Refazendo O Passado. escrita por GRT, Juliana


Capítulo 16
Decepção


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura !! Leia as notas finais



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/235816/chapter/16

*Lumus*

_______________________________________________________

Quando os quatro, Harry, Rony, Hermione e Gina, chegaram à escola, depois da missão, já era de noite e a primeira coisa que fizeram foi levar Harry (que quando chegaram já estava desmaiado) direto para a enfermaria. Gina acordou madame Ponfrey aos berros:

- MADAME PONFREY! MADAME PONFREY! PRECISAMOS DE AJUDA! RÁPIDO!

A enfermeira, mais do que rápido, saiu de sua salinha (de pés descalços e com um robe, ao qual estava amarrando na cintura):

- Mas, o que está acontecendo aqui? – Perguntou. Fazendo um feitiço para medir a temperatura de Harry.

- Só cuide dele, por favor, depois explicamos. – Madame Ponfrey, que como sempre não fazia muitas perguntas, obedeceu.

Depois de mais de uma hora; em que a enfermeira fizera vários feitiços em Harry, verificando para ver se o garoto não estava com alguma doença, já que os outros nada disseram sobre o que ele tinha. Por fim, ela deu uma poção para ele, mesmo ele estando desacordado, em que ele dormiria a noite inteira, e com sorte parte da manhã, sem pesadelos.

- Ele vai ficar bem. – Anunciou para os três. – Desmaiou por que perdeu sangue e por que algo o deixou fraco, ainda não descobri o que é esse “algo”, talvez um feitiço, poção, veneno, etc. Tentarei descobrir, toda magia deixa vestígios. Vocês viram acontecer? – Perguntou lançando-lhes um olhar desconfiado.

- Não. O achamos desmaiado. – Mentiu Hermione, rapidamente. Rony concordou com a cabeça, Gina que segurava a mão de Harry, e estava sentada numa cadeira ao lado da cabeceira dele, nem se mexeu.

- E o que, os três, estavam fazendo acordados há essa hora? – Como nenhum dos três respondeu madame Ponfrey continuou: - eu sei que vocês estão mentindo para mim, mas não vou fazer mais perguntas. O meu trabalho é cuidar dos alunos e professores que adoecem ou se machucam, portanto não vou falar nada para ninguém, a menos que vocês não forem agora para seus dormitórios.

- Está certo. – Concordou Hermione que sabia que o melhor eram todos voltarem aos seus dormitórios, estavam cansados, não ajudariam em nada ali e no dia seguinte tinham aula. Mas Gina pediu:

- Eu não posso ficar aqui? Pra ele não ficar sozinho.

Madame Ponfrey pareceu analisá-la por um momento então respondeu, depois de dar um pequeno suspiro:

- Acho melhor a senhorita voltar com seu irmão e a senhorita Granger para a sala Comunal da Grifinória, afinal, não vai adiantar de nada a senhorita ficar aqui.

- Mas, amanhã eu tenho aula, não vou poder vê-lo.

- Se faz tanta questão assim... Eu abro a enfermaria mais cedo. As 6h00min. Está bom?

- Hum... Eu preferia ficar, mas como eu sei que não tem jeito. Obrigada, senhora. E boa noite.

- Boa noite. – Respondeu Madame Ponfrey.

- ‘Noite. – Disseram Hermione e Rony juntos.

*****

No dia seguinte os Marotos e as meninas estranharam, ao chegarem ao Salão Principal, e não encontrarem nem Harry e nem Gina, apenas Rony e Hermione tomando café silenciosamente.

- Onde estão Harry e Gina? – Perguntou Alice, se sentando.

- Na enfermaria. – Respondeu Rony, indelicado com sempre.

- Como assim na enfermaria? – Perguntou Lílian com uma feição preocupada, largando a jarra de suco. Os outros, principalmente Tiago, também começaram a prestar mais atenção à conversa.

- Harry passou mal ontem a noite. – Explicou/mentiu Hermione. – Passou a noite na enfermaria. Gina foi visitá-lo hoje cedo.

