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– Espere um pouco. – diz Tenma parecendo ter uma idéia. Olho para o mesmo curioso. – Eu acho que existe uma maneira de você o trazer de volta.

– E o que eu faço? – pergunto desesperado.

– Vem comigo. – responde Tenma me puxando pela a mão.

Bem, eu não sei o que fazer então só me resta confiar em Tenma mais uma vez. Enquanto corremos começo a pensar no que fazer para ter Kirino junto a mim mais uma vez.

Não sei o que o destino reserva para mim, mas de uma coisa eu tenho certeza: Eu enfrento Deus e o mundo para ter Kirino ao meu lado, pois ele é minha vida e a minha felicidade.

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10 de Julho de 2012

POV Takuto Shindou

(Recomendação)

Enquanto Tenma falava com não sei quem, eu tentava ligar para meus pais. Não faço idéia do plano de Tenma, mas ele pediu para que eu entrasse em contato com meus pais.

Meu coração parece não conseguir se controlar. Eu preciso fazer algo. Não posso perdê-lo! Nunca senti um desespero tão grande quanto estou sentindo agora.

Finalmente paramos. A ansiedade, o medo e todos os meus outros sentimentos estão à flor da pele. A adrenalina que sinto no momento leva a minha consciência a loucura.

Olho para onde Tenma estava parado. Ele conversava com um homem que eu não conhecia. Parecia que os dois se conheciam a um bom tempo. Tsurugi está ao lado do namorado e parece concorda com tudo o que Tenma falava.

Enquanto os três conversavam, eu me sento e coloco as mãos sobre o rosto. Sinto como se meu mundo estivesse se quebrando aos poucos. Tudo estava dando errado e as chances de encontrar com Kirino estão diminuindo a todo o momento.

As lembranças invadem minha mente. Agora elas são tão dolorosas. Todas as risadas, todos os carinhos, todos os momentos de alegrias... Quando eu me tornei tão dependente dele? Eu não consigo me lembrar de nenhuma data especial ou lembrança da infância que ele não esteja presente.

Lembro-me de uma vez em que Kirino me recitou um poema de Charles Dickens. Naquela hora eu não havia percebido, mas o garoto de cabelos róseos havia se declarado de forma indireta para mim. Deus, como eu fui burro! Dou um sorriso triste e fecho os olhos tentando me lembrar de cada palavra.

– “Eu amei contra a razão,
contra a promessa,
contra a paz,
contra a esperança,
contra a felicidade,
contra todo o desencorajamento que existe." – declamo em um sussurro.

– Charles Dickens? – fala uma voz bastante conhecida.

– Sim. – digo em um suspiro.

– Não fique se culpando, Shindou. Tenma tem um plano muito bom. Ele vai consegui levá-lo até Kirino.

– Como você pode saber Kariya? Aliás, o que você está fazendo aqui? – pergunto olhando com desconfiando para o individuo que se encontra sentado ao meu lado.

– Ele está conversando com um primo distante meu que é detetive. Soube do plano e confesso que é bem interessante, mesmo que ele seja bem arriscado. – responde relaxado, olhando para Tenma, Tsurugi e o outro homem.

– Você não deveria está com raiva por Tenma ter um bom plano para eu consegui ficar com Kirino de novo? – essa pergunta vem me incomodando há certo tempo.

– Você quer que eu fique com raiva? – pergunta ironicamente.

– Lógico que não, mas você vem me ajudando muito. Só quero entender aonde você quer chegar. – explico.

– Em primeiro lugar, eu não estou te ajudando. Estou ajudando Tenma, pois sou muito grato por tudo o que ele fez. Devo muito a ele, então não pense que eu estou fazendo algo por você. E não faça essa cara de assustado, idiota. – reclama corando. Eu estava boquiaberto com o que ele havia dito.

– Você tem sentimentos? – pergunto sem pensar. Meus pensamentos se solidificaram em palavras.

– É lógico que tenho! Eu sou um humano. – fala um pouco exaltado.

– Ok, ok. Desculpa pelo o modo que falei. Eu só estou... Surpreso? – digo mais perguntando do que afirmando.

– Tsc. – fala virando a cara, em seguida continua a sua explicação. – E se o que lhe incomoda é os meus sentimentos para com Kirino, não se preocupe. Eu já estou com outra pessoa.

– Outra pessoa? Que pessoa? – pergunto confuso. Ele estava bastante corado. Seu tom escarlate chegava ao tom de sangue. Ok, eu exagerei, mas ele estava bem vermelho.

– Hikaru. – diz baixo. Se eu não tivesse prestando atenção, tenho certeza que não teria ouvido.

–... - fico sem fala na hora. Tenho certeza que minha cara era de alguém assustado. Não que eu achasse o romance deles errados, até porque eu estou completamente apaixonado por um garoto, mas é que eu jamais imaginei que toda aquela implicância fosse amor.

– O que? – pergunta Kariya ainda muito corado.

– Nada, é só que jamais imaginei que vocês fossem ficar juntos. – explico.

– Você deveria apoiá-los Shindou.

– Tenma! – me surpreendo com o mesmo que aparece atrás de mim. Levanto rapidamente. – E então? – pergunto sem disfarçar minha ansiedade.

– Vamos primeiro esperar seus pais chegarem. Você já falou com eles, não é mesmo? – pergunta calmamente.

– Sim. Eles disseram que estavam só estacionando o carro e viriam para cá. Olha lá. Falando neles... – falo apontando para meus pais que viam em nossa direção.

– E então? Vocês conseguiram? O que aconteceu? – pergunta minha mãe ansiosa.

– Calma querida. Desse jeito os meninos não vão consegui explicar o que aconteceu. Uma pergunta de cada vez. – diz meu pai rindo do comportamento infantil de minha mãe.

– Vamos nos sentar naquele banco mais afastado. – fala Tsurugi pela a primeira vez.

– Mas, antes de qualquer coisa, quem é esse homem, Tenma? Kariya disse que ele é um primo distante, no entanto, eu estou tentando entender o que ele vai fazer para nos ajudar. – expresso minha curiosidade.

– Oh, sinto muito. Eu não havia me apresentado. Eu sou Tadashi Kento. – responde estendendo a mão. – Muito prazer em conhecê-lo, Takuto Shindou. Ah, e me chame apenas de Kento, sim?

– Como sabe meu nome? – pergunto confuso.

