Pavões Albinos - Malfoy Family escrita por Taty Magnago


Capítulo 60
60. A MAIOR DESGRAÇA.


Notas iniciais do capítulo

QUE DÓ. QUE DÓ.



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Lucius sentia os olhares nele, mas pouco importava. Era rico, poderoso, famoso e não tinha que se submeter a ninguém. Estava viajando, e nem mesmo prestar conta de onde estava era necessário.

Sentou-se ao lado de Severo, o rapaz estava dentro.

Claro que Narcisa sabia, talvez fosse isso que abalou um pouco a amizade dos dois, sua esposa gostava bastante do moço, o tinha como grande amigo.

E isso provavelmente a estava deixando chateada.

Naquela reunião, o lorde avisou da limpa na comunidade bruxa que se iniciaria. Muitos nascidos trouxas envolvidos, muitos mestiços nascendo. Isso não podia continuar, daqui a uns anos, não existiria mais sangue puro desse jeito.

O frasco vazio estava estilhaçado no chão. Fumaça preta. Preta. Preta.

Com as mãos tremendo violentamente, Narcisa abriu o frasco reserva e tomou. Que Merlin tivesse piedade da sua vida. Fumaça preta... E...

Preta!

Ela deu um grito e tacou o segundo frasco na parede. Como se não bastasse, pegou vários uísques que estavam arrumados impecavelmente na biblioteca, onde se encontrava, e empurrou todos no chão.

Estava com raiva, arrasada!

Arrasada!

Era uma farsa. Um mito, uma vergonha da maior espécie. Uma vergonha pior que sua irmã causou.

O problema estava nela, sempre foi com ela. A ausência da gravidez nos primeiros meses de casamento.

E o fato de nunca ter conseguido um bebe. Ate mesmo seu sexto sentido estava falho.

Não podia ter um filho. Era vazia. A dificuldade era dela.

Correu para o quarto de cima e se focou nas peças. O bebe que nunca existiu já tinha mais roupa que qualquer outro bebe. Tinha tantos sapatinhos que provavelmente não daria contar de usar todos.

Mas ele nunca existiria também.

Narcisa ajoelhou no chão com as peças na mão. Sua barriga doía, seu peito doía e provavelmente nunca mais pararia de doer.

Lucius chegou a casa e sabia que algo tinha acontecido. Era cedo e a sala de estar estava apagada. Na mesa de jantar, a refeição estava servida, o prato de Narcisa sequer foi tocado.

Foi ate a biblioteca e seu um passo para trás, o cheiro forte de bebida alcoólica estava em todo lugar, será que Narcisa tinha tomado um porre?

Vários vidros quebrados também “decoravam” o chão.

— Poli! — ele chamou. — Não faço ideia de quem porra houve aqui, mas quero isso limpo ainda hoje.

Após dar suas ordens, subiu para a suíte. Não iria brigar com Narcisa ou coisa do tipo, mas estava preocupado, ela raramente era impulsiva, e quebrar tudo definitivamente não fazia seu tipo.

O quarto do casal estava intacto e vazio.

Uma onda gelada passou pelo pescoço de Lucius ao seguir para o quarto ao lado.

Ele podia ouvir da porta, o choro de Narcisa. E ao entrar no local, já sabia o motivo.

Só que não estava preparado para o que viu.

Narcisa estava no meio do quarto, ajoelhada no chão. Em volta dela tinham varias roupinhas de sapatinhos de bebe. Ela chorava feito uma criança. Na verdade parecia uma menininha no chão e não uma mulher de classe com dezenove anos.

Ele não tinha ideia do que falar. Merlin, se era isso de fato, ele mesmo estava fodido mil vezes.

— Cissa...

Mas seu corpo moveu automaticamente ate ela, e quando sua esposa se jogou em seus braços, ele fechou o aperto nela. Caramba, devia estar passando um inferno mesmo.

— Lucius eu... Eu sou uma aberração.

— Shiiiu, não diga isso. Vamos fazer algo com relação a isso, certo?

— Não...

— Narcisa se acalme. Venha, vou te levar ate a cama.

Assim que ele a deitou, ela suspirou e fechou os olhos. Lucius ao contrario, não dormiu.

