Como era de se esperar, Koichi e Miya não haviam dormido bem durante a noite por causa de sua “pequena briguinha”.

Todos já haviam acordado. Satsuki estava andando até a barraca das meninas para ver se elas já haviam ido para o refeitório. Ele chegou perto da barraca e já ia entrar, mas foi interrompido por uma Miya irritada que saia da barraca bufando. Ela o olhou rapidamente e o cumprimentou forçando um sorriso. Ele retribuiu o gesto e Miya saiu em direção ao refeitório.

Satsuki entrou na barraca e avistou Ringo ainda dormindo em baixo das cobertas. Ele deu um sorriso de canto e devagar foi se deitando ao lado dela.

-       Ohayo Rin-chan – Ele sussurrou com a voz rouca no ouvido de Ringo, acariciando seu rosto.

Ela abriu os olhos lentamente, piscando algumas vezes e olhou para o lado, fitando o lindo moreno que estava deitado ao seu lado. Abriu um pequeno sorriso e lhe deu um selinho. Satsuki gostou do selinho, mas não iria ficar satisfeito somente com isso. Ele ficou por cima de Ringo, apoiando uma mão em cada lado da cabeça dela. O olhar dela mostrava que ela estava com receio, mas mesmo assim dava para perceber que ela estava esperando alguma atitude da parte dele.

Satsuki sorriu. Abaixou a cabeça levando os lábios até o pescoço de Ringo e começou a trilhar beijos, enquanto sentia o corpo dela se arrepiar a cada toque. A respiração de ambos estava ficando cada vez mais pesada. Ringo mordeu o lábio inferior em uma tentativa de se controlar, o que não estava dando muito certo. Aqueles lábios quentes e macios já a estavam tirando do sério.

-       S-Satsuki... – Ela diz com a voz falhada. – Eu acho melhor nós pararmos, os outros podem chegar a qualquer momento...

-       E...? Nós não estamos fazendo nada de errado. – Ele para com os beijos e a olha, dando um sorriso de canto.

-       Mas seria vergonhoso seu bobo! – Ela ri.

-       Eu não me importo. – Ele dá de ombros e sela os lábios de Ringo.

O beijo começou calmo, mas logo eles aumentaram o ritmo, aprofundando-o, como se necessitassem dos toques um do outro. Ringo levou a mão até a nuca de Satsuki, diminuindo o espaço entre seus corpos, enquanto ele passava a mãos pela cintura e barriga dela. Ringo interrompeu o beijo rapidamente para tirar a camisa do moreno e inverteu as posições, ficando por cima de Satsuki e selando seus lábios mais uma vez.

Satsuki já ia levantando a blusa de Ringo quando ouviram vozes ao lado da barraca, fazendo a morena dar um pulo para o lado. Satsuki se apoiou em seus cotovelos e a observou.

-       Você se assusta muito facilmente Rin-chan. – Ele ria.

-       B-baka! Eu pensei que fossem os outros. – Ela diz ganhando uma cor avermelhada.

Satsuki suspira.

-       Vamos logo tomar o café da manhã, eu estou com fome. – Ele diz se levantando e saindo da barraca para que Ringo pudesse trocar de roupa.

Alguns minutos antes...

Koichi, Shou, Haruna, Himari e Nao estavam sentados em uma mesa do refeitório tomando o café da manhã. Koichi estava com um péssimo humor, e para piorar, Himari ficava o agarrando.

-       Koichi-kun, por que você está com essa cara? – Haruna pergunta preocupada.

-       Nada.

-       É que ontem ele e a Miya-chan brigaram. – Nao diz.

-       Por que? – Shou pergunta.

-       Etto...  – Nao coça a nuca envergonhado.

-       Não foi nada. – Koichi o interrompe comendo um pedaço de seu misto quente.

-       Sei... Conta ai o que aconteceu! – Himari entra na conversa.

-       Aposto que o baixinho se declarou e ela deu um fora nele. – Shou solta uma gargalhada.

Haruna prende o riso e Koichi lança um olhar irritado para Shou

-       Nani? Como assim? Que negocio é esse de se declarar? Você tinha dito que vocês eram só amigos. – Himari eleva um pouco a voz.

Koichi a olhou confuso e ficou sem palavras. Dava para ver que ela estava irritada. “Mas por que? Será ciúmes? Não pode ser... Nós somos apenas amigos de infância e faz anos que não nos vemos. Ela só deve estar surpresa por eu não ter falado sobre isso com ela antes...” Ele pensava. Quanto foi abrir a boca para explicar tudo para Himari, sua atenção é desviada para a porta do refeitório, por onde Miya havia acabado de entrar.

