Pavões Albinos - Malfoy Family escrita por Taty Magnago


Capítulo 85
85. ENFIM O AMOR.


Notas iniciais do capítulo

Nossa que titulo água com açúcar, maaas, vamos ler o capítulo??



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O natal chegou e com ele muito frio e neve. Narcisa conseguiu a aprovação de Lucius para comemorar essa data na casa da praia. Afinal, tudo o que queria era ficar mais longe do centro de todo esse circo dos horrores.

Já não bastava ter de aturar seu marido saindo todas as noites, as noticias no Profeta explicitando o passo a passo dessa guerra.

Se fosse a outros casos, Narcisa estaria do lado da lei. Do lado dos auror e tudo mais.

Mas estar do lado da lei, era ir contra Lucius. Fora que ela nunca admitiria isso em voz alta. O homem já estava mal o bastante sem ela ao lado para desanimar.

Só que ainda teria de encarar uma festa no inicio da noite do dia vinte e quatro de Dezembro no ministério da magia. Ela não queria nada daquilo, sua vontade era estar na casa da praia cercada por sua família e só. De quebra ainda desejar que tudo isso não passasse de um pesadelo terrível, o que ela sabia ser impossível.

— Esta mesmo tranqüila em deixar Draco com meu pai e Poli na casa da praia? — Lucius perguntou frente ao enorme espelho do closet. Estava ajeitando as abotoaduras de sua camisa negra, e logo partiria para a gravata.

Estaria de negro, tudo e completamente, algo que de fato não era novidade para os outros, mas sua esposa conhecia todas as roupas e sabia que aquelas eram novas e impecáveis.

— Claro que sim. Draco fica bem com ambos e será mais cuidado do que deveria. Fora que são apenas três horas.

Ela disse dando uma volta no espelho ao lado dele, checando de cada parte de sua vestimenta estava perfeita.

— Hmm, costas de fora? Você fica terrivelmente gostosa quando usa algo assim.

Narcisa corou. E o encarou pelo espelho, Lucius mantinha um sorriso sacana no rosto.

— Se não estivesse toda embonecada provavelmente eu investiria em uma aventura rápida.

— Ah é? E quem disse que eu iria querer?

— Ciça, Ciça, pode apostar que você IA querer.

Ela sorriu. Afinal ele tinha razão.

A festa estava — surpreendentemente — animada. Como se o ministério estivesse se esforçando e forçando para que os membros da alta sociedade bruxa se sentissem protegidos.

Ou que esquecessem pelo menos por uma noite, que pessoas morriam em suas casas todos os dias.

Era irônico, já que boa parte dos membros dessa aristocracia, eram justamente os que causavam as mortes.

Talvez por isso todos estivessem tão eufóricos e se embebedando como animais desvairados, que logo causariam uma vergonha para seus nomes.

Ao passar pelos Scamander, dessa vez ela não parou para um papo. Simplesmente deu um sorriso tímido quando Lucius proporcionou um aperto de mão a contragosto. Dando logo o jeito de afastar-se dali.

Para arraso da moça, ficaram perto de pessoas desagradáveis, talvez por opção do próprio marido, já que dessa forma ele conversava tranquilamente com Walden, Thor e Yaxley.

Mas ignorava deliberadamente cada vez que Rookwood falava. Pelo visto os dois mesmo “trabalhando juntos”, nunca mais tinham voltado às origens de amizade como foram por anos em Hogwarts.

Dane-se. Narcisa nunca gostou de Augustus e pela forma que ele a encarava, a recíproca era verdadeira.

Lucius sentiu seu sangue ferver, Narcisa tinha total consciência de como ele abominava quando ela saía de perto dele em eventos.

O homem gostava de controle e ter sua mulher ao seu lado quando estavam em meio a tantas pessoas era o mínimo que ela podia fazer.

Ele não confiava nos outros, menos ainda nos outros do sexo masculino. Sabia que alguns ali dariam tudo para ferrar com sua vida, e usar Narcisa para isso era uma chance grande.

Fora os homens miseráveis que não podiam ver mulher e a sua era perfeita.

Ah mas ela ia ouvir, ele estava se lascando se era noite de natal ou de qualquer idiotice, sua mulher sabia que o lugar era do lado dele.

Narcisa sabia que estava se arriscando em se distanciar de Lucius. O homem era maníaco, e ficava possesso quando ela fazia algo do tipo. Mas tinha necessidade de ir ao banheiro, precisava conferir se sua maquiagem e a forma geral estavam ok. Mulheres são mulheres afinal.

E foi saindo daquele local que ela sentiu uma mão possessiva em sua cintura.

Mas essa mão não pertencia a Lucius, e sim a um homem mais baixo, lindo, sem duvida. Porem ela o detestava.

— Não toque em mim! — murmurou.

