~ Narração Mônica ~


   Abri os olhos lentamente, estava bem tonta. O que eu... Espera aí! Como eu vim parar aqui? A única coisa que eu lembro, foi que eu estava falando com um garoto, nem sei o nome dele. Assustei-me quando minha mãe gritou "Aleluia". Mas.... O que aconteceu?

  Mô - Mãe! O que houve? Como eu vim parar aqui? - Perguntei confusa.

 D. Luísa - Você desmaiou, filha. Mas um garoto super gentil a trouxe aqui. - Ela disse sorrindo.

 Mô - Q-Quem? - Arregalei os olhos com essa pergunta. 

  D. Luísa - O nome dele era... Acho que Maurício... - Disse minha Mãe.

 Mô - Maurício? - Perguntei.

 D. Luísa - Sim, Maurício. Ele parece legal, filha. - Minha mãe respondeu.

 Apenas assenti com a cabeça, quem será esse tal de Maurício? Tudo bem, quem sabe depois eu não descubro? Minha mãe queria me obrigar a ir a um médico, mas a convenci de que já estava bem, então depois de muita insistência, ela me liberou. Mesmo ela dizendo para eu tomar cuidado e que não estava totalmente recuperada, fui de teimosa passear pelo bairro, quem sabe, assim, minha cabeça melhoraria.  Cheguei perto de uma praça, muito bonita por sinal. 
  Lá no meio tira um lindo chafariz, arbustos, flores... Muito fofo. Fui até perto de uma árvore meio escondida que fazia sombra, pois ainda eram 16:00 h da tarde. Me encostei na árvore, e fui deslizando até ficar sentada nas raízes, peguei um caderninho que havia levado dentro de uma bolsa, e logo em seguida tirei uma caneta de lá. Comecei a fazer rabiscos, contornos e quando percebi havia feito um lindo desenho. Era uma garota em mangá, parecida comigo e com olhos amarelos, porém com uma expressão triste. Entendi que ela estava bem triste, e o motivo? Seu pai. Ele havia morrido no ano passado, por isso no desenho ela estava observando um túmulo. Percebi que a garota do desenho, era eu mesma. 
  Meu pai morreu mesmo ano passado, por isso, minha mãe tentava preencher o espaço de mãe e pai. Mas não dava muito certo, sempre fui muito apegada ao meu pai. Mas o destino quis matá-lo, ou talvez foi o carro mesmo. Depois daquele dia, nunca mais eu havia cantado, exceto hoje que toquei e cantei no anfiteatro, sem ninguém perceber é claro. Mas eu também...

 ???  - Tchau! Que mal ver você de novo! E ai? Soube que desmaiou, Já piorou? - Sim. Era aquele garoto doido que encontrei hoje cedo, interrompendo meus pensamentos. As notícias correm nesse bairro, viu? Já até sabe que eu desmaiei! Quero saber o nome dele.

  Mô - Er... "Tchau"! Eu "piorei" sim, mas à propósito, qual é o seu nome? - Perguntei, falando tudo ao contrário só para "tentar" me comunicar com aquele garoto. Quem sabe ele não é o Maurício?

  ??? - 17. - Respondeu. O olhei com uma expressão confusa.

  Mô - Ah... E sua idade? - Perguntei novamente.

  Dc - Do Contra. - Bati a mão na testa. Que doidera esse aí!

  Mô - Hum... Prazer eu sou a Mônica! - Disse cumprimentando-o. É, ele não era o Maurício.

  Dc - O Professor lhe apresentou hoje cedo, mas tudo bem, tive azar de lhe conhecer. - Disse retribuindo o cumprimento, seguido de um sorriso.

 Mô - Ah, sim. - Respondi.

 Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que ele resolveu quebrá-lo.

  Dc - Você desenha bem! E por que a garota está feliz? - Ele perguntou.

  Mô - Mas ela não está feliz! - Disse confusa.

  Dc - Está sim, olha... - Disse apontando o rosto dela. Agora que percebi que ele estava contrariando novamente.

  Mô - A... Ah sim! ela está assim por causa que o pai dela morreu... - Disse meio nervosa.

