— Severo, obrigado por tudo, mas pode nos deixar a sós? — Lucius perguntou.

— Narcisa? — o moreno virou-se para a amiga.

Ficou claro. Se Narcisa pedisse, o menino não sairia dali, nem pela ordem de Lucius.

— Pode ir Sev. — ela disse quando ele a abraçou e saiu dali.

Lucius segurou seu braço com delicadeza e entraram no castelo pela estufa. Lá ele a colocou numa salinha que parecia ser pouco usada.

Era uma sala de recuperação em Herbologia. Tinha quatro mesas com cadeiras, uma mesa grande e um quadro.

Ele agitou a varinha e as velas se acenderam, ao mesmo tempo, a porta estava se trancando.

A sala iluminada não a deixava mais quente, Narcisa estremeceu de frio ao parar frente à mesa grande que seria usada pelo professor.

Lucius tirou a grande capa e colocou no ombro dela. Imaginou que a menina estivesse com frio, já que portava apenas o uniforme sem sobre tudo.

— Temos que conversar. — ele disse finalmente.

Ela não concordou, apenas sentou-se à mesa, ficando de frente para ele. Não tinha nada para conversar com Lucius.

— Já entendi, vai me ignorar certo? Mas sabe que é inútil, pois vou falar o que tiver de falar.

— Então fale Malfoy, estou com fome.

Ele revirou os olhos. Ela estava visivelmente querendo terminar esse assunto.

— Ciça, me desculpe.

— Tá.

— Estou falando serio.

— Ok.

Ela tinha as pernas cruzadas, enquanto estava sentada na beira da mesa. E olhava para as enormes unhas pintadas de verde escuro, enquanto o ouvia falar.

— Porra Narcisa, estou tentando me desculpar. É serio. Fui um idiota, inconsequente, não acreditei em você. Mesmo sabendo lá no fundo que nunca seria capaz de inventar isso...

Então, pela primeira vez desde que estavam juntos. Lucius viu Narcisa chorar.

Ela abaixou a cabeça e fungou. Tudo. Completamente tudo nele se quebrou em mil partes. Como se fosse pior que um elfo. Como se fosse transformar o que precisasse para proteger essa mulher.

— Merlin, não faça isso comigo... — ele murmurou se aproximando.

E sem se preocupar que ela fosse o enxotar dali, a abraçou.

Narcisa enfiou o rosto no pescoço dele, estava tão sensível e depois te tudo que tinha acontecido precisava desabar de alguma forma.

As mãos dela se fechavam no colete dele, Lucius acabou dando um beijo em seu cabelo.

— Desculpe. — Narcisa murmurou envergonhada.

Não era certo demonstrar sentimentos e fraquezas dessa forma. Secou seu rosto com o sobre tudo de Lucius que estava vestida e aprumou-se na mesa.

— Não tem do que se desculpar, eu sim. Fui um canalha, mas te peço desculpas. Por favor?

— Eu te desculpo. Sabe, te entendo. Viveu com um amigo e de repente se vê tendo que decidir entre ele e eu.

— Não. Não tem justificativa. Eu tinha que ter acreditado em você. Mesmo que fosse mentira, sabe por quê? Porque é contigo que vou casar e temos que partilhar dessa ligação.

Narcisa sentiu-se tão quente com suas palavras e percebeu a verdade nelas. Eles tinham que ter essa sintonia, juntos iam desbancar qualquer coisa ou pessoa.

Lucius encarava os olhos azuis molhados. E também sua boca vermelha entreaberta. Curvou-se e fez o que gostava tanto de fazer, a beijou.

Ela correspondeu com vontade, passando a mão em seu pescoço e subindo, bagunçando seu cabelo e puxando de leve.

Ele passou a mão em suas costas e se posicionou entre suas pernas, Merlin, era uma posição quente e maravilhosa.

Lucius tinha ficado com garotas aos montes nessa mesma posição, mas nesse momento sua vontade era estar com essa.