– Tenma sempre me falou muito de você. – fala sorrindo gentilmente. Ele nem parece ser parente de Kariya, mesmo que distante.

– Mesmo? – questiono surpreso.

– Vamos logo meninos, a curiosidade está me matando. – apressa minha mãe. Posso não ser filho de sangue dela, mas confesso que a curiosidade é a nossa principal característica.

– Tudo bem. – diz Tenma sorrindo, sendo acompanhado por todos os outros.

Caminhamos até o lugar mais calmo para que a gente conseguisse conversar. A cada minuto, meu peito parecia se comprimir de ansiedade. Eu não sei qual é o plano, mas eu preciso que ele funcione.

– Fala logo Tenma. – apresso desesperado. Ele havia parado e começou a olhar para cada um de nós.

– Certo. – fala e em seguida suspira. – Eu irei contar o plano, entretanto, ele é bem arriscado e não será fácil conseguimos realizá-lo. Eu preciso que confiem em mim por completo. Se seguirmos o plano a risca, tenho certeza que tudo vai dá certo.

– Tenma tem razão. Para o plano ser realizado com sucesso, precisaremos da cooperação de todos. Principalmente a sua, Shindou. – completa Kento.

– Tudo bem. – concordo. – Agora expliquem o plano.

– O plano será dividido em três partes... – começa Tenma a explicar.

A cada parte em que ele explicava mais eu me surpreendia. Jamais imaginei que ele teria um plano como aquele. Eu estou preocupado com os riscos, mas vale à pena tentar.

Confesso que o plano de Tenma é mais louco do que o de conquistar Kirino. Olho para o papel de parede de meu celular e vejo nossa foto juntos. Sorrio com esperança. Eu o trarei de volta, custe o que custar.

✻

POV Ranmaru Kirino

Ouvi uma música depressiva em momentos como esse não é a melhor coisa, mas é como sempre dizem: Quando se está depressivo, vamos escutar uma música depressiva para ferrar com tudo!

Olho para o homem sentado ao meu lado. O Sr. Fullbuster aparentava, agora, ser um homem frio e calculista. Jamais imaginei que o Quinto fosse aprontar tanto. Como um pai pôde fazer uma coisa dessas com o próprio filho? E o pior é que meus pais não acreditaram em nada do que eu falei. Ela disse que isso tudo era só insegurança minha, que eu estava imaginando coisa. Insegurança? De onde ela tirou isso? Prefiro não falar nada sobre essa “insegurança” que eu estou “sentindo”.

Tudo isso parece tão errado, tão incomum, tão... Incompleto. O que eu sempre temia está acontecendo. Estou partindo para, talvez, nunca mais voltar. Abandonar meus amigos, minha família... Abandonar Shindou. – Suspiro forte e olho para o colar que ele me deu. O abro e observo as duas fotos. É inevitável não sorri com tal imagem.

“– Uau, que lindo. – falo encantado.

– Sim. A noite está maravilhosa e a companhia é muito boa. – responde Shindou me deixando muito sem graça.

Começamos a nos aproximar lentamente e quando íamos nos beijar, o brinquedo volta a funcionar. Confesso que na hora eu fiquei com muita raiva daquele maldito brinquedo. Afastamo-nos assustados. Meu coração parecia querer sair pela a boca. Sinto minhas bochechas quentes. Tenho certeza que estou muito corado. Shindou também parecia bem corado e um pouco atordoado. Depois disso, ele passou para uma expressão de bem irritado. Juro que tive que me segurar para não ri das caras e bocas que ele fazia.

Ficamos em silencio até o brinquedo parar. Dei um sorriso disfarçado quando ele sugeriu que comecemos alguma coisa. Mesmo que por um momento, eu senti que talvez meus sentimentos pudessem ser correspondidos por ele.”

Acho que o destino está sempre aprontando com todos. Quem imaginaria que o melhor daquele dia ainda estava por vir? Fecho os olhos e visualizo aquele momento que ficou cravado em meu peito e em minha mente.

“– Eu queria te dá uma coisa, na verdade, um presente. – fala Shindou colocando a mão no bolso. A curiosidade quase se materializava. O que ele queria me dá?

– E o que você quer me dá de presente? – pergunto curioso.

– Veja você mesmo. – exclama e abre a caixinha onde tinha um cordão com um pingente redondo prateado. Nele havia uma frase escrita em vermelho: “Eternamente contigo”. Dentro do pingente tinha duas fotos, uma de quando nós éramos crianças, para ser mais exata, a primeira foto que tiramos juntos e outra mais atual.

Eu estava tão feliz. Parecia que o mundo havia parado e inúmeros fogos de artifício iluminavam o céu e o embelezavam. Aquele foi o presente mais bonito e especial que eu já ganhei na minha vida. Foi inevitável não sorri com aquele colar tão especial e belo.

– Pelo visto acertei no presente. – diz sorrindo.

– Muito obrigado ele é lindo. – falo e coloco o cordão em meu pescoço. Leio novamente a frase. Tão sensível e apaixonante.

– Isso é para você lembrar que sempre estarei com você. De um jeito ou de outro, nós sempre estaremos ligados. – explica. A emoção está à flor da pele. Meu mundo se iluminou de uma maneira inexplicável. Para muitos, o que ele havia dito pode não ser nada, mas para mim foi tudo. Senti as borboletas dançarem em meu estômago.

Quando a cantora interpretou aquela canção, pareceu que ela traduzia com a música tudo o que eu desejava dizer à Shindou. Seus olhos demonstravam toda a surpresa ao ouvir a música. Talvez pensasse o mesmo que eu. Isso fez meu coração bater mais rápido ainda.”

Aquela foi à melhor noite de minha vida. Desde o dia em que eu ganhei esse cordão, jamais saio de casa sem ele e toda vez que estou triste, olho para nossas duas fotos e rapidamente a tristeza passa.

Nosso primeiro beijo foi tão mágico. Jamais imaginei que a Akane fosse ajudar tanto. Apesar de a psicótica ter aprontado todas, ela nos ajudou bastante, mesmo que fosse sem querer.

Ele sentiu tanto ciúmes de mim e eu não havia notado. Kariya e Akane haviam aprontado para nós, mas parece que o tiro saiu pela a culatra como diz minha mãe.

“– E então Shindou? Por que não acredita em mim? – falo.

– Eu me sinto traído. – ele fala magoado.

– Traído? – pergunto confuso.

– Sim. Por que não me disse que o ama? – falou parecendo está cuspindo aquelas palavras.

