E Se A Dama Se Apaixona Pelo Vagabundo? escrita por RonLovesHermione


Capítulo 4
Capítulo 4 - Fugindo do Castelo




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Hermione olhou com raiva para o papelzinho. Amassou-o com força e jogou na sarjeta. Entrou em casa feito um furacão e estava subindo as escadas correndo, quando ouviu sua mãe chamar:

- Hermione, venha já aqui!

- Agora não dá.

- Venha aqui agora! Eu já sei o que você aprontou e eu acho melhor que você me obedeça se não quiser que eu chame o seu pai.

Hermione enxugou as lágrimas rapidamente e voltou para a sala.

- O que é que eu vou fazer com você, hein? Será que você não cansa de se humilhar, de se rastejar e implorar a atenção de uma pessoa que só te rejeita? Você não tem amor próprio? Não tem o mínimo de decência? Eu e seu pai não te criamos como uma qualquer pra ficar se jogando em cima de homem. – as palavras de sua mãe pareceram uma faca cortando o peito de Hermione. A Sra Granger nunca tinha falado assim com ela antes.

- Mamãe, você precisa entender que... – começou Hermione, mas foi logo interrompida.

- Quem precisa entender alguma coisa aqui é você! Eu estou cansada de ver você agindo desse jeito, como uma criança mimada e sem limites. Ou você muda esse seu comportamento infantil e para de fazer drama, ou eu vou conversar com o seu pai e nós vamos tomar uma medida drástica, e eu tenho certeza que você não vai gostar. Deu pra entender?

Mas Hermione não respondeu. Seu corpo inteiro tremia de ódio. Ela não queria ficar naquela casa, estava com raiva de todo mundo. Ela virou as costas e voltou para a porta da rua. Sua mãe gritava, mandando que ela voltasse lá, mas ela não ia, queria sumir.

Chegou no portão e parou um instante. Não sabia pra onde ir, nunca tinha saído de casa sozinha. Sempre fora levada nos lugares pelo motorista, ela nunca tinha ido nem até a esquina a pé. Foi então que ela viu o papelzinho amassado que ela tinha jogado ali minutos antes. Por um instante ela hesitou, depois, deixando a raiva tomar conta de si, pegou o papel, desamassou e discou o número. Uma voz rouca e grave atendeu:

- Alô?

- Oi... é a Hermione... Hermione Granger. Eu... hmm... preciso de... um favor.

- Você tá chorando? O que aconteceu?

- Não, eu... vem me buscar aqui na minha casa? Por favor, rápido. – Hermione não conseguia mais controlar o choro.

Hermione desligou o telefone, encostou no muro e se entregou as lágrimas. Tinha feito uma loucura, sabia disso. Mal conhecia esse tal Ronald. Mas ela estava cansada, não se importava mais com nada.

Depois de um tempo, ela viu a moto se aproximando. Ele parou na frente dela e tirou o capacete. Os dois ficaram de encarando por um tempo, nenhum deles sabia o que dizer. Hermione criou coragem, agora ia até o fim:

- Você me dá uma carona? – ela perguntou, limpando as lágrimas do rosto.

- Pra onde?

- Tanto faz. Só quero ir pra longe daqui.

Em resposta, ele pegou o outro capacete e o ofereceu a ela. Sem pensar duas vezes, Hermione o pegou e colocou. Subiu na moto e esperou.

- Você vai ter que se segurar em mim... – disse Ronald, vendo que ela ficou parada.

Hermione nunca tinha andado de moto. Seu pai vivia falando que era coisa de marginal, andar de moto pela cidade a toda velocidade. Ela colocou as mãos sobre os ombros de Ronald. Quando a moto partiu, ela levou um susto, e, com medo de cair, agarrou a cintura do rapaz e fechou os olhos.

Depois do primeiro impacto, Hermione abriu os olhos. Até que era divertido andar de moto, ela pensou. Pelo menos, um pouco da raiva e da angústia que estava sentido ficaram para trás. Nunca tinha experimentado nada parecido. Seus pais sempre a protegeram muito, morriam de medo que ela se machucasse, ela fora criada como um animal enjaulado. Mas agora sentia pela primeira vez o gosto da liberdade.

Passado algum tempo, ela começou a se perguntar onde ele a estaria levando. Olhava para as ruas e não reconhecia nenhuma. Nunca tinha estado deste lado da cidade. E então ele parou a moto e disse:

- Já pode me soltar agora. Já chegamos.

