Dark Secrets - Livro I: My Immortal escrita por Daphne Delacroix


Capítulo 3
Capítulo 2




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Encruzilhada

Na manha seguinte, acordei atrasada para ir a escola, minha mãe já havia saído para o trabalho. Me arrumei rapidamente e sai também.

A aula já tinha começado quando cheguei, fiquei no refeitório esperando a hora passar, já que não podia entrar atrasada.

–Hei gata! - disse Vitor sentando ao meu lado.

–Atrasado também? - perguntei.

Ele deu de ombros.

–E ai o que aconteceu com seu despertador hoje?

–Nada, perdi a hora – falei bocejando.

–É, normal – suspirou.

Eu ri.

–Quer ir a um show? - perguntou.

Franzi a testa.

–Show de quem? E quando?

–Sexta-feira dessa semana, fui convidado para tocar, guitarrista solo – disse ele sorrindo.

–Claro que vou, mais só se você me der o ingresso.

–Tudo bem, te dou uns ingressos – falou ele sorrindo.

Sorri também.

–Voce é o melhor amigo do mundo.

–Eu sei – disse piscando o olho pra mim.

A sinal anunciando o fim da primeira aula tocou. Levantamos e fomos andando para nossas salas, que embora fossem diferentes, ficavam no mesmo andar.

–E onde vai ser o show?- perguntei enquanto andávamos.

–Perto daquela loja de instrumentos que fomos ontem – respondeu.

Eu sabia onde ficava.

–Há que horas?

–O show de abertura começa ás sete, mais eu só toco ás oito.

–E que horas vai acabar? - mesmo sendo sexta feira eu não podia exagerar no horário.

–O show acaba ás dez e depois disso tem uma festa, por la mesmo. - disse.

–Ok, nos falamos depois então - murmurei entrando na sala.

Vi Clair sentada em sua carteira conversando com uma menina, ela olhou pra mim quando entrei.

–Pensei que não fosse te ver hoje - disse ela.

–O que esta fazendo aqui? - perguntei meio confusa.

–Minha mãe cancelou a saída - explicou - E você? Porque chegou só agora?

–Perdi a hora - falei sentando-me.

–Hum... quer as anotações da aula que você perdeu? - perguntou.

–Teve alguma coisa nova?

Ela olhou o caderno.

–Não, foi só uma revisão de semana passada.

–Então depois eu pego com você - falei

A sra. Potter, nossa professora de português entrou na sala.

–Vitor falou com você hoje? - Clair perguntou de repente, desviando minha atençao.

Franzi a testa.

–Encontrei com ele no refeitorio. Porque?

–Voce ja deve estar sabendo do show entao, ele me convidou - disse ela fazendo uma careta.

–E voce vai? - perguntei arregalando os olhos.

–Claro que nao! Toma.- ela colocou um par de ingressos na minha mesa.

Aquilo estava acontecendo mesmo? Vitor tinha convidado Clair para ir ao show?

Só podia ser brincadeira.

–Ok, valeu - peguei os ingressos e os guardei na mochila.

As horas passaram mais devagar do que nos outros dias não consegui prestar atenção em nada, estava com uma dor de cabeça horrivel.


–Nossa, pela sua cara voce nao esta bem. - disse Clair quando ja estavamos saindo da escola e indo para o estacionamento.

–Dor de cabeça - falei abrindo a porta do carro e colocando minha mochila lá dentro.

–Vai pra casa – disse.

–Não posso, tenho que fazer o trabalho de geografia na biblioteca – murmurei.

–Ah, bem então se precisar de alguma coisa me liga.

–Pode deixar – falei sorrindo levemente e entrando no carro.

Depois de uns quinze minutos, cheguei a biblioteca da cidade, ela não era tão grande, mais tinha muitas variações de livros, ao contrario da biblioteca da escola.

–Boa tarde – disse a bibliotecária quando entrei – Posso ajudar?

–Oi, sim. Onde ficam os livros de geografia?

–Só um minuto – ela pediu e digitou algo no computador. - No segundo andar, corredor sete, sessão dez.

–Obrigada – falei.