– Porque eu não o amo. Shindou, eu só vejo o Kariya como companheiro de time e nada mais. Ele me beijou. – falo indignado. Como ele pôde pensar que eu amo o Kariya.

– Mas, vocês estão sempre brigando e...

– E o que? Não é porque eu brigo com ele que eu estou gostando dele. – falo o interrompendo.

– Dizem que o amor e o ódio andam lado a lado. Quem não me garante que você não está gostando dele. Porque ele eu tenho certeza que gosta de você, mas e você? – responde para mim.

– Você só pode está brincando comigo. Acha realmente que eu gosto dele? – pergunto exaltado.

– Eu já não sei mais o que pensar. – fala ele olhando para um lugar qualquer.

– Quer saber. Pense o que quiser. Eu estou dizendo a verdade. Se você não quer acreditar, tudo bem. Só saiba que você pode se arrepender. – digo e começo a correr. Tudo bem que ele está se sentindo traído, mas eu nunca pensei que ele fosse acreditar em qualquer bobagem.

Quando eu já estava a alguns metros de onde havíamos conversado, sinto alguém puxar meus braços e colar seus lábios no meu. Ao ver quem era meu coração dispara e sinto uma corrente elétrica percorrer meu corpo. Shindou estava me beijando.

O beijo começou com apenas um selinho, mas pedir passagem com a língua que foi atendida. Nossas línguas dançavam em perfeita sincronia. Eu me sentia no paraíso. Rapidamente o ar se fez necessário. Separamo-nos lentamente.

Olho para Shindou e o mesmo continua de olhos fechados, talvez com medo de minha reação. Ele aos poucos os abre e vejo que estão brilhando. Ele olha para mim e depois para baixo. Estávamos confusos e isso era evidente.”

Sorrio baixo. Como nós éramos ingênuos até algumas semanas atrás. Pode parecer pouco tempo quando pensamos sobre isso, mas o tanto de desafios que enfrentamos neste último mês nos fez amadurecer muito.

Aperto o cordão com força e o sobreponho em meu peito. Olho mais uma vez a frase gravada no pingente: Eternamente contigo.

Escute

Cover my eyes (Cubra meus olhos)

Cover my ears (Cubra meus ouvidos)

Tell me these words are a lie (Diga-me que essas palavras são mentiras)

It can’t be true (Não pode ser verdade)

That I'm losing you (Que eu estou Te perdendo)

The sun cannot fall from the sky (O sol não pode cair do céu)

A vontade de chorar é tanta. Partir é tão triste e doloroso. Pergunto-me como está Shindou. Como ele reagiria se soubesse que seu pai verdadeiro o está ameaçando de morte?

Olho para a janela do avião. Tantos momentos, tantas lembranças, tantos sonhos e planos para o futuro. Por que tudo tem de acabar assim? Será justo que isso aconteça conosco?

Can you hear heaven cry? (Você consegue ouvir o céu chorar?)

Tears of an angel (Lágrimas de um anjo)

Tears of annnnnnn... (Lágrimas de annnnnnn...)

Tears of an angel (Lágrimas de um anjo)

Tears of an angel. (Lágrimas de um anjo)

As lágrimas banham meu rosto com intensidade. O que será de mim sem ele? Algo dentro de mim diz que eu não conseguirei viver muito tempo longe dele. Eu passei minha vida toda ao lado dele e, agora, simplesmente sou obrigada a deixá-lo.

Eu nunca teria me envolvido com Shindou se soubesse que sofreria tanto quando partisse. Olhar o passado é aterrorizante para mim. É como se tudo o que fiz para que eu fosse correspondido, todos os sacrifícios que fiz até hoje para está ao lado tivessem sido em vão.

Stop every clock (Parem todos os relógios)

Stars are in shock (As estrelas estão em choque)

The river would run to the sea (O Rio irá correr para o oceano)

I won’t let you fly (Eu não deixarei você voar)

I won’t say goodbye (Eu não direi adeus)

I won’t let you slip away from me (Eu não deixarei você escapar de mim)

Eu queria tanto voltar para os braços de Shindou, dizer que o amo e esquecer tudo isso que está acontecendo... Meu mundo está um caos. Estou tentando entender o que sou neste momento.

A minha vida mudou tanto e em tão pouco tempo. Se alguém do futuro viajasse no passado e me dissesse que toda essa confusão iria acontecer, eu riria, com certeza, e ainda mandaria a pessoa fazer um passeio com a Akane lá na clínica psiquiátrica.

Can you hear heaven cry? (Você consegue ouvir o céu chorar?)

Tears of an angel (Lágrimas de um anjo)

Tears of annnnnnn... (Lágrimas de annnnnnn...)

Tears of an angel (Lágrimas de um anjo)

Tears of an angel. (Lágrimas de um anjo)

Tão irônica e cômica nossa vida. Passamos desde o nosso nascimento até a velhice na zona de conforto e quando tentamos sair dessa porcaria, sempre nos damos mal.

Até que ponto a hipocrisia pode chegar? Olhe para o mundo atual. O próprio pai querendo matar o filho? Nesses momentos penso que o fim do mundo está realmente próximo.

So hold on (Então espere)

Be strong (Seja forte)

Every day on we'll go (Todos os dias nós iremos.)

I'm here, don’t you fear (Estou aqui, não tema!)

Dizem que todos nós temos uma missão na vida e que não morremos até cumpri essa missão. Pergunto-me qual é a minha missão. Será que por causa de minha missão, ou a missão de Shindou, nós não podemos ficar juntos?

Bem, a vida não é fácil e ninguém nunca disse que ela seria, no entanto, eu nunca imaginei que ela poderia ser tão difícil assim. Andar com nossas próprias pernas é sempre muito cansativo. Se arriscar no mundo, cair, levantar, errar e aprender, experiências que todos devem passar. Por que é tão difícil crescer?

Little one don’t let go (Pequenino, não parta!)

(Ooooooooooohhhhhhhhh) (Ooooooooooohhhhhhhhh)

Don’t let go (Não parta!)

(Ooooooooooohhhhhhhhh) (Ooooooooooohhhhhhhhh)

Don’t let go (Não parta!)

(Ooooooooooohhhhhhhhh) (Ooooooooooohhhhhhhhh)

Suspiro mais uma vez. Não sei o que pensar, tampouco como agir. Sinto-me tão cansado. Não é cansaço físico, mas psicológico. A minha sanidade está se esvaziando cada vez mais.

