Dark Secrets - Livro I: My Immortal escrita por Daphne Delacroix


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo, queria pedir desculpas por ter demorado tanto para postar, e pelo sumiço.
Meu computador ficou ruim, e só agora pude vir postar...



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Então era isso, Ariel tinha mentido para mim esse tempo todo.

Minha mente vagava dentro da minha cabeça tentando entender tudo aquilo. Por mas que tentasse negar dizendo para mim mesma que aquilo era um completo absurdo.

-Porque não me contou? Voce mentiu para mim, voce... - de alguma forma, as palavras saíram de minha boca sem que eu me desse conta.

-Voce está ficando louca - falou.

Seu olhar ficou duro.

-Ah, agora eu estou louca?

Algumas pessoas passavam por nós e olhavam.

-Porque acha isso? - ele quis saber.

-Voce é um mistério para mim, aparece em lugares inesperados, você...

-Só porque eu não ando por aí contando quem sou, onde moro, ou seja lá o que for, não significa que eu sou um anjo. Isso que voce falou é uma idiotice - disse ele.

Olhei em seus olhos, algo neles chamou minha atenção e nada tirava da minha da cabeça que ele estava mentindo. Aquele não era o Ariel que eu conhecia, se é que podia dizer isso.

Respirei fundo.

-Você não respondeu a pergunta que fiz.

-Não importa, é só o que eu sinto, voce...

Seu olhar ficou calmo novamente.

-Esquece isso - pediu - Não vai valer a pena.

Ele se virou e foi até sua moto, deu a partida e saiu.

Entrei na sala de aula me sentindo atordoada com a conversa.

-O que ele queria? - Clair perguntou.

-Nada demais, perguntou se estava tudo bem, parecia preocupado - falei dando de ombros.

-Voces estão estranhos. Está acontecendo alguma coisa?

Balancei a cabeça.

Estranho acho que era pouco, tudo o que achava que conhecia sobre ele, vi hoje que era mentira.

A hora da aula passou e eu não estava com paciencia para assistir a próxima e ir para a casa não era a melhor escolha, então saí da sala de aula com a intenção de ir para quadra de esportes.

-Matando aula srta. Elizabeth?

-E parece que não sou a única – falei.

Encontrei com Vitor no pátio da escola.

Ele riu.

-A aula está um saco hoje - disse ele.

-Digo o mesmo - concordei - Parece que de nós três a única que vai passar de ano é a Clair, já perdi as contas de quantas vezes matei aula esse ano, e nós estamos quase na metade dele - falei.

-Verdade.

Andamos até a saída.

-Quer dar uma volta? - perguntou.

-E ir para onde?

Ele deu de ombros.

-Está rolando uma exposição no estacionamento do shopping - disse.

-Exposição de que?

Ele deu um sorriso torto e divertido.

-Vem comigo e voce vai ver.

Entrei no carro dele. Não era certo aquilo que estávamos fazendo, mas eu precisava sair dali, e Vitor me ofereceu uma carona, então...

Passamos o caminho da escola até o shopping cantando músicas de bandas de rock antigas The Beatles, The Doors, Queen e Whitesnake, brincando de cantar errado, deixando o tempo passar

Chegamos ao shopping, ele estacionou o carro e nós descemos. Logo mas a frente tinha uma tenda fechada e não muito grande.

-Voce vai me dizer ou não que exposição é essa? - insisti.

Ele balançou a cabeça e sorriu.

Passamos pela tenda e eu entendi porque ele não quis falar nada. Era uma exposição musical, ou melhor dizendo, uma exposição de rock.

-Eu não acredito - falei surpresa com o que via.

-Sabia que voce ia gostar - disse.

-Porque voce não me chamou antes?

-Eu ia falar com você cedo, mas fui interrompido, então deixei para fazer isso depois, mas como vi você, então...

-Entendi.

Estava admirada com o que via, discos, cd's, posteres de bandas dos anos 60 até 90, fotos de shows, revistas, camisetas e até livros.

-Coisa de louco - Vitor disse.

Assenti.

Em destaque, separada de todas as outras coisas, estava uma guitarra de braço duplo preta, uma Gibson EDS 1275, como a que o Jimmy Page usou em um show certa vez.

-Eu... nem sei o que dizer, isso é demais! - falei me aproximando da guitarra fascinada.

-Uau! - disse Vitor se aproximando - Nunca pensei que fosse ver uma dessas.

Sorri.

-Também não.

-Elizabeth? – alguem chamou meu nome, mas não reconheci a voz.

Virei-me para olhar quem era.

Kaliel vinha até onde estavámos.

-Oi - Vitor e eu falamos em unissono.

-O que faz aqui? - perguntei surpresa em vê-lo.

-Fiquei sabendo da exposição que iam fazer, e resolvi matar aula e dar uma passada, não aguentei esperar até mas tarde - explicou.

-Entendo - sorri levemente.

