17 de Junho de 2012

POV Matsukaze Tenma

Chego mais cedo que o normal na escola e decido treinar um pouco. Enquanto treino, chuto sem querer a bola que acaba batendo em um garoto. Quando me aproximo mais, percebo que o conheço muito bem. Masaki Kariya.

– Desculpa Kariya. – falo pegando a bola e sorrindo sem graça.

– Tenha mais cuidado. Quase que eu me machuco grave. – fala irritado.

– Tudo bem. – apenas respondo e começo a andar. Mas, ouço Kariya me chamar.

– Tenma.

– Sim?

– Eu... Preciso conversar com você. – fala seriamente.

– Algum problema? – pergunto. O rapaz começa a olhar em volta e em seguida fala.

– Você sabe se a Akane chegou?

–An... Eu acho que não. – respondo confuso.

– Ótimo. – fala após dá um suspiro de alivio. – Você tem algum lugar onde ela não pode nos achar?

– Acho que sim. Mas, por que está fugindo tanto assim dela? – pergunto, mesmo desconfiando do motivo. Eu sei que Akane está aprontando e parece que Kariya sabe o que é.

– Eu acho melhor nós irmos para o local seguro. – responde medroso.

Concordo com o mais novo e começo a andar sendo seguido pelo o mesmo. Fui até uma área da escola que apenas Shindou e eu conhecíamos, ou melhor, que frequentávamos desde que Kariya descobriu o plano, o antigo clube de futebol.

– O que aconteceu? – pergunto.

– A Akane está aprontando gravemente para vocês. – fala de uma vez.

– E o que ela está aprontando? – pergunto novamente.

– Ela quer o Shindou para ela e está me obrigando a ajudá-la. – diz com bastante raiva.

– Tudo bem. Obrigado por me avisar, apesar de desconfiar disso desde ontem, eu tomarei mais cuidado. – digo saindo.

– Não vai me perguntar o motivo dela está me fazendo ajudá-la com esse plano maluco? – pergunta confuso e ao mesmo tempo parece está com medo da minha resposta.

– Não. Ela deve está te chantageando e você não pode fazer muita coisa. – respondo.

– Mas... Mas como você sabe? – pergunta confuso.

– Não se preocupe Kariya. Eu vou te ajudar em breve, mas enquanto ela não fizer algo para que eu a pegue no flagra, não poderei fazer muita coisa. Por enquanto, ficarei de olho nela. Para a minha sorte, ela está aprontando apenas para mim.

– Tenma, obrigado. Sei que sempre aprontei, mas agora a coisa é realmente grave. Ela sabe muito sobre a minha vida. Se alguém descobrir o meu segredo, eu serei eternamente atormentado.

– Eu farei de tudo para que isso não aconteça. O melhor que você faz agora é evitar confusão e não a deixar chateada. Se você ver que ela irá aprontar algo realmente sério, tente me avisar. – digo ao rapaz a minha frente.

– Tudo bem. – responde saindo em direção à sala de aula, pois o sinal acaba de bater.

Estava claro que a coisa será muito mais grave do que eu imaginava. Kariya não é uma pessoa ruim, mas a Akane eu já não tenho certeza. É como dizem, “As santinhas são sempre as mais perigosas.”. Ela pode não parecer, mas tem uma mente perversa e isso pode ser muito perigoso.

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POV Takuto Shindou

Acordo mais cedo que o normal e logo me levanto. Estava de bom humor por causa do dia anterior. Apesar de todos os problemas, pude ter um momento único e inesquecível ao lado de Kirino.

Após realizar minha higiene pessoal, desço as escadas de minha casa e vejo meus pais tomando café da manhã, o que é raridade, pois ambos quase não ficam em casa. Resolvo aproveitar a presença dos dois e os acompanhar no café da manhã.

– Bom dia. – cumprimento meus pais.

– Bom dia querido. – responde minha mãe sorrindo.

– Bom dia filho. – fala meu pai, em seguida tomando mais um gole de seu café.