Subi as escadas que davam para o segundo andar. Parecia que eu estava num mini-labirinto, varios corredores de estantes, seria complicado encontrar o que eu queria ali. Andei por uns minutos e finalmente consegui achar o corredor sete. Eu mal olhava por onde estava andando, só queria acabar logo com aquilo e ir pra casa.

“Sessão sete”, “Sessão oito”.

–Aí! - esbarrei em alguma coisa, ou melhor em alguem.

–Desculp... - me virei para pedir desculpas mas..., não tinha ninguem lá.

“Que estranho, tive a nítida impressão de que tinha esbarrado em alguem”

Não era louca.

“E...”

Continuei andando, minutos depois encontrei a sessão dez. Peguei alguns livros e sentei-me na mesa pra fazer o trabalho.

Não consegui prestar atenção no que fazia, copiei o que achava que era certo, coloquei os livros no lugar e desci para o primeiro andar.

–Conseguiu achar o que estava procurando? - perguntou a bibliotecária gentilmente.

–Sim, obrigada – falei saindo.

O dia já tinha escurecido, fui até o estacionamento e peguei meu carro.

(...)

Cheguei em casa pouco mais das seis horas, deixei as chaves do carro em cima da mesa da sala e fui para meu quarto. Achei um remedio para dor de cabeça e tomei com um copo de leite.

Fechei a porta do quarto, as janelas e apaguei a luz, não queria pensar e nem fazer nada. Deitei na cama sem me dar o trabalho de tirar os sapatos e trocar de roupa, e fechei os olhos.

O telefone tocou no mesmo instante e deixei, seja lá quem fosse, insistir até cansar. Depois que ele parou, meu celular vibrou no meu bolso, peguei-o e olhei o numero.

–Oi mãe – falei.

–Oi – disse ela – Nossa, sua voz esta horrivel.

–Eu estou horrivel, a dor de cabeça esta acabando comigo – murmurei.

–Já tomou remédio? - perguntou ela preocupada.

–Sim.

–Descanse um pouco então.

–Claro, claro. Tchau – Não esperei ela responder, desliguei o telefone, coloquei ele em cima da mesa de cabeceira e voltei a deitar.

Mais tudo me perturbava e um pensamento não saia da minha cabeça. A tarde na biblioteca.

Eu sabia que tinha esbarrado em alguem, mais... não tinha ninguem lá. E o que senti foi tão... estranho?

Balancei a cabeça tentando esquecer aquilo.

Fechei os olhos novamente, sabia que aquela dor ainda demoraria um pouco pra passar.

Acordei na manha seguinte me sentindo bem melhor e feliz por ter conseguido dormir a noite inteira, coisa que eu não fazia quando ficava com dor de cabeça. Levantei-me e fui tomar banho. Demorei alguns minutos no banheiro, depois que estava pronta, sai e fui para o meu quarto. Arrumei as coisas na minha mochila e desci para a cozinha.

–Bom-dia – disse minha mãe dobrando o jornal e colocando-o no sofá. - Está melhor? - perguntou.

–Sim, depois que eu tomei o remedio ontem, apaguei completamente. - falei indo até a cozinha, ela me seguiu.

–Que bom, eu deixei uns analgésicos no armário do banheiro – falou pegando a bolsa e as chaves do carro.

–Tudo bem.

–Qualquer coisa, liga pra mim.

–Claro claro, pode deixar – falei.

Ela me deu um beijo de leve em minha testa e saiu. Terminei de tomar meu café da manha e sai também.

Meu carro resolveu demorar pra funcionar aquela manhã e isso fez com que eu me atrasasse um pouco. Cheguei na escola, os alunos já tinham entrado, desci do carro, estava começando a chuviscar e fui para minha primeira aula.

O sr. Wildson ainda não tinha chegado e eu agradeci por isso, só assim consegui entrar na sala.

–Oi – disse Clair quando me viu.

–Oi – respondi me sentando ao seu lado.

–O que houve? É a segunda vez que chega atrasada essa semana – Clair falou.

–Meu carro demorou para funcionar – murmurei – Cadê o sr. Wildson?

–Ah, parece que está com uns problemas e não pôde vir.

–Então como vai ficar o trabalho? - perguntei, no mesmo instante, o diretor entrou em nossa sala acompanhado de um garoto que nunca tinha visto antes aqui.

