo que poderia ter tocado outras partes piores e mais nojentas, bem, fora de questão. Assim a única medida que encontrei foi esfregar muito bem o rosto com a água corrente que saia pela torneira em formato curvado. Depois que enxuguei, com as toalhas de papel, a água pareceu bem eficiente. Penteei os cabelos com os dedos tentando modelá-lo para um nível mais humano e apenas bochechei a água pra tirar o gosto de comida da boca.

       Liberei o lugar pouco tempo depois e felizmente não havia mais nenhum cliente a espera para usufruí-lo. Caminhei no corredor até a mesa da família, que já estava limpa a não ser as duas xícaras de café fumegante. A conversa parecia não ser a das melhores pelas expressões contorcidas e, também, o fato que pararam de falar quando cheguei ao assento livre. Alfonso e Rosário não estavam presentes.

        — Pensei que você foi se trocar. — Helena disse com o rosto contorcido.

        — E fui. — respondi.

        — Mas está com a mesma roupa. — respondeu acusadora.

        — Ah isto. — puxei a regata preta que usava por debaixo da blusa de frio. — Ainda está limpa, só a vesti uma vez.

        O argumento não pareceu válido devido sua careta de desconforto. Mas hey! Eu não tinha um arsenal de roupas a minha espera naquela minúscula mochila, pelo contrário, nem ponderei a ideia de colocar uma roupa extra quando sai correndo de casa. Mas esse era o ponto principal pra quem estava fugindo. Quer dizer, você não tem tempo para pensar na combinação perfeita para o outro dia.

         — Hey Sophie! — Pablo apareceu no meio da conversa. — Conhece alguma Anna Williams?

          Tudo bem, eu não fazia ideia de que tipo de pergunta seria aquela. Então soltei a mão que segurava minha regata para olhá-lo confusa.

         — Não faço ideia. — disse.

         Ele me observou descontente.

         — Ah bem que pena. — E assim se sentou direitamente no lugar com as mãos segurando o rosto.

         — Por que diabos eu conheceria alguma Anna Williams? — questionei desacreditando que ele era do tipo de pessoa que faz uma pergunta desconexa e não fornece explicações. Sua expressão foi de surpresa quando não deixei o assunto morrer.

         — Oh... É que o papai ouviu no balcão enquanto pagava a conta, sobre uma Anna Williams encontrada morta num galpão abandonado. Ela também era de Niceville e como tinha sua idade imaginei que talvez vocês se conhecessem.

         Morta? Galpão? Teria ela ligação com a tal Amélia Cohen que a desconhecida do ônibus havia comentado?

         — É? E quando isso aconteceu? Digo, acharam o corpo dela? — perguntei curiosa.

         — Papai disse que hoje. — ele respondeu. — Também contou que um dos homens no balcão comentou que os tiras estavam a sua procura desde ontem. E hoje ela foi encontrada no galpão morta.

         Certo. Aquilo estava ficando um pouco assustador.

         — E eu acho que papai também disse pra você não falar sobre isso com ela. — Helena interveio me fazendo encará-la.     

         — Ah é? — fui mais rápida que Pablo. — E por que eu não poderia saber?

         Ela apenas deu de ombros e disse:
         — Ele não queria que você ficasse preocupada ou que Anna fosse sua amiga e se sentisse mal, o que não é o caso pelo jeito.

       Isso seria uma atitude muito gentil e estranha, no entanto. Mas como eu não estava em condições de reivindicar atitudes nobres me calei. Eu já ia perguntar sobre o desaparecimento suspeito dos seus pais, quando eles chegaram conversando. Rosário estava com uma sacola térmica em mãos.

       — Oh que bom você já está aqui! Podemos ir agora que o carro está com o tanque cheio e comprei algumas bebidas para o caminho. — ela disse animada, enquanto partíamos para mais uma rodada de duas horas na estrada.

