Fairy Tail! Aratana Densetsu! escrita por Maya


Capítulo 37
Uma Dívida Bem Atrasada!


Notas iniciais do capítulo

Minna, gomen novamente pela demora ^^'' Não sei se ficou o que esperavam, mas tentei caprichar nesse. Espero que gostem!



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Grupo 5: Lothos Ibeko, Bianca Takami, Shuichi Yoshida e Hana Saito.

– Eu disse para irmos pra lá!

– Estaríamos perdidos se fossemos pra lá!

– Estamos perdidos agora!

– Não estamos!

– Estamos!

– Não!

– Sim!

A discussão entre Lothos e Shuichi não parecia acabar nunca. Lothos insistia que estavam perdidos por irem pelo caminho indicado pelo rapaz; o mesmo teimava em dizer o contrário.

Logo atrás deles, Bianca tentava inutilmente acalmá-los, enquanto Hana ria da discussão – um absurdo para a maga da Eletro Magic. Como poderia rir de uma briga entre dois colegas de equipe?

– Que absurdo – murmurou.

– Não se preocupe – disse Hana. – Eles se amam.

Os dois logo pararam de gritar um com o outro para gritar com a garota:

– CALE A BOCA!!

Ela voltou a rir. Porém, parou assim que viu uma figura indo até o grupo. Os cabelos estavam completamente bagunçados, as roupas, esfarrapadas, e estava visivelmente cansado.

– Ace Dragneel... Onde está?!

Todos os quatro o encararam, estranhando a pergunta.

– Ace? – Bianca foi a primeira a falar. – Quem é você? E por que está atrás dele?

O rapaz trincou os dentes.

– Issei Muramasa – disse, de má vontade. – Onde ele está?!

– Issei... – A garota sabia que tinha ouvido esse nome em algum lugar. Então finalmente se lembrou. – Você estava na Tower of Fear! Foi você quem levou o Deivid para lado sombrio.

O rapaz riu com ironia.

– Eu? Deivid já estava mergulhado nas trevas desde criança – disse.

Bianca perdeu a fala por um instante.

– Não... Ele não é mais assim. Ele pediu perdão. Está diferente.

– Ele nunca vai mudar. Deivid é igual a mim. – O sorriso sádico de Issei já aparecia por cima do pano que lhe cobria o rosto, dando-lhe uma expressão quase lunática. – Ele não vai descansar até conseguir se vingar!

– Não! – Bianca estava ficando com raiva. - Deivid é meu amigo e um companheiro da guilda, e eu não vou deixar que você fale dele desse jeito! Dark Écriture...

A expressão de Issei voltou a ser cruel. Magos nojentos. Sua raiva e sede de vingança vieram à tona com tudo, e o rapaz avançou para cima da garota. Ergueu a mão esquerda quando já estava perto o bastante dela. Bianca hesitou com o rápido movimento do adversário. Porém, Hana entrou rapidamente em sua frente.

A mão esquerda de Issei tocou a testa da garota. Ela demorou um momento para notar o perigo e afastá-lo com um empurrão. O rapaz ficou estático, surpreso por não ter acontecido nada com ela, enquanto Hana se posicionava para um combate.

– Como você...? – Issei continuava perplexo, algo que não combinava muito com ele. – Devia estar inconsciente agora!

A jovem pareceu não entender aquela afirmação, mas mesmo assim avançou para cima dele rapidamente. Ele demorou um pouco para processar o soco que vinha na direção de seu rosto, porém, conseguiu interceptá-lo segurando o punho da garota e a jogando no chão. Hana mal teve tempo para se recuperar; Issei logo se jogou em cima dela e segurou sua testa firmemente com a mão esquerda.

Nada aconteceu.

– Que droga! Por que não acontece nada?! Você é uma maga, não é?!

Hana hesitou um pouco até responder:

– É claro que eu sou!

Shuichi correu na direção dos dois e puxou um rapaz lunático pelo pescoço. Issei tentou dar cotoveladas em Shuichi, sem sucesso. Ele só foi solto quando a menina da Lamia Scale se pôs de pé e retomou a posição de combate.

– Essa luta é minha, Shuichi! Solte-o.

Relutante, ele se afastou, segundos antes de Hana pular para chutar o queixo de Issei, de baixo para cima, e continuar o ataque chutando um lado de seu rosto. O rapaz caiu, surpreso demais para conseguir revidar, enquanto sua oponente continuava com total energia.

– Quer dizer que você fala mal dos outros, mas não consegue nem ficar de pé com dois chutes fracos?

– Desgraçada...

