E Se Não Tivéssemos Ido Para Os Jogos? escrita por Bia Vieira


Capítulo 18
Matar ou não matar?




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Cato me olhou sério, senti tanta falta daqueles olhos azuis...

- Seja qual for sua escolha, vou te ajudar.

- Não preciso de ajuda, eu consigo fazer isso sozinha.

- Deixa de ser orgulhosa! 

- Deixa de se achar superior, eu consigo! - digo duramente. - Me... desculpa eu... eu tenho ficado tensa...

- Você pediu desculpas. - vi um sorriso pequeno.

- É...

- A orgulhosa pediu desculpa.

- Vou retirar as desculpas.

- Não precisa.

Fiquei brincando enquanto enrolava os dedos no lençol e esperando ele dizer alguma coisa.

- Eu achei que você estava bravo comigo pelo que eu te disse naquele dia.

- Eu ainda tô bravo.

- Porque não me trata mal então?

- Porquê... porquê eu não tenho força pra menosprezar agora.

- Ui, o Cato fortão sem forças?

- E a orgulhosa pedindo desculpas.

Nós dois rimos um pouco baixo e lembramos de como éramos antes de conhecermos melhor um ao outro.

- Nós mudamos muito, não foi? - digo.

- É... eu sempre fui meio brincalhão mas confesso que não gostava de você antes de te conhecer direito.

- Nem eu de você.

- Ah mas isso era óbvio! Eu sei lá, te achava muito fria e fechada.

- É que eu sou diferente.

- Isso que eu admiro em você, só isso...

Rio e dou uns tapas nele.

- Bem isso e suas pernas né, pra uma novinha...

- Cato! - bato no braço dele que não tá queimado.

- Ué somos praticamente namorado e você queria que eu olhasse pra onde?! 

- Interior.

- Não sou cirurgião pra ver você por dentro... - bato nele de novo.

- Você me entendeu!

Rimos mais... acho que nunca ri tanto com Cato como hoje.

- Melhor eu ir falar com o médico. - disse ele.

- Ok... boa sorte com a queimadura.

- Valeu, Baixinha.

Ele se aproxima e dá um beijo na minha bochecha. Era bom... até eu ver que Leance estava na porta.

- Boa noite, Clove. - disse ele enquanto saia.

- Boa noite, Cato.

Leance assenti pro Cato e ele entra na sala e senta numa cadeira perto a cama.

- Então...

- O que?

O olhar dele é malicioso, sim eu sei o que ele quis dizer.

- Você e o brutamontes do Cato?

- Não exatamente...

- Ele só beija na bochecha das garotas que ele tá pegando ou da irmã dele.

- É mas...

- Para de guardar segredo!

- Ok, ok! Eu e o Cato estamos quase... namo...

- Namorando?

- É.

- Owwwwwwnnnn amiga, que lindo! - ele fala como uma garota e eu rio.

- Me deixa, eu quero dormir...

- Incrível como você ficou dias dormindo e quer dormir mais?!

- Sim.

- Impressionante, durma Garota das Facas.

- Ok, amiga. - sorrio e ele retribui.

Me ajeito e durmo com facilidade.

Estou correndo... correndo pra longe... muito longe.

Vai perder. Os bestantes dizem... bestante fala?

Corra, Clove! Muitas vozes dizem isso ao mesmo tempo, eu me assusto. Está escuro e eu estou correndo na direção da cerca. Acabo dando um parkour estranho fazendo com que eu ande pela cerca sem ser eletrocutada, eu pulo ela e continuo viva... até ver a população zumbi.

Clove... eles me chamam.

Não tenho pra onde ir, apenas vejo Cato-zumbi vindo na minha direção e começo a gritar. Cato se aproxima e me dá um beijo que na verdade me faz mal...

Estou caindo.

- Pro seu bem... - uma voz suave e calma sussurra.

Abro os olhos e vejo com muita lerdeza que há alguém em cima de mim. Meu pesadelo voltou. 

Minha mãe está em cima de mim.

Estou tonta.

- Veneno de teleguiadas, muito bom, não? - ela diz.

- Leance... - digo.

- Ah ele foi muito bobo em ir ao banheiro, agora que está trancado lá, não tem como sair.

- Sua... louca.

Tento tirá-la de cima de mim mas é tão difícil, eu estou tonta, zonza... prestes a desmaiar.

- Agora que você está quase parada, é o meu golpe final.

Vejo ela tirar uma foice prateada, consigo ver meu relfexo nela e apenas vejo um olhar zonzo e um cabelo bagunçado.

- Adeus, filha.

Ela aproxima a foice do meu pescoço e eu me debato mesmo que seja lentamente.

- Oh... não dificulte, você vai pro céu, prometo.

- E você pro inferno.

Quem disse isso? Não fui eu... Leance? Impossível ele tá no banheiro trancado... um médico?

Vejo um loiro com a costela enfaixada empurrando minha mãe longe.

- Minhas costas ardem por sua causa! - ele diz com raiva.

- Saia daqui!

Recomponho as forças e levanto, é agora. É agora que eu escolho entre duas opções que não serão boas pra mim futuramente.

Matar ou não matar?


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Notas finais do capítulo

Chegando no final :((((( talvez tenha uma continuação mas seria bem pequena até o final da fanfic eu aviso.
No próximo tem muita ação e no final, um romance lindjo!