-Vou dar mais uma volta e já volto - Vitor disse - Faz companhia a ela?

-Claro - Kaliel respondeu sorrindo.

Kaliel e Vitor se conheceram a pouco tempo numa saída com os garotos da banda, foi pouco antes de Kaliel entrar na escola.

-Não sabia que gostava desse tipo de música - comentei puxando assunto.

Ele riu.

-Bom, não gosto tanto assim, ou melhor dizendo, gosto apenas de algumas bandas.

-Quais? - não pude evitar perguntar.

-Beatles, Led zeppelin, Guns n’ roses, Queen, e algumas outras - disse.

-As melhores - aprovei.

Nós andamos um pouco.

-Estive pensando - murmurou - Eu tenho dois ingressos para um show cover do Guns n' roses hoje á noite, gostaria muito que viesse comigo.

Droga! Não esperava pelo convite. E por alguma razão desconhecida eu queria ir. Por outro lado, algo me dizia que não era para mim sair com ele, como se... uma coisa muito ruim fosse acontecer, como na noite em que minha avó faleceu, senti um arrepio percorrer minha espinha, e então fiz o que não devia ter feito.

-Eu aceito o convite - falei.

-Que bom - ele sorriu - Vamos nos diverti muito juntos.

Suspirei.

Esperava que sim, e esperava tambem não me arrepender disso depois.

...

Encontrei com Kaliel na entrada do Civic.

-Oi - falei.

Ele sorriu.

-Oi - disse - Bem na hora.

-Voce chegou ha muito tempo? - perguntei pensando no quanto ele tinha esperado.

-Uns cinco minutos.

Ele me entregou o ingresso e nós passamos pelo segurança.

Não estava muito cheio quando entramos, ficamos bem em frente ao palco.

-Gostei da gargantilha - falou ele me pegando de surpresa.

Olhei para a gargantilha em meu pescoço e depois para ele, que me olhava de um modo estranho.

-Ah, obrigada. Foi um presente da minha avó. Ela dizia que esse amuleto protege quem usa, estou usando porque acho bonito, achei quando arrumava meu armario hoje cedo. - O que era verdade, fazia meses que não via esse amuleto que ganhara, achei até que tinha perdido em algum outro lugar que não fosse minha casa, muito menos dentro de meu guarda-roupa. - disse.

-Foi?

Assenti.

-Ela faleceu ha algum tempo.

A expressão em seu rosto ficou séria.

-Sinto muito.

-Tudo bem.

Nós paramos por ai, a verdade é que nós quase não tinhamos assunto... mas apesar disso ele parecia ser legal.

A banda cover, que tinha o nome de um dos cd’s da banda orignal," The spagueth incident" subiu ao palco. Aqueles não eram Axl, Slash, Duff nem Matt, mas não foi necessario muito tempo para me tirar do meu mundo e fazer com que me entregasse aquele som.

...

-Então o que achou? - Kaliel perguntou quando a última musica parou de tocar - November rain – fechando com chave de ouro.

-Foi bom - disse - Mas não se compara a banda original.

Ele riu.

-Concordo. - fez uma pausa - Quer alguma coisa?

-Uma água - aceitei, estava com muita sede.

Fomos até o bar e eu pedi uma agua.

-Se importa de esperar enquanto vou ao banheiro?

-Não, pode ir - falei.

O barman me entregou a água que pedi.

-Gostou do show Lizzie? - um minuto depois alguem perguntou, e eu já imaginava quem.

-O que está fazendo aqui? - perguntei.

-Você não respondeu minha pergunta - Ariel falou.

-Ah, então você quer respostas. Não sei... você nunca responde quando pergunto. - disse.

-Não é disso que estou falando.

-Ah, então o que é? - quis saber.

-Você precisa ir para casa, vou te levar.

Balancei a cabeça.

-Não dessa vez cowboy, estou acompanhada - falei.

Ele olhou ao redor.

-Por quem? Não tem ninguém aqui.

-Ele foi ao banheiro.

Ariel pediu para que eu ficasse onde estava e foi até ao banheiro masculino. Uns instantes depois, ele voltou do banheiro sozinho.

-Bom, se seu "amigo" for invisivel, encontrei ele, se não...

-Como?

-Não tem ninguem no banheiro, alias, esse lugar já vai fechar, precisamos ir embora - disse.

Kaliel não podia ter ido embora, ele sabia que eu estava esperando ele, e... Como foi que ele saiu sem que o visse?

-Está tudo bem? - Ariel perguntou tirando-me dos devaneios.

Assenti.

-Vou pra casa - falei.

-Está de carro?

Assenti.

-Se importa de me dar uma carona?

Abrir a boca para protestar mas no fim acabei mudando de ideia, dar uma carona para ele não seria tão ruim afinal, só achei estranho, porque ele sempre estava de carro, ou de moto.

-Tudo bem.

...

-Como sabia que eu estava lá? - perguntei.

Nós já estavamos a caminho de casa.

