O Legado Das Trevas escrita por caiofernandos


Capítulo 4
Capítulo 3 - O perdido foi achado




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Mal o sol saiu no céu naquela manhã, Alvo já estava acordado. Era o único acordado naquela hora, os outros quatro meninos do seu quarto ainda dormiam profundamente. Como havia perdido o sono, decidiu se levantar. Começava agora o seu segundo dia em Hogwarts.

Tirou o pijama e vestiu o uniforme escolar e arrumou seu cabelo bagunçado. Saiu do dormitório e desceu uma escada em espiral para a sala comunal. O local era grande e muito decorado. Havia três sofás em volta de um tapete, com o símbolo da casa bordado nele. As paredes eram prateleiras recheadas de livros dos mais diversos gêneros, desde didáticos a romances. Em alternância com os livros, estavam quadros de pessoas famosas por sua inteligência e por sua contribuição para o mundo bruxo.

Em frente ao sofá, havia uma lareira, com uma grande águia de asas abertas incrustada nos tijolos. O fogo estava aceso e era a única fonte de luz no lugar, já que as janelas estavam cobertas pelas cortinas. Ele sentou-se no sofá e olhou para as chamas, que pareceriam arder cada vez mais.

E então ficou mais intenso. As chamas subitamente cresceram, fazendo Alvo se sobressaltar. Mas logo diminuíram de tamanho, atraindo a curiosidade do menino, que se aproximou. O fogo começou a tomar forma, e pouco a pouco se transformou em uma águia. Uma águia de fogo. O pássaro, com um salto, saiu da lareira e voou pelo salão, deixando rastros luminosos em seu caminho. As asas batiam rapidamente, e ele ia em direção à saída.

A ave parou na porta e olhou diretamente nos olhos do menino. Este continuou a observá-lo atentamente sem saber o que fazer. O pássaro parecia inquieto, ele saia da sala e voltava. Assim, Alvo percebeu que ele queria que o seguisse.

Com passos calmos e lentos, o menino saiu da sala comunal. Desceu as escadas, sendo iluminado pelo brilho do cintilante animal. Atravessou vários corredores e salas. Até que chegou a um longo corredor.

O pássaro seguiu pelo corredor, que terminava em uma parede. Apenas uma parede. Bateu as asas e voou em direção aos tijolos. Acertou-a em cheio e a atravessou. Alvo chegou à parede e a tocou. Não havia nada ali. Ficou decepcionado. Estava confiante que o animal lhe levaria a algum lugar, mas realmente não havia nada ali. Virou e se pôs a andar de volta para a sala comunal.

Mas então escutou um barulho. Um ranger de portas. Ao se virar novamente, no lugar da parede, havia uma grande porta de madeira se abrindo magicamente. O menino deu passo à frente e entrou no local. Era uma sala grande, porém vazia. Não havia nada além de um grande espelho no centro.

Aproximou-se do objeto, mas ao olhar no espelho não viu apenas ele mesmo. Ele viu uma multidão de pessoas ao redor dele, todos eles repórteres e pessoas curiosas. Ele acenava. Parecia que havia feito algo importante. Todos falavam dele e era o centro das atenções.

– Você não poderia estar aqui, sr. Potter. – uma voz falou atrás dele.

O menino gelou. O corpo se arrepiou. Era verdade, os alunos não podem perambular pela escola a essa hora. Ficou com medo de já perder pontos para sua casa, em seu segundo dia de aula. Ao se virar, viu que não era um professor nem inspetor.

Sorrindo para ele, estava o Primeiro-Ministro de pijama.

– Não era quem esperava encontrar, não é mesmo? – perguntou.

– Não. Achei que fosse um professor. Vai contar para eles?

– Claro que não. – ele riu. – O que você vê?

– Eu me vejo famoso e sendo reconhecido. – ele respondeu, humildemente.

– Esse é o Espelho de Ojesed. Ele mostra os nossos desejos mais profundos. Minerva ordenou que o trouxessem para Hogwarts após a batalha, porque gostava dele. Então você quer ser famoso?

– Não, não quero. Na verdade, já sou por causa do meu pai. Mas se eu fosse famoso, gostaria que fosse por algo que eu fiz, não por ter a sorte de nascer em uma família famosa.

O jovem ministro o olhou.

