Dark Secrets - Livro I: My Immortal escrita por Daphne Delacroix


Capítulo 11
Capítulo 10




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Dúvidas


Ainda estava tentando entender tudo o que tinha acontecido. Queria que ele ficasse mais um pouco, queria ter coragem de falar para ele tudo que estava sentindo. Queria na verdade era entender tudo isso. Mas sabia, de alguma forma, que isso nao aconteceria tao cedo.

Fechei a porta, apaguei a luz da sala e fui para o meu quarto. Sem pensar e nem fazer nada, deitei na cama e fechei os olhos.

De repente, eu estava novamente na biblioteca da cidade procurando um livro de geografia para fazer um trabalho que entregaria na manha seguinte.

Subi as escadas que davam para o segundo andar. Parecia que eu estava num mini-labirinto, vários corredores de estantes, seria complicado encontrar o que eu queria ali. Andei por uns minutos e finalmente consegui achar o corredor sete. Eu mal olhava por onde estava andando, só queria acabar logo com aquilo e ir pra casa.

Sessão sete”, “Sessão oito”.

-Aí! - esbarrei em alguma coisa, ou melhor em alguem.

-Desculp... - me virei para pedir desculpas mas...

A única coisa que consegui ver foram os olhos, aqueles olhos que para mim, eram um mistério, mais que eram os mais lindos tinha visto, tinha algo estranho neles, algo que nao sabia o que era, mais sabia que se tentasse descobrir, ia me arrepender depois.

-Ariel! - gritei.

E eu estava de volta ao meu quarto.

Abri os olhos assustada, e me sentindo muito estranha.

- Que sonho louco - falei comigo mesma.

Respirei fundo algumas vezes para recuperar o controle.

Cinco da manhã, daqui a pouco tempo o dia amanheceria.

Um pouco mais calma, voltei a deitar na cama. Mesmo sabendo que nao conseguiria dormir, fechei os olhos.

Acordei mais tarde por volta das dez horas com uma dor de cabeça horrível. Levantei devagar e fui lavar o rosto.

Assim que saí do banheiro, senti meu estomago roncar, o cheiro que vinha da cozinha era muito bom.

Desci as escadas e parei na porta da cozinha.

- É bolo de que? - perguntei.

Minha mãe se virou e olhou para mim.

- Chocolate - disse - Dormiu bem?

- Sim - menti - Mas acordei com um pouco de dor de cabeça. Como foi ontem?

- Cansativo, trabalhei o dia inteiro. - murmurou - Clair ligou, falei que estava dormindo, ela pediu para você ligar de volta.

Assenti.

Terminei de tomar meu café da manhã, tomei um analgésico e liguei para Clair, que atendeu ao terceiro toque.

- Oi! O que aconteceu com você ontem? - ela quis saber.

- Me atrasei e achei melhor não ir.

- Ah, nao sei se vou me contentar com uma resposta sem explicação - falou.

Sabia que ela ia dizer isso.

- Hum. Você vai fazer o que hoje?

- Nada.

- Também nao vou fazer nada, passa aqui.

- Ok, daqui a pouco estou ai - disse ela e depois desligou.

Mais tarde, pouco depois de almoçar, a campanhia tocou.

Fui abrir.

- Oi! - Clair disse sorrindo.

- Entre - falei.

- Você esta bem? - perguntou ela franzindo a testa.

Fechei a porta.

- Oi Clair! - minha mãe apareceu na sala.

- Oi sra. Layce.

- Meninas eu vou para o meu quarto, tenho que montar uns contratos para amanhã, vou deixar vocês mais a vontade - minha mãe falou, pegou sua bolsa e foi para o quarto.

Esperei até que ela passasse pelas escadas para falar melhor com Clair.

-Eu acordei um pouco mal hoje, acho que estou pegando um resfriado – respondi.

-O que está sentindo?

-Nada alem de dor de cabeça – falei.

-Você já foi a um médico? Essa dor de cabeça que voce tem não pode ser normal, é quase sempre que está assim e é sempre muito forte...

-Já fui, é normal – menti.

Não tinha ido consultar um médico sobre isso, e ela tem razão, toda vez que sinto isso, é como se algo ruim fosse acontecer, é tão estranho, e mesmo não acontecendo nada, ainda fica a sensação, porque eu nunca sei o que é.

-Vamos mudar de assunto - pedi.

Ela assentiu.

-Você não disse ao telefone porque não foi encontrar comigo e com Vitor.

Liguei a televisão.

- Eu parei para abastecer meu carro e fazer uma recarga no meu celular, acabei encontrando o Paul, nós ficamos conversando, quando vi ja era tarde. - expliquei.

- Quem é Paul?

Droga! Tinha esquecido que ela nao sabia quem ele era.

- Um novo amigo, conheci a pouco tempo na loja de instrumentos. - falei.

-Ah, entendi, você está chutando o Ariel para escanteio - murmurou ela parecendo pensativa.

-Como? - perguntei confusa, as vezes ela não falava coisa com coisa.

-É sério, depois que eu disse a você que tinha visto ele com a Paula Anderson naquele dia, você não está agindo da mesma forma com relação a ele – falou.

-Porque você fica insistindo nesse assunto?

Ela deu de ombros.

-Sabe o que eu acho? - desviou do assunto.

- O que? - perguntei respirando fundo.

- Que nós precisamos sair, só nós duas, para arranjar um namorado pra você. - disse.

Sabia.

- Nao preciso de um namorado - falei.

