Undertaker [Hiato] escrita por biazacha


Capítulo 24
O Cozinheiro


Notas iniciais do capítulo

Oi genteDevem estar no mínimo surpresas por eu estar aqui, se perguntando se morri, se estava muito ocupada ou só se sacaneie vocês mesmo... pois é, a resposta na verdade é meio deprimente: eu não conseguia entrar aqui.Tentei várias vezes no começo, mandei e-mails e falaram que estava tudo ok com minha conta - até quando me mandaram um novo acesso, eu não conseguia entrar aqui. Raras vezes o computador me fez passar tanto nervoso assim. Peguei até trauma.Cheguei a pensar em abrir conta em outro site e pedir pra Inner avisar vocês, mas não resolvia o problema das mais de cem fics que eu lia aqui... então a resposta veio quando comprei um PC novo.Só para me matar de ódio e fazer eu me sentir como uma idiota, eu não conseguia entrar aqui no Nyah! porque meu anti-vírus do note bloqueava o site! Por hora as coisas voltaram ao normal, mas por precaução eu não entrei aqui com Face ou outras contas abertas.... sugiro que façam o mesmo, nunca se sabe né? Pessoalmente achei meio tenso o que aconteceu, mesmo nunca tendo dito problemas em relação a vírus e similares.De qualquer forma, assim que meu pai instalou tudo no PC e eu consegui usar ele e entrei aqui (ou seja, três minutos atrás no máximo) decidi postar os caps onde tinha parado de escrever mesmo só pra não matar vocês por mais tempo. Minha inspiração deve estar meio seca, afinal faz meses que não toco neles, mas não desisti das minhas fics ok?Boa leitura amores, não está revisado, então desculpem qualquer errinho besta viu? Ah, e vou colocar a mesma mensagem nas duas fics, pra quem lê ambas..... /o/



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Ela poderia desviar o olhar. Na verdade não poderia porque toda a sua força de vontade foi gasta indo à escola de manhã, mas ela poderia fingir que não estava chocada, ruborizada e.... animadinha.

Mas o fato é que ela estava há quase três minutos em total silêncio encarando o tronco nu dele – pode parecer pouco, mas é o mesmo que fazer um miojo. No geral, garotas não ficam encarando os colegas de classe sem camisa tempo suficiente para o macarrão instantâneo ficar pronto.

Por outro, a vida dela seria bem mais fácil se ele não estivesse com as mãos casualmente apoiadas no cós do jeans negro e um sorriso adoravelmente cafajeste nos lábios. E os olhos brilhando, só para fechar o pacote.

–Desculpe perguntar assim mas... vai ficar encarando ele pra todo sempre?

Ela ignorou a menina por um lado e considerou suas palavras por outro: estava estranho, estranho e sugestivo demais ficar olhando o corpo dele fixamente – em algum lugar da sua mente, sua consciência berrava impropérios e garantia que ela nem piscava, mas o resto do corpo aparentava descaso com o fato.

Mas ela não podia sentir descaso, ela tinha ao menos que piscar; mas não conseguia e tudo porque ele era gostoso demais pra ser verdade. E o pior é que ela sabia que o momento certo para falar algo já tinha passado há muito tempo e qualquer coisa agora seria terrivelmente constrangedora, então focou em analisar o tamanho da distração.

Seu pescoço longo já possuía os indícios da musculatura definida que surgia em seu peitoral – mais largo que as roupas sugeriam – e descia para uma barriga talhada num tanquinho irresistível, onde os ossos do quadril saltavam salientes e o cós baixo do jeans surgia.... “Não Raven, você não está pensando no.... não!” berrou ela mentalmente para si mesma; disposta a manter um pingo de dignidade e controle da situação, ela fechou os olhos e reorganizou seus pensamentos rapidamente. Não foi fácil.

–Bom... estou aqui tentando imaginar o motivo de você estar assim.

–Era isso que estava fazendo? – ela podia ouvir o riso e a presunção na voz dele; era obvio que ele não caiu nessa, mas a garota não daria esse gostinho.

–Já que eu não cheguei à conclusão nenhum – retomou o raciocínio, mentindo descaradamente – gostaria de saber... porquê exatamente está assim?

–Eu estava cortando as coisas para o almoço e...

–O que vai fazer? – ela perguntou subitamente, para logo em seguida se xingar mentalmente; além de interrompe-lo, tinha aberto os olhos. Ele a encarava com evidente divertimento e com os braços cruzados, o que só fazia evidenciar os braços fortes.

–Vai saber quando for comer – respondeu ele com um tom de voz sugestivo – mas a questão é, acabei me sujando e tive de tirar... se importa se eu pegar uma roupa do seu irmão?