Relutante ela passou pela mesa deles, lançando um rápido olhar triste para Koichi. Ele sente um aperto e a fita enquanto ela pegava seu café da manhã. O que ele não percebeu foi a aura enciumada e irritada que saia da garota sentada ao seu lado. Miya volta com sua bandeja e se senta ao lado de Haruna.

-       Ohayo! – Ela diz com um sorriso no rosto.

-       Ohayo! – Todos respondem. Uns mais tristes, outros mais irritados, mas responderam sem exceção.

De começo um desconfortável silencio foi instalado ali, mas logo Shou, Haruna e Nao começaram a puxar assunto e conversar coisas aleatórias. Os outros três não se manifestavam, somente prestavam atenção na conversa. Depois disso Satsuki e Ringo chegaram no refeitório e o clima se aliviou mais um pouco.

Quando terminaram de comer, todos foram para fora ouvir o que os recreadores tinham a dizer. Eles haviam dito que pela manhã iriam ficar nos estábulos para que os campistas pudessem andar nos cavalos. Koichi e Nao ficaram animados com a idéia, afinal, os dois compartilhavam o gosto pelos animais. As meninas também acharam legal enquanto Shou e Satsuki mantinham uma expressão indiferente no rosto. A única que ficou um pouco cabisbaixa foi Miya. Para falar a verdade, ela nunca havia cavalgado antes.

-       O que foi Miya-chan? – Nao pergunta ao ver Miya.

-       É que... eu nunca andei de cavalo. – Ela diz a ultima frase quase como um sussurro.

-       Nani?

-       Eu não sei andar de cavalo... – Ela fala um pouco mais alto desviando o olhar.

-       Sério? – Ele a olhou arqueando uma sobrancelha e logo depois soltou um risinho abafado.

-       Ei! Não precisa rir da minha cara! – Ela diz irritada inflando as bochechas e fazendo um biquinho.

-       Gomen. – Ele a olha. – Sabia que você fica muito fofa quando faz esse biquinho? – Ele aperta a bochecha dela.

-       Para com isso baka! – Ela tira as mãos dele de suas bochechas e o encara. Tentou prender o riso mas não conseguiu e acabou soltando uma gargalhada.

-       É isso ai... Prefiro ver você rindo desse jeito do que com aquela cara amarrada. – Ele abre um sorriso encantador e leva a mão até o queixo dela balançando sua cabeça.

-       Hai! Hai! Eu entendi... – Ela revira os olhos com um sorriso de canto. – Mas ainda continuo sem saber andar de cavalo...

-       Não se preocupe com isso. Se quiser eu posso ir junto com você primeiro e depois você tenta ir sozinha. Está bom assim? – Ele sorri novamente.

-       Tudo bem, eu vou tentar. – Ela retribuiu o sorriso.

Miya já estava se sentindo melhor. De alguma maneira a presença de Nao conseguia acalmá-la e até mesmo levantar seu astral. Mas isso ainda não era o suficiente para tirar o lindo moreno de olhos vibrantes de sua cabeça.

Mas o que ela não sabia era que aquele lindo moreno, que estava somente a alguns metros de distancia, os encarava com o olhar um tanto triste. A única coisa que pensava era em poder estar no lugar de Nao, fazendo ela rir e puxá-la para seus braços, a envolvendo em um beijo quente e apaixonado. Queria se desculpar com ela mas não sabia como. Havia colocado em sua própria mente que era o principal culpado por aquilo tudo, apesar de não estar nada feliz com a aproximação daqueles dois. Ver aquele ruivo perto de Miya o deixava cada vez mais irritado.

Finalmente todos começaram a se dirigir para o estábulo. Koichi suspirou e sem perceber, já estava sendo puxado por Himari. Eles tiveram que passar pelo lago e só depois chegaram onde os cavalos estavam.

Ao chegar lá, os olhos de Nao e de Miya brilharam ao ver os animais. Todos eram bem cuidados e muito bonitos. Pode-se dizer que Nao quase teve um infarto ao olhar para o lado e ver um Clydesdale negro com patas e focinho brancos. Ele parecia mais uma pintura, era grande, forte e transbordava elegância. Nao rapidamente correu até o cavalo e Miya o seguiu. Koichi ficou assustado ao vê-los correndo e olhou na direção em que estavam indo. Quando colocou os olhos no animal, seu queixo quase caiu.

-       Nós podemos montar nele? – Nao pergunta a um dos recreadores, juntando as mãos em forma de suplica.