- Eu e Tiago estamos indo para lá também. – Disse Lílian com uma feição preocupada, enquanto Tiago se levantava e pegava três torradas. – Deixe de ser olhudo, Ti. – Repreendeu a Ruiva de levantando. Tiago revirou os olhos e respondeu:

- Uma delas é para mim, uma é para Gina e uma para o Harry.

- Desculpa. – Disse a garota levemente corada, e ambos seguiram para a enfermaria.

- Nós – Disse Hermione apontando para si e para Rony – vamos ver se conseguimos dar uma passadinha lá antes da aula.

- Eu vou junto. – Concordaram Remo e Alice.

- Não sei. Se ele apenas passou mal eu não vejo motivos para me preocupar. – Disse Sirius, desconfiado, fitando Hermione e Rony. E continuou: - É muito estranho que Lílian e Tiago tenham ficado tão preocupados, né? Talvez eu levante essa hipótese para eles mais tarde.

- Sirius... – Tentou Hermione; ela era dos viajantes, a pessoa que mais conversara com o garoto depois de Harry, fizera uma amizade forte com ele, mas percebeu no momento em que disse seu nome, que nada adiantaria, ela poderia ter ficado amiga dele, mas quando Sirius Black punha uma coisa na cabeça nada nem ninguém a tirava de lá!

-... Está certo, - Interrompeu Maria – odeio admitir isso, mas Sirius está certo. – E se virando para o garoto perguntou: - Vamos?

Sirius apenas assentiu e os dois saíram em direção à sala de aula, ou em direção a um corredor vazio.

Quando terminaram o café Remo, Hermione, Rony e Alice foram em direção a enfermaria e de lá, junto com Tiago, Lílian e Gina, foram para a primeira aula do dia, feitiços.

*****

Sirius e Maria deixaram o Salão Principal e caminharam em silêncio sem rumo, ainda tinham algum tempo antes da aula começar. Sirius entrou em uma sala, que não era a de Feitiços nem de nada no momento, e Maria, depois de olhar para os dois lados do corredor, o seguiu. Entrou e se deparou com Sirius sentado na mesa do professor, que estava toda empoeirada, com uma expressão tensa e preocupada.

- Você pode negar o quanto quiser. – Disse ela sorrindo. – Mas eu sei que está preocupado com Harry. – E se sentou ao seu lado.

- Não é isso, é que... – Mentiu, mas desistiu ao ver a garota o encarar de sobrancelhas erguidas. – Sim, eu estou preocupado com ele. Bem, Tiago nem Lily sabem que são seus pais e eu, sabendo da verdade, sinto-me meio que obrigado a me preocupar... A protegê-lo ou...

- Sirius, você é gay? – Perguntou Maria, mas estava brincando, sabia que o garoto não era gay. Estava apenas tentando animá-lo.

- NÃO! – Gritou assustado. – Meu. Deus. Da onde você... Tirou isso? – Sirius parecia assustado demais com a perspectiva.

- ‘Atá. É que do jeito que você falou agora eu estranhei. – E começou a rir. Sirius permaneceu sério.

- Eu estou falando sério, O.K.? – Maria parou de rir, aos poucos, e voltou a prestar atenção ao que Sirius estava dizendo. – Estou pensando seriamente em falar a verdade para Tiago e Lílian.

- Eu sei, Eu também pensei bastante nisso, mas nós prometemos não contar...

- Exatamente, é isso a única coisa que me impede de contar. O problema, é que Tiago e eu não temos segredos, sabe? Sempre contamos tudo um pro outro e...

- Você não contou sobre nós, contou? – Perguntou Maria.

- Não, mas você é diferente. Estou falando de coisas realmente importantes.

