25 de Junho de 2012

POV Ranmaru Kirino

Já havia se passado uma semana desde que Shindou me beijou. Ele começou a me evitar. Estava sempre pensativo e nunca me olhava nos olhos. Aquilo estava me matando. Sempre que eu lhe perguntava o que estava acontecendo ele mudava de assunto ou simplesmente fugia.

Estava indo para escola quando vejo de longe Tenma conversando com Takuto. Tenma aparecia está dando uma bronca em Shindou e ele apenas balançava a cabeça concordando ou dizia alguma coisa que eu não sabia identificar. Um tempo depois Shindou se despede de Tenma e continua seu caminho para a escola, cabisbaixo.

– Bom dia Tenma. – cumprimento meu companheiro de time.

– Bom dia Kirino. Está tudo bem? Você me parece cansado. – fala Tenma preocupado.

– Estou sim. Só estou cansado por não conseguir dormir direito esses dias. – respondo sincero.

– É por causa do que aconteceu entre você e o Shindou, não é mesmo? – pergunta parecendo já saber a resposta. Seu olhar era acolhedor. Desde que Shindou havia me beijado, eu não contei para ninguém o que houve e Tenma parecia a pessoa certa para com quem eu deveria conversar sobre esse assunto.

– Sim. - respondo dando um suspiro e abaixando minha cabeça triste. Começamos a caminhar em direção a escola. – Você sabe o que aconteceu?

– Sim, eu sei. Não se preocupe, eu não contei para ninguém o que aconteceu. – responde parecendo ler minha mente. Eu estava preocupado com a possibilidade de alguém descobrir e acabar gerando uma outra briga entre Shindou e eu.

– Sabe. Eu realmente gosto do Shindou, não, eu o amo. Fiquei muito feliz que ele tenha me beijado, mas eu preferia que nada tivesse acontecido ao invés de vê-lo me evitar e me ignorar dessa maneira. Tudo parece estranho. Akane age como se nada tivesse acontecido, Kariya parece arrependido, mas não sai de perto da Akane e Shindou, simplesmente, fingi não perceber que isso me machuca. Essa forma como ele vem me tratando dói tanto. – confesso a Tenma.

– Tenha paciência. Ele apenas está com medo. Tudo aconteceu muito rápido. Akane vai aprontar muito ainda para cima de vocês dois, portanto é necessário estarem preparados para enfrentá-la. – diz carinhosamente para mim.

– Como você sabe?

– Chegamos. Preciso ir falar com o Tsurugi. Kirino saiba que eu estou do lado de vocês, por isso sempre que precisar desabafar venha falar comigo. Sou amigo do Shindou, também, mas isso não me impede de ajudar ambos. Sei que está sofrendo, mas espere que Shindou consiga assimilar tudo para que vocês possam se resolver, está bem?

– Certo. Acho que você tem razão.

– É claro que sim. Até mais meu amigo. – fala Tenma sorrindo, logo em seguida sai me deixando com meus pensamentos.

Eu sabia que Tenma estava certo, mas ainda sim estava triste, magoado e ansioso. Shindou estava confuso e eu também. Eu já não sei mais o que é melhor para mim. Em apenas 15 dias eu devo dá a minha resposta ao senhor Fullbuster e eu nem ao menos sei se devo aceitar ou não. Pergunto-me desde quando as coisas se tornaram tão complicadas.

Retiro-me de meus devaneios e resolvo ir para a sala de aula. Em breve o sinal tocaria e eu não estava com vontade de conversar com ninguém nesse momento.

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POV Takuto Shindou

Eu estava confuso e arrasado. Sabia que o que eu estava fazendo com o Kirino não era o certo, mas eu não podia fazer nada enquanto eu não melhorasse meu estado emocional. Faz uma semana desde que tudo ocorreu e até agora não sei o que pensar e nem sei como agir.

Tenma, com sempre, continua do meu lado me apoiando. Ele melhor do que ninguém sabia que tudo o que eu menos precisava era de mais confusões, por esse motivo estava sempre detendo as garras de Akane. Mesmo depois de seu plano dá errado, a bruxa não parou de tentar fazer algo para que Kirino e eu ficássemos o mais longe possível um do outro. Ela com certeza deve considerar Tenma o seu pior pesadelo agora. O garoto não tem dó nem piedade quando o assunto é Akane. Ele parece sempre está um passo a frente da garota, o que a deixa furiosa.