-       Hai! Esse é o Shadow, um dos nossos melhores cavalos. Ele já está celado, mas tomem cuidado para não caírem dele... como podem perceber, ele é bem alto. – O cara responde soltando uma risada.

-       Não se preocupe com isso! – Nao disse passando a mão no fucinho de Shadow, que relinchou e retribuiu o carinho.

-       Ele é tão lindo! – Miya diz fascinada.

Nesse momento, os dois garotos que estavam por perto sorriram ao ver a expressão feliz e infantil de Miya.

-       Quer montar? – Nao pergunta e ela apenas responde um sim com a cabeça.

Ele a explicou rapidamente como montar e a ajudou a subir, Logo em seguida subindo também e se sentando atrás dela. Ele percebeu que Miya estava tensa, segurando na cela com força e passou os braços em volta dela, pegando a rédea. Ele levou uma de suas mãos até as de Miya.

-       Relaxe Miya-chan! Além de que ele é um bom cavalo, eu estou aqui com você. – Ele diz ao pé do ouvido dela.

-       Hai... – Ela suspira.

Koichi os olhava com uma aura assassina. Precisava descontar sua raiva em alguma coisa e acabou socando um feno que estava ao seu lado. Depois que os dois saíram do estábulo e foram cavalgar, Koichi se acalmou um pouco.

-       Kou-kun, vamos escolher um cavalo para nós andarmos também! – Himari agarrou o braço dele.

-       Hai – Ele suspira. – Mas acho melhor cada um andar em um.

-       Mas eu não sei andar sozinha! – Ela diz manhosa.

-       Eu sei que você sabe! Nós cavalgávamos juntos quando éramos menores, então não venha com essa desculpa. – Ele tentava ser o menos grosso possível, mas seu humor não estava dos bons naquele dia.

-       Vai ser mais divertido se...

-       Onegai Mari-chan! Eu só quero ficar um pouco sozinho, está bem? – Ele disse com sua voz mais doce, o que fez com que Himari concordasse com a idéia.

Ele se desvencilhou do braço de Himari e foi em direção a outro cavalo, que era branco e também muito bonito e bem cuidado. Himari ficou para trás com alguns pensamentos perversos na mente. Ela já estava começando a entender os verdadeiros sentimentos de Koichi e pensava que se não agisse rápido iria acabar perdendo-o.

Todos já haviam saído, menos Shou, que ficou ali sentado junto com alguns dos recreadores esperando sua namorada voltar, já que não era muito fã de cavalgar.

Eles passeavam por uma grande estrada cercada por algumas arvores. De longe Koichi observava Miya e Nao. Grudadinhos daquele jeito eles até pareciam um casal. O que Koichi não daria para estar no lugar do ruivo... Precisava de um tempo sozinho com ela para poder se desculpar e tudo voltar ao normal, mas além de Nao acompanhar Miya para todo lugar, ainda tinha Himari, que não largava de seu pé. Koichi respirou e continuou seu caminho enquanto observava Miya. Por um lado ele estava até feliz por ela estar se divertindo, mas por outro estava com ciúmes e saudades dela. Nem prestava atenção no que Himari tagarelava ao seu lado.

Passou mais um tempo e Koichi acabou se distraindo com a conversa de Himari. Ela podia ser enjoada as vezes, mas mesmo assim era uma menina divertida e legal de se passar o tempo. Quando olhou para Miya novamente, seu animo foi todo embora ao vê-la virando para trás para dar um beijo na bochecha de Nao. Ele não agüentava mais aquilo, então resolveu voltar e disparou de volta para o estábulo, sem nem mesmo esperar Himari.

-       Kou-kun espera! – Ela gritou, mas foi em vão.

Quando ele chegou, desceu do cavalo e o entregou para um dos recreadores. Pegou Shou pelo braço e saiu carregando ele.

-       Ei, o que está fazendo baka? – Shou perguntava confuso. – Me solta! – Ele se solta e Koichi para. – O que houve?

-       É que... – Ele bufa e começa a andar de um lado para o outro.

-       Nani?

-       Eu não agüento mais aqueles dois juntos! Era eu quem deveria estar abraçado com ela agora e não ele!

Shou o olha com desdém revirando os olhos e massageando suas têmporas.

-       Isso tudo porque você é um completo covarde! – Shou começa a ficar irritado.

-       Nani?! Quem é você para falar isso de mim?

-       Bom, vamos começar pelo fato de que eu tenho uma namorada e você está ai se mordendo de ciúmes por causa da Miya! – Ele começava a aumentar o tom de voz.

-       Cala a boca seu loiro oxigenado, eu não pedi a sua opinião!