Maria ficou realmente horrorizada, Sirius acabara de dizer que ela não era importante, toda a compaixão que adquirira por ele ao vê-lo preocupado com Harry e com seus amigos, e com o tempo que passara com ele, se esvaiu como que em um passe de mágica e seus olhos se tornaram frios (é claro que Sirius não percebeu, já que estava ocupado demais em tagarelar coisas que, para Maria, naquele momento não tinham importância alguma) e mais do que tudo, naquele momento, Maria quis ver Sirius sendo caçoado por toda a escola, quis o ver sofrer como havia a feito sofrer, quis que tudo de ruim acontecesse com Sirius Black. Maria estava determinada a sentir o gostinho da vingança, e iria por todo o seu empenho nisso. E, talvez, aquela tenha sido sua pior decisão, dentre todas as outras já feitas.

*****

No dia seguinte, á tarde, Lílian, Hermione e Alice estavam se despedindo, na enfermaria, dos outros já que elas tinham aula de Runas Antigas e eles tempo livre.

- Eu acho que hoje saio desse lugar. – Disse Harry que durante o tempo que ficara lá não parara de reclamar. – Pelo menos foi o que Madame Ponfrey disse: se comporte direito e eu penso no seu caso.

- Mas não adianta da nada você sair daqui se não estiver bem – Retrucou Lily. E fez uma pergunta, pergunta essa que vinha fazendo seguidamente: - Aliás, você sabe o que aconteceu para te deixar assim?

- Já disse que não, Lily. Fui pego de surpresa.

- Está certo. - Respondeu desconfiada. Deu um beijo na bochecha de Harry e se virou para Tiago, o puxando para longe. – Você sabe que tem alguma coisa estranha nisso, né?

- Sei. – Respondeu Tiago com uma carranca preocupada. Mas, dando um rápido selinho em Lily, disse, tentando acalmá-la: - não fique preocupada, mesmo assim, está bem? Não adianta nada ficarmos preocupados, por mais que seja estranho. Harry sabe se cuidar.

- Mas, Ti... – Começou Lílian, Tiago a calou pondo um dedo em sua boca e, logo depois, fez uma rápida massagem em seus ombros e disse:

- Vá para a sua aula e eu prometo que tento descobrir alguma coisa. - Lílian suspirou sorrindo, Tiago sabia como acalmá-la. Juntou seus lábios aos dele em um rápido beijo.

- Te amo. – Disse contra seus lábios.

- Eu também te amo. Agora vá, vá antes que se atrase. – Deu-lhe um último abraço forte, estava com uma sensação ruim, lhe deu um beijo na testa e pensou em dizer que estava preocupado e que achava que algo ruim iria acontecer com ela, por fim, pensou que fosse bobagem e a deixou ir sem dizer nada.

Ficaram ali, Tiago, Sirius, Maria, Remo, Harry e Gina, conversando sobre coisas banais; baixinho para que madame Ponfrey não os mandasse ir embora por estarem importunando a paz e o silencio de sua ala hospitalar. Até que Tiago finalmente chegou ao ponto que quis desde o inicio:

- Harry, você tem certeza, certeza absoluta, que não sabe o que aconteceu? – Harry lhe lançou um olhar cansado, Lílian já lhe perguntara isso milhões de vezes. – Você não me engana e nem á Lily, mas só que ela finge ser enganada e investiga até descobrir. – Seu um sorrisinho arrogante e continuou: - Eu não. Eu sou mais direto e vou logo ao ponto. O que, diabos, aconteceu?

- Eu já disse que não aconteceu nada.

- Aconteceu sim. E eu vou descobrir. – Respondeu com a expressão séria e decidida. Há algum tempo ele e Lílian desconfiavam que Harry tivesse algum segredo, mas evitavam falar sobre isso. Só que dessa vez fora demais: Como assim ele é atacado e não sabe o que aconteceu? Como assim ele foi atacado, segundo Rony, Hermione e Gina, no Salão Comunal? Todas as perguntas que Harry recusava-se a responder.

Enquanto Harry, Rony, Gina e Remo se esforçavam para pensar em uma resposta que tranquilizasse resposta Tiago, Sirius olhava a tudo com um sorrisinho de canto, eles estavam se enrolando cada vez mais na própria mentira, riu baixinho, sem que ninguém visse, ao perceber que os quatro pareciam bichinhos acuados por Tiago. Maria parecia impassível e tentava ficar invisível no meio deles.