– Muito nobre de sua parte.

– E você, o que vê, sr. Ministro?

– Eu me vejo como Primeiro-Ministro do mundo bruxo.

Alvo o olhou sem entender.

– Mas isso você já é.

– Eu sei. – ele sorriu. – Já consegui alcançar meu desejo.

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas olhando o espelho.

– Sabe onde estamos?

– Não. – o menino respondeu.

– A Sala Precisa.

– Meu pai me falou dela algumas vezes. Usou-a como local de treinamento da Armada de Dumbledore.

– É verdade. Em todos os meus anos escolares, eu só estive aqui uma vez. Uma única vez. Você teve a chance de encontrá-la em seu segundo dia. Meus parabéns!

Alvo sorriu e olhou para Elddir. Ele era um cara legal, gostava dele.

– Foi um pássaro que saiu das chamas que me trouxe aqui.

– Interessante, eu também. Era uma águia com asas flamejantes.

– Igual a minha. – os dois riram.

– Que coincidência! Ou seria destino? Não sei, realmente.

Ele olhou no relógio.

– Tenho que ir agora. – o Ministro disse. – Vou partir para o Ministério da Magia em poucas horas para iniciar meu mandato. Estou um pouco nervoso, para falar a verdade. Foi bom conversar com você. Tchau, Alvo Severo Potter.

– Tchau, sr. Ministro.

O Ministro pareceu se lembrar de algo e se virou:

– Ah, e lembre-se deste espelho. Vai te ajudar no futuro. – disse, enigmaticamente. - Adeus.

O menino viu o Ministro sair da sala e continuou lá por mais alguns minutos. Depois, se esgueirou pela escola e conseguiu voltar ao seu quarto antes de todos acordarem.


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A Floresta Proibida era ainda mais assustadora durante a noite. A criatura se esgueirava pelas árvores, assustando os animais que encontrava no caminho. Já havia matado Shacklebolt e pegado o papel. Agora iniciava a parte dois do seu plano. Sua presença era sombria e infeliz.

Continuava andando. Aquela missão era mais difícil. Tinha que encontrar uma coisa pequena que poderia estar em qualquer lugar da floresta. Andou por mais ou menos uma hora. Chegou a pensar em desistir, mas sabia que não podia. Aquilo era crucial.

Chegou a uma parte mais aberta, com menos árvores e acendeu sua varinha. A luz clareava o caminho, tornando-o mais visível. No entanto, não facilitou muito a busca. Andava pelas árvores quando ouviu um barulho. Imediatamente, virou a varinha para o local e viu um homem grande se aproximando. Rapidamente, se escondeu atrás de um arbusto.

O homem era Hagrid, o guarda-caça da escola. Apesar de ter aposentado como professor, ele ainda continuou sendo uma espécie de zelador do castelo. Além disso, fazia frequentes visitas à floresta para estudar as criaturas mágicas e aprender mais com os centauros.

Nessa noite, ele estava voltando de uma expedição quando notou o brilho de uma varinha e decidiu investigar. Seguiu o brilho sorrateiramente, mas quando chegou perto, ele sumiu.

– Quem está aí? – ele perguntou, com o guarda-chuva apontado para cima, preparado para lutar.

Não houve resposta. Ao contrário, em meio à escuridão, um vagalume voou até sua mão, iluminando o caminho. Era isso, só um vagalume. O que mais poderia ter sido? Um aluno? Ele riu do pensamento. Eles morriam de medo da Floresta. Despreocupado, caminhou assobiando de volta a sua cabana.

A criatura suspirou. Teve uma sorte imensa de aparecer um vagalume naquele exato momento. Levantou novamente. Ia continuar a busca, quando pisou em algo. Apontou a varinha e viu o que era. Aos seus pés, estava um pomo do ouro, dos jogos de quadribol. No entanto, esse pomo estava aberto. E ao seu lado, minúscula, estava uma pequena pedra com forma de losango.

Ao pegar a pedra, a criatura deu um riso maligno, apreciando-o. Finalmente, havia achado o que queria. O que estava perdido desde a queda de Voldemort. Com a pedra ainda na mão, ela saiu da floresta e do castelo, até chegar a Hogsmeade, onde aparatou. A segunda parte da missão estava completa. Logo, seu plano estaria completo.




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