Os Cahill... No Brasil escrita por Lua


Capítulo 11
Cap 11 De volta ao passado


Notas iniciais do capítulo

Aviso: Eu não vou poder postar mais tão frequentemente assim como eu posto. . . ~não me matem~
Particulamente acho esse o capítulo menos bosta até agora (tá legal, o sete foi fofo, mas todos os meus capítulos são uma bosta mesmo. . .), então espero que gostem!
Daqui pra frente a historia fica boa de verdade, vai ter muito suspense e me gusta suspense! /O/



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Mary~

Cheguei no meu quarto e tranquei a porta com os muitos cadeados que antes estavam no meu alojamento. Me joguei literalmente na cama de barriga para cima. Foi um milagre eu não ter dado uma crise naquelas duas noites com o Dan. Acho que ele me acalmava. Estava esparramada em minha cama com braços e pernas abertas, parecendo uma estrela. Olhava fixamente para o teto enquanto balançava os pés com o peso dos coturnos.

Por que tudo tinha que ser tão difícil? Por que o Dan complicava tudo? Por que simplesmente não aceitava que aquela anja que ele conheceu não era eu de verdade? Pensava em todas essas perguntas. Ele nunca entenderia. Eu era... Bem, simplesmente não era normal e pronto!

Foi um erro meu começar a pensar nisso. Como sempre, assim que lembrava do passado, me prendia a eles, como se voltasse no tempo. De um modo sempre estava lá, mas eu conseguia ver toda a cena desenrolar ao meu lado. A imagem do teto mofado do meu quarto mudou para o meu passado.

Andava por entre um campo de flores. Avistei a mim mesmo um pouco ao longe, na época devia ter uns 6 anos de idade. Passeio do orfanato. Sentei-me no chão com relevos irregular em um ângulo que conseguia enxergar todo o campo. Eu odiava voltar ao passado, mas se foi, vamos continuar. Já tentara antes interferir, avisar a mim mesmo sobre o meu futuro. Mas eu era apenas um fantasma. Me acostumei com a ideia – que antes me assustava – de conseguir voltar ao passado de forma tão realista assim.

Vi que corria ofegante para a direita da visão do meu local de observação. Não gostara daquele dia, mas não tinha nada a fazer senão olhar.

Eu (de 6 anos) segurava três livros, um fino e dois igualmente grossos, um vaso de cera, um caderno de desenho, caixas de giz e lápis de cor, partituras musicais e, sobre a cabeça, uma caixa velha de sapatos cheia de engrenagens e outras bugigangas enferrujadas.

Nunca tive amigas no orfanato, mas aquilo não me incomodava. As palavras me confortavam. Embaixo da minha cama tinha inúmeros livros que furtava das feiras e vendas por quais passávamos em passeios. E partituras de musicas que de algum modo sempre conseguia entender. Juntamente com cadernos, utensílios de desenhos e peças de telefones antigos, tudo quanto era tipo de bugiganga. Por isso Meredith se impressionou tanto quando eu mostrei a ela o que eu li na Bíblia, pois eu sempre faltava às aulas do orfanato. Ficava no meu quarto, aproveitando a solidão para ler, desenhar, escrever e criar objetos que guardava embaixo da minha cama, como tudo aquilo que queria que ninguém visse. Nunca precisei que alguém me ensinasse a ler ou escrever. Aprendi sozinha, como tudo que sabia.

Nunca antes fui pega. Sempre me afastava do grupo de órfãs – que nem notavam minha falta afinal me odiavam – nos passeios e conseguia furtar, tão facilmente, que às vezes pensava que todos me viam roubando, mas deixavam a pobre órfã sair ilesa. Sempre voltava ao orfanato cedo e assim que Meredith chegava com as outras meninas, mentia dizendo que não fui pro passeio do dia.

Mas eu nunca era pega, antes daquele dia.

Vi Meredith chegando correndo atrás de mim desesperada gritando que eu era um monstro. Hoje eu não teria discordado, mas na época só me virava botava a língua para fora e voltava a correr de novo.