Até que ouviram os passos rápidos de Ponfrey se aproximando, todos se viraram para observá-la caminhar até eles.

- Está dispensando, senhor Potter. – Disse profissionalmente. – O senhor não pareceu apresentar nenhuma reação ao tratamento e parece estar bem melhor por isso não vejo mais motivos para permanecer aqui.

 Tiago olhou para o relógio de pulso, decidindo fazer a pergunta, novamente, a Harry mais tarde. Surpreendeu-se ao ver à hora.

- Oh, nossa! Faltam cinco minutos para a aula de Lily acabar. Eu vou bus...

- Não! Espera aí! Vamos todos juntos. Só me deixe trocar de roupa. – Harry fora obrigado, por Madame Ponfrey, a ficar de pijama (uma regata branca e uma calça de pijama também branca), mas Rony trouxera outras roupas para ele quando viera visitá-lo de manhã.

Todos saíram da volta da cama dando espaço para Harry fechar o cortinado, Sirius se aproximou de Tiago e disse baixinho, para que só ele ouvisse:

- Eu também achei essa história do Harry muito estranha Tiago, temos que saber o que está acontecendo.

- É... – Concordou. – Na verdade, já faz tempo que eu e Lílian achamos que tem algo de estranho com Harry. – Sirius fez força para não sorrir, se continuassem nesse caminho não precisaria esconder mais nada de Tiago. – E agora ele me vem com essa... Ele acha o que? Que somos algum tipo de idiotas?

Mas, antes que Sirius pudesse responder, Harry puxou a cortina que tapava o leito e brincou:

- Estou louco para ver se Hogwarts mudou muito nessas 37h27min – fingiu olhar no relógio. – que eu fiquei “fora”.

- Ah, ela melhorou sem você, Harry, pode ter certeza. – Brincou Rony, sorrindo.

- Vamos? – Perguntou Tiago.

Ele saiu e todos o seguiram.

Andavam em direção a sala de aula em que Lílian, Alice e Hermione estudavam Runas, porém ao dobrarem um corredor se depararam com uma cena que fez todos pararem, chocados. E alguma coisa dentro de Tiago, o fez ficar cego e agir impulsivamente...

*****

Os alunos foram dispensados mais cedo da aula de Runas, a professora parecia estar levemente perturbada durante a aula, talvez estivesse doente, e por isso os dispensou mais cedo.

- A aula hoje foi maçante, né? – Comentou Alice com Hermione e Lily.

- Um pouco. – Concordou Lílian. – Acho que tem alguma coisa errada com a professora.

- Para mim foi igual a todas as outras. Aprendemos coisas novas e isso é incrivelmente interessante.

Alice e Lily deram de ombros, Hermione achava todas as aulas interessantes e legais.

- Eu vou deixar as minhas coisas na Grifinória, e vocês? – Disse Alice um pouco antes de chegarem à bifurcação que levava a torre da Grifinória.

- Eu vou direto para a enfermaria. Ver se Harry já saiu de lá. – Respondeu Lily.

- Vou com você, Lice.

Assim, as duas morenas seguiram para a torre e Lily continuou andando reto. Aquele corredor era um dos mais vazios que tinha, levava para a enfermaria (a não ser que você soubesse a passagem que levava ao Salão Principal) por isso pouca gente o usava. Lílian cantarolou baixinho uma música trouxa qualquer, ajeitando a mochila nas costas...

- Está pesada? – Uma voz, que ela não soube reconhecer da onde vinha, perguntou debochadamente. Olhou confusa para os lados, procurando o dono. – Aqui!

Snape apareceu na sua frente, pelo visto ele também sabia das passagens.

- Ah, é você. – Lílian fez descaso. – Será que pode sair da minha frente? Tenho que ir para a...

- Enfermaria? – Perguntou, já sabendo a resposta. – Óbvio. Não andaria por aqui se não estivesse indo para lá. – Um minuto de silêncio, até que ele voltou a falar: - E o seu namoradinho? Não vi vocês se desgrudarem desde que você se tornou o novo brinquedinho dele. – Lílian abriu a boca para falar, mas ele foi mais rápido: - e, olhe só, ele não se presta nem para carregar sua mochila pesada.