Medo. Talvez esse seja o sentimento que mais estar presente em mim. Eu estou indo para Barcelona, ademais, não tenho a garantia de que Shindou está seguro. E se o presidente filho de uma... Mulher muito malvada (?) fizer algo de ruim a ele?

Cover my eyes (Cubra meus olhos)

Cover my ears (Cubra meus ouvidos)

Tell me these words are a lie (Diga-me que essas palavras são mentiras)

Ok. Chega de dá uma de filósofo. Quanto mais eu penso nesse assunto, mais confuso eu fico. Do que adianta eu correr atrás de respostas para perguntas que jamais serão respondidas?

“– E então? O que queria falar comigo? – pergunta Shindou.

– Eu... Eu... Quero... Saber uma coisa. – meu coração está quase saindo pela a boca.

– E o que é? – pergunta nervoso.

– Eu... – eu não sei se devo dizer ou não, mas sei que essa pode ser a oportunidade única.

– Você...? – Shindou me incentiva a falar. É agora ou nunca. – Eu... Eu te amo. – falo e em seguida olho em seus olhos. Shindou parecia muito surpreso. Não o culpo, até eu estou surpreso com a coragem que eu arranjei de me confessar.

– Você me ama? – pergunta Shindou ainda em choque pelo o que aconteceu.

– Sim. Você não precisa corresponder meus sentimentos, apenas queria que você soubesse o que sinto. – já que cheguei até aqui, falo logo o que eu sempre quis falar e em seguida me viro para ir embora, mas sou impedido pelo o braço de Shindou que vira meu corpo e me beija.

Eu estava no paraíso. Isso realmente estava acontecendo? Eu estava mesmo beijando Takuto Shindou? Isso só podia ser um sonho. Nosso beijo se tornava mais urgente a cada instante. Seus beijos são tão incríveis. Percebi então que me tornei viciado em Shindou. Cada vez mais quero seus beijos, seus toques, eu o quero. Essa emoção é tão insensata e ao mesmo tempo saborosa.

O toque de suas mãos em meu pescoço me puxando para mais perto me fazia ter reações inesperadas. O coração estava disparado, era como se nossos corpos fossem um só. Exagero? Talvez. Mas, ainda sim, mágico. A química que existia entre nós, nesse momento, é inexplicável. Nada poderia ser mais perfeito que isso. Nossas línguas traçavam uma guerra entre si. Arrepios se espalhavam por todo o meu corpo. Eu já havia o beijado antes, mas ele consegue ser mais perfeito ainda.

Minhas pernas tremiam de tanta emoção. Inexplicavelmente, aquele beijo era tão doce, sensual e mágico ao mesmo tempo. As emoções gritavam através de nosso beijo. Era como se o mundo não importasse mais. Minha sanidade estava sendo levada a cada instante em que se passava. Tudo o que eu sempre quis estava acontecendo.

No momento em que eu estava o beijando, eu, realmente, acreditei nas histórias de contos de fadas. Borboletas no estômago, sinos em meus ouvidos. Momento perfeito para uma cena de filme. Totalmente clichê. Bobo? Sim, é claro, mas é tão lindo e perfeito que não me importava nem um pouco em que nosso beijo fosse tão clichê.

Eu realmente o amo. Sua boca foi feita, exatamente, para mim. Nossa sintonia é perfeita. Okay, talvez eu deva está sendo egoísta em dizer, que ele foi feito apenas para mim, mas é o que eu sinto quando estou com ele.

Infelizmente, esse maldito oxigênio nunca está ao meu favor. Queria que nosso momento continuasse. Nós nos afastando lentamente. Olhos fechados, mas podíamos sentir um ao outro. Estávamos completamente ofegantes. Corações descompassados, corpos arrepiados e sorrisos encantadores em nossos rostos. Talvez isso explicasse nossa situação nesse momento.

– Eu... Eu também... Também te amo. – fala Shindou quase sem fôlego. Olhamo-nos mais uma vez e voltamos a nos beijar. Aquele momento era apenas nosso. Eu não precisava mais esconder sentimentos nem nada do tipo. Mas sabíamos que por enquanto, nosso relacionamento se manteria em sigilo. Para ficarmos juntos, teríamos que enfrentar muitas coisas, mas como sempre dizem ”O amor destrói barreiras”.”

Adormeço com a mais bela das lembranças que tenho ao lado de Shindou. Posso não tê-lo mais perto de mim, mas ao menos o terei em meus sonhos. Pode não ser muita coisa, no entanto, é tudo o que eu tenho.

✻

POV Takuto Shindou

Estou a três horas dentro desse avião e a turbulência é bem assustadora. Segundo a aeromoça, nós chegaremos a Barcelona em mais duas horas devido à forte turbulência talvez demore um pouco mais.

– Está tudo bem Shindou? – pergunta Tenma ao meu lado.

– Sim. – digo um pouco travado.

– Está com medo da turbulência? - pergunta segurando riso. Talvez a minha cara de assustado tenha me entregado.

– Um pouco. – ele olha para mim com aquela cara de “Ahãn, sei.” – Ok, eu estou com muito medo. Satisfeito?

– Sim. – fala rindo.

– Tsc. – resmungo olhando mais uma vez para a janela.

Não consigo parar de pensar no que pode acontecer. O que eu faria se o plano não desse certo. Eu preciso que ele dê certo, mas meu lado inseguro fala cada vez mais alto.

– Vai dá tudo certo. – fala Tenma. Viro-me para Tenma e o mesmo está de olhos fechados. Parece está pensando sobre o assunto tanto ou até mais do que eu. Sua expressão séria mostra que ele está sério sobre o plano.

– Como você pode ter certeza? Se o Quinto Setor descobrir...

– Eu preciso acreditar. Não importa o que aconteceu, nós apenas precisamos acreditar que tudo vai dá certo. – diz Tenma me interrompendo.

– Eu sei. Só é difícil saber que você está correndo tantos riscos por nossa causa. – explico suspirando em seguida.

– Apenas esqueça esse pequeno detalhe. Eu me ofereci para ser a isca. Não se preocupe tanto. Eu sei o que estou fazendo. Agora durma, pois pelo o visto nós ficaremos mais duas horas dentro deste avião. – responde se virando para o lado para logo em seguida dormir.

Pego os fones de ouvido e ligo a playlist do avião. Tento relaxar enquanto ouço as músicas selecionadas. Consigo controlar, um pouco, a minha respiração e meu estado emocional.