-Segui voce - deu de ombros.

-Você mente muito mal. - Joguei, queria que ele me dissesse alguma coisa.

-Não estou mentindo, mas não precisa acreditar se não quiser - falou.

E como eu podia acreditar nele?

-Pare aqui - pediu.

-Mas estamos no meio da estrada - indaguei.

-Está com medo? - ele me desafiou.

Parei o carro exatamente no meio da estrada mal iluminada, parecia até cena de filme de terror.

-Está frio aqui - murmurei.

Ele tirou o casaco que estava vestindo e me deu.

-Mas e você?

-Eu não sinto frio - ele sorriu levemente.

-Obrigada - agradeci - Porque paramos aqui? - quis saber.

-Gosto desse lugar, é como se o mundo ao nosso redor não importasse. É só você no meio do nada, na noite fria. - disse ele.

Olhei para cima, o céu estava estrelado, sem nuvem alguma. Era só uma noite fria e nós dois sozinhos.

-É um lugar bonito. - "bonito" não era bem a palavra que eu queria, mas como não encontrei nenhuma outra...

-Venho aqui quase toda noite.

-Você não tem que ir para casa? - pergunta idiota.

-Só vou quando estou muito cansado.

Encostei no carro e parei para prestar atenção nos pequenos detalhes que me contava.

Ele veio até mim e me abraçou, senti um cheiro suave, o cheiro dele.

-Não quero que isso acabe. É... bom demais. Não quero viver sem isso, sem você. Mesmo que as coisas continuem como estão.

Estremeci. Senti a verdade em suas palavras transpassar minha pele, como se corresse por minhas veias e terminasse em meu coração, e um sentimento não muitro agradavel tomou conta de mim, também não queria que isso acabasse.

-Como assim "como estão"? - perguntei, mesmo sabendo a resposta.

-Eu não... - ele não terminou de falar.

Soltei-me de seu abraço e fiquei observando aquele céu durante alguns instantes. Tudo parecia imensamente pequeno debaixo daquilo tudo, e o que tornava aquela noite - que não tinha começado como esperava e que estava terminando - perfeita.

-Está ficando tarde - murmurou ele baixo tirando-me dos devaneios – Voce tem que ir para a casa.

Assenti sem saber o porque.

-Vamos - disse entrando no carro.

...

Chegamos á minha casa pouco tempo depois.

Assim que descemos do carro tirei seu casaco, relutante, e o devolvi, mas antes, respirei o maximo daquele cheiro inebriante, o seu cheiro, uma mistura que não conseguia identificar.

-Pode ficar - falou - Eu não sinto frio.

Olhei para ele de soslaio.

-Mas... - ia começar a falar quando ele ficou mais próximo de mim, sentia sua respiração forte em meu rosto.

-Falar que estou precisando do casaco e o vir pegar, seria apenas uma desculpa para te ver. - sussurrou.

-Você não precisa de uma desculpa. Eu...

-Lizzie, você não sabe o quanto meus sentimentos por você são intensos - disse.

Abri a boca para responder mas as palavras não sairam, queria ter dito que sabia exatamente o que ele estava sentindo, porque sentia a mesma coisa, mas não consegui.

-Isso não estava nos meus planos, achei que mandava em mim, mas não consegui evitar. - hesitou - Eu...

Ele passou suavemente as pontas dos dedos por meu rosto, fechei os olhos, seu toque era de uma temperatura entre o frio, quente e morno e suave demais, podia sentir o medo dele, lentamente ele passou a ponta dos dedos pelo contorno de meus lábios entreabertos.

Meu coração bateu mais forte, minha respiração ficou entrecortada.

Seus lábios tocaram os meus.

Uma corrente elétrica passava de mim para ele como circuito. E algo que não sei explicar aconteceu, uma coisa que só nós sentimos.

Aqueles sentimentos eram diferentes, novos e até mesmo estranhos. Não sabia como lidar com eles.

Ele se afastou um pouco de mim. Fitei-o, não conseguia falar nada ainda, e também não era preciso, eram palavras ditas apenas com o olhar.

-Isso é completamente novo pra mim, tão forte que chega a doer e ser errado - sussurrou sem desviar os olhos dos meus - Mas quero me jogar nesse erro. - hesitou - Não importa o que aconteça, sempre vou estar com você.

Estremeci. Ele falava como se algo realmente fosse acontecer.

-Eu não tenho mais forças para ficar longe de você...

-E eu não quero que fique - eu disse - Você é um mistério para mim, era para ter medo, mas não tenho.

Seus lábios se entortaram num sorriso.

-Você precisa entrar - falou.

Precisava mesmo, tinha que acordar cedo no dia seguinte.

Peguei as chaves de casa do bolso e coloquei na fechadura.

-Boa noite - falei.

Ariel balançou a cabeça.

-Preciso de uma coisa antes de você entrar.

E me beijou novamente, me mostrando que aquilo era real.


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