  Dc - Ah... - Ele respondeu. Pareceu perceber meu nervosismo.


 Sem assunto. Que chato. Como eu sempre digo "Falta de assunto é uma tristeza....", e é mesmo. Disse que precisava ir, e ele também, então segui meu caminho até em casa. "Que sujeitinho mais louco! Falando sério, o meu dia foi bem louc..." Fui interrompida com meu celular tocando,não é hoje que concluo meus pensamentos.

  #Celular On 

 Mô: Alô?

 ???: Oiie!

 Mô: Ann... Quem fala?

 ???: Nossa Mô! Não reconhece a voz de sua amiga quase irmã?

 Mô: I-Irene?

 Irê: Ufa! Achei que tinha esquecido de mim, né? Nem um sinal de vida...

 Mô: Ai Irê! Desculpa amiga, é que eu andei meio ocupada, sabe?

 Irê: Tudo bem, mas e aí? Novidades?

 Mô: Hum, deixa eu ver... Ah, sim! Eu conheci um garoto, ele é meio esquisito sabe? Faz tudo ao contrário!

 Irê: Sério? Nossa, que engraçado! [ Risos ]

 Mô: Digo o mesmo, você tinha que ver como ele conversa, no começo não estava entendendo nada, mas até que ele é legal, simpático... meio doido, mais é!

 Irê: [ Risos ] Ai Mô, só você mesmo para fazer amizades assim, já não basta eu, louca que vivo te atentando, Há há!

 Mô: Mas tenho certeza que ele é bem mais que você! [ Risos ]

 Irê: Mas então, aqui está todos com saudades, o Nick está morrendo de saudades de você... Ah! E lembra daquele garoto novo da escola? Então, ele... [ Bate-Papo ]

    ...


#Celular Off

  ... É, e esse tempo todo foi só blá-blá-blá, depois de uma hora ou mais que terminamos de conversar, desliguei o celular e vi que já era bem tarde, deitei-me e logo peguei no sono...


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  Sete horas depois...


 #Despertador Tocando

  Mô - Ah... Porcaria de despertador, justo no sábado? Ann... - Disse morrendo de sono tentando desligá-lo. Aí você pergunta... Sábado? Mas ontem não foi o primeiro dia de aula? Sim! Não disse que esse colégio é doido? As aulas começam na sexta! Oh, tédio!

Como já estava acordada mesmo, levantei-me, fiz minha higiene matinal, e saí do banheiro. Mas o sono era tanto que tive que me apoiar no batente da porta, e... Voltei para o banheiro. Como lá havia uma banheira enorme, e já estava com água que minha mãe sempre enchia antes de eu acordar, num ato maluco, me joguei lá dentro. Pelo menos a água estava quentinha. Coloquei a cabeça para fora com tudo, e meu sono sumiu [ Risos ], ai minha consciência voltou.

  Mô - Mas o que eu estou fazendo aqui? E de pijama? Eu tenho que ir o psiquiatra mesmo! - Disse saindo da banheira. Ai... Nem eu me entendo às vezes!

  Aproveitei para tomar um banho, depois disto, troquei de roupa e optei por um vestidinho leve, porém bem fofo. Talvez mais tarde sairia para dar uma volta.

 Vestido da Mô:

Desci e minha mãe foi logo perguntando "Nossa! Para onde vai tão bonita desse jeito?", depois ainda ficou fazendo piadinhas que era por causa de um garoto. Essa minha mãe é uma figura! Por isso que eu amo ela! Tomei um suco de laranja e um sanduíche natural que só minha mãe sabe fazer (Sem querer me gabar, mas é sério!), e logo depois fui ao parque. Na ida, esbarrei com alguém. Ah, não! Ele de novo?

 ??? - Parece que a gente vive se esbarrando, né? - Perguntou. Sim, sim, era o Do Contra.

 Mô - Pois é, mas... O que veio fazer aqui? - Perguntei tentando puxar conversa, tava chato, ora!

 Dc - Sei lá, andar mesmo. Mas... Ei, eu sei de um lugar bacaninha - Disse sorrindo - Vem comigo! - Antes que eu pudesse responder, ele já tinha me puxado pelo braço, e estava me levando sabe para onde! Apenas segui, né?

