Undertaker [Hiato] escrita por biazacha


Capítulo 26
Questão de Confiança


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas.Vamos lá, diminuindo o drama todo, serei mais direta:-Obrigada as mensagens com perguntas e apoio. Vocês são umas fofas!-Não desisti de minhas fics e nem pretendo fazer isso.-Se tivessem dado uma olhadinha no meu perfil, veriam que fiquei MUITO tempo sem entrar aqui, ou seja, não estava nem lendo as fics que acompanho.-Faculdade é complicado, ainda mais um curso com tanta matéria prática e pouca teórica como Moda.-Eu podia ter avisado, é até podia, mas não saberia dizer quando arranjaria tempo e estou ficando cansada de explicar que as coisas na minha vida estão corridas...-Semana que vem estou de férias, então vou voltando aos poucos.O cap está menor que o geral, verdade, mas é quase 2 mil palavras, deem um desconto que não escrevo bastante a um tempo.Sei que vocês não estão nem aí pra essas coisas, mas como gosto de falar de mim, agora tenho dois gatos! Isso significa que dobrou os gastos na hora de levar no pet shop pra tomar banho! Ok, isso nem é um problema, mas eles quebraram a tela do meu note.... em luto com isso.Aliás, comecei a ler Crônicas do Gelo e Fogo, que os deuses me ajudem que um volume é mais monstro que o outro! Mas o seriado é tão foda que pensei "ah vai, porque não?"Enfim, parei de falar de mim... boa leitura!!



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Ela se arrastava pelo estacionamento em direção à escola; era estranho se lembrar que no dia anterior ela estava preocupada em como encararia Becky e Susan, sabendo que andaram escondendo coisas dela e como iria falar com Keane sem lembrar de que deu um amassos com Jared.

Até mesmo ela esculachando Ramona Foster parecia algo que ocorreu há vinte anos atrás.

Mais um momento peculiar com Keane para sua coleção, mais um sonho bizarro naquele labirinto de corredores e portas para sua coleção e mais um espírito desocupado na sua cola para sua coleção. Raven sinceramente queria saber como se livrar de todas essas coleções, pois nunca almejou nenhuma.

Para piorar a situação, Churchil não estava drogado e ela descobriu que ele era um sujeito realmente decente depois que abandonou o vício em sua morte.... o que basicamente não tornava nada mais fácil – porque querendo ou não, era impossível para ela não relacionar a si mesma com aquelas mortes, corujas e acidentes estranhos.

Na verdade, a menina já estava cogitando seriamente ir passar as tardes no cemitério também, para ver se não a deixavam em paz e ficavam por lá.

De modo sistemático, ignorou Rebecca e Susan do outro lado do estacionamento e foi em direção ao seu armário – não queria chateações logo pela manhã e ela estava decidindo naquele momento que todo e qualquer tipo de conversa era uma chateação quando se está considerando formas de se livrar de assombrações.

A maioria dos alunos soltavam pesados suspiros ou se zoavam em rodinhas, mas ela sentiu mais olhares em si do que gostaria. Mortalmente consciente que o corte que fez em sua boca durante o sonho só deixava seu rosto já esfolado mais feio, ela agradecia – não pela primeira vez – o fato de estarem no outono e de ela poder usar roupas compridas e espessas, impossibilitando a todos ver seus braços, pernas e costas, inclusive quando fosse praticar esportes.

Seu primeiro tempo era francês; bocejando de tédio, começou a resolver as lições de modo rápido e eficiente. Não que fosse uma intelectual, mas para algumas matérias recebia apoio prévio de John durante as férias, portanto não via dificuldades e até mesmo se adiantava.

Quando terminou, encostou-se à carteira e fechou os olhos. Tinha coisas demais na mente para dormir, mas relaxou o máximo que pôde, pois sentia que não adiantava tentar resolver tudo de uma vez.

Antes dos seus inquilinos espirituais, havia Keane... ou seria Kanel? Aquela visão dentro do sonho a perturbava de modo monstruoso, e ela faria de tudo para evitar o menino nos próximos dias... só reagiria quando se sentisse pronta para arrancar respostas dele – visto que todos os seus momentos de determinação anteriores não foram muito longe, se sentia absolutamente pessimista em relação ao seu vizinho amável e gostoso.

