16 de Junho de 2012

POV Matsukaze Tenma

Acordo mais cedo que o normal e decido ir para a escola. Ultimamente tenho sonhado muito com quem queria que estivesse ao meu lado, mas sei que é impossível. Kyosuke Tsurugi, aquele que consegue me fazer está no paraíso e em seguida está no inferno. Meus sentimentos, com certeza não estão ao meu favor.

Toda vez que o vejo é como se meu coração fosse explodir. Tristeza, saudade e amor são os sentimentos que me definem nesse momento. Tudo aconteceu rápido demais para que eu conseguisse fazer algo. Possivelmente, eu o perdi.

Quando estava perto da Raimon, vejo quem eu mais queria ver e ao mesmo tempo queria distancia. A pessoa que roubou meu coração e está trancado em minha mente. Ele parece notar a minha presença, mas não faz nada. Ele simplesmente para e fica me encarando. Minhas pernas começam a fazer movimentos automáticos, mesmo eu não querendo e quando eu já tenho o controle total sobre mim, já é tarde demais para voltar atrás, pois estou de frente com meu amado.

– Oi. – falo baixo, mas audível para o mais velho.

– Oi. – fala no mesmo tom que eu. Vejo que seus olhos expressão dor, raiva, tristeza e arrependimento.

– Olha me perdoe. – diz Tsurugi quase implorando. – Eu sei que errei em brigar com você em um momento delicado, mas eu não suporto saber que você está com problemas e eu não posso te ajudar.

– Você me magoou muito e não foi fácil esconder isso de todos. Nem todos os meus problemas você pode ajudar. – respondo. Sabia que eu estava sendo duro com ele, mas eu não podia simplesmente abraçá-lo e dizer de cara que eu o perdoei.

– Por que está sendo tão frio comigo? Você mudou demais. Sei que não é fácil perde o pai, mas não poderia pelo menos ter me contado o que estava se passando com você? Por acaso não confia em mim? – pergunta irritado e ao mesmo tempo com medo.

– É claro que eu confio em você. Mas, tente entender meu lado. Quando seu irmão estava no hospital, por acaso você contou para alguém?

– Matsukaze, uma coisa é meu irmão está no hospital, outra é seu pai ter falecido e você ter sumido sem dá nenhuma explicação. – Naquele momento já estávamos gritando no meio da rua.

– Olha. – respiro fundo e continuo. – Eu não quero discutir com você. Se for para conversarmos dessa maneira, eu prefiro que a gente não converse.

Após falar isso, saio em direção à escola, enquanto o azulado continua a me chamar. Minha cabeça estava a mil. Lembranças do dia da nossa briga voltavam a invadir minha mente e lagrimas começavam a cair pelo o meu rosto. O dia estava sombrio, perfeito para trazer a tona memórias terríveis que eu queria que não houvessem acontecido no passado.

“O dia estava nublado e minha mente estava a quilômetros de onde meu corpo estava. Já havia duas semanas que meu pai havia falecido. Sua saúde nunca foi a das melhores, mas com câncer tudo tinha se tornado pior.

Após realizar a cirurgia, que por sinal era de auto-risco, meu pai não resistiu e acabou falecendo. Eu estava em choque. Precisava ir imediatamente para apoiar minha mãe e por esse motivo, acabei viajando sem explicar o real motivo para todos do time. Apenas o treinador e diretor do colégio sabiam.

Eu acabei de chegar de viagem e ainda estou abalado física e psicologicamente. Ouço batidas fortes em porta de minha casa, mas não tenho forças para se quer me levantar. Tudo está confuso e sem sentido.

A pessoa que batia em minha porta, insistia e cada vez mais, aumentava as batidas. Resolvo ver o que estava acontecendo, afinal, deveria ser algo importante. Desço as escadas de minha casa lentamente e finalmente chego a porta. Quando a abro, vejo a pessoa por quem estou apaixonado. Kyosuke Tsurugi.

