Um Encontro Após O Outro escrita por PridePeople


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

VALEU A PENA ESPERAR ? SIM ? NÃO ? DEIXA SUA OPINIÃO NOS REVIEWS, SERÁ ÓTIMO LÊ-LA E REFLETIR SOBRE ELA. ACREDITE, ME AJUDA E MUUITO SUA CONCEPÇÃO DA HISTÓRIA. (=



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“11 horas?! Nossa, que tarde...” – disse aquela garota com jeito de menina e gênio de mulher, enquanto ainda acordava sonolenta.

Estava de calça moletom verde, camisa branca escrita “ I S2 MY CAT” , que quando ela deu por si de tal frase, logo sorriu para Francis, seu amado e aparentemente faminto gato.

Ela caminhava em direção à prateleira com o intuito de pegar a comida de seu gato, quando o telefone tocou. “Quem será?!” – pensou a garota enquanto corria em direção a ele, já sabendo quem poderia ser.

~TELL ON~

_Eai, Lary! – disse Victor num sotaque fajuto de carioca.

_Nossa você?! – Larissa indagou – eu esperaria minha mãe, meu pai, até mesmo aquele Lucas, que me ligaria para fazer ameaças, menos você.

_Sei que você me ama e se lembra de mim. – disse com tom de indiferença.

_Talvez porque não faça nem uma semana que eu vim pro Brasil. – hesitou – algo nos brasileiros, me fascina.

_Deve ser o jeito deles... São bem receptivos. Muito mais legais que as pessoas daqui, todos muito secos... – continuou – Mas nós aqui já estamos com saudade.

_Também estou...

_Tá, eu digo! – a interrompeu bruscamente.

_Oque foi? – questionou ela.

_Não, é que todos estão morrendo de saudade de você, Lary... Mas eu já disse, que já disse isso a você, mas você sabe como eles são... E estamos bem, obrigado por perguntar. E você?

_Também estou...

Novamente foi interrompida, mas agora por um enorme estrondo do outro lado da linha.
_O que foi agora? – questionou apreensiva.

_Não, é o Lucas... Me viu falando com você e... – não ousou terminar.

_Ah... Ele me odeia, por acaso?! – indagou irônica.

_Deve ser. – disse Victor cabisbaixo – Não liga Lary...

_Ele nem me conhece... – deu de ombros a agora, mulher com jeitinho de menina mimada.

_É... Só os podres... – disse Victor em tom angustiante, por essa ser a verdade.

_Imagino o marketing que vocês fizeram de minha pessoa... – revirou os olhos, indiferente. Inclusive com seu gato, que já lhe pedia comida pelos olhos.

_Vou desligar. É caro manter contato com você, senhorita. – disse em tom gozador.

_Algumas coisas não têm preço, não é verdade?! – disse a garota rindo, com uma aparente hesitação.

_Haha! Sucesso por aí. – desligou sem esperar resposta.

~TELL OFF~

“Nossa...” – pensou ela enquanto colocava a comida do gato em seu respectivo potinho improvisado e depois lavou suas mãos.

“Será que aquele MULEQUE, me odeia mesmo?!” – riu com a possibilidade desta agora cruel dúvida. “Ele mal me conhece!” – pensou de novo, enquanto esperava que ele próprio a ligasse e a esclarecesse tudo... Que ele ligasse e a dissesse o motivo de tanto ódio.

“Não deve ser nada...” – pensou (tentou convencer-se), indo até a sala e ligava a TV com o controle, enquanto pegava a escova para pentear seus cabelos.

Ela já tinha muitas preocupações, como por exemplo, ir atrás de um emprego na área de enfermagem, fazer um cursinho pra variar, se estabelecer bem financeiramente agora no Brasil... Preocupações que pareciam amarrotar aquele minúsculo apartamento de solteiro em que vivia, o que logo indagaria mais uma meta: talvez mudar para uma casa.

Aquela garotinha vivia preocupada e ocupada... Sem nem muito tempo para pensar em seu futuro psicopata...

ooo

Aquela garota de uns anos atrás, nunca sequer pensaria em conhecê-lo realmente, e muito menos se apaixonar por ele! A partir do momento que ele reafirmou isso, esta memória voltou como num soco à mente e ao coração. Aquela era eu! Eu era assim! Mas não podia crer que ele ainda me odiasse tanto. Depois de tudo, pensar que o que ele me disse e fez, podia ser pura estratégia, me angustiava muito.