- Tiago está com Harry, não que isso te diga respeito, e eu sou totalmente capaz de carregar a minha própria mochila, Snape, agora saia da minha frente.

- Então, - Continuou, ignorando-a. – Eu sei de uma coisa que iria te interessar.

- Eu duvido muito. Agora, “com licença”. – Lílian falou a última parte com ironia e continuou caminhando.

- Um cervo, é? – Perguntou o sonserino. Lílian se virou lentamente e percebeu que Snape estava de costas.

- O... O que quer dizer com isso?

Snape se virou e caminhou até ela, parou quando estava bem perto e disse:

- Isso quer dizer, que eu sei o... “Segredinho” do seu namorado.

- Eu não sei do que está falando... Seboso. – Respondeu petulante.

- Ah, então me deixe esclarecer: seu querido namorado, porco-espinho, é um animago, um cervo para ser mais exato, e eu e você sabemos disso. – Lílian continuou calada, não lhe interessava saber como ele descobrira aquilo só queria poder dar um soco bem no meio do nariz de Snape, mas sabia que aquela atitude não levaria a nada. – Então, eu tenho uma proposta: Fique comigo e eu não conto nada para ninguém.

Lílian pareceu incrédula, ofegou e disse:

- O quê?! Você só pode estar ficando louco! Eu nunca, NUNCA, deixaria de Tiago para ficar com você, nem com ninguém, eu o amo está entendendo?! – E, apontando o dedo para Snape, continuou: - E eu sei de um segredo seu também, está lembrado? Eu sei que você é um Comensal da Morte e estou a um passo de contar isso para todo mundo.

- E isso adiantaria algo, Lily querida? – Perguntou, sem se abalar. – Enquanto eu estivesse sendo levado para Azkaban eu contaria o segredo de seu amado Tiago. Você sabia que isso também é um crime? Ser um animago sem autorização do ministério, muito menos sendo menor de idade! Meu barco afundaria, mas o dele iria junto! Não iria ser lindo? Ele sendo expulso e indo para Azkaban junto comigo?

- Seu...

- Seu...? Você não pode falar nada, Lílian, sabe que é verdade.

- Ser um Comensal é muito pior! Tiago não iria ser preso só por ser um animago, você sim, por ser um Comensal.

- Você que pensa Lily, você que pensa... Mas, bem, esquecemos isso. Eu não quero ser preso por isso não falo nada sobre Porco-Espinho. Isso é apenas um aviso para se você abrir o bico.

- Era só isso? – Perguntou, friamente. – Por que se era só isso eu estou indo embora. – E se virou, mas Snape a segurou pelo braço e a fez virar de novo. – Está me machucando. – Snape, mesmo assim, não soltou.

- Não, não era só isso. Lílian... Eu sou... Apaixonado por você. – Ele enrolou bastante antes de dizer isso, como se não tivesse coragem de dizer e quando finalmente disse Lílian surpreendeu-se, mas logo retomou a fala:

- O quê?! Você só pode estar brincando! Você vem me fala tudo isso, como se fosse superior a mim, vira um Comensal da Morte e depois diz que é apaixonado por mim, fora que você está me machucando.

- Só te tratei assim por que por mais que te ame estou chateado com você. Você me trocou pelo Potter.

- Não, não, eu não te troquei por ninguém. Eu não gosto de você desse jeito, você sempre foi meu melhor amigo. E eu nunca, nunca mesmo, te imaginei de outra forma, Severo, e outra eu não acredito que goste realmente de mim. Você está confundindo os sentimentos, é isso. – Lílian não queria que Snape gostasse realmente dela por que, por mais que ele tenha feito várias coisas erradas, não queria machucar os sentimentos de ninguém e, se ele realmente gostasse dela, ela o machucaria por que nunca poderia retribuir.

- Eu tenho certeza que se ficasse comigo por uma semana você mudaria de idéia e escolheria a mim, não ao Potter.