– Filho, temos que conversar. – diz minha mãe de maneira séria.

– Aconteceu alguma coisa? – pergunto preocupado.

– Na verdade sim. Não é nada sério, mas precisamos resolver. – responde meu pai tirando a sua atenção do jornal e começa a me olhar.

– Então... ? – falo após tomar um gole de meu suco.

– Iremos viajar por uma semana e queremos levar você para a viagem. – diz minha mãe.

– O que? – pergunto assustado. – Mas, eu estou em periodo de aula e tenho o time, não posso simplesmente sair.

– Nós sabemos disso querido, mas não podemos te deixar sozinho. – fala minha mãe. Eu sabia que seria impossível ela concordar em me deixa sozinho em casa.

– Por que não me deixam na casa de Ranmaru? – sugiro. – Ele é meu melhor amigo e sempre dormimos um na casa do outro.

– Pode até ser, mas você só poderá ir se a mãe dele concordar! – fala minha mãe.

– Tudo bem. Darei a resposta dele ainda hoje. – respondo a minha mãe. Olho as horas e vejo que tenho que ir logo, pois posso me atrasar. – Bem, eu já vou indo. Tchau.

– Tchau, querido. Tenha um bom dia. – responde minha mãe e meu pai apenas assenti afirmando.

Saio de casa e após algns minutos chego à escola. Começo a procurar por Tenma para agradecer pelo o dia anterior e lhe contar o que ocorreu, pois com certeza Kirino não chegou.

Depois de algum tempo vejo Tenma conversando com Kariya e pela a expressão de ambos, a conversa era bem séria. Resolvi deixa para conversar com Tenma depois.

Algum tempo depois, o sinal do inicio das aulas toca e assim como os outros alunos, caminho em direção a minha sala de aula. Depois que sento em minha carteira, chega Kirino a sala de aula mais animado que o normal.

– Bom dia. – o cumprimento animado.

– Bom dia. – me responde com o mesmo animo. - Que aula que temos agora?

– Matemática. – respondo rindo. – Típico de você não saber os horários, mesmo estando no meio do ano.

– Eu só sei de coisas interessantes e estudar não é interessante. – responde dando de ombros.

– Não é interessante, mas é importante. – digo ao meu amigo rosado.

– Ah, Shindou, você é muito certinho. Os estudos são importantes, mas não são nada legais. – fala Kirino rindo. Antes que eu pudesse respondê-lo, nosso professor de matemática entra na sala.

As aulas passam lentamente. Após algum tempo, finalmente chega o intervalo. Lembro-me que deveria fala com Kirino sobre ir dormir na casa dele por uma semana.

– Kirino. – o chamo.

– Sim? – responde.

– Meus pais vão viajar por uma semana e por esse motivo eu queria saber se eu poderia ficar na sua casa por esse tempo. – digo.

– Por mim, tudo bem, mas temos que ver é com a minha mãe. – fala sorrindo. – Eu ia gostar muito de ter você lá em casa por esse tempo

– Eu também ia gostar muito de está na sua casa. – respondo envergonhado.

Após isso, um silêncio constrangedor se instalou sobre nós. E quando eu estava prestes a falar algo para quebrá-lo, vejo uma cena que me deixou bastante curioso. Tenma e Kariya conversando e Tsurugi o observando com ódio. Alguns segundos depois, Tsurugi começa a caminhar em direção aos mais novos.

– Eita, isso não vai prestar. – comenta Kirino. Percebo que ele estava olhando na mesma direção que eu.

– Acho melhor eu ir lá. – respondo me levantando para ir em direção aos garotos. Mas, sou surpreendido por Kirino, ao segurar meu braço. – O que...?

– Não vá. – diz sério.

– Por quê? – pergunto confuso.

– Apenas não quero você metido nisso. Isso é coisa do Tenma, Tsurugi e Kariya. Você vive defendendo o Tenma. Acha realmente que ele não sabe se defender? Ele não é uma criança. Você poderia muito bem para de se preocupar com ele e prestar mais atenção nas pessoas que te a... – responde com raiva e depois se interrompe.