–Bom-dia – falou o diretor, nós respondemos juntos.

–Nossa! Ele é lindo – Clair falou ao meu lado.

Olhei pra ela.

–Voce...

Ela sorriu.

–Como voces já sabem, o professor Wildson não pôde vir hoje, ele pediu pra que voces entreguassem o trabalho e deixou também um teste para voces fazerem, baseado no que pesquisaram.

Uma onda de murmurios encheu a sala.

O diretor pediu silencio.

–Esse é Ariel – ele apresentou o garoto que ficou o tempo todo ao seu lado – Ele é aluno novo da turma avançada do terceiro ano, e vai monitorar a prova de voces.

Enquanto o diretor falava, abri meu caderno na ultima folha, peguei um lapís e comecei a desenhar uns rabiscos sem prestar muita atenção no que estava fazendo.

–Bem, voces já sabem o que fazer – Ariel falou, sua voz era calma e suave, levantei minha cabeça para olha-lo – Separem suas cadeiras.

Assim que fizemos isso, ele passou o teste para cada fileira.

–Boa sorte – Clair sussurrou.

–Obrigada, pra voce também.

Eu ia precisar mesmo de sorte, já que não sabia nada.

Peguei meu teste e comecei a ler as questões, não estava tão complicado quanto pensei.

Conforme os minutos iam passando, percebi que o garoto novo me lançou alguns olhares. E pra ser sincera, aquilo estava começando a me incomodar.

Aos poucos, um por um, os alunos foram saindo da sala. Esperei até que o ultimo saísse. Levantei e fui entregar meu teste.

–Obrigado – disse Ariel sem me olhar.

Fiquei parada uns segundos até que ele percebesse que não ia sair dali.

–Posso te ajudar em alguma coisa? - perguntou.

–Quem é voce? O que quer comigo? - fui direto ao assunto, enrolar não era muito o meu forte.

Ele pareceu confuso.

–Eu não quero nada, nem conheço voce – disse.

–Por isso mesmo – falei.

–Por isso mesmo o que? - enrolou.

Respirei fundo, não ia perder meu tempo brigando com uma pessoa que eu mal conhecia.

–Olha, eu tenho outras coisas para fazer, então por favor, apenas entregue seu trabalho – disse.

Achei melhor entregar logo esse trabalho e sair , aquilo não ia dar em nada mesmo. Abri a mochila, peguei o trabalho e o entreguei.

Por apenas uma fração de segundos, sua mão encostou na minha, e a mesma sensação, o mesmo sentimento, que tive na biblioteca no dia anterior, tomou conta de mim.

“O que é isso?” perguntei a mim mesma.

Não sabia descrever o que era aquilo, muito menos se era bom ou ruim.

Olhei pra ele.

–Foi voce! - falei perplexa.

–Eu o que? - ele pareceu confuso, olhava pra baixo verificando as provas e os trabalhos.

–Foi em voce que eu esbarrei na bibloteca – eu tinha certeza disso.

Ele riu, uma gargalhada seca.

–Eu? Biblioteca? Sei...

–Eu sei que foi voce... - Ele já estava me deixando irritada.

–Olha, queria muito ficar aqui e conversar, mais tenho coisas mais importantes pra fazer – falou e saiu da sala.

Fiquei uns minutos ali parada, pensando no que ele tinha dito. Sabia que tinha esbarrado em alguem na biblioteca, e esse alguem era ele, tinha certeza, mesmo que não tenha visto ninguem lá.

Não estava ficando maluca.

Estava?

–Te achei!

A voz de Vitor me pegou de surpresa tirando-me dos devaneios.

–Desculpe, te assustei – falou.

–Esta tudo bem.

Ele sorriu.

–Trouxe os ingressos pra voce – disse me entregando um envelope branco com os ingressos dentro.

–Obrigada – murmurei guardando-o na mochila.

–Voce vai mesmo não é? - quis saber.

–Claro que sim – sorri levemente.

–Tudo bem, tenho aula agora, a gente se vê – falou ele já indo para sua proxima aula.

Assenti.