– Tsurugi?! – exclamo surpreso. – O que faz aqui?

– Será que você poderia me explicar, onde diabos você se meteu nessas duas semanas? – pergunta o azulado irritado, invadindo minha casa.

– Primeiramente, se acal...

– Me acalmar? Você tem noção da preocupação que você me causou? Eu te procurei, liguei e você simplesmente não deu nenhum sinal de vida. – grita Tsurugi.

– Eu tive que resolver um problema e por esse motivo não informei a ninguém de minha viagem. – respondo tentando manter a calma.

– Problema? E esse tal problema eram tão grave assim para que você nem explicasse? Acha que eu sou tão burro assim para não entender? – o mais velho estava ficando cada vez mais nervoso.

– É claro que não. Eu só não queria ninguém preocupado comigo. – respondo simplesmente.

– Ah, claro. Desaparecer do nada e só voltar duas semanas depois sem dá uma explicação lógica não vai preocupar ninguém, não é mesmo?! – fala ironicamente.

– Olha. Abaixo o tom. O motivo para que eu saia não é necessário você saber. Eu não entendo por que você está tão furioso. – grito de volta, pois já não agüentava mais.

– Porque...Porque... Porque sim. Eu mereço saber onde você esteve. – responde gaguejando e logo em seguida se tornando autoritário.

– Eu estive fora porque tinha problemas para resolver. É só isso que você precisa saber. Agora se me dê licença, eu quero ficar sozinho. – respondo abrindo a porta. Eu sabia que se continuássemos assim aquilo poderia ter um final pior do que já estava tendo.

– Não me venha com essa. Eu não saio daqui até você me explicar direitinho o motivo disso tudo. Por acaso não confia mais em mim? – grita Tsurugi.

– É claro que eu confio. Ah, quer saber. Eu estive fora porque meu pai morreu. Satisfeito?- grito de volta e logo em seguida começo a chorar. Tsurugi fica em estado de choque. Com certeza não esperava por isso. – Meu pai morreu e eu não pude nem em despedir direito. Esse foi o motivo de minha viagem. Eu fui ao enterro dele.

– Tenma... Eu não sabia. – fala o azulado ainda atordoado.

– É claro que não sabia. Nenhum amigo meu sabia. Eu não queria ninguém agindo diferente comigo. – falo por fim.

– Por que você não me falou? Eu achei que você estivesse traindo ao time ou que estivesse fugindo de sua responsabilidade. Enfim, achei que não se importasse com ninguém. – diz Tsurugi. Naquele momento eu não sabia o que pensar. Como assim traindo o time?

– Traindo o time? Fugindo de minha responsabilidade? Eu não me importo com ninguém? De onde você tirou isso? Eu nunca seria capaz de fazer isso e você sabe muito bem disso. Então é isso que você pensa de mim? Que eu sou o tipo de pessoa que sai por ai traindo os amigos? Que sou falso com todos?– pergunto exaltado.

– É claro que não. É só que... – era obvio que ele não sabia o que responder. Levanto-me e caminho até a porta mais uma vez, em seguida digo.

– Saia!

– O que? Espere um pou...

– Saia daqui imediatamente! Não quero alguém que não confie em mim, ao meu lado. Agora saia daqui! – respondo gritando a quem tanto amo. Estava magoado. Eu esperaria isso de qualquer pessoa, menos dele. Eu o amo, droga. Será que o amor só sabe fazer as pessoas sofrerem? O rapaz sai de minha casa cabisbaixo, pois sabia que estava errado.

Bato a porta com toda a minha força. Desço lentamente, enquanto choro. Meu corpo e minha mente doem e meu coração está quebrado. Ele não confiava em mim. Talvez, nem me ame.

