Romeu e Julieta escrita por Yuna Aikawa


Capítulo 11
Ato II


Notas iniciais do capítulo

Cena III



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 "Hinata...", Sasuke abraça a garota, sorridente, "conseguimos, era a cena mais complicada e a fizemos bem". Sai soltou algumas tossidelas, quebrando o clima antes que Hinata pudesse responder. "Hei, pombinhos, é hora do pombo negro voltar para o palco", disse, retocando a maquiagem de Sasuke, "Depois vocês continuam isso.. Numa cama". O Uchiha apenas lançou mais um de seus olhares mortais para Sai, que sorriu apontando para o palco, onde Shino já começara seu monólogo sobre drogas com seu cesto.

 
     Shino — Ri para a noite escura e a manhã bela, como um bêbedo. A mãe natureza ministra a morte e, assim, apresta a cura. Filhos de vária espécie, no seu seio a mamar encontramos, sem receio; uns, por várias virtudes, excelentes; cada um com a sua, todos diferentes. Oh! É admirável a potente graça que há nas ervas, na flor, na pedra, até mesmo a alta virtude, num momento, mal aplicada, em vício se transforma, e este, por vezes, ao dever dá a norma. Na corola infantil desta florzinha veneno mora que dá morte asinha. Cheirado, ao corpo todo dá alegria; mas pára o coração no mesmo dia, quando dado a beber. Se insubmissa se mostra a pior, então vem logo o verme da morte e rói essa plantinha inerme.

 Sai empurra Sasuke ao palco, que se endireita e, incrédulo com o tema escolhido por Shakespeare, engole seco o discurso do frei.

     Sasuke — Bom dia, meu bom padre.
     Shino —"Benedicite"! Quem me fala a estas horas? Oh, Romeu... Nas pálpebras dos velhos o cuidado de guarda sempre está; e onde um soldado desses se encontra, o sono não penetra. Pela sua aparência, assim, de pleno viço, nesta hora matutina me assegura que algo escondes de grave na postura. Ou então direi, se acaso em erro estou, que esta noite Romeu não se deitou.
     Sasuke — Rimou. Sim, mas tive um repouso papafina.
     Shino — Ah! Deus que te perdoe; com Rosalina?
     Sasuke — Rosalina, bom padre? Que pergunta! Esqueci esse nome e a dor adjunta.
     Shino — És meu bom filho. Então, onde estiveste?
     Sasuke — Ui, nem te conto. Ah, pera, o roteiro me manda te contar, pois permissão me deste. Fui à casa do nosso grande inimigo, onde fui ferido por quem feri também. Nosso remédio só nos poderá vir por intermédio de teu auxílio e sacra medicina. Santo homem, não agraves minha sina, porque este meu pedido a minha imiga amparará também.
     Shino — Poderia ser mais claro, filho? Só porque não dormiu, não precisa falar difícil. A confissão por enigmas não chega à absolvição.
     Sasuke — Ouça então, sem que me tenha como faceiro, que amo a filha do rico Capuleto. Meu coração é dela; o dela é meu. Tudo está combinado; estamos no apogeu do amor, só faltando, agora, que nos diga o lugar e a hora para o sagrado enlace, vulgo casamento. Mas não conclua que te falo abóbrinhas; desejo que nos case hoje mesmo!
     Shino — Por Hokage Primeiro! Que mudança é essa? Rosalina adorada e tão depressa posta no esquecimento? O coração no amor dos jovens nada influi, senão somente os olhos. Ai! Segundo e Terceiro Hokage! Quantas ondas salgadas, noite e dia, te molharam só pelo amor de Rosalina? Quanta água em vão jogada fora por um amor que ele não sente agora!
     Sasuke — Censuravas o amor a Rosalina.
     Shino — Não o amor, o exagero que você sentia.
     Sasuke — Disse que o enterrasse.
     Shino — Não em cova, para achar uma paixão mais nova.
     Sasuke — Não me censure, pois a minha amada na afeição não me fica a dever nada, o que com a outra não acontecia.
     Shino — Oh! Explica-se: é que ela bem sabia que o amor era de cor, não soletrava. Mas vem contar-me essa paixão tão brava, meu jovem sonhador. Vem, vem comigo, que nesse lance me terás contigo, pois é possível que tão bela aliança faça mudar esse ódio que não cansa.
     Sasuke — Oh! Vamos logo. Estou com muita pressa.
     Shino — Prudência! Quem mais corre mais tropeça.
    
 Saem do palco, correndo, com uma única dúvida martelando na cabeça... O que, diabos, é "benedicite"?


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