Looking For A Bright Smile escrita por OneThing


Capítulo 5
Capítulo 5: Máscaras




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Capítulo 5: Máscaras.


No dia seguinte, cheguei na escola e avistei Quinn na frente de seu armário olhando para todos os lados do corredor cheio de alunos correndo, conversando, andando... Quando me viu abriu aquele sorriso brilhante.

–Bom dia, Blaine! Vamos pra classe de Inglês juntos hoje?

–Foi mal, Q! Mas eu preciso resolver um assunto com Kurt Hummel! Viu ele por aí? -Quinn franziu as sobrancelhas.

–O Kurt? Fiquei sabendo de ontem...- Eu me sentia triste por lembrar daquilo. –Por que quer falar com ele?

–Quero me desculpar! Eu não queria deixar ele triste, mas no momento que fiz aquilo com ele eu perdi a razão...

–Mas ele teve o que mereceu.

–Mas quando eu fiz aquilo, eu estava agindo como ele, e não acho que devíamos ser tratados com tanta falta de respeito como ele fazia ou como eu fiz com ele.- Virei-me e fui á procura de Kurt. Não o encontrava em lugar nenhum... Quando avistei um garoto, muito parecido com o Kurt, mas ele não usava roupas escuras, ou óculos... Mas... Era o Kurt! Dessa vez ele não parecia o Kurt valentão, ele parecia um estudante completamente normal. Ele parecia inseguro... Me senti muito culpado á vê-lo desse jeito... Seu olhar estava perdido, só o mantia fixado na parede, ninguém conseguia adivinhar no que estava pensando naquele momento. Parei na frente dele e não saía uma palavra, ficamos nos encarando por um tempo até que resolvi falar.

–Am... Oi, Kurt.

–Se veio pra me humilhar quero dizer que não quero briga...

–Calma! Eu vim me desculpar!- Ele franziu as sobrancelhas. –Por eu ter te humilhado daquela maneira, eu sei que você faz isso...

–Fazia!- Eu fiquei em silêncio. –Eu nunca mais vou fazer. Você me ensinou que ninguém deveria ser humilhado nunca.

–Isso é bom... Mas me desculpa, cara!

–Você não precisa se desculpar! Eu tenho que te agradecer por ter feito aquilo.- Ele sorria levemente, mas um sorriso inseguro, cheio de segredos. Me senti melhor quando vi ele sorrindo, mesmo que seja um sorriso falso como aquele. -Então... Você está no Glee Club? Eles cantam muito bem!- deu de ombros.

–Sim, no próximo fim de semana iremos para as Regionais! Estou um pouco nervoso! Nunca me apresentei em lugares cheios...- Fomos andando pelos corredores enquanto isso. –E o Puckerman?- Ele continuou com a mesma expressão olhando para o chão e soltou um suspiro.

–Ah... Ele... Ele me tirou da galera! Quando não bati em você, ele achou que eu era um fracote e não admitiu eu continuar á andar com ele. –Sua voz ia diminuindo o tom e ia ficando mais fraca e rouca. -Nem perguntei seu nome! –Disse, mudando de assunto.

–Blaine Anderson! Mais conhecido como “O Gravatinha” ou “O da Gravata!”-Ele deu uma leve risada.

–Não diga isso... Me lembro quando fazia... Aquele tipo de coisa!

–Mas por que você fazia isso?- Kurt olhou para os dois lados, pegou meu braço e me levou até o auditório. Nos sentamos na segunda fileira. –Por que me trouxe aqui?

–Não gosto de falar disso em público... Não gosto de... Chorar em público... –Chorar? Então é grave. –Quando eu era pequeno, minha mãe morreu e até hoje moro com meu pai. Meu pai virou noivo da mãe do Finn Hudson. Então, somos meio-irmãos. Mas ele não gosta de mim por eu ter sido daquele jeito, não somos muito chegados...

–Mas... Isso não justifica você ter sido um valentão com o Puckerman.

–Então... Eu... É muito embaraçoso dizer isso... Ainda mais nesse lugar, quieto... Me sinto observado!

–Não tenha vergonha! Pode dizer, eu vou te ouvir até o fim.