_Você quase magoou as únicas pessoas que me acolheram! – indagou Lucas, que agora sim, parecia o mesmo garoto que gostava de bater portas tanto quanto me odiar a anos atrás.

_Você não tem o direito de me julgar! – disse enquanto lágrimas repletas de desespero praticamente fluíam em meu rosto.

_você sabe o que é ver que em todo Natal, Ano Novo, toda festividade, sua família nunca se sentiria ou ficaria completamente feliz? E além do mais, por causa de uma... – hesitou.

_De uma oque? – me exaltei.

_Uma ingrata! – indagou e depois continuou – que nunca ligava, ou se preocupava, sempre esquecia aniversários, e botava a culpa sempre no trabalho por nunca nos visitar! – baixou a cabeça.

_Meu Deus... – meu desespero era perceptível em meu rosto – Você me odeia... – o olhei com medo agora do que ele pudesse fazer.

_Uma pessoa desprezível, que eu até havia tentado, substituí-la por diversas vezes, mas em todas, eles reparavam logo – respirou ofegante, mas continuou – e pediam que eu parasse com isto! Parasse de tentar substituir, ou preencher este vazio! Que você deixou em todos eles! – suas palavras, mesmo sendo a minha temida verdade, soavam como flechas em meu peito.

Me pus a chorar, recostada na parede daquela rangente casinha. Podia ouvir sua respiração, até mesmo a velocidade de seus batimentos. O silêncio era total. Só ouviam-se nossos choros e remorsos se transformando em lágrimas.

_Mas quando te vi... – respirou fundo – Algo havia mudado.

_Mudado? – disse agora sem saber mesmo o que esperar.

_Sim, a raiva e a angústia haviam voltado... E com mais intensidade... – desabafou.

_Ai, você teve a grande ideia de me enlouquecer, de se vingar por eles...

_Não... – sorriu irônico, me fazendo olhar em seus olhos, novamente.

_Não?! – incrível como perto dele eu era orgulhosa.

_No começo, era meio que isso, sim... Mas depois, acho que... – hesitou.

_Se apaixonou? – indaguei sem pensar, mas depois, me senti feliz por ter tido coragem.

_Realmente, é mais fácil concordar do que dizer... – disse encostando sua cabeça na minha – mas mesmo assim, eu digo...

Se parei de respirar por alguns instantes? Quase! Acho que queria guardar meu fôlego para as próximas coisas que viriam do meu psicopata.

Se aproximando mais ainda, me olhou nos olhos e disse:
_Uma dúvida. Qual seu encontro perfeito?

_Pôr do sol... Coca-Cola e... – hesitei, olhei nos olhos dele e continuei – Pôr do sol, Coca-Cola, meus olhos nos dele...

_Nos dele? – me interrompeu, ele realmente queria ouvir siso de mim.

_Nos meus olhos nos... – não sabia se finalmente estava pronta pra dizer.

_Nos meus? – interrompeu.

_ “Realmente, é mais fácil concordar do que dizer...” – ri fazendo as aspas, ironicamente.

Deixou seu rosto encostar ao lado do meu, enquanto se preparava para dizer algo... Algo que me fazia sentir quase a certeza que mudaria o rumo das coisas naquela já inesquecível noite.

_Não temos um Pôr do sol e nem um coca – riu - , mas temos uma lua, e espero que como pra mim, ter a pessoas que aprendi a parar de odiar e começar a amar, seja o suficiente. Não pra ser perfeito... – pegou meu rosto com as mãos, e enxugou com o dedo minha última lágrima de angústia daquela noite – E sim, inesquecível.

Disse me olhando profundamente nos olhos... Como eu já havia dito, quando ele me olha nos olhos, parece conseguir ver minha alma, e talvez por isso tudo tenha dado certo como deu.

Ele me beijou. Atrapalhando meus pensamentos, como de costume. E acho que foi o beijo que mais correspondi em toda minha vida até aquela noite... Com o beijo, ele destruiu toda e qualquer probabilidade de meu orgulho novamente se manifestar. E pela primeira vez, eu podia realmente crer, que se eu estivesse vulnerável, ele me protegeria.

Acho que sinceramente, não faz sentido contar o resto da noite. Francamente, porque pouquíssimas pessoas, como eu, acreditam em sonho. E foi exatamente o que foi. Foi como um lindo sonho.


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Notas finais do capítulo

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