Undertaker [Hiato] escrita por biazacha


Capítulo 25
No Quarto Negro


Notas iniciais do capítulo

Oi minhas delícias!

Sei lá com vocês, mas aqui em sampa tá um combo frio+Sol+vento que está me deixando extremamente irritada - tipo, decida-se clima idiota!

Antes de mais nada, ontem foi nível de 15 aninhos da Straw, então Feliz Níver pra você! Apesar se estar puta comigo e tudo o mais... XD
Fora ela, queria desejar as boas vindas pra likeavirgin, Ju lls, Ther Fanny e Julie Moraes. E o time de leitoras que eu torturo com meus finais fdp só aumenta... eu amo vocês gente, são pacientes demais com minhas doidices. (~*-*)~

De qualquer forma, eu tive um raro momento de bondade e escrevi esse cap pra vocês por conta dos reviews engraçados que recebi... não esta grande porque ainda não entrei no pique, mas tem uma porrada de informações nele, então não quero ver ninguém reclamando. (u.u)'


Ai ai, meus ovos de Páscoa finalmente acabaram e isso me deprimiu um pouquinho... agora só sobrou colomba e eu definitivamente abomino esse treco. /(>o<)

Essa é a primeira semana do bimestre, logo é a única antes dos teachers fofos (ok, mal amados na verdade) começarem a me bombardear com tarefas... ogo, vou ser sincera com vocês e avisar que vou dedicar minhas tardes pra nobre arte do sono. LOL



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/235829/chapter/25

Aquilo era surreal; ela devia estar no corredor, no corredor! Não no meio do quarto negro... sentada na cama envolta em colchas igualmente escuras. Raven olhava para os lados freneticamente, com o coração acelerado... se ela estava ali, pra onde iria se quisesse ir embora?

Depois de se revirar em agonia por um tempo indeterminado, ela parou e se deu conta de um fator essencial: se ela estava no quarto preto o violinista estava em algum lugar por ali também.

Com um guincho de susto, ela se deu conta do som bem baixinho que saia de um canto do cômodo: diferente das outras vezes, ele tocava sentado e parecia tão relaxado no ato que ela se perguntou como ele conseguia tirar algum som do instrumento, que no geral exige uma postura mais rígida.

A canção era a mesma, sem dúvidas, pois ela sentia a insuportável coceira num canto do cérebro que a dizia de modo insistente que ela conhecia a música. Mas o arranjo e o ritmo estavam diferentes, o que a fazia parecer uma canção de ninar.

Se tinha algo do qual a menina tinha certeza, é de que não iria dormir naquele lugar de jeito nenhum; considerava seriamente sair dali e entrar num quarto aleatório – por mais irritantes que fossem as discussões bizarras que ela tinha com Gabe e a menininha azul, pelo menos começava a tirar pequenas informações úteis de cada um daqueles encontros perturbadores.

Com essa convicção em mente, ela fez questão de levantar, mas congelou no ato por uma razão: e se, assim como no sonho do edifício japonês, ela desse de cara com Keane? Ela tinha adormecido ao seu lado não é? Poderia perguntar pra ele qual era sua participação naquilo tudo? Se ele estaria lá quando ela acordasse?

Revivendo as últimas horas em sua mente, ela não pôde evitar se xingar e se chamar de bipolar – hora está resistindo bravamente porque acha que ele é misterioso e sinistro demais com todo aquela história de passar as tardes no cemitério e na outra está flertando com Keane e indo deitar com ele no jardim.

Tudo por conta de um (maravilhoso) tronco desnudo. Nunca se sentiu tão fraca.

Não podia ficar fugindo dele; se o encontrasse iria sim tirar todas as suas dúvidas sem medos ou receios. Aquilo estava indo longe demais, não podia ficar se derretendo e com o coração disparado por alguém que temia, que não entendia.

Com a convicção renovada, ela tentou sair do quarto... mas seu corpo não se movia.

Ela podia mexer da cintura para cima, mas seus braços estavam fracos e ela não conseguia emitir som algum – o violinista continuava tocando suavemente, aparentemente alheio ao pânico de sua diminuta plateia.

Revoltada com aquele sonho bizarro, ela começou a esmurrar o travesseiro mais próximo e a se debater. Sentiu seu coque frouxo se desfazer e a cascata de cabelos loiros e maltratados caiu sobre sua face.

Tentando se arrastar até a beirada do colchão com força o suficiente para morder o lábio até partir, ela lançou um olhar maligno ao musicista que continuava seu show sem dar bola a luta ferrenha da menina e deu um pulo; se pudesse falar, provavelmente teria soltado um grito agudo.

Em meio à todas as sombras medonhas e profundas naquele cômodo, ela avistou uma outra figura, em pé atrás da cadeira do violinista.

Sem dúvidas alguma era um homem, mas seu rosto era apenas um borrão preto entre todas as manchas escuras daquele lugar – sua postura aparentava cansaço e, mesmo entre as sombras, ela sabia que ele a fitava com uma intensidade assustadora.