Com o tempo, o cansaço toma conta de meu corpo e acabo adormecendo. Sonho com Kirino. Um belo sonho, eu posso dizer. Nele, estávamos Kirino e eu em uma torre. Olhávamos aquela paisagem encantados. Tudo parecia tão perfeito.

Infelizmente, sou acordado com um estrondo forte e uma enorme dor de cabeça. Sim, eu bati a cabeça na janela. O maldito avião está balançando mais do que máquina de lavar em modo de centrifugação.

Viro para o lado e vejo que Tenma ainda dorme. Ele parece não perceber o estado de nosso vôo. Queria saber como ele consegue isso? ‘To quase morrendo aqui, pensando que o avião vai cair e ele simplesmente dorme como se nada estivesse acontecendo.

Olho em meu relógio e vejo que faltam apenas alguns minutos para chegarmos. A ansiedade se torna presente mais uma vez. Fecho meus olhos e rogo aos céus por toda a proteção possível.

Algum tempo depois, o piloto anuncia que em 5 minutos o avião pousará. Respiro fundo mais algumas vezes. O pouso foi um pouco turbulento, mas ao menos chegamos. Finalmente Barcelona.

[...]

– Está pronto? – pergunta Tenma ao meu lado.

Já havíamos chegado ao hotel. Por está muito tarde, o melhor era, naquele momento, esperar amanhecer e colocar a terceira parte do plano em ação.

– Sinceramente? – o garoto assente. – Não, eu não estou pronto, mas como você disse, devemos acreditar no plano.

– Isso mesmo. E... Oh, mensagem de Kyousuke. – fala Tenma após ouvir o barulho de mensagem.

– O que ele diz? – pergunto.

– Disse que o Kento já entrou em contato com Yoshino. Aparentemente, ele acreditou que Kento está ansioso por ter a chance de acabar com o futebol. – responde lendo a mensagem.

– Apenas isso? – questiono.

– Sim. Vou ligar para ele. – diz, discando o número.

– Coloque no viva-voz. – peço me sentando ao seu lado.

– Tudo bem. – fala enquanto coloca o celular no ouvido. – Oi amor, espere um pouco que eu colocarei no viva-voz. – Tenma aperta um botão no celular e continua a falar. – Está me ouvindo?

– Sim.

– Tsurugi?

– Oi Shindou. Vocês chegaram bem?

– Sim, Kyou, nós chegamos. E então? Como está o plano?

– A nossa parte já foi feita. O presidente do Quinto Setor acha que você vai entrar no time. Eu disse aos subordinados dele que eu o convenci. Provavelmente, ele deve está desconfiando. Tome muito cuidado com o que você fala por ai.

– Não se preocupe com isso. Eu tomarei cuidado.

– Tsurugi, você sabe onde ele está?

– Consegui entrar em contato com Kariya e ele disse que o hotel de Kirino é no centro da cidade. Parece que a partida dele será apenas pela a manhã.

– Tem certeza disso?

– Shindou, eu não estaria falando isso para vocês se não tivesse total certeza nisso.

– Ok, desculpe-me.

– De qualquer maneira, Kyou, você tem que se manter atento por ai. Não sabemos se existe algum inimigo de Yoshino à nossa volta.

– Não se preocupe com isso Tenma. O detetive Takigawa já foi informado do que está acontecendo. Ele pediu proteção total a todos aqui. Kento também confirmou a proteção de vocês ai, mesmo assim é melhor tomar cuidado.

– Certo. Eu vou desligar querido. Mantenha-me informado. Qualquer coisa eu te ligo.

– Tudo bem anjo. Se houver alguma novidade, ligue-me imediatamente.

– Ok, beijos, te amo.

– Também te amo.

Assim que a ligação foi finalizada, nós repassamos o plano mais uma vez. Em seguida, resolvemos dormir. Teríamos que acorda cedo no dia seguinte, pois ainda nos encontraríamos com Kento e Kariya pela a manhã.

Como imaginei, eu não consegui dormir a noite inteira. Rolei de um lado para o outro da cama e nada do sono chegar. Em minha mente só se passavam os últimos momentos com ele. Parece que minha mente não está ao meu favor.

Quando o celular tocou as 05h00min, eu suspirei aliviado. A noite havia sido uma tortura. Minha imaginação estava indo longe demais. Pensei nas piores coisas possíveis – e impossíveis – que poderiam acontecer no nosso encontro.

Tomamos um bom banho e nos arrumamos. Enquanto eu terminava de me vestir, Tenma ligou para Kento e confirmou o nosso encontro no restaurante do hotel. O café-da-manhã foi bem reforçado e gostoso, mas confesso que não estava com tanta fome assim.

Assim que terminamos de comer, fomos até o ponto de encontro com Kento que não tardou a chegar.

– Bom dia e desculpe a demora. – fala assim que chegou acompanhado de Kariya.

– Bom dia. Na verdade, nós acabamos de chegar também. – responde Tenma com um sorriso simpático em seu rosto.

– E então, Shindou? Pronto para colocar a última parte do plano em ação? – pergunta Kento sorrindo amigavelmente.

– Sim. Estou pronto, quer dizer, eu acho que estou pronto. – falo meio incerto e nervoso.

– Fique calmo. Vai dá tudo certo. – diz rindo de meu nervosismo.

– Você fala isso, porque já está acostumado com casos perigosos. Não me venha com essa de que vai ficar tudo bem. – falo sussurrando.

– Eu ouvi isso. – responde gargalhando. – Não estou falando isso por costume, eu apenas sei que dessa vez tudo dará certo.

– Eu realmente espero que sim. – resmungo preocupado.

– É melhor nós irmos, não acham? – pergunta Kariya se pronunciando pela a primeira vez desde que chegou.

– Ele tem razão. Já estamos atrasados. – responde Tenma olhando em seu relógio.

Saímos do hotel e fomos ao rumo do belo carro que se encontra de frente a portaria. Enquanto dirigia, Kento acertava os últimos detalhes do plano. Segundo o detetive Tadashi, nos dividiríamos para que tudo saísse como o planejado. O primeiro a aparecer seria o detetive, que se passaria por um investidor que estaria interessado em se filiar com o Yoshino. Enquanto ele enrolava o presidente, Tenma, Kariya e eu teríamos que localizar Kirino com a ajuda dos homens que ele havia mandado estarem por perto disfarçados. Kirino, provavelmente, ainda estará com Ronald Fullbuster, o braço direito de Yoshino.