Depois de ficar o dia todo chorando, resolvo que devo mudar. Não serei mais o Matsukaze Tenma ingênuo. Daqui para frente, fecharei meu coração para o amor e seguirei em frente. Continuarei sorrindo e jogando futebol com todos, mas não serei mais fraco e nem deixarei que me machuquem, não importa como. Eu serei forte.”

Talvez aquele tenha sido o pior dia de minha vida. Ser considerado um traidor por quem você mais ama nesse mundo, com certeza não é uma das melhores sensações. Acho que todos têm razão. Eu realmente mudei. Aquilo foi algo muito forte para que um fraco como eu agüentasse.

Às vezes penso que eu posso tudo, mas então vejo que eu só consigo as coisas com a ajuda de meus amigos. Eu sou apenas um fraco que depende dos amigos para tudo. Pergunto-me se algum dia conseguirei fazer algo por conta própria. Quem sabe algum dia eu terei força suficiente para realizar algo para compensar tudo o que devo aos meus amigos. Talvez só assim tenha paz.

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POV Takuto Shindou

Não conseguir dormir a noite toda. O que aquela cigana havia falado realmente me intrigou. Talvez seja verdade. Eu precisava me amar primeiro para querer que Kirino me ame, mas isso não é muito fácil.

Levanto e faço minha higiene matinal. Tomo meu café da manhã e vou em direção à escola. Hoje eu deveria conversar com Tenma, pois meu próximo passo vai precisar muito da ajuda dele. Tenho que concorda que Tenma é um grande amigo. Desde o inicio ele vem me ajudando sem pedir nada em troca e está sempre protegendo Kirino e eu.

– Shin. – ouço alguém gritar e quando olho, vejo que é Akane.

– Akane, o que está fazendo aqui? Que eu saiba sua casa fica na outra direção. – pergunto confuso.

– Ah, é que eu precisava falar com você. – fala ela sem graça.

– Aconteceu alguma coisa? – pergunto preocupado.

– Na verdade eu não sei. É que eu soube de algo que me deixou muito preocupada. – diz Akane, seriamente.

– E o que você soube? – pergunto já irritado, pois a garota não dizia logo o que queria.

– Soube que Tenma está aprontando uma para separar você de Kirino. Eu não quero acreditar nisso, mas ouvi uma conversa dele com Kariya e os dois disseram que...

– Olha Akane, eu gosto muito de você, mas não admito que fale mal do Tenma. Ele é realmente um grande amigo e sei que jamais faria algo para o Kirino ou para mim. Além do mais, que história é essa de nos separar? Nós nem estamos juntos. – a interrompo irritado. Ela é uma grande amiga, mas não gosto que falem mal do Tenma. Ele vem me ajudando muito e por isso duvido que ele faça algo para estragar o meu relacionamento com o Kirino. O que mais me chamou a atenção foi que ela disse que ele queria separar o Kirino de mim. Como ela sabia disso? Acho melhor contar para o Tenma sobre isso.

– Ah... Ah... Eu apenas ouvir. – responde simplesmente. Essa história está muito mal contada, mas resolvi deixa para lá. Comecei a andar rápido e a deixei para trás.

Minutos depois eu já estava em frente à escola. Resolvi procurar por Tenma, pois sabia que Kirino ainda não havia chegado. Meu melhor amigo, se deixar, dorme mais que a própria cama.

Procurei por tudo quanto foi parte, mas não achei o Tenma. Estranho, ele não é de chegar tarde. Normalmente, ele chega bem antes de mim. De repente, vejo Tsurugi passar por perto de mim. Quem sabe ele saiba do seu paradeiro.

– Bom dia Tsurugi. – falo um pouco animado.

– O que tem de bom? – fala ele mais mal-humorado do que o normal.

– Nossa. O que aconteceu? – pergunto preocupado.

– Não é da sua conta. – fala friamente. Eu já estava ficando estressado.

– Eita mal-humor. Você poderia pelo menos me responder uma pergunta? – digo tentando manter a calma.

– Fala logo que eu tenho mais o que fazer. – responde parecendo está cansado.

