Jennifer colocou um vestido curto vermelho, uma sandália dourada e prendeu os cabelos em um coque. Passou uma maquiagem e um perfume, pegou uma bolsa e saiu do quarto enquanto Madeline estava no banho. Estava esperando o elevador chegar quando escutou Luke a chamar.

- Oi. - Ela disse sorrindo. Ele olhou de cima a baixo a loira e lambeu os lábios.

- Posso saber aonde está indo?

- Não é da sua conta, mas sim, pode. Eu estarei indo jantar com uma amiga.

- Amiga? No feminino?

- Sim. - Ela disse, rindo. Ambos entraram no elevador e ela clicou no botão que os levaria ao hall.

- Ela deve ser uma boa amiga, você sabe, para se vestir assim.

- Faz algum tempo que não a vejo e eu quis impressioná-la.

- Bom você conseguiu. - Ele disse, beijando o pescoço nu da garota e arrepiando-a.

- Eu realmente preciso ir. - Ela disse quando viu o elevador abrir. Irene viu a cena e congelou. Aquele é Luke Berrigan? Jennifer está com mais problemas que eu imaginava.

- Então, quem é sua amiga? - Pediu Luke. Jennifer apenas riu e saiu em direção a Adler.

Só posso estar com muito azar. Pensou Luke, abrindo um sorriso e cumprimentando a mulher. Um prazer em revê-la, Irene Adler.

Irene disse ao táxi para levá-las a um restaurante chique no centro da cidade. Quando ambas descera, um homem abriu a porta dizendo:

- Mademoiselle.

Após fazerem os pedidos, alguma coisa com peixe para Jennifer, alguma coisa sem carne para Irene e um vinho para ambas, Jennifer abriu um sorriso e disse:

- Então Mrs. Adler, posso pedir o que deseja comigo? - Irene bebericou um pouco do vinho e sorriu.

- Soube sobre Davis.

- Ah. Não se preocupe.

- Eu creio que deveria. Davis Turner pode ser muito esperto. Eu... Bem, Sherlock ajudou-me bastante e nunca tive a oportunidade de retribuir. Acredito que seria uma ótima maneira de fazê-lo. Sabe, lhe ajudar.

- Está oferecendo sua ajuda para mim, Mrs. Adler? - Ela sorriu, concordando.

- Pois bem, eu queria, e muito, dizer-te que recuso. Porém, tenho pessoas para proteger e ainda não sei como fazê-lo daqui. Seria de muita utilidade se protegesse John e Mary, Lestrade e Mrs. Hudson.

- Será um prazer. Entretanto espero que saiba de uma coisa: terei de fazer isso escondida.

- É de meu conhecimento que foi banida extra oficialmente do país por Mycroft. Sim, será de grande ajuda.

Houve um silêncio de alguns poucos minutos, e então a comida chegou, mudando o rumo do assunto para coisas mais frívolas.

- Soube sobre o serial killer também. - Disse Irene, abrindo um sorriso.

- Você é muito bem informada... Alguma dica sobre ele, também? - Ela negou.

- Mas tenho uma dica sobre Luke Berrigan. - Jennifer se surpreendeu, encarando a mulher que se levantava, colocando o dinheiro sobre a mesa. - Fuja. - E então ela saiu.

Jennifer Mars era outra incógnita igual ao velho Sherlock Holmes que, recentemente, ela descobriu que estava vivo. Havia sido um encontro muito sem querer, ele parecia estar fugindo do parque do rio Serpentine, levava uma arma junto de si.

- Sherlock? Sherlock Holmes! Eu não acredito, não mesmo. - Disse Irene, agarrando o moreno e empurrando-o para um beco.

- Mrs. Adler. - Disse ele, calmamente.

- Vivo! Você está vivo. Por acaso você viu Jennifer esses tempo? Porque eu vi e ela não está nada bem. Acho que você sabe como é quando uma pessoa que você ama finge que está morta.

- Foi... preciso e, como com a senhorita, não é um estado permanente. - Ambos se sentaram em um café, na mesa mais escondida do lugar. Sherlock explicou o porque havia feito o que fez e como havia feito o que fez.

O tempo passou e já fazia uma hora que estavam ali, conversando no café. O celular de Sherlock soou. Era Mycroft.

- Tenho que ir, mas... Irene você faria um favor a mim? - A morena se surpreendeu e concordou.

- Davis... um homem que... Ele estupro Jennifer. - ela não sabia disso, não sabia que a jovem já havia visto o pior do mundo. - ele escapou da prisão. E ele quer vingança. Eu não posso protegê-la sempre, não fora da cidade e agora eu terei que entrar na investigação de um serial killer... Eu sei que ela vai ir para Brighton e eu peço... eu imploro que a proteja. - Irene sorriu, concordando.

- Farei o que está em meu alcance Sherlock. E uma boa morte, seja até quando ela durar.

Agora Irene sabia que ele devia voltar, e o mais rápido o possível. Aquele garoto... Luke Berrigan... Aquele menino era problema e se, Jennifer não seguisse seu conselho e não se afastasse dele a única pessoa que poderia interferir era Holmes. E o que quer que fosse que Luke desejasse de Jennifer, não era bom.

Não pode ser coisa boa... Ele é filho daquele homem... Irene, ao invés de cumprir o que prometeu a Jennifer, foi em direção ao hotel que ficava perto do lugar que a loira estava e pegou o celular, discando o numero de Sherlock:

- Irene? Jennifer... Aconteceu alguma coisa com ela? - Ela riu, sabendo que nunca mais reconquistaria o coração daquele homem, mas nem desejava mais o Holmes mais novo. Já o outro Holmes... Bem, isso não vem ao caso.

- Não, ela está perfeitamente bem. E bem acompanhada. - O moreno torceu o rosto. - E esse é o problema... Holmes o garoto que está tentando conquistá-la é... - Alguém tirou o telefone das mãos da mulher.

- Mr. Holmes? Ora, eu achei que estivesse morto! Uma pena, minha vingança parecia tão promissora com a loira Mars... Mas o que posso fazer? Destrui-la, com toda certeza, causará mais danos do que matá-lo. Uma boa noite, Sherlock Holmes. - Luke Berrigan desligou o telefone e sorriu para Irene.

- Precisamos ter uma conversa, Mrs. Adler... Bem longe daqui. - E então algum homem tampou-lhe a boca com um pano empapado com éter fazendo a morena apagar.

Agora o jogo havia ficado muito mais promissor.