Chegamos ao ponto de encontro de Kento antes do horário. Os garotos e eu resolvemos procurar por Kirino. Antes de sairmos, Kento nos entregou a foto do tal Sr. Fullbuster.

– Acham que eles vão vim? – pergunto enquanto caminhamos pelas redondezas.

– Com certeza. – responde Kariya olhando seriamente.

– E por que a certeza? – questiono desconfiado.

– Meu primo não é tão idiota assim para nos colocar em perigo à toa. Ele tinha me avisado que colocou alguns conhecidos na cola de Kirino e do Ronald Fullbuster. Parece que a policia está atrás de Yoshino há muitos anos. – responde com sinceridade.

– De qualquer forma, eu acho que o presidente chegou. Um carro muito luxuoso e suspeito parou em frente ao restaurante. – diz Tenma, apontando para a entrada do restaurante.

– Tem razão. – falo vendo Um homem saindo do carro luxuoso acompanhado de pelo menos sete capangas mal-encarados. – O que fazemos agora?

– Esperamos o Kirino chegar. Kariya, você já sabe o que fazer, não é? – pergunta Tenma olhando para Kariya com confiança.

– Sim. Quando o Kirino chegar com o Ronald, eu devo distrair o cara, enquanto o Shindou consegue um tempo para conversar com o Kirino. – responde com determinação.

– Certo, agora é só aguardar. – falo olhando para o restaurante.

Não demorou muito e outro carro apareceu. Meu coração parece está a mil. O que falar? Será que ele vai acreditar em mim? Será que eu vou conseguir levá-lo de volta? As perguntas parecem intermináveis.

De longe posso ver Kirino saindo do carro acompanhado de Ronald, o que é péssimo para nós. Achamos que ele ficaria no carro com Kirino até que o Kento saísse do restaurante, mas parece que não. Olho para os garotos ao meu lado e os mesmo parecem tão preocupados quanto eu.

– O que faremos agora? – pergunto.

– Dessa maneira não poderemos entrar em cena. – complementa Kariya enquanto víamos Ronald e Kirino entrando no restaurante.

– Fiquem calmos. E esperem um pouco. Eu vou pensar em algo. – diz Tenma colocando as mãos no rosto e fica calado por um tempo. – Ok, eu tenho um plano.

– No que você está pensando? – questiono preocupado.

– Eu vou entrar no restaurante e vocês irão contatar a polícia. Digam que eles terão que agir mais rápido. Eu serei uma distração, mas não irei segurá-los por muito tempo. Fi...

– Você não vai fazer isso! – interrompo Tenma, irritado. – Não sabemos o que eles...

– Cale-se Shindou. Nossa situação mudou. Estamos correndo riscos desde que começamos a colocar esse plano em ação. Kirino corre risco de vida. Eu não permiti que ele se machuque! Diga para àqueles caras que estão nos ajudando para contar o chefe deles e explicar que eu entrarei em ação. Peça para informar Kento e fiquem atentos. – me interrompe Tenma. O garoto estava bem sério diante da situação. Kariya e eu não temos muita opção a não ser concorda.

Com muita dificuldade convencemos os policiais a mudar a situação. Na verdade, o Tenma já estava na portaria quando tocamos no assunto de mudar o plano. Eles não tiveram muita opção a não ser aceitar a proposta.

Somos levados até o trailer que se encontrava próximo ao restaurante. O chefe da operação nos alerta do risco e briga bastante conosco pela loucura de Tenma, mas já é tarde demais para voltar a trás.

Olhamos para a tela que mostrava a imagem da câmera de segurança que passa em tempo real o que se acontece no restaurante. Começo a prestar atenção na conversa.

– Soltem-me! – grita Tenma, aparentemente, com raiva.

– Soltem o garoto. – fala um homem parecido comigo. Reconheci que ele é meu “pai”. – Ora, ora, que surpresa boa, Matsukaze Tenma. Ao que devo a honra de sua visita?

– Pare de ironia, seu desgraçado. Como você ousa mentir para mim? Além de ameaçar meus amigos? – grita Tenma em resposta.

– Tenma, para, por favor. – pede Kirino quase implorando. Tenma olha para ele seriamente e o mesmo se cala.

– Nossa! Como você está irritado... – fala Yoshino fingindo surpresa.

– Quem é esse, Yoshino? – pergunta Kento em seu personagem.

– Esse garoto é alguém muito importante, posso assim dizer, meu amigo. Ele é um dos melhores jogadores do time que vem nos dando trabalho. Acho que você já deve ter ouvido falar. – responde sorrindo.

– Oh, claro. Como não o reconheci antes? Matsukaze Tenma, não é mesmo? – fala Kento sorrindo cinicamente. – Eu sou...

– Pouco me interessa quem é você. – Tenma o corta. – Solta o Kirino agora e me deixa em paz, Yoshino, ou...

– Ou o que Tenma? Vai chamar a policia? Nossa, eu estou morrendo de medo... Ah, faça-me o favor. Olha a sua volta. Eu tenho inúmeros capangas que podem te matar a qualquer momento. Além do mais, eu sou rico, a polícia jamais me prenderia. Sem falar na quantidade de contatos que tenho. Não será tão fácil me prender. – responde Yoshino tomando um gole de champanhe.

– Isso! – comemora o chefe da operação ao me lado. – Ao menos o amigo de vocês serviu para alguma coisa. – fala olhando para nós com alegria. Infelizmente eu não estou tão feliz assim. O perigo que Tenma está correndo é muito grande.

– Você vai ver Yoshino. Eu irei consegui provas contra você! Não pense que vai sair imune de seus crimes! Você vai pagar por todos eles! – grita Tenma com raiva.

– Não seja ingênuo garoto. Eu nunca serei pego. Agora eu tenho um excelente sócio. Nós iremos acabar com o futebol. O governo está em minhas mãos. Todos os crimes que eu cometi serão esquecidos. – fala olhando para Kento com um grande sorriso no rosto no qual é retribuído. – Não há nada que você possa fazer.

Tenma olha para Kento com um sorriso e o homem a sua frente apenas assente. Virando-se para Kirino, Tenma sussurra alguma coisa e o mesmo parece surpreso.

– O que você está fazendo, garoto? – pergunta Yoshino desconfiado.