–Tá bom... E-eu... Eu era gay...- Gay? Então foi por isso que ele saiu correndo chorando quando eu o chamei de “traficante de glitter,” “viadinho” e “unicórnio bípede.” –E-eu, eu ainda sou gay... –Sim, ficou desconfortável. Mas ele não parecia estar interessado em algo comigo... Então, fiquei de boa. Esperei um tempo para ver se ele diria mais algo, mas ele só ficou olhando para frente segurando as lágrimas.

–Não devia se envergonhar com isso. Eu estou envergonhado por ter te chamado daquelas coisas em público... Está tudo explicado!

–Sim, e eu virei esse valentão, porque meu pai nunca aceitou essa minha opção sexual... Então, acabei virando aquele cara grosso, idiota... Até virei parte de uma gangue pra ele me achar mais masculino! E nem assim estava funcionando... Ele continua me tratando como ninguém, só é meu pai ainda porque me dá comida, um lar... Mas nunca conversamos sobre nada... Então achei que não valia pena continuar naquela. -Uma lágrima escorreu do seu olho direito.

–Pro seu pai se orgulhar você nunca precisou fazer aquilo... –Coloquei a mão sobre seu joelho e ele sorriu. -...Ninguém se orgulha em fazer mal aos outros!

–Eu mesmo não me orgulho. Tenho vergonha! Mas agora, sem meu amigo, Puckerman... Não sei o que será de mim!

–Eu estou aqui pra você! Não guardo rancor! Não se preocupe... Todos já usaram máscaras algum dia para esconder o que realmente sentem, ou o que são! Isso é algo normal! E lembre-se que estarei aqui pra você. Serei o amigo que você jamais teve... –Ele sorriu mais, e pela primeira vez... Percebi como o sorriso dele era brilhante quando era verdadeiro... –Mas enfim... –Disse eu tentando desviar do assunto para ele não chorar mais. –Sobre o Glee, gostaria de fazer parte? –Ele olhou fundo em meus olhos. –Q-quer dizer, você tem que fazer a audição primeiro para o professor.

–Não sei se sou capaz.

–Não seja pessimista... –Disse eu tocando levemente, com minha mão em seu ombro esquerdo. –Me mostre o que sabe fazer!

–Nããooo... Não sou tão bom assim! E estou com vergonha. –Eu ri.

–Vergonha de mim? Você é meu... Meu amigo! Você pode derrubar esse palco que eu estarei aqui te ouvindo! –Ele riu, e se dirigiu até o palco.

–Sem banda?

–Oh! Desculpe, falha a minha... –Me levantei e chamei a banda que em um instante já estava pronta. –Pode começar quando quiser, Hummel.

–Kurt. –Ele olhava fixo em meus olhos. –Me chame de Kurt, Blaine. –Eu apenas sorri e esperei ele estar pronto. Começou á cantar “I wanna hold your hand” um clássico de um dos integrantes da banda “Beatles” e... Sua voz tinha um timbre maravilhoso. Sua voz era completamente macia, leve, aguda, ele alcançava notas que nenhum outro cara alcançaria. Ele era muito talentoso e ninguém nunca havia percebido. Ainda bem que o avisei do Glee antes das Regionais, com ele, ninguém nos superava! Fiquei a música inteira perdido pelo doce som de suas cordas vocais cantando em melodia. Desafinou 1 ou 2 vezes... Mas todo o resto de sua performance deixou oculto esses pequenos erros. No fim, ele apenas sorriu e vi algumas lágrimas em seu rosto. Eu aplaudi, sorri, gritei... Mas o sorriso e as lágrimas ainda estavam lá. Me dirigi até o palco.

–Você foi demais, Kurt! Precisamos fazer sua audição logo, Sr. Schuester terá grandes planos pra você nas Regionais.– Ele continuou sorrindo e chorando.

–Obrigado, Blaine...

–Por que está chorando? Não era pra estar feliz?

–Essa música diz tudo o que quero agora, e isso eu não consigo há anos...- Quanto mais palavras saíam de sua boca, mais lágrimas saíam de seus olhos.

–O quê?

–...Segurar a mão de meu pai... –Ele agora chorava muito. Fiquei com muita pena dele, porque não seria nada sem meu pai, minha mãe e meu irmão. Simplesmente não sabia o que fazer naquele momento, a única coisa que consegui pensar foi abraçá-lo. Abracei Kurt... Sabia que ele precisava de apoio urgente! Ele estava carente e precisava de alguém confiável, alguém para ouvi-lo, alguém para estar lá para ele... E eu queria ser esse alguém pra ele.



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