–Er... claro que sim. – disse ela confusa, com a sensação de que estava esquecendo algo crucial.

Indo em direção ao quarto de John tentando passar o mais distante do corpo de Keane possível, ela matutava em sua cabeça onde exatamente estava o problema em emprestar algo quente pra ele vestir – seu irmão não voltava para casa em todos os feriados e muito menos nos fins de semana, de modo que ela sem dúvidas poderia até mesmo omitir o empréstimo.

Mas mesmo assim algo em sua mente lhe dizia que ela estava esquecendo alguma coisa; como o garoto continuava parado no corredor seminu num dia típico de outono, ela deixou as questões de lado e abriu os armários do irmão.

Diferente dela, o futuro médico arrumava todas as roupas por cor, tamanho e material. E, diferente dela, ele tinha opções bem mais abrangentes que preto, cinza e azul marinho. Sorrindo por dentro com a ideia que surgia em sua mente, ela pegou um suéter branco e relativamente felpudo e jogou nos braços do garoto. Ele encarou a peça, franzindo as sobrancelhas.

–Acha que precisa de algo mais quente? – perguntou, bancando a inocente.

Ele negou com a cabeça e tornou a se vestir. Mesmo que ela perdesse a visão dos deuses do abdome definido dele, estava realizando uma de suas maiores fantasias: ver ele usando algo branco.

Com sua pele pálida e seus cabelos muito negros, o uso de roupas pretas só fazia com que seus olhos – naturalmente de um azul claro, brilhante e penetrante – saltassem de forma incrível e atraíssem a atenção imediata de qualquer um que olhasse para ele, mesmo que de relance.

Já uma peça de roupa branca entrava em sintonia com a pele clara de Keane e suavizava o fascínio perturbador de seus olhos, o que fazia com que ele num todo ficasse menos intimidador.

E Raven gostou disso.

–Agora... já que estamos resolvidos quanto a questão das roupas, o que vou comer?

–Ainda não está pronto. – disse ele meio seco; talvez a roupa branca tivesse sido uma provocação forte demais no fim das contas.

–Então eu devo colocar suas roupas pra lavar e...

–E passar pela cozinha nesse meio tempo? Cuidamos disso depois. – ela conteve um chiado; era justamente essa sua estratégia.

–Ótimo, o que eu faço enquanto não como? Largo você sozinho na cozinha?

–Não vou roubar nada sabe. – disse Keane num tom sensato; ela riu baixinho.

–Eu sei, mas não é exatamente... como tratamos uma pessoa convidada entende?

–Então ainda não sou de casa?

–Não, por enquanto é só meu chef, striper e motorista. – ele deu um de seus sorrisos incríveis.

– Ok então... acho que vou ter que ficar aqui com a dona da casa até o almoço ficar pronto.

–Mas vai tudo queimar!

–Acha que eu deixaria algo queimar? – perguntou ele; imediatamente ela pensou “algo além de cada célula do meu pobre corpinho subdesenvolvido?”, mas respondeu:

–N-não?

–Exatamente, não. – ele se aproximou dela e colocou as mãos em sua cintura – enquanto esperamos... como exatamente você vai entreter esse convidado aqui?

–Er... podemos jogar videogame? – Raven não sabia se xingava a si própria pela resposta absolutamente imbecil ou se dava risada pela cara de espanto de Keane, pela primeira vez totalmente sem um pingo de sua postura superior e intimidante de sempre. Talvez a roupa branca realmente estivesse fazendo a diferença.

E foi isso que fizeram; ambos foram até a sala pra jogar videogame. No fim das contas, depois de ser completamente destruída no Need For Speed pela oitava vez consecutiva, sem dó, piedade ou palavras amigáveis da arte dele, ela chegou à conclusão de que no fundo Keane tinha maneiras de se vingar bem mais infantis do que ela imaginava “dignas” do garoto.

–Isso foi... interessante. – disse ele.

–Se você quis dizer humilhante, concordo com você. – ele riu e o clima ficou mais leve.

–De qualquer forma, acho que o almoço está pronto agora.

Ambos foram até a cozinha; ela tentava espiar por ele, pois não sentia cheiro de nada, mas Keane travava o caminho de forma insistente, andando lentamente de propósito. Quando chegaram no lugar e ele abriu o forno, ela perdeu o ar.

Um peixe imenso, enorme e cheio de pimentões brilhava com uma casca dourada perfeita dentro do forno – ela tinha certeza de que não tinha nada ali para preparar algo assim, mas preferiu não matutar muito a questão. Principalmente porque ela finalmente começou a sentir o cheiro e seu estômago imediatamente começou a implorar para ela comer.

