Um Encontro Após O Outro escrita por PridePeople


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, fiquei mais um tempo sem net, mas aproveitei e fiz um capitulo mais bem produzido e encaixado (espero) pra que vcs realmente entrem na historia.



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... Ele tinha suas possibilidades com Talita... Já eu, tinha minhas infinitas possibilidades com o desconhecido que qualquer garota poderia querer...

Eu não contava muito com aquilo... Ele simplesmente me agarrou! Eu queria, mas realmente não conseguia me ver tão a mercê disto, tanto me dar ao desfrute de me entregar de tal forma.

_Porque você fez isso? – disse me desvencilhando dele, com uma raiva facilmente perceptível.

_Foi o que eu disse... – falou estranhando minha tal atitude, mas logo implantando aquele sorriso no rosto, novamente – Tínhamos que deixar algumas coisas claras para algumas pessoas... – disse agora se referindo à Vitor, que vinha apressado.

_Vocês...? – disse Vitor se voltando completamente a mim, talvez por nem quiser ver a face de seu suposto adversário.

_Estamos...? – disse me virando a Lucas, sem saber o que fazer ou dizer.

Lançou um olhar irônico a mim. E sussurrou algo que pareceu ser: “Te dei o benefício da dúvida?”. Quando entendi o que era, me pus irada.

_Não. – disse firme olhando irada ao maníaco do parque/psicopata/metido a irônico do Lucas – Não estamos tendo nada demais aqui, Vitor. – disse me virando a ele, mais irônica do que poderia ser, enquanto percebia o alívio de Vitor em contraponto com a ira de Talita, que aparecera bem na hora em que revelei tal coisa.

_Não é o que eu diria depois de um beijo daquele... – disse Talita querendo mais do que nunca não perder território com Vitor, e não querendo perde-lo para mim, o que justificava seu olhar de competitividade.

Competitividade que a esta altura do campeonato seria até que interessante... Ver a reação do Lucas... Finalmente ser o caçador ao invés da caça... Mas não era do meu feitio, fazer tal coisa.

_Realmente... – disse o maníaco numa concordância conveniente à Talita.

_Que conveniente... – disse me dirigindo ao possível psicopata.

_Haha! Você gosta e sente remorso por isso! – riu, e depois continuou – “Você não expressa o que sente! Isso é o que?! Medo?!” – disse fazendo as aspas, se referindo à situação do avião.

Decepcionante. Só pude instintivamente o olhar com uma agonizante e aguda cara de indignação.

Vitor parecia desanimado, talvez por ter percebido, que na realidade a mais recente afirmação do psicopata sobre mim, não se frustrava totalmente.

_Vitor, vamos deixa-los á sós. – disse Talita já o puxando.

Lucas parecia não saber o falar depois dali... O que eu obviamente estranhei... Será que ele se deu conta do que fez comigo?! Será que ele disse o que disse por impulso?! Sem ser friamente calculado?!

_Olha... – disse acariciando meu rosto levemente – não podia ver a menor possibilidade de ver você com outro... De vocês estarem juntos... – disse em tom de desabafo.

Eu cansara deste joguinho.

_Não importa. – disse farta, de costas a ele e indo embora.

_Eu te levo – disse tentando me acompanhar.

_Não. – disse fria continuando a andar firmemente.

_Não seja orgulhosa! – olha quem fala – Já vai chover... E tá ficando tarde... – disse olhando pro relógio em seu pulso.

_Já disse que não! – falei extremamente exausta de tudo aquilo, e indo embora.

Saí do shopping, e percebi que ele não vinha atrás de mim. Então finalmente tentei digerir que talvez não fosse para acontecer.

ooo

Ela parecia chateada pelo o que eu disse. E foi quando finalmente decidi: Aquilo havia de terminar, ali!

Decidi isto, enquanto a vi indo embora... Sozinha... Aquilo me parecia ridículo, mas a queria por perto, queria protege-la.

_Vitor! – gritei enquanto chegava perto de onde estava com ela e tirava a foto de Larissa com plenos 19 anos, da carteira. Estava com Vitor e Talita, que aparentemente, entrou de penetra na foto. Deve ter sido tirada em um quintal qualquer... Com uma rede laranja escuro e uma janela enorme.

_Fala cara. – disse segurando Talita pela mão. Nem pareciam amigos, como nós havíamos estabelecido conforme o plano.

_Vou parar com o plano... – disse completamente contrariado. Tinha tudo, tinha a fórmula para conquistá-la, jogá-la fora e magoá-la completamente, mas não podia!

_Finalmente! – disse Vitor em tom de alívio – Ela é uma garota legal, cara... – olhou para mim e a foto em que eu já olhara novamente, e continuou – Mas não é só por isso que você irá parar, não é meu caro? – disse irônico.

_Hum... – o olhei – Então, você me conhece?! – disse sarcástico.

Riram.

_Tá aqui ainda? – questionou – Vai trás dela, num vacila! – praticamente me empurrou.

Assenti com a cabeça, e saí triunfalmente, como àqueles galãs de TV que saem correndo atrás do seu amor. Logo quando percebi tal ‘roteiro’ me achei extremamente patético, mas nada tão relevante que fosse a ponto de me fazer parar de querê-la... O que eu realmente queria, era acabar com essa vingança, que ressurgiu depois de tempos sem que eu mal me lembrasse de tal possibilidade.

