Annie e Finnick - Do Começo Ao Fim escrita por siren chanelle


Capítulo 8
Tsunami




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    Instantaneamente, levei minhas mãos aos ouvidos, tentando bloquear aquele som macabro. Não queria ouvi-lo. Ele representava a morte do garoto que me ajudara até aquele momento e da garota que ainda me encarava. Ambos mortos. Os Jogos Vorazes eram muito piores do que eu imaginava.
    Tive que sair debaixo do corpo frio de Domun e arrumar outro lugar para me esconder. Me escondia em árvores, em pedras, em arbustos e debaixo da água.    
    Três dias se passaram e eu havia comido apenas um pedaço de pão que roubei de uma garota ainda viva na arena. Tive a sorte de me esconder antes dela me ver. Eu já estava ficando extremamente fraca, mal conseguia andar. Eu fiquei perto do rio. As vezes alguns tributos iam para lá, e eu me escondia deles, morrendo de medo de morrer. Eu tentava ver se eles tinham alguma comida, mas eles sempre apareciam de mãos vazias. Durante esses dias, o canhão soou repentinas vezes, e durante a noite eu ficava fazendo as contas de quem havia morrido. Glivess estava morta, assim como Coheen e alguns outros tributos. Eu não sabia exatamente quem eram. Segundo as minhas contas, apenas quatro de nós estavam vivos. Toda vez que o canhão soava, eu cobria meus ouvidos, lembrando do sangue de Domun em meu rosto.
    Eu já não tinha mais forças para me mover. A manhã chegou e eu tentei me levantar, mas cai todas vezes que tentei. Estava fraca. Não sabia o que podia ou o que não podia comer da floresta. Não sabia caçar ou montar arapucas. Me arrastei até o rio e bebi um pouco de sua água. Como se eu pudesse espantar minha fome com ela. Então o menos esperado aconteceu: Um paraquedas parou bem ao meu lado. Eu o abri rapidamente e lá estavam dois pães quentinhos, feitos no distrito 4, uma maçã e um peixe...
    Peixe para o distrito 4. Como você é Original.
    Me lembrei do que disse a Finnick na noite em que cheguei a Capital.
    Finnick. Aquela devia ser uma maneira dele dizer como estava cuidando de mim.
    - Obrigada, Finn - Olhei para o céu, como se ele estivesse lá.
    A primeira coisa que fiz foi comer o peixe. Ele tinha um molho agridoce. Isso só comprou que era Finnick quem havia me mandado. Senti um aperto no coração. Senti saudade. Queria sentir os braços de Finnick em volta de mim de novo.
    Terminei o peixe e comi um pão. Resolvi guardar o resto para mais tarde.
    Logo eu já me senti mais forte. Então me levantei e resolvi aprender alguma coisa em relação a comida. Não podia abusar de Finnick. Eu tinha de lutar. Tinha de voltar para ele.
    Um tremor no chão. Estava bem pequeno, mas em questão de segundos, aumentou. Aumentou muito. Ouvi alguns gritos e um barulho de água. Parecia algo como chuva. Depois algo como uma cachoeira. Então eu vi o que era: Um monte de água. Uma onda enorme vindo em minha direção.
   


    Quando dei por mim, já estava submersa, lutando para buscar um pouco de ar. Não sabia se estava indo para cima ou para baixo. Aquela onda gigante me atingiu de maneira tão forte que eu me perdi de mim mesma por alguns segundos, e quando dei por mim, precisava de oxigênio.
    Finalmente cheguei a superfície e quando puxei ar para respirar, meus pulmões chegaram a doer.
    Mas algo me puxou para baixo. Um pouco de água entrou em meus pulmões, por conta da surpresa. Algo me puxou mais para o fundo, e finalmente me soltou. Vi um corpo passar por mim e ir em direção do oxigênio. Eu fiz o mesmo e nadei para me afastar da pessoa que estava ali. Mas ela me pegou de novo, pela perna. Dessa vez, eu não submergi.
    - Você não morreu!
    Era Drix. Ele tinha tanta raiva nos olhos que me fez dar um grito de pânico. Ele se segurou em mim para não se afogar, e me levou para baixo, junto consigo. Eu lutei para me livrar dele e quando finalmente consegui, fui para longe. Pude perceber que ele tinha atras de mim, nadando desajeitadamente. Foi aí que eu me lembrei de algo. Me lembrei do que fiz com Finnick.
    Ei, esse podia ser um bom ataque na arena.
    Vi que Drix estava a longos centímetros de mim, e quando estava perto o suficiente, pulei sobre ele para submergi-lo. Ele lutou contra mim e finalmente voltou a superfície, mas não por muito tempo. Eu o submergi de novo, e de novo e de novo. Ele se debata violentamente e me levava para baixo várias vezes. Até que ele não aguentou mais e seu corpo parou de se debater. O rapaz perdeu a consciência, mas eu o manti submerso pois não tinha certeza de que ele estava morto.
    Seu corpo foi ficando geldo e o meu foi ficando cansado. A onda me levava para longe. Eu não tinha ideia para onde. Meus olhos foram se fechando. Eu tentei lutar para deixá-los abertos, mas estava muito cansada.
    Parecia que minhas pálpebras pesavam uma tonelada. Eu pisquei uma vez. Pisquei duas. E na ultima vez, pude ver um aerodeslisador diante do céu, sobre mim.


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