— Não consigo ficar com raiva de você muito tempo. — ela admitiu o abraçando.

— Nem tente. Preciso que fique comigo sim?

Ela concordou. E ele voltou a beijar, descendo beijos pelo pescoço.

— Gosta disso? — perguntou passando a língua no local.

Ela murmurou em concordância.

— E disso? — ele mordeu de leve o local. Abraçando a menina com vontade.

Deixando seu membro se aliviar enquanto ralava nela.

— Gosto... Ah Lucius... — ela gemeu.

Ele estava transformado. Seu único pensamento era sexo, seu corpo gritava por sexo. Tinha tempo que não fundia seu corpo com outra mulher, por respeito a namorada, estava limitado apenas a masturbação.

Mas agora, com um contato tão forte. Ele queria.

— Acho melhor pararmos. — ela disse.

— Já?

— Lucius você sabe que não vai acontecer nada além disso.

— Ok.

Só lhes restou seguirem ate a masmorra. Cada um para seu dormitório, Narcisa pensando em como era bom ter Lucius ao seu lado. E ele pensando em como era bom fuder aquele corpo, aquela boca... Afinal, seu pensamento ainda funcionava corretamente quando se tocava.

Os dias foram passando, Lucius nunca mais foi visto perto de Augustus. O rapaz também não provocou mais Narcisa. E para surpresa do Malfoy, nem chegou a denunciar a surra que levou.

O que era bom, porque provavelmente colocaria a perder sua vontade em ser monitor chefe no ano seguinte.

Os alunos do quinto ano se uniram em dois grupos. Como esperado, Sonserina e Corvinal eram companheiras, enquanto Grifinoria e Lufa-lufa estavam juntas.

Tanto Flitwick como Horácio, deixaram claro que dependendo do que fizessem, todos ganharia pontos extras.

— Pensei em fazermos um teatro. Uma dramatização da traição de Morgana. Acho que seria fantástico e Grifinoria ou Lufa-lufa nunca pensariam nisso.

Então estava decidido. Narcisa que precisava complementar a nova em Feitiços foi mais do que depressa exigir o papel da traidora Morgana.

— Ah senhorita Black, a senhorita dará uma ótima Morgana. Precisará apenas usar um poção para modificar o cabelo.

Ela concordou.

Seria simplesmente fantástico dar vida nos palcos a uma das mulheres mais famosas no mundo bruxo.

Além de que sua família ficaria satisfeita.

— Lucius, adivinha o papel que consegui na dramatização sobre Merlin? — ela perguntou ao namorado na hora do jantar.

Lucius já sabia, tinha escutado burburinhos, já que a fofoca rolava solta.

— Hm, não faço ideia... Vivien?

— Ai não, credo! Morgana! Não é fantástico?

— Muito. A traidora mais inteligente que já existiu. Você ficara linda fazendo papel de vilã. — ele disse beijando sua mão.

Seria mesmo fantástico. Ou talvez não... Narcisa descobriu que o papel de Merlin seria de Tom Scamander. Claro que os dois se davam bem, ate mesmo depois do termino de seus namoros.

Mas Tom sabia que Lucius não permitia contato algum. Os olhos cinza e frios avisavam cada vez que Narcisa passava perto dele.

E agora, mais do que nunca eles participariam juntos.

Ela teria de seduzi-lo. Engana-lo. Para trai-lo e finalmente ser derrotada.

Na casa de sua tia tinha um quadro de Morgana. Já na biblioteca dos Malfoy, tinha um quadro autentico de Merlin com Morgana. Era enorme e magnifico.

E provavelmente tinha sido caro.

Mas o problema era como acalmar Lucius sobre esse teatro.

Narcisa guardou segredo. Afinal, o que você não sabe, não pode te afligir.

Mas uma hora antes da apresentação, descobriu que fugir não seria fácil... Eles iriam apresentar no salão principal, para toda escola.

Era como se tivesse tomado uma poção para diminuir. O medo pulsando.