Eles estavam em uma praça, mas não era nada parecido com as praças que Hermione conhecia. Era feia e mal cuidada, mas mesmo assim, muitas pessoas caminhavam por lá. “Pelo menos, se eu gritar, alguém vai me ouvir”, pensou ela.

- Que lugar é esse? – perguntou.

- É o lugar em que eu estava quando você me ligou. Vamos almoçar?

- Ah, tudo bem. Cadê o restaurante?

Ronald riu:

- Tá bem ali. – disse ele apontando para um carrinho de cachorro quente.

Hermione ergueu as sobrancelhas para ele:

- É brincadeira né?

- Não é não. Vem aqui, eu sei que você vai gostar. – disse Ronald, pegando a garota pela mão para levá-la até o local.

Hermione puxou a mão, como se tivesse levado um choque. Ronald parou e olhou para ela, espantado. A garota olhou para baixo e passou por ele dizendo:

- Vamos logo então.

Hermione sentou em um banco enquanto Ronald pegou os lanches. Os dois comeram sem trocar nenhuma palavra. Um silêncio desconfortável baixou sobre eles depois que acabaram de comer.

Ronald foi quem falou primeiro:

- Então... O que aconteceu, por que você estava tão nervosa?

- Não quero falar sobre isso. Quanto foi o lanche? – perguntou Hermione, abrindo a bolsa.

Ronald segurou o braço dela:

- Foi por minha conta.

- Não. Não quero ficar te devendo nada.

- Por que você é tão difícil? Já disse, foi por minha conta, eu quis pagar pra você.

Hermione desviou o olhar de novo. Depois disse:

- Desculpa. Você está sendo muito legal comigo e eu nem sei por quê.

- E precisa de motivo pra ser legal com alguém? – perguntou Ronald, com um sorriso. Hermione olhou para ele. Ele tinha um sorriso muito bonito mesmo. E ele era tão diferente de qualquer outra pessoa que ela já tinha conhecido. Mesmo sem saber nada sobre ele, de algum jeito ela tinha a certeza de que poderia confiar nele, e isso a fazia se sentir muito bem.

- Você come aqui todo dia? – quis saber Hermione. De repente, ela percebeu que estava muito interessada em saber mais dobre a vida dele.

- A maioria das vezes. É que meu trabalho é aqui perto e eu moro logo ali. – disse ele, apontando para uma rua à esquerda.

- E onde você trabalha?

- Eu ajudo numa oficina.

- Legal.

Ronald riu:

- Não precisa mentir, eu sei que você não acha legal. Mas não precisa se desculpar. – ele acrescentou, antes que ela falasse alguma coisa. – Tá na cara que você está acostumada com outras coisas.

- Você deve me achar uma chata.

- É, você é bem chatinha mesmo. – brincou Ronald.

Hermione riu. Nem acreditava, mas ela estava muito feliz de estar ali com Ronald.

Seu telefone tocou. Ela olhou e viu que era da sua casa. Desligou e o jogou de volta na bolsa.

- Sua família deve estar preocupada com você. – Ronald disse.

- Não me importa. Não quero saber deles. Ei, vamos dar mais uma volta de moto?

- Beleza! Eu sei de um lugar muito bom pra gente andar. Nunca tem ninguém, então dá pra correr bastante. Você tem medo?

- Claro que não.

Então os dois subiram na moto e foram em um lugar sem movimento. E lá eles andaram de moto até que chegasse a noite. Hermione adorava aquilo, até pediu para pilotar a moto uma vez. Mas Ronald não deixou, disse que era muito perigoso, mas que se ela quisesse, ele podia ensinar pra ela um outro dia.

Os dois estavam encostados em uma árvore. Hermione estava morrendo de sono. Ronald olhou para ela e disse:

- Acho melhor eu te levar pra casa agora. Já está muito tarde.

- Eu não quero ir, se você cansou de mim, pode me levar pra algum hotel.

- Não é isso. Seus pais devem estar loucos atrás de você. Devem ter chamado até a polícia. Quer que eu vá preso por sequestro?

Hermione riu outra vez.

- Eu não deixo te prenderem.

Os dois se olharam por um instante, depois Ronald disse:

- É sério, é melhor eu te levar. Eu não sei o que aconteceu lá na sua casa, mas fugir não vai adiantar.

- Tá bom. – Hermione concordou de má vontade.

- Olha, quando você quiser, é só me ligar. Eu prometo que vou correndo te buscar.

Hermione sorriu. E então, os dois subiram na moto e Ronald a levou de volta para casa.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que estão achando!!!