– Seus dias livres estão contados. Yoshino Keiji você é acusado de extorsão, seqüestro, assassinato, corrupção, tráfico humano e mais sete acusações de abuso de menores. E é com muita alegria que lhe digo que o senhor está preso em nome da lei. – fala Kento sorrindo e apontando uma arma para Yoshino. Seu distintivo na mão direita mostrava que o mesmo não estava brincando. – Por nove anos nós te caçamos, Yoshino, agora, você irá, finalmente, pagar pelos os seus crimes.

– Não se engane idiota. Eu não serei pego tão facilmente. – fala Yoshino com muita raiva. Em um movimento rápido, ele fica atrás de Kirino com uma arma em sua cabeça. – Todo mundo para trás ou eu atiro sem dó nem piedade na cabeça desse infeliz. – grita com um sorriso perverso no rosto.

A polícia já havia invadido o restaurante e todas as armas estavam apontadas para o criminoso.

– Droga. – murmura o homem ao meu lado ao observar a cena.

– Não! Ele não pode fazer isso! – grito olhando para o monitor. Agarro a blusa do chefe de operação e continuo: - Você tem que fazer alguma coisa! Você precisa salvá-lo!

– Solte-me garoto! Eu irei fazer o possível para salvá-lo, por isso tenha calma e me deixe fazer meu trabalho! – fala o homem irritado. Meu desespero estava me deixando louco.

Solto o policial e olho para a imagem novamente. A cada segundo que se passa mais meu peito se comprimi. O que vai acontecer com ele? Estou aterrorizado e sem muitas opções sobre o que fazer.

– O que pensa que está fazendo Yoshino? – pergunta Tenma seriamente. Ele está bem irritado e preocupado, posso ver em seus olhos, mas diferente de mim ele mantém a calma.

– Aprontou para mim Matsukaze Tenma? Confesso que não esperava isso de você. Parece que você pode ser inteligente quando quer. Tem certeza que não quer se juntar a mim? – pergunta com o maldito sorriso.

– Você sabe a minha resposta. Agora solte o Kirino. Você sabe que isso só piora a sua situação. – diz Tenma se aproximando lentamente.

– Tenma, saia daí agora! – grita Kento apontando a arma para Yoshino.

– Você deveria ouvi-lo, Tenma. E se alguma coisa lhe acontecer? – diz Yoshino ironicamente.

– Você não me fará nada. – responde com confiança.

– Como pode ter certeza disso? – questiona com desconfiança.

– Você precisa de mim. Sabe que dependendo da minha escolha, todo o seu destino pode mudar. – fala Tenma calmamente. Ele para á uns dois metros de distancia de Kirino e Yoshino. – Então eu acho melhor você o soltá-lo.

– Você é um grande filho da puta, Tenma. Tem razão, eu preciso de você, mas não quer dizer que eu precise desse idiota aqui. – fala apertando a arma com mais força na cabeça de Kirino. Ele solta um resmungo de dor, mas continua quieto.

– O que você quer Yoshino? Esse garoto não tem nada haver com a história. – fala Kento com um tom de voz sério.

– Ele não tem nada haver? Vocês o envolveram nisso, agora arquem com as conseqüências. – responde com escárnio. – E em questão ao que eu quero... Bem, isso é muito simples. Arrumem-me um avião que me leve até o Canadá. E não quero nenhum engraçadinho me seguindo, senão... Bom, sinto muito Kirino, mas você não terá um belo futuro pela a frente.

– Tudo bem. Aceitem a proposta. – após uma longa espera pela respostas, o chefe de operação ao me lado concorda com o pedido. Ele parecia muito tenso. Posso ver em sua expressão facial que ele não está nada satisfeito.

A polícia conseguiu prender o braço direito de Yoshino e seus capangas, mas não sabem o que fazer com o criminoso. Kirino está servindo como escudo humano para o canalha do Yoshino.

– Certo Yoshino. Nós providenciaremos o avião. Agora solte o garoto, sim? – pergunta Kento com um pouco de esperança na voz.

– O tão burro você acha que eu sou Senhor Policial? Acha mesmo que eu irei soltar a minha garantia de sair daqui inteiro e ainda me livrar de todos vocês, assim, do nada? – responde Yoshino começando a andar em direção a porta. – Nós iremos para o aeroporto e eu realmente espero que vocês não aprontem nada, pois aí de vocês se fizerem alguma gracinha. Melhor dizendo, aí do garoto se vocês fizerem algo de errado.

De repente um carro invade o restaurante, atropelando alguns policiais que cuidavam da entrada e Kirino, juntamente com Yoshino, entra no carro. O motorista acelera o carro e sai em disparada em direção ao aeroporto.

– O que você está esperando, Kento. Arrume um carro e vamos atrás dele! – grita Tenma acordando Kento de seu transe.

(Recomendação)

– O que vocês vão fazer? – pergunta Kariya preocupado.

– O que você acha garoto? Nós iremos atrás daquele canalha. Vocês fiquem aqui com os...

– Eu vou com vocês e nem adianta dizer que não. – falo reunindo todas as minhas forças. Meu corpo todo está tremendo. Minhas mãos estão suando e sinto um enorme peso em meu coração.

– Tudo bem, mas não nos atrapalhem. – diz o policial se dando por vencido. Talvez ele tenha percebido que nada que ele falasse ia adiantar.

A perseguição começa com bastante tensão. A polícia seguia Yoshino com cautela. Querendo ou não, ele ainda tinha Kirino em suas mãos e ninguém queria colocá-lo em mais riscos do que já está passando.

Em alguns longos minutos, posso dizer assim, finalmente chegamos ao aeroporto. A adrenalina em meu corpo está em alta quantidade. Yoshino sai do carro com o Kirino e o motorista ao lado. Ele sorri malignamente. Perto dele está Tenma e Kento.

– Façam esses civis retardados saírem do meu caminho ou eu matarei todos eles! – grita sem esboçar dúvida ou incerteza.

– Pense bem no que você está fazendo, Yoshino. – revida Tenma de volta. Todos nós acompanhávamos a medida do possível o criminoso que deveria ser meu pai.

– Eu estou pensando Tenma. – responde com ironia.

De repente, Yoshino parece ter me visto e para. Ele direciona sua conversa para mim. Ele parece surpreso com a minha presença. Ele sorri cinicamente.

– Ora, ora, quem nós temos aqui. Takuto Shindou, meu querido filho. – grita para mim. – Todos os presentes se assustam com a revelação, exceto Tenma, Kariya e eu. – Estou emocionado pela a sua presença, meu filho.

