Wunsch escrita por Tsuki no Taiga, Alexia Jo


Capítulo 4
Dia-a-dia


Notas iniciais do capítulo

4º capitulo on. . . .nao se esquecam de comentar... Auf Wiedersehen



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Naquela noite, Alexia e Selene saíram para caçar novamente. E a cada vítima que faziam, pensavam nos garotos que tinham visto mais cedo. Em cada vítima, procuravam o mesmo cheiro, o mesmo sabor, a mesma atração. E foram frustradas em tudo. Eles eram únicos, e elas tinham vontade de procurá-los e satisfazerem seus desejos, minutos se passavam como horas e as horas eram como a eternidade. E a eternidade as deixava loucas.

 

Amanheceu, logo o jornal matinal deu a notícia de que morcegos hematófagos haviam atacado durante a noite e feito várias vítimas.

- Imbecis – Alexia resmungou enquanto desligava a TV – São burros demais para verem o que está sendo esfregado na cara deles.

- Antes morcegos hematófagos do que vampiros. Seria ridículo.

- Mas todos sabem que morcegos hematófagos não atacam cidades u.u Nem tem cavernas por aqui, Berlim é totalmente urbanizada, é impossível morcegos voarem de tão longe só para atacarem essa cidade. Provavelmente teriam achado presas pelo caminho.

- Isso é. Mas esse povo acredita em tudo o que a mídia disser, e a maioria nem vai se dar ao trabalho de pesquisar sobre morcegos só para verificar a veracidade da notícia.

- É, faz sentido... – Alexia pareceu refletir por um instante – Bom, eu to indo para o escritório, se precisar de algo, liga.

- Eu vou com você, preciso passar na editora – disse Sel levantando-se e pegando uma pasta.

- Já terminou o seu novo livro?

- Sim, finalmente. Vamos?

- Vamos.

 

O escritório de Alexia era grande e fazia parte de uma reconhecida empresa de advocacia que recebia queixas frequentemente, por isso seus advogados sempre estavam preocupados. Mas Alexia, em especial era mais procurada, pois todos conheciam sua fama e sabiam o quanto ela era competente.

- Srta. Ravenshelter, o Sr. Leanf deseja vê-la – disse a secretária pelo interfone.

- Mande-o entrar – a advogada respondeu suspirando pesadamente e clamando por paciência - O que é que eu fiz para merecer isto? - desabafa ao mesmo tempo que procurava a pasta que continha o processo do homem.

A sua procura é interrompida pelo som da porta a abrir.

- Doutora, posso? - pergunta o senhor de meia idade.

- Entre, seja bem vindo... Outra vez. – ela disse levantando-se e estendendo-lhe a mão como sinal de cumprimento. - Sente-se, fique à vontade. - pediu.

- Obrigado.

- O que o trás aqui Sr. Leanf? Já não vinha aqui faz duas semanas, não ficou satisfeito com o encerramento do último caso?

- Por favor menina Alexia... Pode me tratar por James.

- James. - repetiu tentado lançar um sorriso que parecesse verdadeiro.

- Muito melhor. - sorriu-lhe satisfeito. - Bem, eu preciso de você.

- Fico feliz por saber. Mas o que aconteceu desta vez?

- Bem, estou a ser multado por uma coisa absurda.

- Não me diga... É pela mesma razão que das outras vezes? - perguntou enquanto fazia uma cara de inocente.

 James Leanf, 55 anos. Desde os últimos 2 anos contrata Alexia para sua advogada por ser das poucas que consegue terminar os seus caso com êxito. Sente uma grande atração pela advogada e por isso costuma criar problemas no meio da sociedade como desculpa para procurá-la.

As suas infrações iam desde multas que insistia em não pagar, roubos em feiras, até algumas brigas com vizinhos que por vezes terminavam em agressões.

- Não, desta vez ainda é mais absurdo. Culpam-me por matar o gato da minha vizinha. Querem me pôr atrás das grades por matar um dos gatos daquela velha louca! - A sua voz saia com um nível elevado de indignação.

Os olhos de Alexia estavam arregalados, surpresos pela declaração do seu cliente.