– Kirino... Você... Está com ciúmes? - questiono feliz e ao mesmo tempo triste. Feliz por saber que ele sente ciúmes de mim. Triste por não poder ir ajudar Tenma.

– Cla... Claro que não. Por que eu sentiria? – fala nervoso.

– Tá. Vou fingir que acredito. – respondo rindo e voltando a me sentar.

– É sério. Eu apenas acho que você poderia parar de ficar fazendo de tudo para ajudá-lo. Ele não fez nada para que você tivesse que retribuir. – fala seriamente. Confesso que estava adorando a crise de ciúmes dele.

– Aí é que você se engana. – falo misteriosamente.

– Ah é? E o que foi que ele fez de tão importante assim? – pergunta mais enciumado do que antes.

– No momento certo você saberá. Enquanto isso trate de controlar seu ciúme. – respondo sorrindo.

– Ciúmes? Eu? Ah, por favor, né Takuto. – responde com raiva. Ele se levanta logo em seguida e sai batendo o pé.

– Finalmente estou certo que tenho uma chance de ter você para mim. – falo sozinho e sigo Kirino, mas não sem antes olhar para Tenma que neste momento já estava conversando com Tsurugi.

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POV Matsukaze Tenma

Durante o intervalo Kariya veio falar comigo novamente, junto com Shinsuke. Estávamos falando sobre o que iriamos fazer nas férias, quando Shinsuke recebe uma ligação e sai dizendo que iria atender em um lugar menos barulhento. Enquanto isso eu e Kariya continuamos conversando.

– Obrigado. – fala Kariya. Eu sabia do que ele estava falando. Após desabafar o que achava errado, ele com certeza estava mais leve.

– Não tem o que agradecer. – respondo sorrindo. Pude ver que Tsurugi se aproximava e sua expressão não era a das melhores.

– O que está acontecendo aqui? – pergunta Tsurugi.

– Nada. Estamos apenas conversando. Algum problema? – respondo, disfarçando a minha felicidade em saber que ele está com ciúmes de mim.

– Todos. – responde com raiva.

– E... Eu vou indo ali. Até mais Tenma. – diz Kariya com medo da expressão de Tsurugi, que era assustadora.

– Depois nos falamos Kariya. – digo.

– "Depois nos falamos Kariya." – ouço Tsurugi fala baixo e com raiva.

– Disse alguma coisa? – falo fingindo não ter escutado.

– Nada. – diz.

– Certo. – falando saindo, mas sou impedido por Tsurugi que segura meu braço com força.

– Será que dá para me soltar? – digo, pois o rapaz estava apertando muito forte.

– Não até você me ouvir. – fala sério.

– E o que você tem a me falar? – pergunto.

– Desculpe-me. – fala parecendo arrependido.

– Desculpar-te? Pelo o que? – pergunto.

– Ah, você sabe. Por ter desconfiado de você, por ter dito coisas horríveis para você, por ter gritado e outras coisas. Enfim, por tudo. – vejo que o rapaz tem dificuldade para se desculpar. Ele sempre foi muito orgulhoso e agora está deixando de lado para se desculpar.

Ouvimos o sinal anunciando o fim do intervalo. Olho para ele e o mesmo solta meu braço. A minha vontade era de continuar ali e lhe dizer o que eu sentia por ele, mas o que eu fiz foi totalmente ao contrário. Comecei a andar em direção a minha sala de aula sem nem lhe dizer se o perdoo ou não.

Percebo o seu olhar de decepcionado e então o rapaz começa a correr em minha direção e me para de novo.

– Eu não vou deixar você ir novamente. – fala convicto.

– Como? – pergunto surpreso.

– Eu já te decepcionei demais e por esse motivo eu te perdi, mas agora eu vou lutar por você, mesmo que isso demore. – responde. Naquele momento estávamos apenas eu e ele no pátio. Até os monitores já haviam saído.

