– Para vocês dois! - Lola gritou em desespero - Meu Deus! Ninguém vai fazer nada? Seus bando de inúteis!

Ela começou a puxar Nathan de cima de Justin, que agora estava com o rosto coberto de sangue. Lola torcia para que não fosse dele, na verdade de nenhum dos dois.

Lola não gostava de brigas. Tinha certas coisas em sua vida que foi construída por brigas, e isso não a agradava. Com tudo aquilo acontecendo, mesmo não digerindo muito bem por conta da bebida, se sentia culpada. Pois se não tivesse bebido tanto, se tivesse ouvido Nathan quando ele disse a ela para maneirar na bebida isso tudo não estivera acontecendo naquele momento. Mas agora era muito tarde pra chorar pelo leito derramado, não é? Lola voltou pra vida real e saiu do “mundo de seus pensamentos” por um momento. Aquilo ainda não tinha acabado!

- Já chega, vocês vão se soltar por bem ou por mal. – Lola agora tomou força e tirou com tudo Nathan de cima de Justin, que agora se encontrava todo machucado, seu rostinho de anjo não estava tão perfeito assim... 

- Vocês dois estão malucos? Tudo bem que dissemos coisas que não precisava, mas brigar? Por favor né! 

- Ah! Agora a culpa é minha não é? Sendo que foi você mesmo que começou me dando um tapa. – Justin tinha razão, infelizmente.

- Tudo bem, isso não importa. – Lola realmente não queria saber de quem era a culpa naquele momento, muito menos discutir sobre isso. – Venha aqui Justin, me deixa eu te ajudar. – Lola decidiu ajudar Justin, já que Nathan fez Justin parecer um “franguinho” naquele momento...

Enquanto todos olhavam com ares de risos para o circo que os 3 tinham arrumado ali, Lola não se importava. Tratou de pegar Justin apoiando-o em seus ombros (com dificuldade, já que Lola não era uma das meninas mais forte dali) e levando-o pra fora daquele lugar. 

Enquanto ia pra fora dali, lembrou na sensação que sentira horas atrás. A sensação de receio, de um certo medo do que iria acontecer naquela noite. Será que aquele sentimento foi um aviso? Lembrou também de como sua noite estava perfeita, e como de uma hora pra outra tudo desmoronou. 

- Tudo bem, eu estou bem. – Justin disse tentando sair dos cuidados de Lola. Mas sua tentativa foi em vão, não tinha forças o suficiente. 

- Ei,pare de ser intocável Justin! Deixe-me te ajudar. Você está péssimo... E aliás, foi eu que te coloquei nessa e sou eu que irei te tirar daqui. 

-Como assim? Não foi sua culpa... Teria brigado com qualquer babaca que tentasse dar em cima da garota que eu estivesse junto. –Agora ele a encarava.

-Não é bem assim... Se eu não tivesse bebido tanto e ficado de graça, nada disso teria acontecido. Por isso quero que me desculpe, estou arrependida. – As palavras de Lola eram verdadeiras, e esperava uma resposta diferente da que viria a seguir

- Pensando bem, não te desculpo não! – Justin estava com um ar de riso agora. Como ele conseguia? Sendo que ele estava praticamente um morto-vivo

-  Ei! Não vai querer levar outro tapa não é? – Lola entrou na brincadeira também, aliás o clima antes estava meio pesado e queria aliviar as coisas.

- Aposto que mesmo do jeito que estou, ganho de você. 

- Engraçadinho. Mas sério, vamos embora daqui? Irei te levar pra casa.

- Pode ser então. Mas antes de ir não vai querer falar tchau pro seu namoradinho? – Justin tentou segurar a risada. Lola apenas ignorou revirando os olhos e dando de ombros. Naquele momento só uma pessoa lhe importava,e essa pessoa não era ninguém mais do que Justin. 

Lola decidiu ir dirigindo enquanto Justin mostrava o caminho de sua casa para a mesma. O caminho foi um pouco silencioso, Lola não tinha assunto pra falar naquele momento e parece que Justin também não.

-Chegamos,é aqui. – Justin disse encarando sua casa, que por sinal era linda. Aliás,muito chic aos olhos de Lola.

-Nossa! Que casão hein...

-Magina, agora só espere aqui dentro do carro. Não saia. Não enquanto eu te mandar sair.

- O senhor que manda então né...

Justin saiu do carro com um pouco de dificuldade e foi até a porta de Lola. Justin era realmente um cavalheiro ou só fingia ser um? Enfim, Justin abriu a porta para Lola sair. Assim fez Lola, agora com um sorriso em seu rosto.