-       Eu dou a minha opinião a hora que eu quiser!

-       Quero ver você falar alguma coisa quando estiver sem os dentes!

-       E quem vai arrancá-los? Você? Por acaso virou dentista?

Koichi bufou de raiva e foi para cima de Shou com os punhos cerrados. O loiro somente desviou do soco que Koichi lhe direcionara e segurou suas mãos levando-o ao chão e imobilizando seus braços e pernas.

-       Me solta seu tarado! – Koichi se debatia tentando sair de baixo de Shou.

-       Não, agora você vai me ouvir! – Ele gritou fazendo Koichi calar a boca e arregalar os olhos. Ver o loiro irritado desse jeito o assustou. – Deixe de ser covarde e encare a situação de frente! Não se faça de vitima! Você nunca tentou dizer a ela como realmente se sente, por isso não pode ter certeza se ela sente ou não a mesma coisa! Isso já está me irritando e se você não quiser tomar um soco, eu sugiro que deixe de bancar o idiota e tome uma atitude antes que seja tarde demais! – Ele disse de uma vez.

Koichi engoliu em seco enquanto Shou suspirava e saia de cima dele, arrumando suas roupas. Koichi solta um longo suspiro, se acalmando.

-       Nani? – Shou pegunta indiferente ao ver Koichi o encarando.

-       Nada, é só que... não sabia que você era tão forte a ponto de conseguir me imobilizar. – Koichi diz em tom de deboche.

-       Se você quiser posso te mostrar o quanto meu soco também é forte. – Ele se irrita novamente.

-       Vai com calma loiro. – Koichi se levanta rindo. – Por que ficou com tanta raiva assim de repente?

-       De repente? Baixinho, eu já estou de saco cheio dessa sua estupidez.

-       Como assim?

-       Ah, não venha bancar o desentendido. Você não tem coragem de contar para a Miya o que realmente sente, mas continua soltando fogo pelas ventas quando a vê com outro cara. Eu já te disse que se você não contar logo vai acabar perdendo ela.

-       Mas... eu sei que ela vai me rejeitar! – Ele bufa se sentando no chão novamente.

-       Ninguém merece! E depois eu que sou o loiro... – Shou suspira e coloca as mãos no bolso. – Cara, você não viu como ela estava chateada por causa da briga? Está na cara que ela sente alguma coisa por você.

-       Você acha?

-       Claro. Do jeito que ela é lerda nem deve ter se tocado que gosta de você, e o seu papel é esclarecer a mente dela. Foi assim que fiz com Haru-chan. – Ele sorri.

-       Falando assim até parece que você tem um cérebro... – Koichi ri e Shou revira os olhos.

-       Olha, eu não tenho mais nada para falar com você, então...

Shou se vira e sai andando na direção do estábulo.

-       Shou... – Koichi o chama e ele se vira. – Arigato. – Ela abre um grande sorriso.

Shou apenas sorri, acena com a cabeça e continua andando. Koichi se deitou na grama e ficou olhando o céu por um bom tempo até que acabou cochilando e só acordou quando ouviu a voz de Satsuki o chamando. Ele pisca algumas vezes até sua visão se normalizar.

-       Nii-san?

-       Posso saber por que você esta dormindo aqui?

-       Eu acabei caindo no sono sem querer. – Ele senta se espreguiçando.

-       Hm... Todos já voltaram para o acampamento, acho melhor nós  voltarmos também.

-       Hai. – Koichi diz se levantando e andando ao lado de Satsuki.

Eles andaram por um tempo em silencio. O que Shou havia falado, ou melhor, gritado, não saia da cabeça de Koichi. Ele também achava melhor se declarar logo, quem sabe Miya talvez nem o rejeitasse. Shou estava certo, ele nunca havia tentado contar a ela sobre seus sentimentos então não tinha como saber se ela o rejeitaria ou não. E seria melhor acabar com essa incerteza do que ficar sofrendo por tudo isso.

Ao chegarem no acampamento, alguns garotos que eles haviam conhecido chamaram Satsuki. Koichi se separou do irmão e foi em direção a barraca das garotas. Miya devia estar ali. Aquela seria uma boa hora para conversarem já que felizmente, Himari resolveu tomar um chá do sumiço. Quando chegou perto da barraca, pode ouvir vozes.

-       N-Nao-kun! – Ele ouve Miya dizer entre gemidos.