– Shindou.

– Tenma. Algum problema?

– Acabo de conversar com Kirino.

– Olha, Tenma, eu...

– Tudo bem, Shindou, eu sei. Só quero saber se você já pensou no que vai fazer, agora que você desperdiçou uma semana. Faltam apenas 15 dias para Kirino dá a sua resposta. Já pensou nisso? – perguntou Tenma claramente preocupado.

– O quê? 15 dias? – Eu estava surpreso. Não havia pensado nisso.

– É, parece que o que eu temia está acontecendo. O tempo que você tem é precioso Shindou. Vocês precisam se acertar. Agora, mais do que nunca. – fala Tenma. O sinal de entrada soa altamente por toda a escola. Era hora de entrar na sala de aula. – Nos vemos depois.

Vamos para a sala de aula. E, em nenhum momento durante as primeiras aulas, eu conseguir me concentrar no que os professores diziam. Eu precisava de um plano para que o tempo que eu desperdicei ficasse ao meu favor. Sabia que Tenma me ajudaria no que fosse necessário, mas o plano deveria partir de mim.

Finalmente o intervalo havia chegado. Vejo Tenma ao longe junto com Tsurugi. Os dois haviam se acertado e isso me aliviava bastante. Quando eu ia chamar Tenma para conversar, Kirino chega primeiro. Tsurugi sai, deixando os dois sozinhos. Eu não entendia o motivo de Ranmaru ter se aproximado tanto de Tenma, mas sabia que não havia porque eu sentir ciúmes da relação dos dois. Minutos depois Kirino sai. E essa era a minha chance de contar a Tenma o meu mais novo plano.

– Tenma. – chamo.

– Shindou, tenho ótimas noticias. – fala Tenma sorrindo.

– O quê? – pergunto curioso.

– Faremos uma viagem escolar. Isso não é demais? – pergunta Tenma feliz e então sorrio também. Era uma ótima noticia. Finalmente faríamos a viagem que tanto queríamos. – Você terá uma grande oportunidade. Não a desperdice.

Tenma tinha razão. Era uma oportunidade única. Eu deveria aproveitar ao máximo a viagem para colocar meu plano em prática. Eu não podia deixar que a minha burrada acabasse com a chance de ter Kirino perto de mim.

– Serão quantos dias de viagem? – pergunto animado.

– 4 dias e 3 noites. Iremos a um risote nas montanhas próximas de Inazuma. Será demais! – responde alegre.

– Risote? Pensei que iríamos a um acampamento. – Eu havia estranhado, afinal, era isso que os alunos queriam.

– Sim. Parece que o risote é um pouco diferente dos tradicionais. Lá, os hospedes praticam várias brincadeiras e, na maioria das vezes, os ganhadores das brincadeiras podem aproveitar as fontes temais. Todos da minha sala estão animados. – fala Tenma com os olhos brilhando.

– Hum, interessante. Vou precisar da sua ajuda nessa viagem. Se tudo der certo, conseguirei convencer Kirino a continuar no Japão. – respondo.

– Claro pode falar. – Tenma responde animado com a possibilidade de tudo se resolver logo.

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POV Matsukaze Tenma

Shindou havia me explicado todo o seu plano. Eu precisaria está preparado para tudo. Eu sabia que a Akane ia aprontar muito nessa viagem. Só nesse tempo que o Shindou estava evitando o Kirino, eu tive muito trabalho com ela. Ela pode ser uma cobra, mas tenho que confessar que seus planos são muito bons. Não sei explicar, mas sinto que o pior ainda nem está próximo. Tudo o que Kirino e Shindou menos precisavam agora era que a bruxa atrapalhasse tudo.

– Certo, mas antes de qualquer coisa vá falar com o Kirino. – digo sério.

– Como? – pergunta surpreso.

– Isso mesmo. Se quiser que seu plano dê certo, você deve fazer as pazes com o Kirino. O passeio será sexta agora, por isso vai lá e peça desculpas para Kirino. Se não quiser falar sobre semana passada, apenas diga isso a ele. Agora vai lá! – falo empurrando Shindou sem dá chances dele contrariar algo.

– O que anda acontecendo? – pergunta alguém que reconheço muito bem.

– Já conversamos sobre isso Kyosuke.

