Dark Secrets - Livro I: My Immortal escrita por Daphne Delacroix


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ainda não está editado, por isso peço que ignorem os erros *--*
PS: Breve editado aqui :)



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Não era uma boa noite para sair de casa.

Chovia muito forte , parecia que o mundo estava desabando, literalmente.

Meu celular tocou, levantei-me da cama e o peguei de cima da mesa de cabeceira.

-Alô? - atendi.

-Onde você está? - A voz de Vitor soava do outro lado da linha e por trás ouvi o som de uma música.

Vitor era meu melhor amigo, nossa amizade começou há uns dois anos atrás, mais antes disso nós vivíamos brigando.

Era até um pouco estranho pra mim lembrar disso hoje.

-Ahn, eu não sei se...

-Você vem, não é? - ele disse.

Ele tinha me convidado para ir á uma festa naquela noite, era aniversario de um amigo dele, que pra dizer a verdade eu nem conhecia. Combinamos de nos encontrar lá, não era tão longe e sabia o caminho, levava mais ou menos meia hora de carro.

-Está chovendo muito – falei, alem disso minha mãe tinha saído para ir visitar uma velha amiga. Eu estava em casa com minha avó e não queria deixar ela sozinha, não aquela noite.

-Elizabeth, você não é feita de açúcar, é apenas uma chuva, vai passar logo – disse ele insistindo.

-Vou pensar, se a chuva melhorar um pouco eu vou – respondi sem muito entusiasmo.

Ouvi umas batidas na porta.

-Entre – falei.

-Atrapalho? - minha avó perguntou abrindo a porta devagar.

-Nem um pouco, não estava fazendo nada mesmo – disse.

-Você está preocupada – disse ela.

-Ahn...? Não, não é nada – murmurei.

As vezes minha avó tinha o poder de adivinhar o que eu estava sentindo, era tão estranho isso.

-O que foi? - ela perguntou se sentando na cama ao meu lado.

-Não é nada – insisti dizendo que não era nada.

Um estrondo muito forte me assustou, era mais um relâmpago.

Quando eu era criança, toda vez que caia uma tempestade ficava muito assustada, não conseguia ficar em casa sozinha, mais hoje talvez isso não assuste tanto, ou não.

Minha avô costumava contar histórias pra me acalmar toda vez que chovia forte, eram velhas histórias de uma tribo indígena da qual ela descendia.

-Tudo bem, eu vou descer, se precisar de alguma coisa... - ela falou e se levantou da cama caminhando para a porta.

-Espere, é o Vitor – falei – Ele me convidou para uma festa hoje, mais eu disse que não ia, estou com medo de que ele fique chateado comigo, combinamos de nos encontrar lá.

-Mais porque você não vai? - perguntou.

-Esta chovendo muito – disse.

-E isso é motivo?

Eu assenti

Desde quando?

-Eu...

-Ora vamos, eu te levo, se arrume.

-Mais Vó eu...

-Vou ficar esperando você lá embaixo – murmurou ela e saiu do quarto.

Sabia que ela não iria aceitar um 'não' como resposta.

Me arrumei sem nenhuma pressa e sem nenhum entusiamo, alguma coisa dentro de mim estava me avisando pra não sair de casa naquela noite.

Depois que estava pronta sai do meu quarto, minha avó estava me esperando assistindo TV.

-Pronta? - ela perguntou assim que me viu.

-Sim – respondi.

Nós saímos de casa, a chuva tinha melhorado um pouco, mais ainda sim estava forte.

Meia hora depois, chegamos a festa.

-Quando quiser voltar pra casa me ligue, eu não vou dormir cedo – disse ela.

-Tudo bem – Saí do carro.

O aperto em meu peito piorou, no mesmo instante em que vi o carro virar a esquina desejei que ele voltasse.

Não foi muito difícil de achar o Vitor, ele estava do lado de fora da casa.

-Pensei que você não fosse mais vir – disse ele me abraçando, ele já tinha tomado alguma bebida porque não agia daquela forma, rindo a toa.

-Eu disse que vinha – falei desanimada.

Vitor tentava me animar e me arrastou para onde ele estava antes, mas como ele estava meio “animado demais”, não ajudou muito, ele ficava me abraçando e tentando me fazer pular. Vários pisões de pé e musicas, depois tive que tirar um cara de cima de mim, não sabia se ele estava dando em cima ou só se encostando, mas de qualquer maneira ele não iria ficar debruçado sobre mim.

-Vitor – o chamei – Vou dar uma volta, beber alguma coisa.

-Claro – disse ele.

Saí de perto de onde eles estavam e comecei a andar, mais pra falar a verdade eu não estava prestando atenção em nada. A festa estava bem animada, mais nada conseguia fazer com que eu ficasse a vontade, talvez porque não quisesse estar ali.