–Acho que você devia apenas dar um chega pra lá nesse cara enquanto está confusa.

–Keane não é exatamente o tipo de cara no qual você dá um chega pra lá. – respondeu a garota em seus pensamentos.

–Não é exatamente o tipo de cara no qual você dá um chega pra lá.

–Gabriel, não se meta no nosso diálogo, já notei que você tem a tendência a deixar tudo desagradável. – disse Churchil para Gabe de modo suave.

–E aí o do cabelinho? Não fui eu que morri drogado! – retrucou o outro indignado.

–Não, fui eu – concordou Churchil em tom entediado – mas é você quem continua desagradável. – não houve resposta.

–Nossa, você é bom. – se admirou ela.

–Ele me lembra alguém que conheci. – seu tom continuava tão calmo como antes, mas havia uma nota de mágoa nítida; era claro que ele não era exatamente fã da ideia de estar morto, ainda mais morto e preso à uma menina sem-graça, irritante e confusa como ela.

Como a menininha não era exatamente um ser vivo e Gabe era alguém que ela conheceu durante praticamente toda a vida – embora tenha passado pelo menos dois anos amaldiçoando o fato – Churchil era um completo estranho pra ela, mas não tinha coragem e não sabia ao certo como aborda-lo para descobrir sobre sua vida antes de morrer.

Antes que chegasse a uma resolução, sentiu alguém cutucando a sua bochecha insistentemente; reconhecendo o gesto, se preparou psicologicamente para o que viria a seguir.

–Oi Becky. – murmurou ela.

–É oi, vamos conversar. – ela levantou a cabeça e encarou a outra; a morena olhava para os lados e tinha uma nota de urgência nela que não combinava com seu ar superior de sempre.

–Onde está Susan?

–Quero falar com você antes que ela chegue, portanto temos que ser rápidas. – Raven ergueu uma sobrancelha, mas deu de ombros e a seguiu; a curiosidade falava mais alto no fim das contas. Becky era ligeira e chegou a pedir pra um menino da turma avisar Susan que elas estavam no jardim em frente as quadras, ninguém jamais diria que ela estava evitando a loirinha.

Jogadas sob uma árvore, ela a encarou firmemente e disse:

–Lembra quando estávamos andando juntas há alguns meses e você nos apresentou seus amigos?

–Sim . –respondeu, suspeitando do rumo que a conversa iria tomar.

–Pouco tempo depois, comecei a sair com Vlad. – a notícia pegou a menina; aquilo era mais tempo do que Jared havia confessado. Ou ele mentira ou, o mais provável, é que o casal estivesse na moita há mais tempo do que ela imaginava – Sei que está surpresa – disse a menina de modo apressado – mas vai ter tempo pra me julgar e me detestar depois. Escute o que tenha a te dizer.

–Estou ouvindo. – respondeu Raven depois de uma pausa.

–No começo achei que não era nada demais e logo ficou claro que você tinha muito ciúmes dos amigos, então não vi motivos pra te deixar chateada. – a descrença da menina deve ter ficado evidente em sua face, pois a outra continuou num tom mais firme – É verdade. Os meses passaram e eu estava me sentindo mal de esconder de todos, então Vlad contou. Pra todos menos pra você; ele disse que seria complicado e que você criaria caso com isso, mas aí chegou um momento em que não havia mais desculpa que negasse o fato de que estávamos sendo cretinos com você.

–Fico feliz de ver que pensa assim. – murmurou a menor secamente.

–Eu sei, eu sei, não foi o certo! E a gota d’água foi o acidente! Aquele parecia o momento ideal pra recomeçar, contar toda a verdade... mas ele não queria. E começou a agir de um modo estranho em relação a nós dois, daí brigamos e não falo com ele direito... até tentamos conversar esse final de semana, mas brigamos de novo. – “então eles não estavam se pegando no lugar de estudar” pensou Raven. Mas ela não tinha como ter certeza; talvez Jared tivesse contado a eles que ela sabia de tudo e a menina estava apenas tentando aliviar pro seu lado.

–E porque Susan não pode ouvir isso?