- Agora vamos entrar logo, antes que um policial pare aqui e veja você dirigindo meio alcoolizada. Já dentro da casa, Lola já foi sentando no sofá maravilhoso encontrado no meio da sala. Ela não resistiu.

-Só com esse sofá eu estava feita na vida. – Lola dizia se esparramando no sofá.

- Hmmmmmm, é bom eu tomar cuidado com você... Vai que você inventa de roubar meu sofá – Justin agora se encontrava mais tranqüilo.

- É bom mesmo viu! – riu. -Por acaso você tem algodão ou alguma coisa pra que eu possa cuidar desses seus machucados?

-Tem, vou pegar. Espere ai. – Justin deu de ombros e entrou em um quartinho não muito longe da sala onde eles estavam.

Enquanto Justin ia pegar as coisas,Lola resolveu dar uma volta na casa pra ver os quadros pendurados na parede. Tinha bastante fotos de um menininho todo fofo, deduziu que fosse Justin. Também tinha fotos de sua mãe e família, onde se encontrava uma família bem feliz... Seus avós pareciam amá-lo bastante. Andando um pouco mais pra frente viu uma foto de Justin com uma garota -bonita por sinal-. Pareciam namorados... Mas espera? Justin namorando? Ele não a disse nada... Será que a menina que ele se encontrou hoje na festa era ela? Porque bem, como estavam longe não deu para vê-la direito. Sentiu uma coisa diferente, parecido com... ciúmes?! Resolveu parar de pensar naquilo e nem tinha percebido que Justin estava atrás dela.

-Olhando minhas fotos é? –Ele a encarava

-Você era um menino muito fofo sabia? Não sei o que aconteceu com você por crescer e ficar assim... –Lola estava brincando, claro. Sabia que aquilo não era verdade...

-Assim como? Gostoso? Ah é claro... – Riu. Lola ia perguntar pra ele quem era a garota da foto, mas achou melhor não.

-Enfim, me passe essas coisas que a dona enfermeira aqui vai cuidar de você

- Nossa! Adoro enfermeiras! – O sorriso de Justin agora era malicioso.

-Bobão.

Lola cuidou direitinho de Justin. Com o maior cuidado do mundo porque se não o bebêzão reclamava de dor. Justin estava gostando daquilo, ver Lola pertinho dele e se dedicando só a ele fazia ele se sentir bem... Se sentir importante.

-Pronto, terminei. Limpei o mais critico mas não ficou lá essas coisas... – Agora Lola não tinha mais nada pra fazer ao não ser encarar aqueles lindos olhos nos quais Justin tinha. Foram se aproximando até ficarem próximos –até demais- estavam tão próximos que eram capazes de sentir os gritos de sede um do outro. Quando estavam pra se beijar, Lola lembrou da foto de Justin com a menina misteriosa, pensou que fosse eles beijarem sendo que Justin tinha namorada. Se colocou no lugar da menina e pensou que não gostaria de ver outra aos beijos com seu namorado... No mesmo instante Lola se distanciou;

-O que foi?! –Justin estava ofegante, pois queria que aquele momento não acabasse antes que ele pudesse encostar seus lábios nos dela.

-Posso te fazer uma pergunta? –Lola não se conteu. –Você tem namorada? – Lola agora não o encarava,apenas olhava pro chão. 

-O que? Claro que não! –Justin não estava entendendo nada

-Então quem é aquela garota da foto com você?

-Que foto? – Lola no mesmo instante apontou para o quadro – Ah! Essa já foi uma namorada minha,Caitlin... Mas não é mais! Minha mãe gosta de guardar essa foto porque além da gente não estar junto, ela é bem próxima da família... –Lola sabendo disso se sentia arrependida de ter impedido o beijo. Ela não conseguia falar nada, estava envergonhada de mais pra isso. Justin por outro lado também não sabia o que falar... O silencio estava consumindo os dois e aquela cena estava começando a ficar constrangedora. 

-Se importa se eu tomar banho? –Justin disse.

-Claro que não, enquanto você se banha vou fazer alguma coisa pra gente comer.

- Pode ser- Justin deu de ombros pra ir ao banheiro que ficava pra cima das escadasEnquanto Justin tomava banho, Lola foi pra geladeira pra escolher o que iria fazer. Péssima escolha, aliás aquela geladeira estava cheia de coisas deliciosas! Resolveu então fazer o mais prático e simples: panqueca americana com mel. 

-Hmm que cheiro bom. – Justin disse chegando na cozinha.

Lola terminou sua panqueca e os dois comeram, algumas conversas bobas rolavam enquanto comiam, mas bobas mesmo... Como: Porque o céu é azul? Justin chegou na conclusão que se o céu fosse rosa seria feminino demais, por isso o mundo e o céu era dos homens. Lola discordou... 