– Você sabe onde o Tenma está? Por acaso ele já chegou?- pergunto. A expressão do azulado começa a ficar indescritível. Primeiro ele fica triste, depois parece está se sentindo culpado e por ultimo com raiva.

– O que você quer com ele? – fala ríspido. Estava na cara que ele estava com ciúmes, mas pelo o que eu conheço dele, é melhor nem mexer muito.

– Nada. Apenas quero contar algo do interesse dele. Você sabe se ele já chegou? – digo calmamente.

– Sim, ele já chegou. E não, eu não sei onde ele está. – fala um pouco mais controlado, mas só um pouco. Depois disso, o azulado simplesmente sai.

– É, vejo que hoje não é meu dia. – falo para eu mesmo e continuo a procurar por Tenma.

Mais alguns minutos, decido descansar, afinal também sou filho de Deus. Começo a pensar onde Tenma poderia está e então lembro do lugar onde ele fica quando quer ficar sozinho. Os fundos da escola.

Corro até o local, que é pouco freqüentado por sinal, e acabo encontrando quem eu queria, mas algo realmente me assustou. O mais novo estava chorando como uma criança e parecia nem notar a minha presença. Caminho lentamente até o rapaz a minha frente e toco em seu ombro. O garoto parece levar um susto e então ver quem era. Parecia aliviado.

– Tenma, o que houve? – pergunto assustado. Tenma apenas balança a cabeça de forma negativa e limpa as lágrimas de seus olhos.

– Nã... Não é nada. Não se preocupe. Já passou. – responde soluçando devido ao choro.

– Ora, vamos Tenma. Sabe que pode confiar em mim. – falo o incentivando.

– Apenas lembranças que deveriam está enterradas que vieram à tona. – responde.

– Como assim? – pergunto sentando ao seu lado.

– Aquele que eu amo, deixou marcas que deveriam ter sido apagadas. – diz Tenma.

Eu tinha tudo, mas deixei escapar
Não pude ver que te tratei mal
Agora eu ando por aí me sentindo pra baixo e com frio
Tentando acreditar que você se foi.

– Tenma, por acaso você discutiu com o Tsurugi? – questiono mesmo sabendo a resposta.

– Sim e não. Não discutimos hoje, mas sim no dia em que eu mais precisava do abraço dele. - responde meu amigo voltando a chorar.

Amor leva tempo
Pra curar quando você está tão machucado
Não pude ver que estava tão cega pra te deixar ir
Eu não posso escapar dessa dor por dentro
Porque amor leva tempo
Eu não quero estar aqui
Eu não quero estar aqui sozinha

– Você diz no dia em que seu pai morreu?

– Não Shindou. No dia em que eu voltei da viagem. Eu estava sozinho e precisava apenas de alguém que me abraçasse forte e me dissesse que estava tudo bem, mesmo não estando. Mas não poderia ser uma pessoa qualquer. Tinha que ser ele.

Perdendo a cabeça por causa desse vazio no coração
De repente eu estou tão incompleta
Senhor estou precisando de você
Me diga como parar a chuva
Lágrimas estão caindo infinitamente

– Mas, o que ele falou que o deixou tão magoado?

– Não foi o que ele falou, mas sim o que ele sentiu. Ele simplesmente achou que eu tivesse traído a todos. Pode parecer bobagem, mas quando ouvimos que a pessoa que você ama não confia em você, machuca, dói e é difícil você conseguir perdoar.

Amor leva tempo
Pra curar quando você está tão machucado
Não podia ver que estava cego pra te deixar ir
Não posso escapar da dor por dentro
Porque amor leva tempo
Eu não quero estar aqui
Eu não quero estar aqui sozinha

– Calma Tenma. – falo o abraçando, pois o garoto chorava cada vez mais. O céu começou a ficar mais nublado do que já estava.

