Capitulo IX – Penetrando Barreiras 

A situação andava muito tensa na banda, mas nada que eles podiam fingir que não acontecia. Era fácil para Coury ignorar o Eric. A bateria o protegia durante os shows e fora dele, ah! Eles nunca estabeleciam muito contato mesmo.

Eric me odiava com todas as forças naquele corpo seco dele. Olhando melhor agora, aquele cabelo não estava tão sedoso, parecia seboso. Seus olhos não tinham brilho, estavam apagados e quantidade de drogas que ele ingeria tinha aumentado drasticamente. Bom, estava cega e não podia notar isso.

Meu ego estava ferido. Era primeira vez que tomava um pé na bunda. Era doloroso. E eu nem era namorada dele. Eu prometi a mim mesma. Nunca mais amar, acreditar ou focar encantada por ninguém depois daquele episodio.

Eu não era a única que me lamuriava pelos cantos o Keifer também andava um tanto cabisbaixo. O casamento com Emily ia de mal a pior. Ele não conseguia por limites naquela vaca e ela conseguia o fazer de gato e sapato. Era muito revoltante ver a situação.

Emily era uma legitima puta. Suas saias pareciam cintos. Seu cabelo loiro era muito platinado de farmácia (nada contra as divas de Hollywood). Seus decotes podiam ver suas costelas. Ela era muito magra. Seus saltos a deixavam gigante. E o fato mais importante, ninguém gostava dela. Não importa se ela tivesse levantado a banda, não importava se ela tinha desenhado o logo, nada importava somente o fato de que ela era nojenta.

Keifer estava no bar, afundando as magoas na Jack Daniels. Aquele bar estava mais para consultório de psicólogo. Vários bebuns com caras amarguradas e muita historia para contar. Eu também fazia parte, tirando o fato de que eu não bebia, mas muita historia para contar. Historia de romance policial ainda.

- Keifer! – Não tinha lugar longe dele, então tecnicamente eu fui meio que obrigada a sentar do lado dele.

- Valentina. – Ele não sabia meu sobrenome. Era injusto para o lado dele.

- É Flowers Piaf. Meu sobrenome. – Eu não estava a fim de colocar o Keifer na minha listinha apesar de eu acha – ló lindo maravilhoso e deus grego.

- O que deseja beber? – Eu fiquei tentada entre vodka e uísque. O barmen nos interrompeu.

- Me vê absinto, honey. – Eu sei bebida pesada, proibida, alucinógena e blá, blá, blá. Tudo pura mentira. Uma bebida como outra qualquer, com odor maravilhoso e gosto agradável.

- Agora você flerta com Deus e o mundo. Cuidado para não provocar discórdia nesse bar. – Ok, estava oficialmente comprovado que Keifer não ia com a minha cara.

- Então toda essa distancia de mim, é porque não gosta de mim né? – Não sabia que cabeludo podia ser tão amigo da bicha loira (vulgo Eric).

- Onde o Eric estava com a cabeça? Trouxe uma criança para a divulgação. – Ele não me mirava. Falava mais para si mesmo.

- Olha se a tua esposinha não vai com minha cara. Não jogue a culpa em mim. – Eu nem conhecia o Tom, mas algo me dizia que era isso que estava acontecendo. Emily. A culpa vinha dela, tudo isso tinha o cheiro podre de Emily Pember.

- É notório, não? – O Keifer estava me saindo uma bicha bipolar.

- Sua esposa é do mal, cara. - Meu absinto tinha chegado, mas eu não o bebi. E nem ia beber quando estivesse falando com Tom, vai que eu ficasse bêbada e soltasse alguma perola épica.

- Todo mundo diz isso, mas de uma forma mais rude. – Eu olhei novamente para o meu copo enquanto ele virava o uísque dele pela boca.

- Se não esta dando certo e você já tentou, acho que não vale apena continuar. Não sou só eu que sou a discórdia. Você esta distante de sua banda e isso sem minha ajuda. – Virei o absinto rapidamente e sai andando em direção ao hotel.