Once Upon A December escrita por Dorothy Eaton


Capítulo 3
A Estranha Carta


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, saiu mais rápido do que eu esperava. Espero que gostem :3
Deixem reviews.



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Sou cercada pelas meninas assim que chego ao quarto. – Onde você estava? – pergunta alguém, Miranda provavelmente. – Eu... – tento responder, mas alguém me corta – Como fez para que ninguém te encontrasse? – outra voz indaga – Ah... – mas sou cortada mais uma vez. – A irmã Larissa entrou logo depois de você! Você ouviu o que ela comentou com a madre? – silêncio... Espero para ver se mais uma pergunta vai sair, mas nove pares de olhos me encaram curiosos. Suspiro.

Primeiro não sei o que dizer. Nunca vão acreditar em mim se eu disser que uma pessoa estranha estava dentro do mosteiro, conversando com a irmã Larissa. – Eu... Não estava a fim de assistir a missa. É tão chata! – murmúrios de concordância saem dos lábios das meninas, que continuam a me olhar. – Então eu resolvi ir até o chafariz – minto. – Eu estava lá, toda tranquila, quando a irmã Larissa apareceu e me mandou para a missa. Fim da história. – dou de ombros. Mas as meninas resolvem que o assunto não termina por aí. – O que ela falou? – alguém pergunta – Você vai ter que pagar detenção?

Penso por um instante no que vou falar em seguida. – Ela apenas me lançou aquele olhar amedrontador. Aquele que ela estreita os olhos e coloca as mãos na cintura, sabem? Então resmungou alguma coisa sobre eu ter que limpar os banheiros por uma semana inteira. Mas aí eu disse que tinha me esquecido onde ficava a missa. – faço uma cara de inocente. – Ela não reparou que eu estava mentindo. Sabem? Por causa do problema com a amnésia e tal. – dou um sorriso triste, me levanto logo em seguida e aceno para as garotas, mostrando que o assunto acaba aqui.

Antes mesmo que eu possa perceber, meus pés me levam para o chafariz. De todos os lugares, esse é o meu favorito. É tranquilo, o que já é um ponto a favor, além de ser um dos poucos lugares com sol. Me permite pensar, sem que ninguém me interrompa a todo momento me perguntando se eu lembrei de alguma coisa. É um pouco irritante, sabe? Ter que lembrar a todo o momento que pode haver alguém lá fora com saudades de mim e eu ao menos posso me lembrar dela. Que se essa pessoa me achar, eu não vou reconhecê-la. Tão absorta em meus pensamentos, só percebo a coruja voando em minha direção quando ela joga uma carta na minha cabeça e pousa em meus ombros. Ela bica minha cabeça, até que eu abano minha mão e faço-a voar.

Pego a carta que caiu na água, e percebo que ela ao menos está molhada. Estranho. No verso, vejo que está endereçada a mim. “Senhorita Anastasia, Quarto 3 – Beliche de Cima, Mosteiro de São Carlos, Londres”. Leio em voz baixa. Uma maneira um tanto estranha de se enviar uma carta, sem remetente, por meio de uma coruja. Não deveriam ser por meio de pombos? Ou melhor, pelo carteiro! Apenas por curiosidade, resolvo abri-la.

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA HOGWARTS

Diretor: Minerva MccGonagall

Prezada Srta. Anastasia,

Temos o prazer de informar que V.Sa tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa em 1° de setembro. Aguardamos a sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Severus Snape

Diretor Substituto.


Faço uma careta. Uma brincadeira de mau gosto, talvez. Quem mais pode saber exatamente o meu nome, onde durmo e onde vivo? O que mais me intriga, no entanto, é a coruja que entregou a carta. Não acho que alguém se empenharia tanto para me pregar uma peça. – Miau... – Minie se enrosca aos meus pés e me lança um olhar indagador. Dou uma risada e acaricio sua cabeça. – O que seria da minha vida sem você, gata? – seguro a carta com a ponta dos dedos e guardo dentro da blusa. – Sabe que uma coruja acaba de me entregar carta? Bem estranho, não é? – ela vira a cabeça de lado como se pudesse me entender, e eu coloco-a em meu colo. – Dizia que eu tinha uma vaga em uma escola de magia. Se a madre descobre, é capaz de botar fogo na carta antes de ver o conteúdo. – dou de ombros e balanço minha cabeça.

A madre é daquelas pessoas que odeiam qualquer coisa que tenha a ver com sobrenatural. Sonhos estranhos com bruxas, vampiros ou monstros, fantasias de halloween, ou mesmo alguma coisa fora do normal. Às vezes acho que ela é complexada por causa de algum tipo de trauma na infância. Mas quem sou eu para falar sobre infância? Não me lembro da minha. – Anastasia! Anastasia! – alguém grita meu nome. Miranda.

Ela chega esbaforida e seu rosto está vermelho. Ela se apoia em mim e me encara com aqueles grandes olhos azuis. – O que é? O que foi? – pergunto um tanto brusca demais. – A madre... Quer vê-la... No escritório... – sinto que meu coração para por um quarto de segundo. Arregalo os olhos e coloco uma das mãos na cintura. – Tem certeza? – ela balança a cabeça positivamente. – O que você fez desta vez, Ana?

Respiro fundo antes de falar. Miranda me conhece, não há mesmo jeito de esconder alguma coisa dela. Acho que em todo o mosteiro, ela é a única que posso considerar como amiga. – Lembra quando cheguei atrasadíssima na missa? – ela assentiu. – Você vai ser o assunto da semana, já que nada acontece por aqui. – eu sorrio, porque sei que é verdade. – Então, é porque vi a irmã Larissa conversar com um estranho no corredor. – ela arregala os olhos. – Você acha... Que ela te viu? – há um tremor na voz dela. Da última vez que uma garota ouviu uma conversa particular por aqui, foi expulsa no dia seguinte e ninguém nunca mais ouviu falar dela. As regras são muito rígidas. – Não sei... Espero, realmente espero – que sim – que não. – mordo o meu lábio inferior e me levanto, segurando firme o lugar onde a carta está escondida por baixo da blusa.

Aceno brevemente para Miranda e faço uma última carícia na cabeça de Minie antes de sair do Átrio. Meus pés se arrastam pelo corredor, como se eu tivesse andando diretamente para a morte. O que não se difere muito da verdade.


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