Naquele passeio conseguira roubar muita coisa para a minha coleção, até que Meredith percebeu minha falta e encontrou-me voltando para o orfanato antes de todas. Quando a avistei não precisei nem pensar duas vezes: comecei a correr. Corri mais ou menos por uma hora e já estávamos bem longe da cidade, mas não demonstrava cansaço. Isso porque eu não estava cansada. Poderia correr por mais duas horas e continuaria sem deixar nada cair das minhas mãos (ou cabeça) ou suar. Mas para a minha surpresa, pisei com força em um galho cheio de espinhos. Cai de cara no chão gemendo de dor. Comecei a juntar todas as minhas coisas espalhadas pelo chão. Foi difícil, pois para me mexer tinha de me arrastar no chão e o capim era alto, impossibilitando de ver qualquer coisa no chão (tipo um galho cheio de espinhos). Meredith se
aproximava.

Até que vi uma pedra. Ela tinha o comprimento da minha coxa, largura de duas e peso de umas 100 delas. Ou era o que parecia quando a pedra acertou a Meredith na barriga, derrubando-a como pino de boliche. Para mim, a pedra parecia tão leve como uma mesa (apesar, que também é algo bem leve pra mim).

Meredith estava no chão, com a mão na barriga, respirando
com muita dificuldade e gemendo de dor. Queria ir ajuda-la, mas assim que levantei pisei de novo meu pé naquele maldito galho, me derrubando no chão. Olhei a minha volta procurando algo que me podia ser útil. Avistei uma senhora se aproximando. Olhando com afeto para Meredith, já para mim, como se eu fosse m monstro por conseguir jogar uma pedra daquela estatura. No inicio daquele esmo ano, quando completara 6 anos, descobrira a minha tamanha força. E naquele dia descobrira que não me cansava facilmente como os outros e a minha força estava maior. Eu não era normal.

A senhora caminhou até a mim com raiva estampada nos olhos e...

Balancei a cabeça, fechando os olhos. Não queria ver a continuação daquele dia maldito. A cicatriz do meu pé direito latejava com a lembrança do corte. Comecei a pensar em outras coisas de modo que voltasse pro presente no meu quarto. Base Principal, Carlos, Lucas, Amy, Dan... Dan? Outro erro.

A minha volta no passado era tão realista que conseguia sentir o capim alto de onde sentara. Mas o solo onde estava mudou. Ficou frio e duro. Abri os olhos. Brancura total. Me levantei. Estava na enfermaria do condomínio madrigal. Vi duas pessoas – um menino com ar de infantilidade no rosto deitado e uma menina com aparência de rebelde sentada ao seu lado. Eles seguravam a mão do outro. Os dois com sorrisos bobos na cara.

- Agora vai dormir – a menina disse. – Eu te acordo amanhã de manhã e vamos conhecer tudo que sua irmã já conheceu enquanto dormia. – eu estava com a cara de boba daquele jeito mesmo?

- Só durmo se você prometer não sair daqui e não soltar a minha mão até eu acordar.

- Prometo.

Fechei os olhos de novo. Não. O Dan, não. Já era difícil reverter a metamorfose. Comecei de novo mudar meus pensamentos de rumo.

Abri os olhos. NÃO!, pensei. Não. Esse dia também não. Quero voltar pro presente. Pro presente!

Mas eu não conseguia voltar para o meu quarto. Tentei viajar entre as minhas memórias como fizera antes. Mas também não conseguia. Pensei em tudo, até mesmo em Dan. Mas algo não me permitia sair daquela memória.

O dia em que descobrira toda a verdade sobre a minha vida.


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Notas finais do capítulo

Quem quer me matar por eu ter feito esse final justo nesse capítulo quando eu só vou poder postar o proximo capítulo mês que vem? Ç_Ç
Mas lembre-se que se me matarem não vai ter continuação, então, por favor, NÃO ME MATEM!
Até povo lindo que NÃO VAI ME MATAR!