A luta recomeçou. Hana era rápida, e sua estatura baixa tornava ainda melhor sua habilidade de esquiva. A raiva ia tomando posse de Issei cada vez mais. Ela já devia estar desmaiada! Ele tocou sua testa com a mão esquerda, ou seja, sua magia deveria ter sido absorvida. Nenhum mago tem sua magia eliminada e simplesmente continua a lutar como se nada tivesse acontecido. A não ser que...

– É verdade que Hana não é muito habilidosa com a magia – afirmou Lothos, enquanto a garota desviava e atacava Issei. - Porém, sempre investiu muito em suas habilidades de artes marciais. E ela é rápida e flexível. Não tem muita dificuldade nisso.

– Mas ela está ficando cansada... – Observou Bianca. – Qual a magia dela?

Lothos abriu a boca para responder, mas se deteve. Olhou para Shuichi, que franziu o cenho. Qual era a magia dela mesmo?

– Vocês não sabem?! – Espantou-se Bianca.

– Bem... Lothos, ela não fez uma missão com você? – Perguntou o rapaz.

– Foi uma missão muito fácil. Ninguém usou magia. E depois daquilo, ela só fez missões solo.

Enquanto conversavam, Issei dominava a luta. Conseguira empurrar a oponente contra uma árvore, e já ia em sua direção com a mão esquerda erguida quando Shuichi percebeu. O mago da Lamia Scale se apressou em parar Issei com sua magia: ergueu a mão e pôde levitar as pedras mais próximas. Em seguida, usou o ar para empurrá-las contra Issei.

– Aerial Shot!!

O golpe jogou o vilão no chão. As garotas logo ajudaram Hana a se recompor enquanto Issei se levantava rapidamente.

– Magos malditos... Se achando superiores só por poderem usar essa droga de magia... Eu desprezo todos vocês!

– Parece que temos algo em comum. – Lothos sacou sua katana.

Entretanto, não teve como usá-la; Issei foi rápida o suficiente para segurar a mão que segurava a espada com força e pressionar sua testa com a mão esquerda. Lothos arregalou os olhos, sentindo a energia ser drenada e ficando cada vez mais pálida. Felizmente, antes que sua magia fosse inteiramente absorvida, Shuichi a puxou para trás. Bianca aproveitou a deixa para finalmente usar sua magia. Com o dedo, escreveu runas no peito de Issei, e logo ele sentiu uma dor imensa invadindo todo o seu corpo. O grupo 5 aproveitou para fugir.

–--

Os quatro só pararam de correr quando julgaram ter despistado Issei. Shuichi, que levara uma inconsciente Lothos no colo, deixou a moça deitada no chão, a cabeça apoiada num punhado de folhas com um travesseiro. Bianca colocara Hana em suas costas no meio do caminho, e agora a deixava descansando ao lado de Lothos. O céu já estava escuro, e algumas estrelas podiam ser vistas.

Horas depois, a garota mais velha da Lamia acordou. Bianca também tinha caído no sono e Hana ainda dormia profundamente. Apenas Shuichi não estava lá. Ela saiu para procurá-lo e acabou o achando deitado numa área afastada do resto do grupo, observando as estrelas. Não tinha muitas árvores para atrapalhar nem as luzes da cidade, o que tornava a vista perfeita. Lothos sentou-se ao seu lado.

– Nunca pensei que diria isso – começou -, mas obrigada.

Ele sorriu.

– Quem é você e o que fez com a Lothos?

A moça deu um leve soco na cabeça do rapaz, que apenas ria.

– Você continua sendo um chato.

– Uau. Do cara que te salvou para o mesmo chato de sempre. Que decadência.

Ambos ficaram em silêncio. Shuichi tentava encontrar as palavras certas enquanto sua... Amiga continuava a observar o céu estrelado.

– Parece que você tem mais uma dívida.

A garota o olhou com espanto. “Mais uma”?! Como ele sabia da outra?!

– Como... Como você...

– Uns caras tentaram te assediar – disse o rapaz. – Então você foi salva por um mago.

– É... É verdade. Como sabe disso?

– Aquele cara que te salvou – continuou -, era o meu pai.

–--

Frágil garotinha, fugia de casa. Tinha 8 anos.

Ela sempre fora a ovelha negra da família: enquanto todos os parentes eram amigáveis, simpáticos e bem humorados, ela era fria e reservada desde pequena. Costumava ser provocada, o que resultava em uma atitude mal educada da pequena. Mas nada parecia justificar o que seu pai dissera naquele dia, numa conversa com sua mãe, que a garota pôde ouvir atrás da porta. “Ela não devia ter nascido”. Lothos nunca sentira tanta tristeza.

Era noite. Ela corria para longe de casa fazendo o máximo para segurar as lágrimas, completamente distraída. Tanto que não viu quando dois homens a cercaram.

– Que belezinha! – Disse um deles.

– Uma delícia – acrescentou o outro.