Ele sorriu de lado.

— Esta ainda melhor depois que teve filho. Olha que isso não é comum.

— Sua opinião não tem valor nenhum.

— Então aprendeu a morder e não ficar só rosnando? — ele murmurou, descendo a mão de sua cintura deliberadamente para o quadril feminino.

— Me deixe em paz seu doente.

— Olha que...

— Augustus, estava mesmo procurando por você. Ah, boa noite senhora Malfoy. — Travers se aproximou, murmurando.

— Boa noite.

Ela disse saindo dali. Ao sentar-se à mesa sentia um tipo eterno de nojo por Augustus e tinha certeza que nunca mudaria.

 Ainda tinha que lidar com a carranca de Lucius.

Ótimo. Ótimo. Feliz natal.

Quando a festa estava entrando em seu sentido deplorável, ela apertava por vezes a mão de Lucius debaixo da mesa, sabia que se o interrompesse na conversa com seus colegas seria repreendida, ainda mais por ele já estar nervoso com sua saída.

E o homem não se opôs ao ficar de pé e se despedir dos outros.

Ainda teriam um social na casa da praia com amigos mais íntimos e familiares.

Inclusive Walden e Snape também. Mas Narcisa não insistiu quando Lucius cortou o nome de Bela e Rodolfo.

Seria melhor assim.

Ao aparatarem na casa da praia, ela percebeu que estavam no quarto. Era incrível como ele conseguia fazer coisas assim. Ela sempre parava na sala. E sequer arriscava os outros cômodos. Agora Lucius era infalível nisso.

— Não preciso nem perguntar.

— Lucius eu só fui ao banheiro, será que você tem que me seguir ate nisso?

— Acontece que você tem obrigação de me avisar. Caralho já falamos tanto esse assunto!

— Isso é loucura. Eu apenas levantei e fui ao banheiro. E mesmo que tivesse ido falar com alguém. Isso já esta virando paranóia, eu sei me cuidar.

— Não se convença de que preciso me tratar ou que isso são ciúmes. Entenda que você me pertence, é como uma peça, meu acessório e deve ficar ao meu lado.

Ela arrelagou os olhos e a boca.

Aceitaria com todo amor os ciúmes dele, ate porque sabia que Lucius sempre foi possessivo. Mas ouvir tudo aquilo era extremamente doloroso.

— Certo. Desculpe-me Malfoy. Não vou repetir esse erro.

Ela murmurou com voz firme, deixando claro que não queria dizer nada daquilo.

E saindo do quarto, logo suas visitas chegariam e ainda estava sentindo falta do filho.

Lucius sentiu algo realmente ruim em murmurar aquilo, era uma ação natural quando se via sob pressão, queria dizer algo para chocá-la, para arrasar aquele rostinho lindo.

E o fez.

Mas por alguma razão, não sentiu nada de bom com isso.

A festa na casa de praia dos Malfoy estava mil vezes melhor do que a do ministério, mesmo com tão poucas pessoas.

Draco estava bastante entretido com o presente de Snape, e não tinha vontade de dormir tão cedo.

Mas quando ele praticamente desmoronou no colo do pai, Narcisa sabia que era a hora de não somente colocar o bebê par dormir, como também iria se recolher.

Lucius poderia ficar ate mais tarde discutindo assuntos com Walden, Snape e Abraxas.

Despediu-se de todos e foi colocar Draco em seu quarto, indo logo após para a própria suíte e tomando um longo banho.

Surpreendeu-se com a presença de Lucius no quarto e entrando no banheiro após ela. Imaginou que os outros tinham ido embora logo, afinal. Com exceção de seu sogro que dormiria lá.

Ela tinha separado uma camisola vermelha e provocante. Mas não tinha animo nenhum para qualquer “extensão de comemoração” com seu marido.

As palavras dele ainda martelavam em sua mente. Idiota. Claro que ela nunca diria em voz alta.

— Essas suas camisolas só perdem para quando esta completamente nua. É uma tremenda visão.

Ouviu o tom pacato dele e apenas ignorou, deitando na enorme cama. Se ele elogiou, então podia ter certeza que a procuraria. Bom, não seria a primeira vez que teria um desempenho teatral na cama...

— Vai ficar mesmo assim? — ele perguntou e ela bufou.

— Só estou cansada. — murmurou.

Ele apenas tirou o roupão e deitou em cima dela. Completamente nu com os quadris entre as penas femininas e o peso todo sobre ela.

— Cansada hm? — perguntou beijando o pescoço feminino.

— Ééééé. — ela piscou.

Certo, talvez não tivesse de fingir um orgasmo hoje, mas se correspondesse de boa vontade, sabia que era apenas uma reação carnal a ele. Manteria sua raiva acesa. E pronto.

