O Legado Das Trevas escrita por caiofernandos
Notas iniciais do capítulo
Desculpem a demora! São as férias!
Apesar de já saber da existência do mundo bruxo e da magia, Tim Wattsbone estava fascinado com o que via. Havia sido eleito Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha um ano atrás, mas era a primeira vez que entrava no Ministério da Magia. Ao seu lado acompanhando-o, estava Elddir Olovram, o outro Primeiro-Ministro. Tim percebia como ele era respeitado e adorado pelos seus governados. Em apenas dois meses de governo, havia realizado reformas no mundo bruxo que agradam a população e recebeu elogios inclusive do Profeta Diário, que geralmente critica todos.
A cada homem e mulher que passava, Elddir cumprimentava, conversava e sorria. Sempre estava sorrindo. Fazia assim transparecer uma ideia de paz e de tranquilidade, mostrando que além de ser ministro era também um ser humano. Tim percebia tudo isso e também queria ter essa intimidade com seu povo
Seus olhos escuros passavam pelo local, observando tudo. Via os aviões de papel voando trazendo recados, bruxos e bruxas com chapéus pontudos saindo de lareiras e elevadores que andavam na horizontal e na vertical. Para ele, aquilo era tudo irreal e impossível. Toda a ideia de que os livros e filmes de fantasia podiam ser verdade ainda não havia sido assimilada por ele, mas tudo estava ali, na sua frente. Aquilo era verdade.
Os dois seguiram pelo Ministério até chegarem à sala do Ministro. Ao entrar, Elddir levantou sua varinha e, com um simples movimento da mão, puxou uma cadeira para seu convidado.
– Sente-se, por favor.
O outro se sentou. Observou os retratos na parede e viu os rostos dos outros Ministros. Eram tantos. Ficou impressionado como, por milhares de anos, conseguiram manter em segredo a magia. Apesar de que, de certa forma, ela sempre existiu, mesmo que implicitamente. Nos pequenos detalhes da vida.
Tim tinha seus cinquenta anos, cabelo grisalho e era forte. Era determinado e convicto nas suas opiniões. Já tinha alguma experiência em liderança, pois fora prefeito da cidade de Canterbury e havia diminuído os níveis de criminalidade, melhorado a infraestrutura e aumentado a expectativa de vida.
– Seja bem-vindo ao Ministério da Magia, sr. Wattsbone. – disse o bruxo, enquanto se sentava. – O que achou do Ministério?
– Inacreditável. De certo modo, senhor Olovram, toda a ideia de magia ainda parece surreal. É como um sonho, e parece que uma hora vou acordar e ver que tudo é mentira. – o outro sorriu.
– Digo o mesmo, apesar de já estar acostumado com tudo isso. Só soube de tudo aos 11 anos, quando recebi uma carta de Hogwarts – o outro fez uma expressão de desentendimento – A escola dos bruxos. Antes disso, vivi em um orfanato. Não cheguei a conhecer meus pais. Mas, de qualquer modo, vamos ao que importa. – sorrindo, abriu uma pasta, de onde saíram voando vários papéis. Eram fichas de trouxas.
Elddir esperou que as fichas caíssem na mesa e se organizassem. Enquanto isso, ele foi até outra bancada e pegou alguns jornais trouxas também. Colocou tudo na mesa para que o outro visse:
– Essas notícias – apontou para os jornais – mostram ataques a edifícios trouxas e não há causas. Essas fichas são de trouxas assassinados ou mortos por acidente durante o tempo do Lorde das Trevas. Recebi informações de que parentes e amigos das vítimas não encontraram causas para a morte nem para os ataques e se uniram em um grupo, que acredita na morte por forças sobrenaturais.
– Sim, isso é verdade. Desde a última década, houve a formação dos chamados Haeretici, uma sociedade secreta que crê na ideia do sobrenatural, mas é contra esse poder “divino”. Eles caçam pessoas acusadas de terem poderes mágicos e os queimam na fogueira.
– Esse é o ponto que queria chegar. Fui informado de cem mortes bruxas por parte desse grupo.
– Cem? Meus informantes relataram apenas vinte.
– Não esqueça que uso magia. Minhas informações são acuradas. Quero que tome uma iniciativa quanto a isso. Prenda todos os responsáveis.
– Já estamos em processo. No entanto, como disse, é uma sociedade secreta. Não é tão fácil encontrá-los.
