Os Cahill... No Brasil escrita por Lua


Capítulo 19
Cap 19 Encontro quem procuro


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas que querem me matar!
*aceno*



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Estava desesperado. Havia meses (talvez anos?) que a Mary tinha sido sequestrada. Estava sentado a frente de uma mesa com uma enorme papelada de informações - verdadeiras ou não - que tinha obtido sobre o paradeiro de Mary em minha incessavel busca. Me sentianovamente na caça pelas 39 pistas. Porém, desta vez, o que estava em jogo não era o mundo - era o motivo de eu estar nele. Certo, talvez eu esteja exagerando. Um pouquinho. E só.

Desde a Mary entrar na minha vida, eu mudei. E todos a minha volta perceberam isso. Lembro muito bem de Amy (em umade suas crises de louca - constantes - pondo todas as culpas possiveis em Mary)comentando:

– Cadê o Dan irritante, brincalhão e infantil de antes? Culpa da Mary, como sempre. - ela havia suspirado - A Mary te mudou. E muito. Se não estiver ao lado dela, não sorri mais.

Fiquei com medo dela estar certa.

Ian já havia partido para Londres. Não poderia permanecer muito tempo em terras brasileiras. Ele informou o motivo, mas minha mente se concentrava em Mary e sua localização. E da urgência de encontra-la.

Na mesa, entre os variaveis papeis, encontrei um panfleto de um famoso restaurante em Brasilia. Outback. Minha barriga clamou por comida. Levantei-me determinado a ir até o tal restaurante. Comida seria uma boa. Meu peso estava relativamente baixo em comparação ao "pré-sequestro-de-Mary". Claro, a Amy não parava de me lembrar disso. Sacrifiquei sono e comida pela procura de Mary. E já estava ficando sem esperanças. Talvez nunca iria encontra-la.

Enquanto passava pela porta de saida da Base, uma mão segurou meu pulso.

– Para onde você está indo? - a voz preucupada de Amy ressoou atrás de mim.

Me virei e respondi:

– Estou com fome. Estou indo para o tal de Outback.

Ela me encarava perguntando com os olhos qual era a conexão de Mary a isso.

– Eu estar com fome não é culpa da Mary. - ela me encarou ainda em duvida. - Vai falar com seu cabrito, vai. - mandei assim que oservei que ela segurava um celular na mão vazia.

– Não é o Ian. - ela disse baixinho como se sentisse vergonha, soltando meu pulso quase roxo.

– Evan. - deduzi, saindo logo em seguida e deixando para trás uma Amy vermelha.

Passei pelo portão e segui até o tal restaurante. Já conhecia Brasília de cabo a rabo de tanto vagar pelas ruas com um enorme desejo de esbarrar com ela por aí. Ou que ela caia do céu nos meus braços. Como eu era ridiculo. Como se ao virar a esquina, eu a encontraria.

Nisso, virei uma pequena curva para entrar em um beco entra dois prédios antigos, pegandod um atalho. Um dos prédios me chamara a atenção. Era cmpletamente antigo. A portaria do tal prédio era de marmore negro e era protegido por um vidro rachado e... aquilo que eu vi foi dois olhos?

A curiosidade me fez aproximar e ali estava uma testa palida e um par de olhos acima do marmore escuro que cercava a localização do tal porteiro que me observava pelo vidro.

Quando dei um passo a frente, a tez branca desaparecera. Estava ficando louco ou aquilo era um fantasma?

Decidido que estava ficando louco de fome, meu senso mandava eu retomar meu caminho até o restaurante, mas meus pés não obedeceram o comando e seguiram até a porta da portaria.

Estava destrancada e a maçaneta estava amassada. Fechei os olhos e abri a porta. Ao abrir os olhos, desejei fecha-los de novo, mas não conseguia.

Uma menina. Palida. Todos os pelos brancos. Provavelmente era albina. Estava - eh,hã - despida (foi a melhor palavra qu encontrei) e se encostava na parede abraçada as pernas com os olhos apoiado nos joelhos. O que foi ótimo, assim não pude ver mais do que o necessário. Seu cabelo era longo. Chegava a parecer transparente.

Dei uns pasos até a menina e fiquei em sua frente. Eu me odiava por estar olhando-a daquele jeito, mas não conseguia parar de olhar. Algo nela era familiar.

Então, lentamente, a menina levantou um pouco o rosto - o bastante para ver seus olhos.

Cheios de ódio. Cheios de tristeza.

Só conhecia um olho daquele jeito.

– Mary? - perguntei me ajoelhando a sua frente, sem crença alguma. A busca tinha acabado? Finalmente a encontrei?

Ela permaneceu me observando em silêncio.

– Mary?! - coloquei a mão sobre seu ombro. Gelado. Tirei minha blusa e coloquei sobre seus ombros.

Ela continuou a me encarar. Então me toquei.

– Certo. - disse me virando de costa.

Minutos depois senti duas mãos nas minhas costas que passaram por baixo dos meus braços e me abraçam fortemente. Percebi que ela tentava não por força em seu abraço, mas já era o suficientemente forte. Ouvia gemidos de choro baixinhos atrás me mim, lagrimas escoregaram palas minhas costas agora a mostra.

Girei no meu próprio eixo e a abracei. 

Não sabia quanto tempo havia se passado, mas o abraço começou a afroxar. Ela se desgrudou de mim e apenas disse:

- Se contar para alguém que chorei, você que vai chorar após ter sido defenestrado por mim.

Essa era a fria e direta Mary. Minha fria e direta Mary.