– O que você está querendo dizer? – pergunto. Eu estava muito feliz e a minha vontade era abraçá-lo e dizer que eu o amava mais do que a mim mesmo.

– Que eu amo você. – responde sorrindo e me olhando de maneira carinhosa. Eu não estava acreditando no que eu tinha acabado de ouvir. A pessoa que eu mais amo na vida acaba de se confessar para mim. Eu não sabia o que dizer e nem o que fazer. A minha única atitude foi beijá-lo.

A sensação era maravilhosa. Sabe quando dizem que quando beijamos a pessoa amada, sentimos borboletas no estomago? Pois é, era exatamente isso que eu estava sentindo. Era como se eu pudesse ouvir fogos de artifícios. Nosso beijo era urgente, mas ao mesmo tempo carinhoso. Eu me sentia nas nuvens. Logo o maldito ar se fez necessário e tivemos que desfazer do nosso beijo.

– Eu também te amo. – digo e pude ver seus olhos brilharem mais que estrelas. – Mas, não posso ficar com você agora.

– Por quê? – pergunta desesperado.

– Calma. Não é por sua causa. É que eu estou ajudando uma pessoa.

– Deixe-me adivinhar. E essa pessoa é o Shin...

– Isso. – o interrompo. – Ele está sendo perseguido por Akane, por está apaixonado por uma pessoa.

– Espere um pouco. Eu estou confuso. O Shindou está apaixonado pelo o Kirino, certo? – pergunto.

– Isso, mas a Akane está apaixonada pelo o Shindou. – complemento.

– E o que você tem haver com isso? – pergunta enciumado.

– Eu estou ajudando Shindou a conquistar Kirino antes dele ir embora para a Espanha e por esse motivo Akane está querendo aprontar para cima de mim. – falo seriamente.

– Como é que é? Aquela garotinha quer fazer algo com você? – pergunta incrédulo.

– Sim. E é por isso que eu não posso ficar com você. Ela iria fazer de tudo para acabar com o nosso relacionamento.

– Mas, isso não é justo. – fala revoltado.

– Por favor, tente entender. – imploro à Tsurugi.

– Eu entendo que você quer ajudá-los, mas não pode atrapalhar sua vida por causa disso. – responde colocando a mão em meu rosto.

– Espere apenas mais um tempo. E por favor, mantenha tudo o que eu te disse em segredo. Ainda existe muitas coisas por trás disso tudo. Eu não posso te contar tudo, por isso apenas confie em mim. – falo andando e paro depois de dizer tudo olhando para ele.

– Eu confio. Mas, não deixe muita coisa para você cuidar. Eu não concordo com o que você está fazendo, mas irei te apoiar. Se precisar de alguma coisa, fale comigo. Eu não irei contar para ninguém o que você me disse. – fala sendo sincero.

– Obrigado.

– Em troca, você terá que me prometer algo. – fala sorrindo.

– O que? – pergunto voltando-lhe o sorriso.

– Você terá que ser meu, após tudo isso acabar. – confesso que ao ouvir isso meu coração dispara novamente.

– Eu não serei seu. Eu sou seu. – respondo sorrindo e saindo, deixando para traz um rapaz sorrindo bobamente. Eu o amo e não tem sensação melhor do que amar e ser correspondido. Agora é para valer. Eu preciso ajudar Shindou o mais rápido possível.

O único problema é que existe uma garota pronta para fazer o possível e o impossível para conseguir àquele que ela acha que ama. Em minha opinião, isso não é amor e sim obsessão.

Mas, Shindou não está sozinho. Não importa o que ela tente fazer, eu o ajudarei a ser feliz, assim como eu serei feliz ao lado de quem eu realmente amo e que me ama.

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"Fazia um tempo que os dias e as coisas não eram tão bons e agora você virou o jogo. E de repente, você é tudo de que preciso, a razão pela qual eu sorrio." - Trecho da Música "Smile - Avril Lavigne"