A vontade que eu tinha de assistir aula naquela hora, era minima. Pensei nas minhas alternativas, que eram poucas, e pra ser sincera, elas não me atraiam nem um pouco; ir pra casa e ficar sem fazer nada o resto da manha, ou assistir a proxima aula.

A quadra de esportes da escola estava sem ninguem, ir pra lá também não era o que eu queria agora, mais era melhor do que ir pra casa.

O sinal da proxima aula tocou, andei mais rapido pra que ninguem me visse. O portão que dava para quadra ficava sempre aberto no horario das aulas. Abri o portão discretamente para que os outros alunos não me vissem.

Quando entrei na quadra, larguei minha mochila no banco e sentei-me encostando minha cabeça na parede e fechando os olhos. Estar sozinho, para algumas pessoas, significa solidão, mais pra mim não. Estar sozinho significa um momento em que eu posso pensar, ser eu mesma; o silencio vira seu melhor amigo, é reconfortante.

Peguei meus fones de ouvido na mochila, liguei meu celular e coloquei minha lista de musicas para tocar no ultimo volume. Com os fones no ouvido, deixei-me levar pelo som da guitarra em “Glasgow kiss”.

Minutos depois tive a imprenssão de que alguem estava me observando, tirei os fones do ouvido e abri os olhos.

–O que voce esta fazendo aqui? - perguntei.

Quando a gente pensa que as coisas estão ruins...

Ariel sentou-se ao meu lado, afastei-me um pouco.

–Não estou afim de assistir aula – disse ele dando de ombros – E voce?

–Não te interessa – falei friamente.

–Hum – ele riu.

Olhei pra ele.

–Qual é o seu problema? - perguntei.

–Eu não tenho problema nenhum – disse ainda sem olhar pra mim.

Coloquei os fones novamente no ouvido.

Segundos depois ele tirou os fones de mim e os guardou no bolso de sua calça, foi tão rapido que nem percebi, automaticamente meu celular desligou o som.

–Voce vai acabar ficando surda desse jeito – murmurou.

Como alguem podia ser tão irritante, prepotente, e, sei lá mais o que, ao mesmo tempo?

–E se eu ficar surda? Voce não tem nada a ver com isso – incrivel como ele tem o poder de me irritar.

–Tem razão, eu não tenho nada a ver com a sua vida. Mas não quero que voce fique surda por ouvir musica alta. - ele se levantou e foi para o outro lado da quadra, sentando de frente pra mim.

Respirei fundo, tentei me acalmar e fui até ele.

–Me devolva os fones por favor – pedi controlando o maximo minha voz.

Ele olhou pra mim pela primeira vez. Seu jeito de olhar era tão profundo que mexeu comigo me deixando desconfortável, tenho que admitir. Aqueles olhos verdes-azulados eram lindos; ou melhor, o dono daqueles olhos era lindo, lindo demais.

Alto, com um corpo não muito atlético, mais bem definido, sua pele clara, os cabelos mal cortados caiam nos olhos e... balancei a cabeça pra voltar a realidade.

–O que foi? - ele quis saber.

–Os... os fones – falei um pouco mais calma.

Ele tirou os fones do bolso e colocou com cuidado em minha mão sem me tocar.

–Obrigada – falei secamente.

Fiquei uns minutos sem falar nada, até que ele disse:

–Tenho que ir embora – disse ficando de pé.

–Aonde voce vai? - perguntei curiosa levantando também.

Ele me olhou fixamente.

Aos poucos foi se aproximando de mim, fiquei nervosa com aquilo, seus olhos eram tão penetrantes. Minha respiração ficou ofegante...

Ele se aproximou mais um pouco, seu rosto agora estava a centimetros do meu, podia até sentir sua respiração.

–Não te interessa – sussurrou.

Senti meu fone escorregar do bolso da minha calça.

Ele se afastou de mim, um leve soriso brincou em seus labios.

–Seu... - comecei a falar e me abaixei para pegar o fone.

Quando levantei, ele não estava mais ali.

“Impossivel” pensei.

Olhei toda a quadra, eu estava sozinha. Alem de irritante, ele conseguia sumir muito rápido e isso era impossível para qualquer pessoa. Não era? Peguei minha mochila, guardei meus fones e sai da quadra.