Comecei a observa-la melhor, agora que ela vestia minha blusa. A blusa não tampava exatamente, bem, os gluteos, mas era grande o suficiente para eu poder olha-la. Cabelos e sombracelhas loiras. Ela perdera todo o pigmento do corpo. Porém seus olhos continuavam como antes, e com a pela tão alva, sua profundidão de negritude se destacava muito mais. Desci o olho um pouco mais. Como ela vestia miha camisa, ainda parecia a Mary de sempre: com suas blusas largas e masculinas. Tentei não prestar muita atenção nessa parte e desci um pouco mais o olhar. Suas pernas estavam definidas como se estivesse passado todo esse tempo dessaparecida malhando.

Ela percebeu que eu a analizava e então puxou a blusa para baixo, tentando esconder parte de sua coxa. Mas aquele ato não ajudou em nada. Ao puxar a blusa para baixo, ela se apertou mais envolta do corpo e então pude perceber coisas que não tinha visto antes. Ela tinha cintura! Tinha cintura! Sei que eu não deviria estar todo surpreso, mas eu tinha me acostumado com as roupas GG nela, que a dava imprensão de reta. Mostrou que ela já tinha... hã... seios. Não muito grande, mas mostrara sua presença. E, uh, seu quadril era relativamente largo. Entendi por que a blusa não tinha dado certo naquela area.

Eu acho que ao fazer isso, meus olhos devem ter saltado da orbita, por que a Mary tinha ficado vermelha. Primeira vez que a via realmente invergonhada.

Fiquei com raiva de mim mesmo. Primeiramente, por não ter percebido tudo isso nela antes. E também por - caso ela só estivesse assim agora - ter perdido seu... desenvolvimento. E também me odiava por ter deixado ela com vergonha.

- Me desculpe. - foi a unica coisa que consegui dizer.

Ela me encarou ainda vermelha e acho que ela entendera a mensagem então respondeu:

- Tudo bem.

Então eu me toquei em como eu a levaria para a Base. Ela não podia ser aquela mulher super bonita, mas tinha sua beleza. E acima de tudo, acho que vai ser a unica ao andar pela rua com apenas uma blusa de proteção.

Não, eu não deixaria outros verem o que eu vi.

- Vou ligar para Amy vir nos buscar. - ela continuou olhando pro chão ainda vermelha. Coloquei a mão no bolso da calça. - Her. Esqueci o celular.

Mary apenas deu de ombros e sentou-se de joelho no chão.

- Podiamos ir andando. - ela sussurrou para o chão. - Talvez não estejamos tão longe.

- Estamos relativamente perto, mas... Ir com você assim? - meu comentario a deixou mais vermelha, se é que isso era posssivel a uma morena que se tornou albina. - Desculpa. - me sentei ao seu lado.

Permanecemos em silêncio até ela falar:

- Você gostou?

- Do que? - tinha medo de ser o que eu pensava.

- Você... gostou do que viu?

Olhei incredulo para ela. Era o que eu pensava. E ela continuava de cabeça baixa, escondendo sua vermelhidão.

- Er... Sim? - aquilo era mais uma pergunta do que resposta.

Ela me olhou desfiadora. Queria saber a verdade.

- Sim. Você está... incrivel. Sempre foi.

Acho que vira um pequeno sorriso em seus lábios.

- Por que a pergunta? - perguntei depois de um tempo a observando. Era dificil não se perder em, uh, pensamentos observando-a. Princialmente daquele jeito.

- Eu mudei um pouco desde a ultima vez que te vi. Queria saber se te agradava.

- Você sempre foi bonita. - essa frase não a fez sorrir como eu esperava. - Você não se acha bonita?

- Bem. Sempre me vira como... aberração. Um monstro.

-  Mais you non a aberraçon. - tentei falar com o meu melhor português, o que a fez rir. Adorei escutar a a sua risada. Voltei a falar em minha lingua natal. - Você é incrivel.  Por dentro. - toquei de leve a ponta de seu nariz. - E com toda a certeza por fora. - Nessa hora tentei desviar o olho de suas pernas dobradas como "pernas de índio". Acho que ela percebeu. Mas dessa vez não se incomodou apenas apoiou sua cabeça em meu colo.

Eu meio que me senti num deja vu, porém dessa vez tinha nenhuma franja tampando a testa. Seu cabelo agora estava relativamente grande. E não tinha nenhuma espinha intrusa em sua testa, apenas uma tez que aparentava ser de pocelana. 

- Como vamos, então? - ela me despertou dos meus pensamentos. Percebi que de agora em diante ia ser muito dificil prestar atenção com a Mary perto de mim. Ou deitada em mim.

- Her. Podemos ir de noite. Acho que estara menos movimentado.

- Então já podemos ir. - disse ela se levantando. Me levantei também e reparei que a lua já estava resplandecendo no céu.

- Pois é. Podemos ir. - concordei.

Saimos da portaria e deparamos com um beco vazio. Atravessamos o beco em que tinha andado no mesmo dia mais cedo e deparamos com uns três garotos andando de skate. Mary estava na minha frente e os garotos pararam e começaram a observa-la maliciosamente. Senti meu rosto quente e fui até a frente da Mary tampando-a e a abracei e segui o resto do caminho assim: eu abraçando-a e encarando qualquer um a minha frente e ela descendo a blusa - o que não melhorava muito a situação, como eu já tinha comentado.

- Olha só. Quem está vivo sempre aparece.

Ao ouvir essa voz, Mary estremeceu. Não queria olhar para trás. Isso significava expor Mary, algo que eu não estava disposto a fazer.

Ouvi Mary sossurar para o meu tórax:

- Meredith.


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Notas finais do capítulo

Bem, obrigado por não me abandonarem! (NÃO ME MATEM!!!)
Bruna Andrade, valeu pela recomendação! (NÃO ME MATE!!!)
E tchauzinho! (NÃO ME MATEM!!!)