– Obrigado, Shindou. Mas, isso dói tanto que eu não consigo mais suportar. Parece que meu mundo está acabado. Eu sei que estou sendo dramático, mas é isso que eu sinto agora.

Você pode dizer que está acabado
Você pode dizer que você não se importa
Você pode dizer que não sente minha falta
Você não precisa de mim
Mas eu sei que você precisa
E eu sinto o que você faz por dentro.

– Eu não posso dizer que sei o que você está sentindo, mas parece que você está sofrendo muito. Desculpa, mas eu nem sei o que fazer. – respondo sincero e preocupado. Estava claro que aquilo era terrível. Ele realmente ama o Tsurugi e parece que o cara nem liga. Fico revoltado com isso, mas sei que não posso me meter.

– Tudo bem. – Fala o garoto levantando e limpando novamente as suas lágrimas. – Eu já desabafei. Era apenas isso que eu precisava. Desabafar. Obrigado Shindou, você realmente foi de grande ajuda.

O garoto responde limpando as roupas e me dando o seu sorriso de que estava realmente tudo bem. Eu sabia que não estava, mas vejo que ele não quer mais falar no assunto.

– Não foi nada. – respondo levantando também e me arrumando.

– E então? Não vai me dizer o motivo de ter vindo me procurar? Tenho certeza que você tem alguma coisa para me contar. – pergunta Tenma.

– Tem certeza de que você quer saber? Agora a pouco você estava...

– Está tudo bem. Eu quero saber o que está te preocupando. – interrompe Tenma sorrindo como se nada tivesse acontecido. Será que esse menino é bipolar? Mas, enfim, resolvi conta logo o que estava acontecendo.

– Tudo bem, eu irei te contar. – o rapaz balança a cabeça me incentivando a continuar. – Ontem, após o treino, Kirino e eu fomos ao parque. Lá encontramos uma cigana que estava vendo o futuro das pessoas em uma bola de cristal e Kirino, sendo supersticioso do jeito que é, resolveu que deveríamos ver o nosso futuro. Ela leu o futuro de Ranmaru primeiro, o que foi bastante interessante, pois ela disse que ele estava apaixonado por uma pessoa que também amava ele.

– E você acha que essa pessoa é você? – pergunta Tenma sorrindo.

– Sim, mas esse não é o ponto. Continuando. Quando a cigana foi ler o meu futuro, ela falou que havia pessoas que queriam me atrapalhar, mas tinha uma pessoa que estava fazendo de tudo para me proteger e proteger a pessoa que eu amo, ou seja, você. – paro um pouco e Tenma apenas assenti como se estivesse analisando a situação. – Ela também fala que eu não confio em mim mesmo e isso faz com que eu sempre fique em duvida se conseguirei ter quem eu amo ao meu lado.

– O que não é mentira. – comenta Tenma.

– Sim, eu sei, mas não é culpa minha se eu sou inseguro. Além do mais não... - ouvimos o sinal de entrada e olho para Tenma desapontado. – Parece que nossa conversa vai ter que continuar outra hora.

– Bem, se você quiser ir para a aula tudo bem, mas eu não estou em condições de assisti-la. – responde meu amigo. Realmente, depois de ter chorado do jeito que ele chorou, com certeza ele não iria se concentrar na aula.

– É eu também não estou a fim de ir. Que tal continuarmos aqui? – proponho a Tenma.

– Concordo plenamente. – responde sorrindo. – E então? Não vai continuar a me contar o que houve ontem?

– Ah, claro. Então, continuando. A cigana disse: “Ame-se para ser amado!”. E por causa disso passei a noite toda pensando nisso e nem consegui dormir.

– Bem, o que ela disse é verdade. Se você não se amar, não gostar de você ou não conseguir enxergar suas qualidades, como a outra pessoa vai fazer isso? É natura nós nos sentimos inseguros, mas devemos acreditar sempre em nossa capacidade. Você é divertido e é amigo de infância dele, porque ele não se apaixonaria por você? É simples e fácil de entender, só você que não percebe. – fala Tenma sorrindo.