- Não. Por que não há escolha nenhuma a ser feita, eu amo Tiago como meu namorado e você como meu melhor amigo, viu a diferença? Você é meu amigo de infância, que fez escolhas erradas e que eu adoraria ajudar a sair dessa, é como se fosse meu irmão, entende? E Tiago não, ele me conhece e me ama, é meu confidente, meu namorado e se eu precisar ele vai ser meu amigo também.

- Está dizendo que se tem ao Potter você não precisa de mim? – A voz de Snape parecia decepcionada e seus olhos brilharam de desespero.

- Não, Snape, você e ele seriam dois tipos de amigos diferentes, se você ainda fosse meu amigo, né? Você seria aquele amigo que ri que passeia e que odeia as mesmas pessoas que eu. – Lílian sorriu se lembrou que ela e ele eram assim quando ainda se falavam e tudo pareceu voltar ao normal, mas percebeu que nada nunca voltaria a ser como era antes, ele mudara, ela mudara, e ele nunca mais aceitaria ser simplesmente um amigo. – E Tiago...

- Já chega! Eu não quero ser só seu amigo, entende isso? Eu quero ser mais do que isso! E você também vai querer.

E a beijou, pedindo passagem com a língua logo em seguida, Lílian, porém cerrou os lábios fortemente e começou a se debater.

Sentia um nojo crescente e teve vertigens, aquilo era nojento, era extremamente nojento que um garoto simplesmente a agarrasse lembrou-se da época em que Tiago a beijava sem permissão, mas não eram bem beijos e sim selinhos e ela nunca sentira nojo quando isso acontecia, era como um desejo reprimido. Mas, como Severo Snape não, com ele ela tinha vontade de sair dali e ir direto lavar a boca com sabonete, mas ele, mesmo sendo pequeno e magro, era mais forte que ela e não permitiu isso. Socou seu peito com toda a força que tinha e não adiantou.

De repente algo tira Snape de “cima” dela, por um momento pensou que ele tinha a soltado, mas ouviu o barulho de algo contra a carne humana e um gemido logo em seguida. Não levantou os olhos, só se virou de costas e começou a cuspir no chão, sentiu uma vertigem novamente, mas não tinha comido nada desde o almoço e isso foi à última coisa que a fez não vomitar. Levantou a cabeça e encontrou o rosto e os olhares de seus amigos a lhe observarem com expressões indefiníveis só faltava um... Tiago. Virou-se para ele, não estava preocupada, ele provavelmente teria visto que ela estava sendo agarrada. Mas, a expressão de Tiago não parecia com a de quem acabara de ver a namorada ser agarrada, parecia... Parecia... Não se parecia com nada que ela já tivesse visto, muito menos em Tiago. Era uma expressão de dor misturada com raiva e... Desprezo.

- Tiago... – Começou, mas calou-se, o garoto virara o rosto como se não quisesse ouvi-la, mas ele foi além e começou a falar:

- Por quê?

- Tiago, do que você está... – Mas ele não lhe deu atenção.

- Por que você fez isso? – Sua voz estava falha e demorou alguns minutos para voltar a falar. Porém antes de voltar a falar ele virou seu rosto para ela novamente e Lílian surpreendeu-se ao ver que seus olhos estavam totalmente castanhos e seu rosto agora não era uma mistura de sentimentos era só raiva, muita raiva. – Eu devia ter desconfiado desde o início.

- Olha, aqui, Tiago, eu não sei do que...

- CALA BOCA, EVANS! – Gritou.

- O QUÊ?! – Perguntou, desesperada, Tiago não podia estar falando sério.

- EU DEVIA TER DESCONFIADO, NÃO DEVIA? DURANTE TODO ESSE TEMPO... DURANTE TODO ESSE TEMPO VOCÊ ESTAVA ME ENGANANDO, NÃO É MESMO? COM O SNAPE, LÍLIAN, COM O SNAPE!

Lily abriu a boca em sinal de incredulidade, aquilo não podia estar acontecendo. Tudo bem, Tiago era impulsivo, mas não era possível que ele não tivesse visto o que estava acontecendo.

