E Se Não Tivéssemos Ido Para Os Jogos? escrita por Bia Vieira


Capítulo 17
Fraca




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Depois de tomar meu banho e esfriar a cabeça, me sento ao lado de Leance, que me oferece um sanduíche de atum - meu favorito e ele sabe disso porque uma vez ele ia comer um sanduíche de atum mas eu estava com tanta fome que acabamos caindo na briga só pra conseguir o sanduíche - e me dá um copo de suco de uva - meu favorito também -.

– Ah isso é tão bom... - disse ao comer um pedaço do sanduíche.

– Que isso, tá tendo alegria com comida? - ele ri.

– É porque não foi você que ficou dias sem comer e desacordado. - dou um tapa em seu braço.

– Quer ver tv?

Balanço a cabeça negativamente.

– Entendo... não quero te deixar triste mas o que fazemos agora?

– Precisamos procurar os Pacificadores e entregar minha mãe.

– Agora?

– É.

Leance me olha descordando da decisão, mas ele vai junto comigo, desarmado, pra não ter problemas.

Caminhamos na direção do Edifício de Justiça e as pessoas se afastam de mim com ódio e medo, até sei porquê. Dois motivos, o do ódio é porquê minha irmã perdeu e o medo é por causa do boato de eu ter matado meu pai.

Entro no Edifício de Justiça e procuro o Pacificador-Chefe, o encontramos e ele nos guia para sua sala. Digo tudo que aconteceu desde o dia em que fui pra casa e vi meu pai beijando Lynx Ludwig.

– Então você está fazendo uma denúncia contra sua própria mãe?

– É. - digo como se fosse a coisa mais natural do mundo.

– Nos desculpe, garota...

– Clove. - o corrijo. - Meu nome é Clove.

– Er... Clove, mas não podemos fazer nada sem provas.

– Eu sou testemunha - diz Leance -, a vi trancada dentro do porão e a tirei de lá.

– E como a tirou?

– Desarmei a mãe dela, que segurava uma faca, e cortei as cordas que estavam amarrando a Clove.

– Uma história muito bem inventada. - disse o Pacificador, bufando.

– Você não pode nem fazer uma investigação? - perguntou Leance.

– Não, temos outras coisas pra resolver.

– É, então se preocupe com suas "coisas" - digo quase gritando - e deixe que minha mãe tente me matar novamente! Ela quer me matar por causa do assassinato do meu pai e sim eu o enterrei fora do distrito mas isso foi porque ela estava me dizendo que ele tentou matá-la! Sei que estou errada e sei que mereço uma punição mas pro favor a prendam antes que ela tente matar a mãe do Cato por causa dessa traição!

Meus olhos esão aguados mas logo eu engulo o choro.

– Você quer mesmo que ela seja presa? - ele pergunta.

– Sim.

– E porque?

– Porquê ela está errada e mesmo sofrendo ela tem de ser punida, assim como eu por ter enterrado o corpo do meu pai depois da cerca...

– Você não será punida já que a denunciou. Faremos uma investigação e a mandaremos para um manicômio na Capital caso isso que você falou está certo. Se me lembro bem você disse que ela te injetou algo extremamente forte para te apagar por dias, certo?

– Sim.

– Então venha comigo. - ele me levou até um hospital próximo dalí, eu e Leance o acompanhamos calados, até que para um Pacificador ele foi compreensível... mas eu precisei gritar pra conseguir isso.

Fomos para uma sala onde tiraram uma boa parte do meu sangue, eu já estava fraca, agora estou mais ainda! Os médicos disseram que teria que ficar uma noite no hospital até o resultado do exame de sangue sair. Leance prometeu que ficaria lá comigo.

Uma enfermeira um pouco idosa me colocou em um quarto. Pronto, estou internada graças a babaquice da minha mãe. O exame pra ver que tipo de substância ela me injetou só sai amanhã e eu tenho que ficar no hospital internada sob observação.

– Lenace. - digo enquanto a médica injeta uma agulha no meu braço.

– O que foi? - ele pergunta desligando o telefone do hospital. - Acabei de avisar a minha mãe que ficarei aqui com você.

– Ok, eu só queria dizer que é mais do que sua obrigação você estar aqui comigo. - sorrio e ele também.

– Eu sei, tudo pela minha irmãzinha.

Meu sorriso desapareceu enquanto a médica saía. Lembrei de Bianca ao dizer "imrãzinha".

– Ah, Clove, me desculpe...

– Tá, tá, não foi por mal.

– Vou comprar alguma coisa pra eu comer tá? Fica aí... pera.

– É né, não posso sair daqui! Vai logo.

Ele saiu em busca de um salgadinho pra intupir as árterias dele.

Leance havia deixado a porta aberta, bem não vou morrer se levantar pra fechar. Me levanto e caminho até a porta e quando vou fechá-la eu vejo alguém conhecido.

– Cato. - sussurro e me escondo deixando um pouco meu olho a mostra.

Cato estava no hospital e ele estava sem camisa...

Ui.... Controle-seClove!

Ele ainda estava com o tórax enfaixado e falando com um médico. Nossa, ele é da altura do médico... também né com 18 anos já não é anormal ser alto.

Ele olhou pra mim e eu rapidamente voltei a cama. Droga ele me viu! Cato não quer me ver nem pintada! Mas ouço passos... deve ser o médico.

– Clove? - Cato abre um pouco a porta e vejo que seu braço está um pouco vermelho, bem próximo ao ombro.

Cato anda na minha direção, como se não tivéssemos brigado nem nada.

– Achei que você iria atrás de mim.

– Mesmo que eu quisesse eu não pude. Minha mãe me trancou no porão.

– Oque?! - ele se sentou na minha cama e me olhou desesperado.

– Logo depois que nós brigamos, ela me injetou alguma coisa que me fez apagar e me prendeu no porão, fiquei quanto tempo sem aparecer desde que... falei aquelas coisas?

– Quase uma semana.

Meus olhos saltaram. Uma semana?! Não era a toa que eu estava morta de fome! Estou mais magra do que o normal.

– E porque está aqui?

– Os médicos vão tentar identificar que substância ela injetou em mim. E você, o que faz aqui?

Cato passa a mão direita no ombro esquerdo e faz uma cara de um pouco doído.

– Fui atrás de você hoje e sua mãe me recebeu com água quente e bem... coitada das minhas costas.

Ele se virou e pude ver que ele estava com as costas vermelhas.

– Cato, me desculpe é que minha mãe tá louca e bem com tudo que tá acontecendo ela te odeia e odeia sua mãe.

– Tudo bem. - ele diz se virando. - Não é sua culpa e... meus pêsames pela sua irmã.

– Pêsames? Ué porque não me odeia como o resto do distrito?

– Ninguém te odeia, Clove, só estão com medo.

– É mas isso vai acabar logo.

– E como vai acabar? Não quero saber que você virou Avox.

– Não... eu já denunciei minha mãe.

– AH que bom, quer dizer, é ruim ou bom?

– Os dois, ela pode ser um monstro mas ainda é minha mãe.

Essa frase me fez refletir, ela é minha mãe, ela me fez passar fome e me apagou por volta de 1 semana e eu continuo a amando... é estranho, sim, mas não posso negar que eu amo minha mãe, por mais que ela tenha feito tudo isso.


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Notas finais do capítulo

Ficou fraquênho mas vai melhorar no próximo, que tal mais ação e umas cicatrizes na Clove e na mãe dela? ÉÉÉÉ vai ser daora >:D
O título combinou com esse capítulo, mas o próximo vai ser melhor