- O senhor fez o que?

- Eu não tenho a culpa menina Alexia, o gato é que começou. Já não aguentava mais.

- Mas o que o animal lhe fez?

- Não parava de miar! Eu sou um homem muito paciente... - Declarou. - Não é para me gabar, mas é uma das qualidades e razões por eu ser tão procurado pelas mulheres.

- Imagino...

- Mas a minha paciência tem limites

- Claro, concordo plenamente.

- Por isso é que eu preciso da sua ajuda. - estendeu o braço sobre o interfone tocando na mão de Alexia. - A velha jura a pés juntos que me viu a apertar o pescoço ao animal.

- E o senhor fez isso? – ela perguntou com uma sobrancelha erguida lutando contra a vontade de com um simples empurrão esmagar o homem contra a parede.

- Claro! O gato não parava de miar e de olhar para o peixe que eu tinha à minha frente!

- Deixa eu ver se entendi Sr. Leanf... James - corrigiu-se recebendo outro sorriso de satisfação do seu cliente- Estrangulou o gato por ele estar miando e olhando para o seu almoço?

- Quer mais razões? Eu estou a ser culpado injustamente! Prenderiam o gato por ele me roubar o almoço? Não! - respondeu a si próprio. - Pobrezinho do gato que só estava com fome e eeeeeeeeeeu sou o assassino cruel que o estrangulou com as próprias mãos. - abanou a cabeça de tanta indignação. - Acha justo, menina Alexia? Pior é a velha que não o alimentou!

- Claro que não. É por isso que eu estou aqui... Para fazer a justiça. Irei analisar o seu processo. Iremos encerrar este caso com o mesmo sucesso que tivemos com os outros - garantiu

- Fico-lhe muito agradecido. A menina...

- Doutora - corrigiu.

- A doutora é como um anjo caído do céu. - Alexia não conteve uma pequena gargalhada devido à comparação. O que aparentava e o que realmente era. James Leanf levantou-se deixando-se acompanhar por Alexia até À porta do escritório.

- Não se preocupe James, descanse que irei resolver o seu problema. O seu problema agora é meu. Marcaremos uma reunião em breve para lhe dizer como é que a sua situação estará correndo.

- Com certeza. - abriu a porta. - Aguardo ansioso por voltar a vê-la.

- Me fala isso tantas vezes que até penso que causa esses problemas só para me ver.

- Talvez seja a verdade doutora. - sorri-lhe agarrando na mão de Alexia e levando-a aos lábios. - Até breve.

- Adeus James. - quando fecha a porta, a sua mascara de simpatia cai, deixando observar-se a repulsa que sentia. - Eu não mereço mesmo.

 

Enquanto isso, na editora, Selene acertava os últimos detalhes de seu livro.

- Tem certeza que ainda não quer publicar o seu nome, Deusa da Lua? – perguntou a simpática dona da editora – Sabe, sempre recebo cartas de pessoas querendo uma sessão de autógrafos com você e uma foto sua. Você nunca deixa publicar a sua foto no verso dos seus livros.

- Isso é impossível, Patrícia. Eu posso autografar alguns exemplares, mas minha imagem não pode ser publicada e eu não tenho vida social. Quero continuar com o meu pseudônimo mesmo e vou continuar respondendo as cartas que recebo. Não podem esperar mais de mim. – disse Selene polidamente.

- Tudo bem, se é assim que você quer...

- Obrigada, Patrícia.

- De nada, e... Ah é! Já ia me esquecendo tem um rapaz que quer te patrocinar e...

- Diga que não aceitei – Selene respondeu antes mesmo de a moça explicar quem era – Não trabalho com patrocinadores, meus livros eu mesma “patrocino”. Mas mesmo assim, agradeça a ele.

- Mas não quer nem ao menos saber quem é? – Patrícia perguntou com cara de espanto.

- Não é necessário.

- Como quiser, mas digo que pode se arrepender...

- Não tem problema. Passe bem, Patrícia.

A escritora levantou-se e saiu do lugar, já pensando em seu próximo livro.

 

Continua...


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