Tudo estava indo muito bem essa semana, mas esse garoto apareceu e...

–Idiota! - falei indo para o refeitorio.

Vi Vitor sentado numa mesa sozinho, fui até ele.

–Oi – disse.

Não respondi, apenas me sentei.

–Esta tudo bem? - perguntou.

–Não – falei asperamente.

–O que aconteceu?

Precisava falar pra alguem como estava me sentindo senão ia pirar.

–Aquele idiota, metido, prepotente...

–Hei! - ele me interrompeu - De quem esta falando?

–Do novo aluno da turma avançada do 3° ano.

–Ah! Mas o que ele fez pra te deixar assim? - perguntou.

–Ele é irritante! - falei rispidamente.

Vitor riu.

–Não tem graça! - murmurei fechando a cara pra ele.

–Tem razão, não tem, mas eu não consigo parar de rir – disse.

–Otimo!

Esperei até que ele voltasse ao normal.

–Sabe o que isso me lembra?

–Não – falei sem ter a menor ideia do que ele falava.

–Quando nós nos conhecemos, voce ficava irritada só de olhar pra mim – disse.

Ele tinha razão, ficava irritada só de olhar pra ele e não aceitava de forma alguma que Clair gostasse dele. Mas ele também não ficava muito atras no quesito “implicancia” comigo.

Sorri me sentindo um pouco melhor.

–Só voce pra me fazer rir.

–Amigo é para essas coisas – ele deu de ombros, o sorriso em seus labios aumentou – Agora. Esquece esse garoto, fica bem.

–Vou tentar – suspirei sem saber se ia conseguir.

O sinal do intervalo tocou e aos poucos, o pátio e o refeitório foram ficando cheios.

Da direção oposta a nossa, vi Clair se juntar a outras garotas numa mesa. Acenei para ela, que respondeu da mesma forma e quando ela viu que estava com Vitor, fez uma careta.

Eu ri.

Ele viu e piscou para ela, o que a deixou nervosa.

–Pode ir lá se quiser – disse Vitor.

Olhei para ele.

–E ficar sentada numa mesa rodeada por patricinhas? - brinquei – Não estou muito afim.

–Tem razão, não é muito a sua cara mesmo.

Fiquei com Vitor mais alguns minutos até ouvir meu celular tocar na mochila. Levei uns segundos para acha-lo. Quando peguei tinha uma nova mensagem.


“Vem sentar aqui com a gente”


Clair.

Olhei pra ela que estava com o celular na mão sorrindo pra mim.

–Vai lá – disse Vitor tirando-me dos devaneios – Vou querer saber tudo depois – brincou.

Se eu não fosse até lá Clair ia ficar me enchendo de perguntas depois, então não tinha outra opçao.

–Te vejo depois – dei-lhe um beijo no rosto e segui para mesa de Clair.

Elas estavam conversando animadamente quando me sentei.

–Oi – disse Clair – Pensei que não fosse mais te ver hoje.

Dei de ombros.

As outras meninas falavam sem parar e eu consegui entender a última parte da conversa.

–Ele é muito lindo – disse uma delas.

–Eu sei... - falou a outra.

–Do que elas estão falando? - perguntei a Clair.

–Do aluno novo, Ariel – respondeu ela.

–... e aqueles olhos azuis acinzentados?

–São perfeitos – disse a outra garota.
–Será que ele tem namorada?

Ouvir elas falando de Ariel daquela maneira me irritou ainda mais.

–Verdes-azulados! - falei.

Uma delas olhou pra mim.

–O que? - perguntou.

Clair olhou pra mim, confusa também.

–Os olhos dele, são verdes-azulados – repeti baixando a cabeça.

Elas voltaram a conversar como se não tivessem parado.

–É impressão minha, ou alguem prestou atenção em alguem? - Clair olhou pra mim.

–Isso é coisa da sua cabeça – murmurei.

–Hum... não acho que seja – ela balançou a cabeça.

O que ela estava sugerindo...?

O sinal da proxima aula tocou. Levantei-me depressa sem dar muita atenção a elas.

–Aonde voce vai? - Clair perguntou.

–Pra casa – falei saindo dali, sem olhar pra tras.


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