– É. Talvez você tenha razão. – digo.

– Talvez, não. É certeza de que eu estou certo. Vai por mim, apenas você pode conseguir fazer com que Kirino o vejo como seu “amor” e não como seu “melhor amigo”.

– Você fala como se fosse fácil, sair da zona da amizade para a zona do amor. – resmungo ao mais novo.

– Eu nunca disse que seria fácil conseguir sair da zona de amizade. Nada que é bom e valioso vem fácil. Sem esforço e dedicação nós não conseguimos nada. Quanto mais difícil é de se conseguir algo, mais você dará valor. – fala Tenma colocando a mão em meu ombro, tentando me animar.

– Tem razão. Eu não vou conseguir nada duvidando de mim. É como dizem, “Nada é impossível!”. – respondo mais animado.

– É isso aí. É dessa animação que eu estou falando. Você tem um monte de qualidades que o Kirino gosta. Use isso ao seu favor. Confie em você mesmo e em mim, também. – diz mais animado que eu.

– Ah, falando em confiar em você. Adivinha o que aconteceu quando eu estava vindo para a escola? – falo lembrando-me de Akane.

– O que? – pergunta curioso.

– A Akane veio falar que você estava armando para separar Kirino de mim. Acredita? – falo rindo.

– A Akane? Mas, como ela sabe de você e o Kirino? E de onde ela tirou essa ideia? – pergunta Tenma confuso.

– Pois é, ela mesma. Eu também fiquei me perguntando isso. Mas, resolvi deixa para lá. – digo ao Tenma.

– O que ela falou, exatamente? – questiona Tenma.

– Que ela ouviu uma conversar sua com o Kariya, dizendo que iria separar o Kirino de mim. Mas, por que a pergunta? – falo.

– O que ela ganharia mentindo para você sobre mim? Ela deve está aprontando. Tenho que ficar de olho nela. – responde Tenma serio.

– Você acha que ela esta aprontando alguma coisa? – questiono.

– Claro que sim. Ela anda espalhando mentiras para você sobre mim. Ela está aprontando e eu vou descobrir o que é. – diz Tenma convicto.

– Sabe o que foi mais estranho? – Tenma apenas balança a cabeça negativamente. – Ela foi à minha casa para me contar isso e a casa dela fica na direção oposta a da minha. Ela poderia muito bem ter esperado para me contar na escola.

– Está vendo. Está na cara que ela está aprontando, mas não se preocupe. Eu irei cuidar disso, enquanto a você – fala Tenma apontando para mim. – Vai se preocupar com o Kirino, entendeu?!

– Sim senhor. – falo brincando e logo lembro do motivo principal de tê-lo procurado. - Mas, eu também tenho outro favor a te pedir.

– Claro. O que você precisa? – pergunta Tenma.

Começo a explicar a Tenma tudo que estava em meus planos e ele logo concordou. Já fazia certo tempo que eu não fazia algo de especial para Kirino.

O dia passou voando e quando dou por mim, já é a hora do treino. Tenma e eu vamos andando rapidamente ao campo perto do lago, lugar onde sempre treinamos. Ao chegar lá, fui bombardeado de perguntas por Ranmaru.

– Onde você estava? Por que não foi para a aula? Por que não me ligou avisando que não iria? Por que só veio aparecer agora?

– Calma Kirino. Uma pergunta de cada vez. – falo rindo.

– Então responde. – diz impaciente.

– Eu estava com o Tenma. Como ele não estava se sentindo bem, fiquei fazendo companhia a ele. Eu não te liguei porque meu celular descarregou e o celular do Tenma está com defeito. Eu vim agora porque o Tenma está se sentido melhor. Satisfeito? – responde Ranmaru. Tive a leve impressão de que ele ficou com ciúmes, mas deve ser só impressão minha.