- VOCÊS ESTÃO JUNTOS DESDE QUANDO, HEIN?

- Você só pode estar brincando, é isso...

- Desde quando? RESPONDA!

Nessa hora ela se irritou, talvez fosse só nervosismo por conta do que Tiago estava fazendo, mas ela explodiu:

- QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA FALAR ASSIM COMIGO? VOCÊ É CEGO? POR QUE SÓ PODE SER, NÉ? ELE ESTAVA ME AGARRANDO!

- AH, CLARO QUE ESTAVA COMO SERÁ QUE EU NÃO PERCEBI? – perguntou irônico, dando uma risadinha. Os amigos os olhavam incrédulos, ele tinham visto que Lílian fora agarrada, só não estavam entendendo a atitude de Tiago. Snape já fugira dali a muito tempo. Tiago baixou a voz, se aproximando dela, mas Lílian preferiu que ele tivesse gritado: - já pode parar de atuar, Evans. Eu já descobri a vadia que você é. – Sem que ela pudesse segurar as lágrimas começaram a escorrer, Tiago não deu atenção a elas, estava tomado por uma raiva e estava agindo sem pensar, se bobear se perguntassem para ele mais tarde o que havia dito ele não saberia dizer. – E respondendo a sua “pergunta”, quem eu penso que sou? Eu era seu namorado.

Tiago tirou a aliança prateada do dedo e jogou-a no chão, com nojo.

- Tiago...

- Sabe o que mais me surpreende? – Continuou sem dar atenção aos seus protestos, ela queria que ele parasse de uma vez com aquilo, estava machucando! – Você reclamava tanto que eu era um ciumento possessivo, né? Imagina se eu não fosse você e ele já deveriam rir de mim sendo ciumento imagina se eu confiasse em você? – Lílian sufocou um soluço, ele nunca confiara nisso? – E ainda reclamava que eu saia com todas as “vadias” do colégio, deixe eu te contar um segredo: você é a maior delas.

Lily levantou a mão prestes a dar-lhe um tapa na cara, mas Tiago foi mais rápido e segurou sua mão, a largando logo em seguida.

- NÃO TOQUE EM MIM! Eu tenho nojo de qualquer coisa que venha de você, então não toque mais em mim, não fale mais comigo e, de preferência, não olhe para mim, Evans! Espero nunca mais ter que dizer esse nome! Ele, e você, me dão náuseas! – Os olhos de Tiago adquiriram um brilho vingativo, repetiu as palavras dela de dois anos atrás, esperava que doesse tanto quanto doera nele na época.

Saiu a passos largos, rumo a qualquer lugar em que pudesse ficar sozinho.

Lílian caiu no chão, chorando, no meio do corredor e não, não era tristeza era raiva, muita raiva, as palavras de Tiago que lhe deram raiva e tudo que ela queria era socar alguma coisa até que doesse tanto quanto a raiva que sentia. Ao longe ouviu o baque surdo de algo caindo no chão, Harry desmaiara.

___________________________________________________________

* Nox*


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Não me matem, por favor, doeu em mim tanto quanto eu vou fazer doer em Tiago (hehehe), bem, espero que, mesmo com tudo isso, vocês tenham gostado por que até que eu gostei, já que eu já sei o que vai acontecer agora!!
Tenho um aviso: Se não tiver, no mínimo, cinco comentários nesse capitulo eu não posto o próximo, isso mesmo. Vocês sabem que eu geralmente não peço comentários, mas tenho recebido tão poucos que agora vai ser assim! E pra quem comenta sempre, saibam que eu amo vocês e seus comentários e que vou adorar receber outro!!
N/B: Olá gente !!! Tudo bom com vocês?? Fiquei muito triste neste capítulo , nenhum dos dois merecia isso ... A autora boto pressão neste , não é mesmo?? Mas é muito chato não receber comentários . Esperamos que vocês apareçam leitores invisíveis, beijinhos até a próxima :DD



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Refazendo O Passado." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.