Senti meu telefone vibrar em minha bolsa, o peguei, o numero era desconhecido, mais atendi mesmo assim.

-Alô?

-Você é Elizabeth O'Brien? - perguntou um homem do outro lado da linha.

-Sim – respondi sem saber porque.

-Neta de Katherine Layce? - ele perguntou novamente.

Meu coração acelerou.

-Aconteceu alguma coisa? - perguntei preocupada, mal conseguia segurar o telefone na orelha.

-Ela sofreu um acidente.

-Como ela está?

Ele hesitou por um instante antes de responder.

-Ela morreu.

O chão desapareceu debaixo de meus pés, eu não sabia o que pensar, o que falar ou fazer.

Minha avó, ela nao...

Aos poucos eu fui perdendo os sentidos do meu corpo, e de repente eu não estava mais ali...

O cenário mudou, e foi então que me dei conta de que estava sonhando. Era tarde de primavera, o céu ensolarado e sem nuvens tornava o dia lindo. Meus pais chegariam daqui a pouco.

-Elizabeth! - minha avó gritou.

-Estou aqui fora – falei.

Eu estava no pequeno jardim atras da minha casa, deitada na grama escutando uma de minhas musicas preferidas.

-O que esta fazendo? - ela falou se aproximando de mim.

Tirei os fones do ouvido.

-Ouvindo música – mostrei-lhe meu ipod.

-Ah, essas músicas que voce escuta, isso não é normal...

Eu ri sem dizer nada.

-Sua mãe ligou, disse que ela e seu pai vão demorar mais um pouco – falou – E Clair também ligou, pediu pra que voce retornasse.

Assenti.

Clair e eu estávamos combinando de ir a uma festa de uma menina de nossa turma esse fim de semana, mas pra dizer a verdade, não queria ir com ela, não quando aquele garoto insuportável iria também.

-Vou ligar para ela – disse me levantando da grama e entrando em casa logo em seguida.

O número de Clair chamou umas cinco vezes antes que alguem atendesse.

-Alô? - o pai dela falou.

-Oi, eu posso falar com Clair? - perguntei.

-Claro, vou chama-la.

Esperei uns minutos.

-Oi – disse ela.

-Clair – falei.

-Elizabeth! Pensei que não fosse ligar.

-Eu disse que ligaria.

-Eu sei mas... Você vai ou não? - ela quis saber.

-Não.

-Porque?

-Vitor vai estar lá e você sabe que nao gosto dele, nem ele gosta de mim – respondi.

-Não vai ser a mesma coisa sem você lá – falou.

-Desculpe...

-Tudo bem, a gente se vê depois – disse ela, sua voz pareceu um pouco desanimada.

-Tchau – desliguei o telefone e sentei no sofá, minha avó veio e sentou ao meu lado.

-Não vai mais sair? - perguntou.

-Não.

-E porque?

-É... é complicado – falei.

Não era nem um pouco complicado, mas não queria contar a ela.

-Hum... mas você não precisa deixar de sair com sua amiga porque o Vitor vai estar junto, um dia, vocês vão ser grandes amigos – disse.

Olhei pra ela sem entender nada com os olhos arregalados. Não tinha como ela saber o que tinha acontecido já que não contei nada.

-Como... como voce...

-Sei? - ela terminou de falar.

Assenti.

-Ah, é um dom – falou.

Minha avó sempre me contou velhas histórias indígenas quando eu era mais nova e mencionou certa vez sobre um dom que tinha, mais nunca acreditei nisso, pelo menos não até agora.

-E muita gente tem esse dom? - perguntei enfim

Ela sorriu.

-Você se lembra das histórias que eu contava para você – disse.

Assenti. Aquilo não era uma pergunta e muito menos a resposta que queria.

-Se lembra também daquela vez em que mencionei esse dom.

Assenti novamente.

Era um dom em que nós podíamos sentir, o que exatamente eu nao sei, mas sabia que de tempos em tempos alguem nascia com esse “poder”.

-Me fale um pouco mais sobre ele – pedi – Como funciona?

Ela sorriu levemente e assentiu.

-Bem, talvez "funcionar" não seja a palavra certa para isso. Nao é algo que eu possa explicar – falou.

Ok, isso me deixou ainda mais confusa.

-É diferente para cada pessoa – continuou – Eu posso saber o que esta angustiando alguem, mas nao é sempre – explicou.

Algumas coisas começaram a fazer sentido pra mim agora.

-Como assim? Tipo uma previsão?

-Não, é como se algo te mostrasse o interior daquela pessoa, é estranho eu sei, e não acontece com todo mundo, as vezes não são nem humanos – disse.