– Tenma estava passando mal? – pergunta preocupado.

– Estava, mas não é nada grave Kirino. – responde Tenma.

De uma hora para outra Kirino pega Tenma pelo o braço e o leva para um canto onde não tinha ninguém e começa a conversar com o mais novo. Algum tempo depois ambos voltam sorrindo.

– O que você estavam conversando? – pergunto curioso.

– Nada demais. Kirino queria saber sobre o que eu estava sentindo. – responde Tenma olhando para Kirino. Eu sabia que isso não era verdade, mas sabia que nem adiantaria pergunta para os dois que ambos falariam que era sobre isso sim.

– Tudo bem então. Vamos começar o treino. – digo animado e todos os presentes concordam.

O treino seguiu normalmente. Algumas vezes o Tenma lançava olhares desconfiados a Akane e a mesma lhe mandava olhares de ódio. Talvez Tenma tenha razão. Ela está aprontando. Kariya continuava quieto e conversando pouco com os companheiros de time, exceto com Tenma. Tsurugi estava mais mal-humorado do que no dia anterior e por esse motivo saiu do treino mais cedo. O treinador disse que ele precisava esfriar a cabeça, pois havia pegado pesado quando foi roubar a bola de Kurama, fazendo o rapaz se machucar, mas nada de grave.

Após o termino do treino, resolvo confirmar com Tenma o plano e o mesmo diz que está tudo certo, só faltava levar Kirino ao local. Resolvo então colocar o plano em prática.

– Hey, Kirino. Quer ir ver os fogos de artifícios no cais? – pergunto. Tenma havia me falado a dias anteriores que encontrou alguns fogos de artifícios no porão de sua casa e que estava pensando em jogar fora, já que não havia motivo nenhum para usá-los.

– Fogos de artifícios? Algum evento vai acontecer? – pergunta curioso.

– Na verdade não. Um amigo disse que está pensando em solta alguns fogos hoje, lá no cais e como eu sei que você gosta de assisti-los achei que seria interessante vermos. E então? Você quer ir? – proponho.

– Claro. – responde animado.

Pegamos um ônibus para podermos ir ao cais mais rápido. Eu havia combinado com Tenma mais cedo e por esse motivo ele conseguiu ligar para um amigo dele, que devia um favor, e pediu para que arrumasse os fogos enquanto ele estivesse na escola.

Chegamos, finalmente, ao cais e nos posicionamos da melhor maneira possível para ver os fogos. Vimos primeiramente o sol se pondo ao mar, com certeza uma das melhores visões que eu já vi. Quando deu 19h00min, um número desconhecido me manda uma mensagem, mas percebo que a mensagem é de Tenma. Na mensagem ele pergunta se já poderia começar a seção de fogos,mas, que infelizmente só durariam 5 minutos, pois a quantidade não era tão grande. Respondi, imediatamente, que sim.

– Parece que os fogos começaram agora, mas não durará muito tempo, pois a quantidade é pouca. – falo a Kirino.

– Tudo bem, pois ver o pôr-do-sol com você valeu a pena. – responde corando, após perceber o que havia falado.

– Concordo. Ver o pôr-do-sol ao lado das pessoas que gostamos vale muito a pena. – falo corando também.

Quando Kirino iria responder, os fogos começam a estourar no céu estrelado. Foi com certeza uma das melhores sensações que já tive, pois no momento em que os fogos estavam estourando no céu, pude sentir a mão de Kirino aperta a minha e quando olho para ele, o rosado estava mais bonito que o normal. Ele olhava para o céu admirado e seus olhos brilhavam. Nesse momento, vi que não importasse pelo o que eu tivesse que passar, eu iria conquistar Ranmaru de uma maneira ou de outra, pois ele é realmente muito valioso para mim.

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" O amor é algo demasiado valioso para ser desconsiderado, grande demais para ser perdido e importante demais para ser esquecido." - Rafaele Rodrigues