O fato de ela ter feito minha ‘família adotiva’ sofrer tanto sempre me incomodava profundamente. Quem percebia tal incômodo era Vitor, que se tornou um dos meus amigos de mais confiança, nos últimos tempos. Mas tinha lá seus defeitos, um dos piores era Talita. Que desde sempre ‘arrastava uma asa’ para ele, e ele sempre ficava em cima do muro, até que aceitou um pedido dela, e isso depois que Larissa já havia ‘sumido’.

Eu tive essa vontade repentina de vingança desde adolescência. Era imaturo, mas sobre isto era imparcial.

Enquanto dirigia pelo caminho, não pude torcer para que ela estivesse a pé, seria mais possível de achá-la. Apesar de que percebi que a casa dos “meus pais” era mais perto do aeroporto do que pensava.

Comecei a perceber as pessoas na rua, em meio ao farol fechado. Buscando algum aparente motivo para sair dali, voltar tanto ao aeroporto quanto a minha antiga vida, enquanto entreolhava novamente a tal foto, que achei uma semana depois, que a vi pela primeira vez, em meio a papéis e outras fotografias repletas de lembranças. No ônibus, ela me parecia familiar, eu já havia esquecido da vingança... Fui por coincidência passar um tempo aqui no Brasil, meu carro enguiçou logo naquele dia! Por isso meu percurso no ônibus. Realmente... Quanto mais eu penso, mais me convenço que devíamos nos conhecer.

_Essa sou eu! – exclamou apoiada na janela do meu caro, do lado do motorista.

_Oque? – a olhei espantado com o susto que me dera.

Ela correu para o lado do passageiro, abriu a porta e pôs o cinto enquanto sentava-se e fechava a porta do carro.

_Onde você estava? – perguntei.

_Estava indo para a casa dos meus pais. A pé... – olhou pra mim – Por quê?

_Estava te procurando.

_Hum... Você provavelmente quer me dizer algo... – disse olhando para a foto que estava com Vitor e Talita. – Vitor me ligou e disse que você estava me procurando de carro, e queria conversar comigo...

Eu tinha uma enorme confusão mental em volta de dois três questionamentos: Como eu falaria da vingança, como ela reagiria e se eu finalmente conseguiria dizer, o que eu realmente estava sentindo.

ooo

Quando entrei no carro o vi com uma foto minha. Eu estava com Vitor e Talita, que até ali, não me lembrava de ter realmente conhecido. Ela sempre dava em cima de Vitor, mas ele mesmo nunca havia aceitado qualquer pedido, até mesmo quando fui embora, eles ainda não haviam se acertado.

Lucas parecia procurar mentalmente, palavra para me dizer o que ele queria... Parecia frágil, e pela primeira vez, aparentava não se importar por estar em tal estado, na minha frente. Mas nossos pensamentos foram interrompidos por uma buzina de carro.

_O farol abriu... – resmungou – Já vou! – exclamou para o motorista atrás dele.

Silêncio.

_Vamos voltar ao passado... – disse a mim, acelerando e sorrindo ironicamente, mas percebi a confusão de sentimentos que rondavam suas expressões faciais, voltando a atenção ao volante... Algo mudara.

Me mantive quieta e o observava a cada movimento. Sua preocupação eminente me preocupava, então decidi deixa-lo me levar aonde fosse... Sendo onde fosse eu iria e naquele momento sei que não hesitaria, pois percebi: eu confiava nele. Percebi não... Foi mais pra ‘confissão’ do que percepção.

Eu vagava minha mente em torno do que era tão preocupante que ele queria me dizer. _Vamos até àquela casinha na árvore – apontou, mas logo percebendo a minha estranheza com a casa, continuou – sempre venho aqui para pensar... Conheço de várias madrugadas. – disse sorrindo.

Quando entrei, as madeiras rangendo me assustaram de primeira, mas me adaptei.

Ele sentou num lugar marcado com um ‘x’ enorme, no chão da casinha.

_Sente-se aqui. – disse indicando um espaço próximo a ele.

Me sentei com dificuldade. Perto havia uma janela que no momento, dava de cara para uma Lua cheia deslumbrante, de contraponto com a paisagem exótica do lugar. Poucas e distantes árvores, em volta daquela única. O céu estava quase que completamente estrelado.

No meio da escuridão, só conseguia-se ver com uma nitidez apropriada nossos olhos. No caso dele, duas esmeraldas, já levemente lacrimejadas, sem rumo, parecendo novamente buscar o que dizer ou fazer. Até que ele interrompeu meus pensamentos com um abraço inesperado.

Senti-lo novamente se tornara uma proeza... Correspondi ao abraço.

De repente ele me pegou pelo queixo, me fazendo – novamente – ficar sem ar. Parando extremamente próximo a mim, movimentando-se provavelmente para ficar de frente mim e me olhando nos olhos.

_Tenho algo pra te contar... – disse aparentemente angustiado.

Não sabia o que era, podia crer que ele se declararia a mim, e com tal possibilidade já sentia meu coração acelerado, e meu rosto imóvel com suas primeiras lágrimas já escorrendo. Não importava o lugar, era um lugar íntimo a ele. Aquilo só poderia me mostrar, que eu já lhe tinha adquirido sua total confiança para tal ato.

_Eu te odeio. – disse mudando sua expressão, ficando totalmente imóvel e sério. E obviamente atordoado.

Quando ouvi a palavra “odeio” no lugar do que pra mim seria “amo”, senti meu coração se dilacerando... Não conseguia dizer nada, absolutamente nada. E muito menos fazer alguma coisa. Aquilo foi contraditório a ponto de me deixar a mercê de qualquer coisa que ele dissesse ou fizesse... E naquele momento, não sabia o que fazer pensar ou dizer. Só sabia que instintivamente o amaria, querendo ou não...

Podendo ou não.


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