Olhando pelo lado técnico, não poderia simplesmente “não ter” um filho. Era sua meta e obrigação, era isso ou o nome de sua família iria acabar.

Pegou um grosso livro e folheou por toda noite, foram duas receitas anotadas. Talvez ainda tivesse solução para eles.

— Bom dia.

— Não vejo por que.

— Narcisa não! Esta ouvindo? NÃO. Sem essa de responder mostrando suas garras, ninguém tem culpa de nada. Eu não tenho culpa.

— Eu sei... — ela murmurou fazendo bico.

Afinal, seu erro era somente seu.

— Preciso que me ajude a fazer duas poções.

— Não estou com animo. Quero morrer.

— Essas poções podem ser nossa única solução, é para engravidar. Uma quando a mulher toma durante muito tempo poção para evitar filhos e essa ajuda a engravidar logo. A outra é quando uma mulher fica doente.

Ela olhou o livro em suas mãos.

— E se o meu caso não for nenhum desses? Não me lembro de ter ficado doente.

— Só existem essas duas poções para acelerar a gravidez, é o que nos resta.

— Obrigado Lucius, estaria perdida se não tivesse você comigo.

— Fique calma e vamos fazer essas poções.

Foram dois dias ate que elas ficassem prontas. Na noite posta, Lucius não saiu. Sua meta era estar com sua esposa. A curiosidade o consumia.

Quando ela tomou a primeira poção, nenhum dos dois se empolgou, afinal, ela não tomou poção para evitar a gestação, e como previsto. A negativação continuou.

Já a outra poção era onde eles apostavam toda sua fé.

E foi em vão.

A poção nada pôde fazer, Narcisa continuava oca, nunca poderia lhe dar um filho, a família deles tinha se quebrado ali.

— Lucius, me perdoe.

Mas ele apenas lhe deu as costas. Isso podia estar sendo intragável para ela, mas era difícil para ele.

Narcisa sentia a frieza de Lucius chegar ate ela. Agora tudo tinha se perdido.

Lucius foi para o quarto, não aguentaria cuidar de Narcisa, não hoje. Isso era mais do que ele podia suportar, não poderia ter um filho com sua esposa.

Era quase um disparate do destino.

Quando a água caía em seu corpo, Lucius pensava em quanto tinha sido desvalorizado, que mal ele podia ter feito no passado para colher isso?

Deitou e tentou dormir. Ouvia as fungadas de sua esposa quando ela entrou no quarto. Sentiu o peso leve deitar ao seu lado.

Estava grudado na cama, que Merlin fosse testemunha, mas ele já tinha acostumado dormir abraçado a Narcisa.

E, no entanto, não deu o primeiro passo.

Ficou onde estava, e pela tensão nos ombros dela, sabia que estava numa situação semelhante.

— Lucius... Eu não podia saber, não tenho culpa. — ela disse ainda de costas pra ele.

— É, mas se formos culpar alguém, provavelmente não serei eu. — ele disse com secura, e ouviu um choro abafado.

Como se fosse mais forte que sua vontade, esticou o braço ate encostar-se a sua esposa. Ela apoiou nele como se encaixasse ali.

E dormiram.

No outro dia Lucius saiu, voltou já era bem tarde e não trocaram uma só palavra.

Com o passar do dia seguinte, Narcisa estava cada vez mais aflita com a ignorância do seu marido.

De tarde teve que sair, ir ate o Beco Diagonal. Não estava com vontade nenhuma de comprar nada. Queria sumir. Mas as obrigações exigiam isso.

Estava com óculos escuros, afinal tinha muito que esconder.

Foi na ultima loja que entrou, que algo surpreendente aconteceu...

O próprio dono da loja parou o que faziam para atendê-la, era sempre assim em todos locais que ia.

— Senhora Malfoy, é uma honra sua presença aqui.

Narcisa encolheu os ombros, afinal devia ser mesmo uma honra, já que faturaria bons galeões com sua presença.

Virou para o lado e paralisou.

No cantinho, bem na frente do balcão com os dizeres: “Liquidação”. Estava Andromeda.

Andrômeda mesmo. Sua ex... Irmã.


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Notas finais do capítulo

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