–Vamos comer, por favor. – pediu ela, com os olhos fixos no assado.

–Ok, ok... morta de fome. – a mudança abrupta de humor dele deixava Raven completamente desnorteada: num momento ele era frio, no outro amigável, num momento reservado, no outro extremamente carismático e sexy, em um mal humorado e no outro animado... num espaço de menos de uma hora.

Ela assistiu contente o espetáculo a parte de Keane dobrando as mangas e cortando os pedaços com todo o cuidado para a carne branca não desmanchar – era incrível como alguém com um aspecto tão intimidador e cortante fosse capaz de movimentos tão graciosos como aqueles. Incrível e lindo.

Começaram a comer em silêncio, ou pelos quase, já que a menina era incapaz de segurar pequenos grunhidos de apreciação a comida; não que ele parecesse incomodado com eles, muito pelo contrário.

–Sério, quem te ensinou a cozinhar??!

–Está tão bom assim? Superestima minhas habilidades.

–Claro que não o faço, isso aqui é... ai que raiva, não consigo fazer nem uma fornada de biscoitos sem acidentes de percurso graves. – ele realmente riu com essa, a ponto de pousar o garfo e apoiar o queixo nas mãos a fitando.

–Acidentes de percurso hein?

–Claro – garantiu ela – sempre acontece alguma coisa. Lembro da vez que estouramos um pacote de farinha na cozinha; eu e Vlad ouvimos um monte da mamãe por horas.... – ela parou ao ver a mudança na expressão dele – Que foi?

–Invejo muito Warmoth. – simplificou ele.

–Por levar bronca ao meu lado? – brincou ela, tentando descontrair as coisas.

–Por poder passar tantos anos ao seu lado abertamente, sem ressalvas ou pressões.

–O que quer dizer com isso? – assustado pela estranha escolha de palavras dele.

–Nada de mais, apenas estimo sua companhia. – ele voltou a comer; ela não se convenceu, mas também não se insistiu no assunto.

Por mais estranho e presunçoso que fosse para ela pensar nisso, talvez – e apenas talvez – ele realmente gostasse dela. E ela realmente gostasse dele. Um gostar... mais romântico do que ela sente por Vlad e infinitamente a mais do que por Jay.

Se esse fosse o caso, estaria ele com ciúmes? Ambos são lindos e possuem uma presença e tanto, mas será que Keane a via como uma pessoa tão superficial assim? Se ele invejava o tempo que ela tinha passado ao lado de Vlad, porque não parecia sentir nada de hostil em relação ao ruivo? Porque demorou tanto pra chegar nela, ou mesmo agora parecia tão distante em alguns momentos?

De qualquer forma, se ele realmente gostava dela e ela realmente gostava dele, devia mostrar à Keane que, o conhecendo à dez anos ou alguns dias, ele de alguma forma bizarra e incrível já tinha garantido seu lugar.

–Sabe – começou ela constrangida pelo que iria dizer – se isso te deixa com inveja, pode vir aqui mais vezes.... se continuar me paparicando com coisas como essa – apontou para a refeição – quem sabe não te promovo à pessoa de casa em breve?

–Sério é? No mesmo nível de Charles Warmoth? Interessante.

–Nada disso – afirmou ela – ele já está no nível agregado, quer dizer que se encostou tanto aqui que está virando inconveniente. – ele riu baixinho e abriu um sorriso luminoso; feliz com o resultado, ambos voltaram a comer num clima bem mais leve.

Recusando qualquer convite dele para voltarem a jogar, ela o arrastou para o quintal na parte de trás da casa, onde ambos deitaram na grama fofa na sombra de uma árvore. O dia estava frio, mas tinha um Sol fraco.

–Faz isso com frequência? – perguntou ele.

–Na verdade não; só quando eu...

–Come demais. – completou ele.

–Como sabe Keane?

–Deduzi. – disse ele, embora não a encarasse nos olhos enquanto respondia isso.

–Se você diz...

O tempo estava fresco e ela se sentia bem ao lado dele – bem e relaxada o suficiente pra dormir. Mas ela só se deu conta de que estava dormindo quando se viu usando o vestido preto de seus sonhos.

Não no corredor, mas dentro do quarto negro.


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Notas finais do capítulo

Ok vai, talvez aqui eu não tenha parado EXATAMENTE onde parei de escrever.... talvez tenha parado uns dois parágrafos antes. Mas sabecomoé né gente? Tenho que manter meus finais divos, senão não rola.Enfim, vou fugir antes que vocês surjam com as tochas e os forcados!Beijos corações!!! (*--*)//



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