Capítulo III

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- Miss Hinday? – Agora era a voz da sua enfermeira.

- Eu já disse que eu não quero falar com ninguém! – Explodiu.

Não podia ser ele. Não podia!

Mas era ele.

A voz era identica.

A jovem engoliu em seco.

Era ele, mas ao mesmo tempo não era ele.

Ela ia abrir novamente sua boca para expulsá-los de lá, quando sentiu uma mão grande e quente no seu ombro desnudo.

- Miss Jun Hinday?

Ela se voltou surpresa e encarou os olhos de cores diferentes de Kakashi Hatake. Olhos que conhecia muito bem.

Era ele, não importando que ele fosse.

Kakashi viu gradativamente a mudança nas feições da jovem.

Primeiro surpresa, depois choque, e por último horror. Retirou sua mão e deu dois passos para trás, confuso pelas expressões da jovem ao lhe fitar. Tudo bem que não tinha uma aparência comum. Sua cicatriz, heterocromia noos olhos e cabelo prematuramente grisalho assustavam qualquer um num primeiro momento, porém, ele nunca havia visto uma reação tão forte a sua aparêncua antes. Pelo menos era isso que Kakashi pensava. E estava totalmente errado, porém ele não tinha como saber isso.

- O-O que vocês querem? – Ela deu-lhe as costas e perguntou com a voz falha, ainda abalada por estar de cara com Kakashi.

- Queremos a sua ajuda. – Disse.

- Não quero ajudá-los. – Jun disse e passou seus braços ao redor de si mesma, se abraçando. De tantos agentes federais que existiam, tinha que ser logo ele a estar ali? Aquilo era coincidência de mais.

- Vidas estão em risco Miss Hinday... – Dessa vez foi a voz de uma mulher que disse.

- Miss Hinday... – A voz de Kakashi chegou aos ouvidos de Jun. – Eu sou o agente especial Kakashi Hatake. – ela apertou os olhos com força ao escutar o nome dele, uma lágrimaa escapou. – E essa é a agente Sakura Haruno. Fazemos parte de um time especial de operações.

- Eu não me importo! – Só queria que ele fosse embora.

- Aqui! – Ele se adiantou e jogou várias fotos em cima do piano, obrigando que Jun as visse. – Isso ocorreu alguns dias atrás.

Contrafeita, Jun deixou seus olhos vagarem pelas fotos, e as fitou com surpresa, pegando uma nas mãos para examinar melhor. A lágrima que havia escorrido, já esquecida pela jovem, estava começando a secar. Outras não viriam.

- Quando isso aconteceu? – Perguntou e pegou outra foto.

- Não está surpresa com o que está vendo? – Kakashi perguntou, um pouco surpreso. Até mesmo o melhor dos seus agentes havia ficado com ânsias de vômito ao ver algumas daquelas imagens.

- Te garanto que já vi coisas piores... – Murmurou a jovem e pegou outra foto – Você não me respondeu. Quando foi o primeiro desses casos?

- A minha divisão foi aberta a cerca de uma ano para fazer as invest- - Kakashi não pode continuar, pois Jun, enfurecida se levantou.

- UM ANO?! Um ano e vocês só procuram ajuda agora? – Um ano era muita coisa. Pensava a jovem desesperada, imaginando quanta coisa poderia ter acontecido nesse período. – Qual é o problema de vocês? – Ela avançou em Kakashi, ainda brandindo fotos nas mãos.

- Miss Hinday, se acalme... – Pediu Tsunade.

- Uma merda que vou me acalmar! UM ANO! Sabe quanto tempo é isso?! Tempo suficiente para eles fazerem do seu mundo um imenso laboratório humano! – Veias saltavam na face da jovem.

- Por que não nos sentamos e discutimos isso, Miss Hinday? – Disse Kakashi, tentando apaziguar a situação, porém, aquela simples frase de Jun havia feito surgir várias perguntas na sua cabeça. Quem eram ‘eles’? E por que era ‘seu’ mundo e não ‘nosso’ mundo? Essas eram só algumas das perguntas que surgiam, e ficariam sem resposta. Pelo menos por enquanto.

- Vocês tem um corpo? – Ela perguntou, o ignorando.

- Perdão?

- C-O-R-P-O! Corpo! – Soletrou. – Estamos falando o mesmo idioma, agente? – Ela queria evitar chamá-lo pelo nome.

- Claro que estamos... – Disse, mas não conseguiu continuar a frase.

- ENTÃO ME RESPONDA!

- Sim! – Ele quase gritou na cara dela, mas se conteve no último minuto, apenas falando algumas notas acima do seu tom de voz normal, ela estava começando a deixar-lhe nervoso. Era mais rude e mandona do que seu instrutor de tiro. – Nós temos um corpo.

- Ótimo. – Disse Jun já mais calma. – Esse foi morto antes de explodir... – Murmurou para si própria.

- Como? – Kakashi perguntou. Em momento algum ele se lembrava de falar como aquele corpo em particular havia morrido, ou havia falado das explosões.

- Como o quê?

- Como você sabia sobre as explosões, e sobre esse corpo ter sido assassinado?

- Bem, isso é uma mutação altamente instável. Era um dos estudos dos meus pais. – Ela deu de ombros e se voltou para o piano, pegando outra série de fotos.

Kakashi a olhou embasbacado. Só poderia estar de brincadeira com a cara dele.

- Então como eu faço para solucionar isso?

- Não faz. Precisaria dos registros dos meus pais. E claro... – Ela sorriu irônicamente para ele. – Eu precisaria de um laboratório para examinar esse corpo, já que a pesquisa dos meus pais nunca foi terminada, e está obvio que alguém decidiu continuá-la.

- Não temos como deixar você examinar esse corpo. – Disse uma mulher e Jun se voltou para ela. A jovem tinha os cabelos rosas e olhos verdes, mais claros que os seus. Deveria ser a agente Sakura Haruno. O nome combinava com a aparência dela. – Você não pode sair dessa instituição.

- Sério, Einsten? – Jun soergueu uma sobrancelha.

Kakashi suspirou.

- Se você tivesse os registros e o corpo, você poderia dizer o que está causando essa mutação?

- Eu preciso de um laboratório também...

- Se eu te arranjar tudo, você poderá me dizer o que está causando isso? – Kakashi começava a ficar esperançoso.

- Talvez, – Jun deu de ombros e desviou seus olhos de Kakashi. Olhar para ele lhe trazia lembranças dolorosas.

- Nós vamos conseguir! – Ele se virou para Sakura. – Ligue-me com o Jiraya, Sakura.

- Okay! – Disse a Haruno e sacou o telefone, apertando a discagem rápida e o passando para Kakashi em seguida.

- Sir? – Disse quando Jiraya atendeu – Eu tenho outro desafio para você...

Continua...