Naquele momento parecia que os sentidos de Koichi começaram a falhar. Seu coração quase parou e suas mãos começaram a tremer. Aquilo era mesmo o que ele estava pensando? Não pode ser! A Miya não seria tão estúpida de... Argh! Saiu correndo enquanto os pensamentos passavam a mil por sua cabeça. Só foi parar de correr quando percebeu que estava perto da barraca de Himari. A ruiva saia da barraca e quando viu Koichi, o olhou preocupada. Chegou perto dele e pegou sua mão.

-       Kou-kun, tudo bem? – Ele apenas balançou a cabeça negativamente e a abaixou, escondendo o rosto com seu cabelo. – Vem...

Ela o puxou para dentro da barraca e depois de se sentarem, ela o abraçou.

-       O que aconteceu?

-       Eu não quero falar sobre isso.

-       Está bem... mas se precisar desabafar eu sou toda ouvidos ok?

Ela encarou Koichi e sorri. Ele somente retribui o sorriso e encosta sua cabeça no ombro de Himari. Ela passava a mãos pelo cabelo macio de Koichi e devagar foi se deitando junto com ele. Ficaram assim por um tempo. O carinho estava tão bom que Koichi já estava de olhos fechados. Não podia negar que o doce cheiro de Himari o acalmava. De repente ouviram um rápido toque de celular. A ruiva pegou o aparelho que estava em seu bolso e viu que havia chegado uma mensagem.

-       O Nao-kun está me procurando.

-       Deixe ele para lá, eu preciso de você. – Koichi disse inocentemente, fazendo um grande sorriso brotar nos lábios de Himari.

Ela se ajeitou novamente e voltou a acariciar Koichi, que fechou os olhos e abraçou a ruiva pela cintura. Himari estava extremamente feliz com a aproximação dele. Não podia deixar um momento como esse escapar. Levou uma mão ao queixo de Koichi fazendo-o abrir os olhos e virar o rosto para ela. Ele a fitava com um olhar indefeso e fofo. Devagar, ela foi se aproximando cada vez mais e selou os lábios de Koichi. Himari se aproveitou do susto que ele havia tomado e aprofundou o beijo, entrelaçando suas línguas de uma forma excitante e lenta. Por um momento Koichi acabou se envolvendo no beijo, mas logo parou a afastou suas bocas.

-       Nani? Você não gostou? – Himari pergunta dengosa.

-       Bom, não posso dizer que não gostei, mas é que... eu realmente não estou afim de fazer isso. – Ele desvia o olhar um pouco corado.

-       Gomen.

Ela deixa um beijo na testa de Koichi e volta a passar a mão por seus cabelos. Ele apenas sorriu e fechou os olhos. Depois de muito tempo tentando parar de pensar “nela”, ele acabou cochilando.

...

Os dois acordaram com a voz de Nao entrando dentro da barraca.

-       O que vocês estão fazendo?

-       O que você quer Nao-kun? – Himari pergunta sonolenta.

-       Está na hora do almoço. E vim chamar vocês, mas acho que estão ocupados. – Ele ri baixo.

-       Não estávamos fazendo nada de mais. – Koichi diz sério.

Ele se levanta e sai apressado, deixando os irmãos confusos.

Enquanto eles comiam, o clima ficava cada vez mais tenso. Koichi estava sério e não mostrava nenhum de seus sorrisos. Todos estavam preocupados, mas com medo de perguntar o que havia acontecido. Nao então, resolve tentar amenizar o clima.

-       Minna, vocês ouviram? De tardezinha vai ter caça ao tesouro!

-       Sério? – Haruna comenta.

-       Hai! Disseram que nós teremos que formar duplas para encontrarmos um dos três baús que estarão espalhados pela floresta.

-       E o que a gente ganha com isso? – Shou pergunta.

-       Eu não sei, mas disseram que vai ter brindes.

-       Parece ser lega! – Haruna fala.

-       Bom, eu só acho que não piratas ou infantis o suficiente para brincar disso.

-       Ué, cadê aquele loiro divertido e energético de sempre?

-       Se você quiser eu posso te mostrá-lo mais tarde. – Ele pisca para Haruna, fazendo-a corar e todos rirem.

Depois disso eles ainda conversaram mais um pouco antes de terminarem de comer e irem procurar alguma coisa para fazer antes da caça ao tesouro. Como era de se esperar, Koichi foi para sua barraca e Himari foi atazaná-lo. Na verdade ele até gostava da presença dela, mas naquele momento queria poder ficar sozinho. Mas ai vinha o problema. Se ficasse sozinho, seus pensamentos sobre Miya iriam tomar conta de sua mente e ele não conseguiria relaxar, então o único jeito era procurar abrigo na ruiva, que estava gostando até demais da idéia...