– Use tudo o que tiver. Isso é de extrema importância.
– Não posso usar tudo. Creio que não chegou a sua informação, sr. Olovram, que o mundo está à beira de uma guerra e é preciso investir na indústria bélica. Não é minha culpa que um bruxo do mal causou todo esse estrago e agora eu tenho que arrumar. Além disso, eu também sou Primeiro-ministro, então, não me dê ordens! – ele estava gritando.
– Sr. Wattsbone, peço-lhe, por favor, que baixe a sua voz no meu escritório. Entendo sua situação, mas preciso me assegurar de que medidas serão tomadas.
– Elas serão. – o trouxa disse, sério.
– Se isso não se resolver, teremos uma guerra entre trouxas e bruxos. E isso é algo que não pode acontecer. Assunto encerrado!
– Entre.
O menino entrou no cômodo e logo se deparou com a figura de Verminon Colódio, vestido em seu traje preto, sentado e olhando diretamente para ele. O professor de Defesa contra as Artes das Trevas se levantou e se aproximou do menino. Sua careca brilhava com a luz do sol que vinha pelas janelas. O rosto continuava firme.
– Sr. Potter. Minerva me disse que viria. Devo admitir que estou impressionado com o que ouvi. Gostaria de poder ver também. – dizendo isso, fez um gesto com a varinha e dois bonecos apareceram em frente ao menino. – Estupore-os.
Alvo estava meio assustado. Não gostava muito do professor, mas não tinha escolha. “Estupore-os.” Que tipo de ordem é essa para um aluno do primeiro ano? Não falou mais nada, apenas mandou atacar. Bom, ele iria tentar. Tirou a varinha do bolso da veste e levantou-a em direção ao alvo.
– Estupefaça!
Nada. Respirou fundo e tentou de novo.
– Estupefaça!
Novamente, nada se moveu. O professor olhou-o com desprezo.
– Parece que eram apenas boatos. Você é apenas um aluno normal. E não é dos melhores, pelo visto. – Alvo começou a ficar estressado. – Vamos, saia daqui, tenho coisas melhores para fazer do que observar um feitiço estuporante falho.
O menino sentiu a raiva crescer dentro do seu peito. Não, não podia ser assim. Tinha que provar que era capaz. Fechou os olhos e se concentrou nesse sentimento agressivo. Transferiu toda a energia para a sua mão e novamente gritou:
– ESTUPEFAÇA!
Dessa vez, um jato de luz voou da varinha e não derrubou apenas um, mas os dois bonecos de treinamento. O professor não demonstrou reação.
– Como eu imaginava. O feitiço vem pelo sentimento exagerado.
– Como? – o aluno perguntou.
– Quando você tentou pela primeira vez, não funcionou. Mas quando te deixei com raiva, tenho certeza que sentiu uma energia dentro de você.
– Sim. - “Como ele sabia?”.
– Isso torna meu trabalho mais fácil. O que você precisa é aprender a controlar essa raiva, e induzir a magia a seu serviço. – se posicionou cinco metros longe do menino. – Vou te atacar. Defenda-se com Protego. Preparado? - Os dois levantaram as varinhas. – Expelliarmus.
– Protego! – a varinha saiu de sua mão e voou pelo quarto. Não funcionou.
– De novo! – levitou a arma do menino e a devolveu! – Concentre-se. Expelliarmus!
Treinaram por horas até o menino conseguir. Foi só uma vez. Ele se defendeu e devolveu o feitiço, fazendo a varinha do professor sair de sua mão.
– Muito bom, mas não é o suficiente. O tempo de hoje acabou. Teremos aulas semanais. Pode ir.
Ao sair, o menino notou uma espécie de sorriso no professor, como se estivesse satisfeito. Não podia ser, ele nunca estava satisfeito. Era um professor muito rígido e exigente. Mais, por incrível que pareça, começou a gostar dele. Saiu do lugar e foi até a Sala Comunal. Lá encontrou Beatrice, esperando-o.
– Como foi? – ela perguntou com um sorriso no rosto.
– Foi... – não sabia como descrever – produtivo.
Eles conversaram sobre isso e sobre outras coisas até que começou a ficar tarde. Foram dormir. Ao deitar na cama, Alvo ponderou sobre os acontecimentos até agora. As aulas, os feitiços, os amigos, etc. Gostava de tudo isso e estava indo tudo bem. Até agora.
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