Arregalei os olhos.

-Como assim as vezes não são nem humanos? Vovó do que está falando? - perguntei, eu precisava de respostas, porque estava cada vez mais confusa. - Não existe nada alem de humanos no mundo.

-É ai que você se engana, eles ficam entre nós o tempo todo, disfarçados, você mal os percebem, e esse dom nos possibilita saber quem eles são, pois sentimos algo que não sabemos explicar – falou.

Franzi a testa.

-Vá se arrumar.

-Para que? - quis saber.

-Você vai sair com a Clair – murmurou.

-Não vou, eu disse que não ia e também ela já deve estar quase saindo de casa a essa hora.

-Só iam vocês tres? - perguntou.

-Sim, era para ser um encontro entre eles, mais ela quis que eu fosse junto. Vou ficar aqui e esperar que ela me ligue, ou mais tarde ligo pra ela – falei.

-Tudo bem, você é quem sabe.





(...)





Demorei um tempo para entrar na escola depois que cheguei, a real era que eu precisava ficar sozinha, nao conseguia tirar o sonho que tive na noite anterior de minha cabeça e o que mais me intrigava, é que tinha uma parte vaga na minha cabeça, como se esse sonho tivesse pulado do meio para o fim, foi estranho demais, não sabia explicar. Assim que decidi ir para a sala de aula, Clair veio falar comigo.

- O que houve? - perguntou ela sem enrolar.

Demorei uns instantes antes de responder.

- Nada.

- Eu te conheço e sei que você nao é assim, ontem você estava tao bem.

Nao falei. Estava mesmo, bem até demais.

Do outro lado do estacionamento vi Ariel descendo de sua moto, assim que ele tirou o capacete , seu olhar pousou em mim.

- Ah!

Clair seguiu meu olhar.

- Já entendi - disse.

- O que?

Ela nao respondeu, e também nem foi preciso, Ariel vinha em nossa direção.

- Oi Ariel - disse Clair.

- Oi.

Ele mal deu atenção a ela, sua expressão estava séria, parecia preocupado com algo, que por alguma razão não queria saber o que era.

- Posso falar com você? - perguntou ainda olhando para mim.

Antes que eu pudesse responder, Vitor se aproximou de onde estávamos.

- Oi! - disse - Esse é...? - ele olhou para Ariel parecendo confuso.

Eles trocaram um olhar que nao entendi.

- Ariel - falei - Esse é o Vitor.

- Oi - Ariel falou trocando um aperto de mao com ele.

- Que nome estranho. Ja te disseram que você tem nome de garota, cara? - Vitor brincou.

Por um momento achei aquilo até um pouco engraçado mesmo nao rindo, era tipico do Vitor brincar com essas coisas, mas depois percebi o clima que se criava ali, não da parte do Vitor.

Ariel riu, por incrível que pareça, mas seus olhos permaneceram duros.

- Não é um nome de garota, é nome de anjo.

E então foi o que bastou, todo o sonho da noite anterior passou pela minha cabeça, e a parte que achava meio vaga foi que a que mais me chamou a atenção, mais não poderia ser, era completamente insano.

Era um dom em que nós podíamos sentir, o que exatamente eu nao sei, mas sabia que de tempos em tempos alguem nascia com esse “poder”.

-Me fale um pouco mais sobre ele – pedi – Como funciona?

Ela sorriu levemente e assentiu.

-Bem, talvez "funcionar" não seja a palavra certa para isso. Nao é algo que eu possa explicar – falou.

Ok, isso me deixou ainda mais confusa.

-É diferente para cada pessoa – continuou – Eu posso saber o que esta angustiando alguem, mas nao é sempre – explicou.

Algumas coisas começaram a fazer sentido pra mim agora.

-Como assim? Tipo uma previsão?

-Não, é como se algo te mostrasse o interior daquela pessoa, é estranho eu sei, e não acontece com todo mundo, as vezes não são nem humanos – disse.

Arregalei os olhos.

-Como assim as vezes não são nem humanos? Vovó do que está falando? - perguntei, eu precisava de respostas, porque estava cada vez mais confusa. - Não existe nada alem de humanos no mundo.

-É ai que você se engana, eles ficam entre nós o tempo todo, disfarçados, você mal os percebem, e esse dom nos possibilita saber quem eles são, pois sentimos algo que não sabemos explicar – falou.

-Eles quem? - perguntei.

-Anjos - respondeu.

- Anjo - sussurrei.

Ele nao olhou para mim.

- Nós vamos indo, nao demorem muito, ou vao perder o inicio da aula - disse Clair tirando-me dos devaneios por alguns segundos.

Quando ela e Vitor estavam longe o suficiente para nao nos ouvir, Ariel olhou para mim.


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