— O que achou do presente? Não disse nada. — ele parou de beijar para indagá-la.

— É lindo. — ela deu ombros. — Parece com tantos outros que já tenho, mas é bonito sim.

Era isso. O viu erguer tanto as sobrancelhas que ficou ate desencorajada. Mas já tinha falado. Desdenhando claramente um anel que provavelmente só o diamante dele alimentaria por semanas uma grande população.

Era um blefe, mas agora tinha entrado no tudo ou nada.

— Hunf. Se não te conhecesse ate acreditaria. Mas concordo que foi um presente menos intrigante do que os anteriores, afinal você mesma esta sempre na joalheria comprando o que bem deseja.

— Pois é. — ela respondeu com audácia.

— Mas foi proposital. Porque tenho outra coisa para te mostrar...

— Por que não me surpreendo?

Ela perguntou com ironia, afinal achava que ele estava falando sobre sexo, que sempre complementava os presentes entre o casal.

Mas Lucius pegou o lençol de seda negra e enrolou em seu colo, curvando para desembainhar a varinha de sua bengala.

— Sei que fui um idiota mais cedo, não deveria ter dito aquilo. Você não é meu acessório.

— Sempre teve esse pensamento Malfoy, não precisa se explicar.

— É parte de mim, mulher. Falei aquilo para te deixar mal, sei que consegui. Mas não é o que realmente penso. Queria que soubesse.

Narcisa não acreditava no que estava ouvindo.

Não, definitivamente não.

Ele esticou a varinha a encaixando debaixo do queixo dela, fazendo a mulher engolir seco.

Podia confiar de certa forma em Lucius, mas tinha duvidas sobre ele fazer ou não algo contra sua vida.

Já tinha pensado algumas vezes o que Lucius faria caso Voldemort exigisse que ele a eliminasse. Para seu desespero, acreditava que ele o faria. Mesmo seu sentimento por ele gritando para pensar o contrario.

— Esta com medo?

— Não.

— Tem medo de mim Ciça? — a voz dele estava entrecortada, e não quebrava por um momento sequer o contato visual.

— Às vezes. Você sabe...

Ele respirou fundo e se concentrou em agitar a varinha, murmurando o feitiço que trabalhou tanto para que Narcisa aprendesse durante sua gestação.

Ela se sentou, aguardando a imensa cobra prateada que serpentearia no recinto, por mais que não entendesse o que Lucius estava fazendo, a presença de um patrono corpóreo era sempre acolhedora.

Mas seus olhos foram arregalando gradativamente ao perceber que não era uma cobra que se formava na ponta da varinha negra de Lucius, e sim um enorme pavão majestoso.

Maior do que o que ela fazia, aberto, exposto, magicamente maravilhoso como um verdadeiro rei iluminando todo o local.

— Lu-lu-lucius! Mas o que... Mas...

— É eu sei. Tem um tempinho. Esperei para ver se voltava ao normal. Então pesquisei e lembrei que isso pode acontecer.

— Só acontece em casos... Você... Lucius.

Ela murmurou com lagrimas nos olhos, se jogando nos braços dele, fazendo a nevoa prateada se dissipar, mas Lucius correspondeu seu abraço.

Qualquer raiva por seu marido tinha sido evaporada. O que tinha acontecido, o que presenciava mudava tudo.

Mudava sua vida.

Amava Lucius Malfoy por anos, por quase toda sua vida inteira. E ansiava por reações similares.

E agora ele provava que tinha chegado ao mesmo patamar do que ela.

Merlin, o patrono dele tinha mudado. O patrono dele era o mesmo que o dela.

Em toda vida, melhor do que qualquer palavra, essa tinha sido a maior prova de amor que já teve, a coisa mais linda e romântica criada especialmente entre os dois.

Lucius mantinha a cabeça baixa e parecia envergonhado. Talvez realmente estivesse envergonhado de ter se deixado tomar por esse sentimento.

E ela passou uma perna de cada lado dele, segurando seu rosto. Se mostrando realizada, plena e altiva em ter um marido como Lucius.

— Sempre terei orgulho de você.

Ele a beijou calmamente, enfiando sua língua na boca dela, deixando claro o desejo que se iniciava para ser saciado.

— Te amo Lucius, eu também te amo meu amor, sabe disso.


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Notas finais do capítulo

Ainnnn, fofo sim ou claro?

Galera, Lucius não é de palavra e dificilmente distribuiria frase como "eu te amo". Mas ele demonstrou um sentimento realmente infalivel para com Ciça.

Afinal sabemos de casos como o de Snape ou da Ninfadora Tonks, onde o patrono reflete a pessoa amada.

Então comentem, e responderei as perguntinhas no próximo capítulo.


PS: SENTINDO FALTA DE COMENTÁRIOS.

Besos ^^