– Eu sei, eu sei. Apenas estou preocupado com você, Matsukaze.

– Não precisa se preocupar. Tudo acabará bem.

– Eu também fico chateado com tantas pessoas envolvidas nessa história e eu ficar de fora disso. – ele começa a contar nos dedos às pessoas que estão envolvidas. – Shindou, Kirino, Akane, Kariya e você. Não acha que eu tenho direito de saber?

– Acho que quanto menos você estiver envolvido nessa história melhor. Como você já sabe, a Akane é perigosa. Não quero que corra riscos à toa. Além do mais, essa história está mais próxima do fim do que você imagina.

– O que quer dizer com isso? – pergunta Tsurugi confuso.

– Eu não consigo imaginar o que acontecerá, ainda, mas ao término da nossa excursão, saberei o que irá acontecer. Vamos deixar o destino guia-los, não é mesmo?

– Desde quando você se tornou tão misterioso? – pergunta Tsurugi sorrindo e surpreso ao mesmo tempo.

– Sério? Não sei. Quem sabe, não é mesmo? – falo sorrindo e sentando ao banco próximo de onde estávamos.

– Só tome cuidado com o que vai fazer. Não sei o que está acontecendo, mas saiba que estou do seu lado. Dou um sorriso e olho para o céu, incrivelmente lindo.

– Ora, ora, se não é Matsukaze Tenma?

– Ora, ora se não é a rainha das serpentes. – digo irônico. – O que você quer Akane?

– Nossa Tenma, não me trate assim. – fala se fingindo de ofendida. – quero apenas conversar.

– Por que não o deixa em paz, Akane? – pergunta Tsurugi com raiva.

– Não estou falando com você, Tsurugi. – responde Akane, ríspida.

Eu continuava a olhar para o céu e pedir um milagre. Minha paciência com a Akane estava mínima. Ela sabe como tirar uma pessoa do sério facilmente, mesmo com medo dessa pessoa. Apenas suspiro e respondo ainda olhando para cima.

– Tudo bem, Tsurugi. Deixe-me as sós com ela.

– Mas nem pensar. Essa garota é louca e problemática. – responde firmemente.

– Hey! – exclama a cobra. A ignoro e respondo a Tsurugi.

– Não precisa se preocupar. Sei como domar serpentes. Se ela me atacar, tirarei seu veneno. – falo sorrindo.

– Tenma...

– Vá Tsurugi. Está tudo bem. – falo e mesmo contra sua vontade ele sai.

– Até que fim ele saiu. – diz a cobra se sentando ao meu lado.

– Vamos, diga logo o que você quer, porque não estou com paciência para você. – respondo olhando em seus olhos.

– Uou, calminho. Só quero lhe dá um aviso. – responde levantando os braços em sinal de rendição.

– Me deixa adivinhar. – paro de falar e finjo está pensando em algo, em seguida falo ironicamente: – Eu devo fica longe de seus planos ou eu vou me dá mal. Ou será que é para eu me preparar para ver seu plano dá certo pela a primeira vez.

– Você quase acertou tudo. A única coisa errada é que não é a primeira vez que meu plano dá certo. – responde como se fosse a pessoa mais incrível do mundo.

– Errado. Seus planos nunca dão certo. Conseguir fazer com que Shindou e Kirino voltassem a se falar normalmente. Então, cobra, esquece de ter alguma chance de você ficar com o Shindou. – falo e começo a ri de sua cara de raiva ao saber que eles fizeram as pazes.

– O quê? Como assim? Impossível! Eles não voltariam a se falar. – diz atordoada.

– Esquece rainha das serpentes. Você jamais irá vencer, enquanto eu existir. Agora se me der licença eu tenho mais o que fazer do que tentar falar com serpentes. – digo saindo, rindo de sua cara.

Eu sabia que não iria ser fácil acabar com os planos de Akane e ajudar Shindou e Kirino, e muito menos se conseguiria, mas de uma coisa eu tenho certeza. Eu jamais desistiria sem lutar. Estou fazendo a minha parte, agora só depende dos dois para que tudo desse certo. A única coisa que me restava era rezar e torcer para que nenhum dos dois fizessem bobagens.

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"Ó poderoso amor! que por alguns respeitos transformas um animal em homem e por alguns outros, tornas um homem em animal." - William Shakespeare