Lothos estava com medo, as intenções deles eram totalmente visíveis. O primeiro passou o dedo por seus lábios. A menina o empurrou imediatamente.

– Tire esse dedo imundo de mim!

– E é bravinha! – Empolgou-se. – Dá trabalho, mas até que eu gosto.

O segundo colocou a mão em sua cintura.

– Venha com a gente. Seremos muito gentis com você.

Seu parceiro riu com escárnio. A garota nunca sentiu tanto nojo na vida.

Felizmente, ela foi salva por uma forte rajada de ar que derrubou os bandidos. Seu herói era um homem de cabelos negros aparados ao estilo militar, olhos castanhos, pele clara, alto e com músculos definidos. Ele ajoelhou-se na frente da menina com um sorriso gentil e um olhar sereno.

– Você está bem?

– Sim...

– Como você se chama?

– L-Lothos. Lothos Ibeko.

O homem afagou sua cabecinha carinhosamente e levantou-se.

– Como você fez aquilo?

Ele se virou novamente para a menina e, ainda sorrindo, levantou a manga da camisa para lhe mostrar a marca de uma guilda: Lamia Scale.

– Magia. Acredito que você também possa aprender.

Lothos tinha várias perguntas a fazer sobre isso. Porém, uma voz ao longe chamou por alguém. Seu salvador jogou os bandidos desacordados por cima dos ombros e se despediu mais uma vez da criança.

Magia...

Dois anos depois...

Depois de anos estudando e praticando a Dark Écriture, Lothos entrou na Lamia Scale. Logo que entrou, a Mestra lhe apresentou a outra criança da guilda, Shuichi. Ele tinha 12 anos na época.

– Shuichi, essa é a Lothos. Agora você não é mais a única criança da guilda.

O garoto pareceu reconhecer seu nome. Desviou o olhar, com uma cara emburrada. Seus cabelos eram curtos na época, uma camisa de mangas longas azul com o nome da guilda escrito à mão, bermuda branca e sandálias pretas, além dos óculos.

– Diga olá, Yoshida.

– Olá...

A mulher continuou o encarando. Ele suspirou.

– Olá. Seja bem vinda à Lamia Scale.

– Que superficial – comentou Lothos. E se virou para a Mestra. – É um prazer, Mestra Mayumi. Obrigada por me aceitar na guilda.

Ela fez uma reverência e olhou novamente para Shuichi. O menino a olhava com um ar de superioridade.

–--

– Era uma gangue – disse o rapaz. – Eles quiseram vingança. Invadiram a guilda e, se meu pai não aceitasse o desafio deles, iriam me pegar. Minha mãe não quis deixá-lo sozinho. – Ele parecia fazer esforço para não chorar, o que surpreendia a Lothos. – Eles não tiveram um pingo de piedade. Aqueles assassinos miseráveis...

A garota estava em estado de choque. Shuichi perdera os pais ao mesmo tempo por causa de uma quadrilha descontrolada, que quis vingança apenas porque seu pai derrotou dois deles. Apenas porque salvou uma menininha indefesa...

– Não foi culpa sua – continuou. – Ele estava em uma missão para pegar aqueles caras. Isso aconteceria de qualquer jeito. – Fez uma pausa antes de continuar. – Ele me falou sobre você quando voltou para casa naquele dia. Disse que você tinha um potencial. Eu a culpei por sua morte durante anos, até que me toquei que você não tinha culpa. Estava lá por acaso.

– Se eu realmente acreditasse em destino, diria que eu estava lá para que pudesse entrar na Lamia Scale.

– Faz sentido.

Silêncio. Enquanto isso, Bianca e Hana escutavam a conversa escondidas.

– Sinto muito por seus pais – finalmente disse Lothos.

Shuichi se levantou e começou a fazer o caminho de volta. Estava tarde e tinham um longo caminho a Cait Shelter.

Lothos sorriu, voltando a observar o céu.

– Parece que tenho uma dívida eterna com sua família.

O rapaz sorriu e acenou. Quando já se encontrava sozinha, a garota gritou:

– E vocês duas! Parem de escutar a conversa dos outros!

Bianca e Hana se assustaram por ela saber que estavam ali, e correram de volta para o acampamento. Lothos riu e deitou-se ali mesmo, com uma pergunta na cabeça que esquecera de fazer.

Qual era mesmo o nome de seu salvador?


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Notas finais do capítulo

No próximo... (narrado por Ankamy)Nosso destino é um vilarejo distante de Magnolia? Satoshi parece evitar esse lugar. Tá agindo que nem um maluco, mexendo em cada planta que encontra...Além disso, Ruby e Saphire começaram a se estranhar. Elas sempre foram amigas! Essa briga parece sem noção até mesmo pra mim. Não percam o próximo!"Nossas Juras e Arrependimentos"Soreha, sayounará!



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