         A van do senhor De La Cruz não era meu sonho de consumo, mas devo salientar que andava muito bem. Eu percebi enquanto estávamos na via de 100km e ele não deixou a quilometragem cair um minuto se quer. E também teria que admitir outro fato sobre a Geórgia, bem, ela nunca seria parecida com Niceville, na verdade, Atlanta era tão bonita que desejei ficar mais tempo do que podia. Os prédios esplendorosos espelhados de forma que conseguíamos enxergar os outros prédios do lado oposto. Oh e sim as pessoas! Elas não estavam indo a igreja ou reunindo-se numa sorveteria com seus grupinhos populares. Não! Parecia outro nível, não ligando para todos os outros que circulavam apressados pelas calçadas. E eu não era à única encantada, pois maria-chiquinha estava atrás de mim espremendo seu corpo para dar uma averiguada. Alfonso havia acertado o tempo do percurso, nós estávamos procurando uma vaga para estacionar próximo ao Geórgia Aquarium duas exatas horas após sairmos da lanchonete. Talvez ele tivesse mais costume de fazer viagens do que eu imaginava. E eles meio que pegaram minha dica de bom ponto turístico. Pena para Helena e sua obsessão pela sede da coca-cola.

         — Não quer entrar conosco querida? — Rosário perguntou em frente à bela entrada do maior aquário do mundo. Em outra ocasião acharia a pergunta estúpida.

         — Obrigada, mas não vai dar. Tenho que pegar o ônibus do meio-dia. — respondi.

         — Oh isso é péssimo! Achei que teríamos mais tempo juntos, mas você quer mesmo continuar com isso... Não é mesmo? — seu pesar soou como verdadeiro.

         Concordei desconfortável, não reagia muito bem em momento afetivos. Ela então me surpreendeu com um abraço apertado como se despedisse de uma grande amiga, afastando logo depois e voltando para o lado do marido. Alfonso, conservador, apenas esticou sua mão direita para um aperto de mãos que me pareceu muito menos constrangedor. Mas Helena fora a que mais me espantou.

          — Tome essa roupa! — ela disse me empurrando uma pequena pilha dobrada perfeitamente. — Não posso me sentir bem enquanto uma pessoa veste a mesma roupa por mais de um dia.

           Ela sacolejou a trouxa no ar com o rosto vermelho pela minha demora em responder. Helena estava agindo de forma nobre, pensei.

           — Oh, por favor, pegue isso eu não as quero mais. Pense como uma esmola. — me olhou com sua comum face de desdém. — Deve servir você não tem um corpo de uma menina da sua idade.

           É talvez não tão nobre assim. Contudo, eu peguei as roupas oferecidas e agradeci.    

           — Hm... Isso é muito legal da sua parte Helena, eu agradeço.

           — Tanto faz. — disse.

           Então foi a vez dos meninos, que agiram como meninos e me pareceu perfeito. E Depois de toda a despedida esquisita, os encarei pela última vez com um sorriso sem graça estampado. Era uma ótima família, quase perfeita eu diria. Acenei de maneira palerma, enquanto dava alguns passos para trás, saindo da corrente humana que entrava constantemente no lugar. Virei rumando à procura da rodoviária mais próxima que me ajudasse a seguir meu deturpado plano de fuga, mas a mão que prendeu minha blusa impediu o trajeto. Virei confusa, encontrando parada ali maria-chiquinha com a mesma expressão neutra que possuía quando não estava de mau humor. Ela também esticava sua mão, como Helena havia feito minutos atrás, mas ao contrário da mais velha não disse nada. A pulseira de miçangas coloridas estava repousada na palma da mão. Eu iria agradecer, contudo chamá-la de maria-chiquinha pareceu falta de educação.

           — Uma pulseira Guadalupe? — Helena guinchou da onde todos observavam. — Como você é cafona!

            Guadalupe! Maria-chiquinha era Guadalupe! Sorri quando tomei a jóia e colocava no pulso.

           — Obrigada Guadalupe eu adorei!

           E assim parti para o lado oposto para nunca mais vê-los.  



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