Andamos por um tempão, até que chegamos perto de uma caverna, ele acenou com a cabeça para eu entrar.

 Dc - Primeiro as Damas! - Own, que fofo! Engraçado... Ele nem estava contrariando! Mas... O quê!? Espera ai!

 Mô - O quê? - Arregalei os olhos - Eu não vou entrar ai de jeito nenhum! Nem se sabe o que pode ter ai! - Disse incrédula.

 Dc - Confia em mim... - Disse sorrindo. 

Num movimento rápido, me colocou nas costas e entrou correndo.  E eu lá, gritando feito uma louca, que ele era isso e aquilo, mas ele nem ligou.

 Mô - Ora seu... Você tá louco? Eu disse que não entraria e... - Logo vi onde ele tinha me levado. Nossa! Isso sim é um paraíso.

  Era uma praia, muito, mas muito linda! A areia era branquinha e macia, o mar chega brilhava de tão azul, e as ondas davam um efeito bem legal. Havia coqueiros com as folhas bem verdinhas e carregado de cocos, e havia algumas rochas no final da praia,  e umas ilhazinhas. Era lindo, lindo e lindo!
 ( Mais ou menos assim: http://caudalonga.com/wp-content/uploads/2011/06/praia-300x225.jpg )

 Mô - C-Como descobriu esse lugar? - Perguntei com os olhos brilhando. - É tão... Tão lindo!

 Dc - Isso eu não posso dizer... - Falou - Mas também não posso contrariar de que é lindo mesmo - Complementou.

  Se eu pudesse mergulharia naquela água, mas não queria, por causa do meu vestido. Não voltaria toda encharcada para casa, e justo com esse vestido novo, né?

 Estávamos sentados naquela areia super macia, ele estava observando o horizonte. Também estava, porém virei e comecei  fitar seu rosto, o observei por três segundos, até que ele percebeu e olhou para mim, virei imediatamente, meu rosto enrubesceu igual à um pimentão. Talvez ele tenha percebido e apenas deu um sorriso de canto, virando o rosto em seguida. Permanecemos em silêncio, pois ninguém ousou em quebrá-lo. Por que será que ficar com ele dava uma sensação boa? Peguei um espelhinho que estava em minha bolsa, e me olhei. Essa não! Meus olhos estão azuis! Tenho que esconder, rápido! Abaixei a cabeça, não dava para voltar ao normal, pois eu estava feliz! Ou será apaixonada? Ah, não sei! Não dá para pensar nisso agora! Abaixei a cabeça para tentar esconder, minha franja caiu sobre os olhos.

 Dc- Hey! - Disse chamando minha atenção. - Está tudo bem? - Perguntou.

 Mô - Er... Sim, claro! Como não estaria? - Disse ainda fitando o chão com os olhos semi cerrados.

 Dc - Olhe para mim. - Disse já segurando meu queixo, essa não! Ai... Vai ser o jeito contar para ele...

  Deixei ele levantar minha cabeça, e se assustou ao ver meus olhos.

 Dc - Peraí! Desde quando você tem olhos... - Hesitou. Ele vai falar azuis, quer ver? - ... Verdes!?

 Mô - V-Verdes!? - Disse. Ah, sim... Eu estava nervosa. E Como. - Er... E-Eu... Estou de lente! - Menti. 

 Dc - Lente? - Perguntou com uma expressão confusa. - que eu me lembre, quando você veio não estava. - Desconfiou.

 Mô - N-Não estava? - Perguntei tentando disfarçar. - C-Claro que estava! Talvez você não tenha percebido, er... - Completei, dando um sorriso falso.

 Dc - Ah, tudo bem. - Sorriu. - Eu tinha achado que... - Hesitou.

 Mô - Que o quê? - Perguntei.

 Dc - Nada não! - Disse dando aqueles sorriso que só ele sabe dar.    

E Agora o que eu faço? Se ele descobri que eu menti, pode perder a confiança em mim. Mas eu nem conheço ele direito mesmo! Mas ele é legal... Não! Não posso revelar nada... Pelo menos não agora.


                                                                                              

                                                                                                                                                 Fim do Capítulo 2.