Annie e Finnick - Do Começo Ao Fim escrita por siren chanelle


Capítulo 9
Beirando a loucura.


Notas iniciais do capítulo

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Eu não consiguia abrir meus olhos. Não consiguia me mover. Mas eu estava consciente. Podia ovir um barulho irritante e agudo, acompanhando as batidas freneticas do meu coração. Ouvi alguém chamando por mim. Eu tentei responder, mas minha voz não saía e meus lábios não se moviam, apenas o meu coração batia mais rápido e aquele barulho irritante se tornou algo frenético. Então eu apaguei, novamente.
    Não sei quanto tempo depois eu acordei e dessa vez consigi abrir meus olhos. Meu corpo estava nú, debaixo de um lençol, e haviam fios que entram em minhas veias. Esses fios pareciam se mexer, tomando a forma de cobras que entravam nos meus braços. Eu comecei a gritar, aterrorizada, mas nada melhorou. Muito pelo contrário, as coisas só pioraram.O lençol parecia me apertar, fazer com que eu ficasse sem ar, até que eu sinti algo frio entrando pelas minhas veias e eu apaguei, de novo.
    Finalmente, estava livre. Estava usando um vestido azul, minhas unhas estavam pintadas na mesma cor do vestido. Me senti livre das cobras nos meus braços. Não havia lençol nenhum me cobrindo. Eu me levantei da cama e me diriji até uma porta. Ela estava aberta. Eu senti um tanto de medo antes de sair dali. Procurei olhar em volta e ter certeza de que não havia ninguém. Mas, lá estava ele, o único que eu podia confiar. Aquele pelo qual eu estivera lutando.
    - Annie?!- Ele correu para chegar a mim, e eu fiz o mesmo para chegar a ele.
    - Finnick! - Isso soou entre um grito de pânico e alegria.
    Finalmente me encontrei com ele. Pulei em seus braços, passando os meus atrás de seu pescoço. Ele me abraçou pela cintura e eu finalmente senti paz.
    - Você está bem? - Ele aliviou um pouco seus braços para que eu olhasse em seus olhos.
    Eu não respondi. Apenas encarei aqueles olhos verdes e várias coisas se passaram pela minha cabeça.
    - Onde eu estou? - Perguntei à ele.
    Onde eu esava? Que sala era aquela? Por que eu não ouvia o barulho do mar? Por que eu não estava em casa? O que estava acontecendo?
    Me afastei alguns centímetros dele e ouvi um barulho. Não um barulho qualquer. O barulho de um canhão, misturado com gritos, depois água.
    - Não - Coloquei as mãos em meus ouvidos, tentando me livrar daquele som perturbados. Eles me lembravam... Eles me lembravam os Jogos Vorazes.
    Sim! Eu cabara de sair dos Jogos Vorazes.
    Gargantas cortadas, gritos de desespero, a busca por comida, a sede, o medo, o sangue de Domun, seu corpo sem cabeça.
    Eu gritei alto, tentando me livrar daquela sensação, tentando fazer com que o grito fosse mais alto do que aqueles sons em minha cabeça. Mas eles não paravam. Não paravam, não paravam. Eu caí de joelhos do chão e fechei os olhos com força, tremendo de medo, até que alguém tirou as mãos dos meus ouvidos.
    - Annie - Alguém dizia, mas eu ainda estava gritando demais para poder ouví-lo - Annie - Ele tenta de novo, com a voz calma. Eu parei de gritar, mas continuei naquele estado deplorável - Annie, abra os olhos.
    Eu tive medo de fazê-lo. Tive medo do que iria encontrar. Tive medo de tudo. Mas, mesmo assim eu abri meus olhos e me deparei com um par de olhos verdes, como o mar.
    - Eu estou aqui - Disse Finnick - Está tudo bem.
    Eu enterrei meu rosto em seu peito e comecei a chorar. A princípio, Finnick não soube o que fazer, mas depois ele me abraçou e fez um carinho na minha cabeça. Deixei que as lágrimas viessem acompanhadas de soluços e desespero. Fiquei chorando ali por um tempo, enquanto Finnick dizia coisas doces para que eu me acalmasse.
    - Nada vai te machucar, Annie. Eu estou aqui.
    Ouvi passos, mas não me soltei do homem que me protegia e ele não parou de falar aquelas coisas doces.
    - Ela tem a entrevista - Disse uma mulher.
    Eu não me virei para ver quem era. Devia ser alguma aberração colorida da Capital. Me passou pela cabeça que, talvez, eu fosse forçada a ir a entrevista com Caesar Flickerman. Mas eu não queria. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, teria de enfrentá-la, mas não naquele momento. Agarrei a blusa de Finnick com as mãos e senti que eu estava tremendo mais ainda.
    - Ela não pode ir outro dia? - Perguntou ele.
    - Desculpe, senhor Odair, mas acredito que o senhor ja conhece o precodimento.
    Finnick respirou fundo, o que só fez com que o meu pânico crescesse.
    - Não - Eu olhei nos olhos deles e algumas lágrimas frias brotaram de meus olhos - Finnick, não! Por favor, Finn.
    Ele me abraçou mais forte, para que eu parasse de tremer.
    - Ela não pode dar a entrevista nesse estado - Finnick estava ficando nervoso e seu tom de voz foi crescendo mais e mais - Diga a essas pessoas que elas vão esperar. Que elas já esperaram muito e já viram todo o sangue que elas queria. Um dia ou dois não vai fazer a menor diferença.
    Ao final da sentença, Finnick já estava gritando com a mulher. Ela não disse nada, apenas ouvi seus passos indo para longe. Eu fiquei um pouco mais tranquila.
    - Vem - Finnick se levatnou e me trouxe consigo - Vamos para o apartamento.
    - Eu quero ir para casa - Eu me levantei e agarrei o braço dele - Não posso mais ficar aqui.
    - Sh, Sh - Ele beijou minha testa - É só mais um dia, e a gente vai para casa, Annie.
    Me virei para olhar em seus olhos. Eles não estavam sérios, mas transpareciam raiva. Não de mim. Da Capital, provavelmente. Então ele disse algo que me tranquilizou:
    - Eu prometo.


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