Vai dormir aqui essa noite? –Justin encarava Lola

-Posso? Se bem que meu pai vai me matar amanhã, mas tudo bem... –Terminaram de comer e subiram as escadas pra ir para o quarto de Justin.

-Sua mãe não se importa se eu dormir aqui? 

-Claro que não. Aliás,ela nem vai ficar sabendo... Ela saiu pra uma viagem com o um tal de Scooter, não me pergunte o porque pois não sei. 

Lola se sentia um pouco incomodada de estar dormindo na casa de um garoto, porque bem, não fazia muitos dias que ela estava naquela cidade... 

-Tome essa blusa aqui pra dormir, ou prefere dormir com o seu vestido mesmo? –Justin disse pegando uma blusa azul do guarda-roupa. 

-Melhor não, me passa a blusa aí JayB. 

Lola foi até o banheiro vestir a camisa na qual nela parecia um vestido. Era cumprido,mas curto suficiente para parecer suas pernas... Sexy,não? Lola voltou para o quarto encontrando Justin sem camisa. Foi o suficiente para Lola perder a noção e viajar de barquinho naquelas ondas turbulentas do tanquinho de Justin. Ficou paralisada na porta,pensando se entrava ou não. 

-Entre, não sou mulher que não pode ficar sem camisa na frente de seu sexo oposto – Justin soltou uma risada.

-Será? –Lola disse tentando provocar Justin

-Aé? Vou te mostrar a mulherzinha. –Justin não deixou por menos, começou a correr atrás de Lola. Correram quase a casa inteira até chegar novamente no quarto,onde Lola tropeçou caindo no chão e Justin caindo em cima dela. Eles agora estavam próximos, suas respirações a milímetros de distancia, os dois se encontravam sérios agora. Sérios por desviar seus olhar para a boca de cada um. Os dois lembraram do seu “quase beijo” de algum momento atrás. Agora nenhum dos dois tinha motivos para parar aquele beijo,nada podia impedi-los. Lola já fechando o olho por esperar o beijo de Justin, ouviu alguma coisa vibrar na mesa. Era o seu celular tocando. (Meu Deus! Como é difícil eles se beijarem!)

-Melhor eu ir atender- Lola disse enquanto voltava a si e Justin saindo de cima da mesma.

-Alô? Onde você está? Com quem você está? Está tudo bem? – Lola reconheceu a voz.

-Calma,pai. Eu estou bem e estou aqui na casa do Justin.

-Casa? Justin? Vocês não iam sair? Quero que volte pra casa. – Seu pai parecia bravo.

-Pare de perguntas e eu não vou voltar pra casa agora. Falei para Justin que iria dormir aqui. – Lola não queria saber a resposta de seu pai, desligou o celular na cara dele mesmo. Ela não iria voltar pra casa naquela noite. 

-Menina rebelde, desligou o celular na cara do pai... – Justin fazia piadinha dela.

-Pra você ver né – Lola soltou um risinho. – Que tal a gente ir dormir agora? Aliás, mesmo não parecendo agora já é 3:40 da manhã, e eu estou com sono. 

Assim fizeram, os dois deitaram na cama. Justin se acomodou dormindo de conchinha com Lola. Aquela cena era realmente como num filme de romance. Apesar das coisas que acontecera naquela noite, os dois pareciam feliz. Feliz por estarem juntos. Dormiram como um bebê. 

-Lola? –Lola sentia uma voz distante dali mas suficiente para que ela reconhecesse a voz. – Lola? Você morreu? –Agora esse alguém a chaqualhava. 

-Oi? –Lola abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi o rosto de Justin, no qual estava iluminado pois estava na frente do sol. Ele parecia um anjo. –Estou acordada – Lola tentava se levantar – Que horas são? 

-São exatamente 15:35 –Justin olhava em seu relógio agora.

-O que? Eu preciso voltar pra casa! – Lola agora se apressava, correu para o banheiro para tirar a roupa de Justin e colocar a sua. Lavou seu rosto e se trocou o mais rápido possível. 

-Tenho que ir, mais tarde você me liga ou eu te ligo? –Lola disse já saindo do banheiro e descendo as escadas para chegar até a porta. 

-Eu te ligo. Vou pensar em alguma coisa pra gente fazer hoje ou amanhã.

-Não sendo uma boate, por mim tudo bem... Não quero chegar perto de uma tão cedo. –Lola agora estava perto da porta. A abriu e deu de cara com uma pessoa que ela não esperava que estivesse ali. Ficou paralisada...