–Por uma razão simples: no lugar de me apoiar ou ajudar a te contar, ela fica o tempo todo dizendo que eu devia voltar com ele e que não tinha nada de errado em como as coisas estavam antes. Aí tem coisa, não consigo mais confiar nela como antes... e isso é mau. – Raven entendeu o que ela queria dizer: ambas se conheciam desde que engatinhavam e se aquilo fosse verdade Rebecca estava se sentindo tão sem chão quanto ela.

Pela visão periférica, ambas focalizaram Susan se aproximando.

–Não diga a ela que te contei.

–Tudo bem. – pelo sim ou pelo não, ela merecia o benefício da dúvida.

Como sempre, Susan surgia animada, seus cabelos muito claros se movendo com a brisa e seus olhos bem azuis atentos a tudo. Pela primeira vez, Raven percebeu como a menina parecia focada demais e dócil de menos – até quando ela teria que ficar assim, suspeitando de cada pessoa que vive ao seu lado?

–Está tudo bem? – perguntou a menina.

–Estou me sentindo mal, então pedi a Becky pra ficarmos aqui fora.

–Hum... bem que me disseram que vocês duas pareciam com pressa. – aquilo fez soar um alarme interior em Raven: como ela nunca reparara nesse lado de Susan antes?

–Pois é, Keane cozinhou de novo e eu exagerei na dose.

–Sério?

–Comi mais até que ele, pode perguntar.

–Também, depois de uma semana de comida de hospital, qualquer dia desses você ia acabar extrapolando. – murmurou Becky, dando uma ajudinha.

–É verdade – concordou Susan – vai pra enfermaria?

–Vou pra casa.

–A gente te leva! – se apressou ela a dizer.

–Não adianta – cortou Becky – estava dizendo isso pra ela agora, mas ela simplesmente diz que não precisa.

–E não precisa mesmo. Vou descansar e amanhã estou melhor.

–Tchau. – murmuraram as duas; Susan já parecia a mesma de sempre, mas a outra olhava Raven como se começasse a se arrepender do que tinha contado.

A menina levantou e saiu de modo dramático; contrariando o que seria mais sensato a se fazer, ela pegou o carro e foi embora no meio do intervalo. No caminho, seu celular piscou para mensagens e ela ergueu o visor irritada, achando que as meninas não a deixariam em paz nem por algumas horas. Se surpreendeu ao ver Ramona Foster lhe mandando um sms – mesmo porque nem se lembrava de qual teria sido a ocasião em que trocaram os números de celular.

Noss entao vc prd suas amgnhs hn? Rebecca ta pgnd sua pxnt nao e? Ctdnh –sqn nao prcs rspndr ouvi td e vou dscbr qm e vlad

Considerando que ela tinha alguma coisa realmente série contra acentos, vogais e similares, Raven demorou minutos consideráveis tentando desvendar a mensagem – ainda tinha lá suas dúvidas do que seria “prd” e “pxnt”, mas não podia ficar no acostamento encarando o celular pra sempre.

De qualquer forma, agora Ramona estava interessada em Vlad, o que só podia ser algo ruim.

Chegando em sua casa, ela subiu até seu quarto se arrastando e se jogou em sua cama. Aquilo estava saindo de controle, ela não podia continuar perdendo aulas e nem fugindo das coisas para sempre. A todo momento invertia suas prioridades e não resolvia nada.

Pegou seu caderninho e na página seguinte em que listou sua semana tensa a macabra logo depois de falar com Keane pela primeira vez, e fez outra lista:

“PRIORIDADES:

1- Superar o lance Kanel e a minha cópia

2- Abordar Keane

3- Pedir conselhos pra Jared e Sammy

4- Falar com Charles e Rebecca

5- Mandar as assombrações pro além.”

Encarando as folhas por algum tempo, chegou à conclusão de que seria um bom começo; colocando ele cuidadosamente embaixo dos travesseiros, pegou uma bolsa menor e colocou o essencial dentro.

Uma caminhada até o cemitério a faria espairecer e, poderia aguardar lá para descobrir o que tanto Keane fazia ali.


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Notas finais do capítulo

Eu podia ter deixado um fim fofo em consideração né... mas aí vocês iam achar que alguém roubou minha conta e está postando no meu lugar.Beijos serzinhos lindos!! (*--*)//



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