– Não me chama de filho! Você não é meu pai! – grito furioso.

– Oh, não trate seu papai assim. Shindou. Não há como fugir dessa realidade, eu sou seu pai. – grita de volta.

– Shindou, saia daqui agora! – grita Kirino chorando. Sua face está vermelha e seu corpo treme igual, ou talvez até mais, do que o meu.

– Cale-se garoto! – fala apertando o pescoço de Kirino com o braço que o segurava e aproximando a arma de sua cabeça.

– Solte o Kirino, Yoshino! Solte-o seu desgraçado! – respondo me aproximando dele. De repente, ouço o som de um tiro e me abaixo instintivamente. Olho para o criminoso e vejo que quem havia atirado era o seu motorista. A bala acertou o chão bem próximo de mim. Por muito pouco não me acerta.

– Não se aproxime, Shindou. Sabe, não é nada pessoal. Papai te ama, mas o problema é que ele quer muito viver e por isso não pode te levar. Espero que você entenda a minha posição sobre o assunto. – diz com sarcasmo.

– O que pensa que você está fazendo, seu garoto idiota? Você quer morrer, é? Se for isso, não precisa colocar a operação em risco, basta eu atirar em você e fim de papo. – grita o chefe de operação bastante irritado.

– Shindou, você está bem? – pergunta Tenma que se encontra bem a frente de mim.

– Sim, eu estou bem. – respondo voltando a respirar.

A perseguição continua. Aparentemente, o susto de ter me encontrado aqui passou, pois Yoshino não perdeu tempo ao correr após o ocorrido. A ala de embarque se aproxima cada vez mais.

Meu desespero se torna maior a cada passo. Isso não pode acabar assim. Meu mundo não funciona sem Kirino. Eu não posso viver sem ele. O que eu faço? Eu o amo tanto! Não posso perdê-lo em hipótese alguma!

Em um momento que não sei definir, ouço Tenma continuar a sua discussão com Yoshino. Parece que estou perdendo meus sentidos aos poucos. O que está havendo comigo?

– Agora. – grita Tenma com autoridade.

Abruptamente dois tiros são ouvidos. Meu corpo treme de uma forma assustadora. Minhas pernas querem perder as forças. Tento visualizar alguma coisa, mas é praticamente impossível.

Assim que a ficha caiu do que poderia ter acontecido, saio correndo, afastando tudo e todos que estão em meu caminho. Ao me aproximar do local onde meu amado estar, eu o vejo jogado no chão.

Aproximo-me com agilidade. Ele está desacordado. Abraço seu corpo com força. O que eu faço? Será que eu só sei chorar? A vontade de sumir é enorme. As dúvidas sobre suas condições são assustadoras. As pessoas tentam me tirar de perto dele, no entanto, é impossível.

– Kirino! Acorda, por favor! Kirino! Pelo amor de Deus, acorde! – grito chorando. Por que ele não acorda? O que está acontecendo? Ele... Ele não pode morrer!

O que ele fez de errado? O que eu fiz de errado? Qual o castigo que cometi? O abraço com desespero. Ele não se mexe. Seus olhos não se abrem. Isso não é normal.

– Kirino, por favor, acorde! Eu te imploro. Por favor, meu amor, acorda. Não faz isso comigo. Acorde por favor! – grito.

– Garoto se afaste. Temos que averiguar se ele está bem ou não. – diz o paramédico.

– Kirino, por favor! Eu faço qualquer coisa, mas... Volta para mim, por favor. – falo entre soluços. – Só... Só não morra, por favor.

– Pro... Messa... Promessa é dívida. – ouço uma voz abaixo de mim. Mesmo em choque, eu afasto o corpo de Kirino de mim e olho em seu rosto.

Aos poucos, Kirino vai abrindo os olhos. Sua testa sangrava muito. Olho desesperado para o garoto que está em meus braços.

– Ki... Kiri... Kirino. – sussurro surpreso. Sem esperar mais, eu volto a abraçá-lo com força. Meu corpo e meu coração se aquecem ao sentir ser correspondido. – Eu te amo, eu te amo muito, muito e muito. Não me assuste assim, por favor. Eu te amo demais para perdê-lo!

– Eu... Também te amo muito. Mas o que eu fiz... Não merece perdão... Eu...

– Kirino, o Tenma me explicou tudo. Eu te entendo. Eu no seu lugar teria feito a mesma coisa. Só volta para mim, por favor. Vamos esquecer o passado. Apenas volte para mim. – digo sentindo mais lágrimas banharem meu rosto.

Kirino me olha com admiração e emoção. Ele passa sua mão em meu rosto e limpa as lágrimas que caiam de meus olhos, depois disso repousa sua mão em minha nuca e me puxa para um beijo.

Nosso beijo começa doce e carinhoso, mas logo se transforma em algo urgente e quente. Oh, Deus, como senti falta de seus lábios sobre os meus. Nossas línguas travavam uma guerra deliciosa. Inalo seu perfume e me sinto no céu.

Meus sentimentos estão tão confusos e ao mesmo tempo mais claros do que nunca. A sensação de está no paraíso é única. Finalmente eu o tenho em meus braços. Durante o beijo, viajamos para o nosso mundo. Um mundo onde existíamos apenas eu e ele. Um mundo onde eu me sinto completo, realizado. Um lugar onde posso viver a eternidade ao lado dele.

As lágrimas que banhava nossos rostos se misturam as inúmeras emoções presentes. Nunca senti tanta felicidade em minha vida toda. Jamais imaginei sentir tanto amor e carinho por uma pessoa como sinto por ele.

Separamos-nos ofegantes. É inevitável não sorri. Olho em seus belos olhos e vejo o meu mundo inteiro nele. Kirino é a pessoa mais importante para mim. Não me importo com o mundo contanto que o tenha ao meu lado.

– Pelo visto você conseguiu me conquistar em 30 dias. – fala Kirino sorrindo.

– Era de se esperar, não acha? – digo com um sorriso convencido no rosto.

– Convencido. – diz Kirino fazendo um bico adorável. Não resisto e lhe dou um selinho.

– Eu te amo para sempre. – me declaro com ternura.

– Eu te amo eternamente. – responde com carinho e amor.

Esse é o nosso fim? Não, não é o fim, estamos apenas começando a nossa história. Enquanto o nosso amor existi, nossa história jamais acabará.

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