Subitamente, o homem gesticulou num movimento rápido e irrequieto; ela não entendeu nada e franziu o cenho, fato que não passou despercebido pelo estranho que a observava com tanto afinco. Lentamente, ele refez o gesto: apontou para ela e para algum canto atrás de si.

Raven olhou para trás e viu a cabeceira da cama, assim como diversos travesseiros e dois criados-mudos, tudo preto. Sobre ambos os móveis havia abajures com contas em formas de cristais e em um deles um livro grosso.

Ela tornou a olhar para o homem, que agora apontava de modo insistente para trás – reconhecendo a direção como a de uma das pontas da cama, ela passou os minutos seguintes se arrastando em direção ao local indicado.

Frio, calor, desconforto, fome, sono, dor, cócegas.... nenhuma sensação se fazia presente quando estava naqueles sonhos no sinistro conjunto de corredores, mas naquele momento os músculos de seu braço ardiam com o esforço – era como se ela pesasse mais de cem quilos. O gosto de ferro e sal de seus lábios partidos desnorteava seu foco e seus fios finos caiam em seus olhos.

 Quando finalmente conseguiu alcançar a ponta da cama, desabou no colchão respirando de forma profunda e difícil. Suas costas pareciam ter se partido e sua visão estava turva. Apenas a mera teimosia a impediu de apagar completamente ali.

Esticando um braço cansado, a menina pegou o livro que estava ali. Se em circunstâncias normais ele já seria consideravelmente pesado, com o braço fraco e dolorido ela o agarrou e o jogou ao seu lado na cama.

Caindo aberto, ele revelou uma série de textos numa letra intricada e inclinada; com uma ilustração gasta e colorida, ela reconheceu de imediato as figuras retratadas: ela e Keane.

Mas havia diferenças claras entre eles de fato e a pintura: os cabelos de ambos estavam mais compridos e o garoto não estava tão pálido; eles vestiam roupas brancas e largas e ela sustentava um semblante rebelde e raivoso, ao passo em que ele parecia sereno e controlado.

“Então, como se tivesse sido sugada, ela se viu encarando a cena de frente: num quarto aberto e arejado, repleto de cores bem claras e tranquilizadoras, ele enfaixava o pulso da menina com cuidado, enquanto esta se sacudia com impaciência.

-Não entendo porque insiste em fazer isso Kanel – disse ela – eu vou me curar sozinha, não precisa perder tempo.

Raven não sabia o que era mais estranho: ver a si mesma num contexto desconhecido, ou ver Keane sendo chamado de “Kanel”.

-Não vejo problema em te proporcionar algum conforto enquanto seu corpo se regenera Ravena, ainda mais quando você não me deixa cura-la imediatamente.

“Ok, isso é bizarro.” Pensou ela fitando a cena.

O garoto terminou o curativo e ela ergueu o braço esquerdo fitando o curativo com um ar emburrado.

-Não vai me dizer onde fez isso? – ele guardava o resto da faixa que lembrava uma gaze, porém mais fina e de um branco extremamente puro.

-Eu já te disse. – disse ela cutucando a beirada da parte enfaixada, como se considerasse se seria possível coçar ali ou não.

-Eu sempre sei quando você mente Ravena. – nenhum dos dois se encarava, mas a tensão era evidente.

-Me deixa em paz! – ele a olhou por um instante e era possível ver o pingo de mágoa em seus olhos.

-Se assim deseja. – ele levantou e saiu do cômodo.

Quase que imediatamente, a outra Raven, ou Ravena, se encolheu numa bola sobre a cama em que estava e fitou o curativo com um ar choroso. A expressão era tão sofrida que a garota se sentiu mal só de assistir.

-Se eu contasse, você jamais voltaria a me amar Kanel. – resmungou a menina, e a visão virou um borrão.”

Levantando assustado, Raven se viu em seu próprio quarto novamente. Antes de qualquer outra coisa, ele mexeu as pernas e respirou aliviada quando viu que elas se moviam novamente. Se deixou cair de volta no colchão amargando um fator que havia esquecido completamente: desde o sonho do quarto amarelo com as corujas e o chá, ela trazia para a vida real todo e qualquer ferimento que conseguia lá.

Portando seus braços e costas ardiam de tão pesados e doloridos e seu lábio estava partido, o que só serviu para reabrir as casquinhas dos ferimentos do canto de sua boca que conseguiu no atropelamento. Como se ela precisava de mais dor, pelo menos ainda tomava doses diárias de analgésicos devido a sua mão ferida.

Criando coragem, se sentou para ruminar o que tinha visto e deu de cara com alguém sentado na cadeira de sua escrivaninha olhando para a janela; reconheceu a silhueta do homem que indicou o livro em seu sonho.

-Quem é você? – sussurrou ela em pânico. O homem se virou.

-Eu? Meu nome é Churchil.

Churchil... ninguém mais, ninguém menos que o drogado que morreu misteriosamente ao tentar assalta-la. Em algum outro canto do quarto, Gabe riu baixinho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom... eu disse que vocês tinham que aturar meus fins fdp não disse?

Beijinhos!! (*--*)//



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Undertaker [Hiato]" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.