- Annie, calma. Vai ficar tudo bem! – eu disse afagando o rosto dela.

- NÃO VAI. Eu vou morrer, você não vê? – Annie dizia me abraçando.

- Ann, escuta. Eu e a Dês estaremos lá pro que precisar. – Finnick consolava Annie.

Eu saio da sala e encosto a porta. Finn é melhor pra consolar do que eu. Mais eu acho horrível, ela é minha melhor amiga, com 17 anos vivendo comigo, até isso a Capital  vai tirar de mim ? Nesses 3 anos como mentora junto ao Finn, vendo várias pessoas morrerem eu já não sei mais diferenciar um jogo de uma morte. Esse trem me incomoda, a Capital me incomoda, tudo anda me incomodando. O casamento que terei daqui 5 meses, o tempo que leva pra mim completar vinte, é a única coisa que me consola. Apesar das ameaças de Snow, cujo o qual quer me vender pra Capital, eu ainda sigo em frente. Daqui uns meses Finnick não será mentor e eu terei de fazer isso sozinha, o que me devasta só de pensar. Finnick, depois dos dezoito, concordou com Snow, e agora ganha dinheiro das mulheres que o compram, apesar de me dizer que não quer dinheiro, algumas vezes ele trás segredos horrendos pra mim, a maioria sobre Coriolanus Snow. Estamos indo pra Capital assistir mais uma vez esses horrores, que chamam de Jogos Vorazes, e veremos o que vamos fazer pra ajudar a Annie.

                     Me encaminho para sala de jantar e Merina ( que ainda nos acompanha) já esta lá. Eu me sento e me sirvo, logo depois Finn chega com Annie e nós jantamos. O jantar vai indo quieto, algumas especulações aqui e ali e silêncio de novo. É servido frango recheado com molho de laranja e torta de maça como sobremesa. Uma Avox morena tira os pratos e serve um suco, que julgo sendo de maracujá. E é.

                     Annie sai da mesa e vai pra sala, onde vamos ver a reprise das colheitas, eu definitivamente odeio isso. Eu a sigo, assim como Finnick e Merina, e enquanto ligam a TV, eu saio para fazer uma ligação.

- Jonn?

- Desdena? Sou eu meu amor. - é tão bom ouvir a voz da pessoa que foi sua ultima esperança de que tudo continuaria bem.

- Oi Jonn! Como estão as coisas? Você passou em casa?

- Calma, Des. É claro que passei, mais não faz nem 6 horas que você saiu daqui.

- Não sente minha falta?

- Não.

- Não?
          - É claro que eu sinto sua falta meu amor.

- Bom mesmo - eu rio e o imagino abrindo seu famoso sorriso. - Eu também sinto muito a sua...

- Desdena, daqui um tempo nos veremos denovo.

- Ah Jonn, eu estou morrendo.

- Eu sei, mais não tem como fugir, pensa que o Finnick ainda está ai pra te ajudar.

- Eu penso, mais parece que outros pensamentos o consomem rápido. Jonn, preciso desligar.

- Beijo meu anjo, eu te amo.

- Eu te amo mais...

- Eu te amo muito mais.

.....

CONTINUA