- Qual é Elizabeth? Você esta aí toda confusa com que esta sentindo, sei que sente alguma coisa pelo Ariel, nao adianta negar.

Ela estava certa, eu sentia sim algo por ele, uma coisa que nunca tinha sentido antes, eram dois sentimentos diferentes e confusos. Um quando estava perto, e outro quando estava longe dele, era algo estranho demais pra mim. Mais também, por mais estranho que fosse, nao queria deixar sentir isso.

- Talvez eu goste um pouco dele sim - falei.

Clair sorriu. Era a primeira vez que eu falava isso para alguem, era a primeira que eu me ouvia admitindo.

- Eu sabia! - ela bateu palmas e sorriu - Ele sabe disso? - quis saber.

- Não - menti.

Ele sabia e sentia a mesma coisa que eu, bom nao tenho tanta certeza assim da ultima parte.

- Eu disse que um dia você ia confessar isso.

- Tá, agora que você já sabe disso, não precisa ficar falando o tempo todo.

- Ok, ok! - falou.

E nós duas rimos.

Passamos o resto do dia assistindo filmes e conversando. Quando Clair foi embora, eu estava me sentindo um pouco melhor, mas nao inteiramente.

- Mãe, estou indo dormir - falei.

- Tudo bem, eu ainda vou ficar acordada mais um pouco, falta apenas um contrato - disse.

- Ok, tenha uma boa noite e um bom dia de trabalho amanhã.

Terminei de me despedir dela e fui para o meu quarto.

Vencida pelo cansaço do corpo, deitei-me na cama e peguei logo no sono.

Acordei pela manhã me sentindo um pouco melhor do que ontem depois de ter uma noite sem sonhos. Estava faltando algo, havia um vazio muito grande dentro de mim, só não sabia o que era, e o pior é que precisava descobrir.

Quando cheguei a escola naquela manha, Clair veio logo falar comigo, ela parecia ter ficado preocupada na noite anterior.

- Você está melhor?

- Sim, acordei melhor hoje.

- Que bom. Vai fazer alguma coisa hoje a tarde? - quis saber.

Do outro lado do pátio, vi Ariel descer de sua moto, nossos olhos se encontraram apenas por um segundo, e aquele aperto em meu coração voltou a me incomodar. Ele entrou na escola.

-Ele é lindo! - Clair disse ao meu lado, seguindo meu olhar.

Olhei pra ela pouco irritada com seu comentário.

-Não precisa ficar com ciumes – falou. Eu ri.

- Nao sei o que vou fazer mais tarde. Quando a gente estiver saindo falo com você.

Ela assentiu e entramos na escola.

- O que você vai fazer hoje a tarde? - perguntei curiosa.

- Sair com a minha mãe para fazer compras, e queria que você fosse pra me ajudar a passar o tempo.

- Hum, entendi - sorri levemente.

Nós entramos na sala e esperamos a aula começar.



...



Antes que a primeira aula terminasse, o inspetor bateu na porta e pediu para falar com o professor, e eu gostei disso, assim atrasaria a aula, que estava muito chata.

- Srta. O' Brien - chamou o professor.

Achei estranho ele me chamar. A única vez que isso aconteceu, foi para dar um aviso de que meu pai queria falar comigo sobre minha avó. Lancei um olhar para Clair, que também nao entendia nada.

O sr. Vidal me entregou um bilhete, não fazia ideia do que era.

Desdobrei-o.



" Me encontre na quadra quando a aula terminar.



Ariel. "



Dobrei o bilhete novamente e o guardei no bolso da calça.

- O que diz aí? - Clair quis saber.

Olhei para ela.

- Nada, era um recado da minha mãe - falei a primeira coisa que me veio a cabeça.

O sinal da aula bateu, eu arrumei minhas coisas e saí rapidamente. Passei pelo pátio, tomando cuidado para que ninguém me visse, então cheguei a quadra.

Ariel estava me esperando, recostado na parede com as mãos no bolsos, seu cabelo bagunçado caía sobre os olhos. Meu coração acelerou.

- Oi - ele disse sorrindo.

- Oi.

Ele abriu a mochila que estava a seu lado, no banco.

- Trouxe sua camisa - disse me entregando a camisa dobrada.

- Nao precisava, podia ter ficado com ela se quisesse. - Eu não me importaria se isso acontecesse.

Ele balançou a cabeça.

- É a camisa de sua banda preferida.

- Como sabe disso? - perguntei. Não tinha falado isso para ele.

- Deduzi que fosse - ele deu de ombros.

Peguei a camisa e guardei na bolsa. Nós fomos até o banco e sentamos.

- Como foi seu dia ontem? - perguntou.

- Interessante, Clair e eu passamos o dia conversando e vendo filme - respondi.

Encostei minha cabeça em seu ombro. Percebi que ele ia falar alguma coisa, mais parou.

Pegou minha mão, e entrelaçou nossos dedos. A temperatura de seu corpo era completamente diferente da minha, algo entre o quente, frio e morno.

- Senti sua falta ontem. Não gosto de ficar longe de você, mas é inevitável. - ele murmurou.

- Também, não gosto. É tudo tão confuso.

Ele nada disse por uns minutos. Eu queria prolongar aquele momento o máximo que podia, mas não sabia como.

- Eu sonhei com você noite passada.

Ele olhou pra mim, me afastei um pouco dele, ficando de frente um para o outro.

- E esse sonho foi bom ou ruim? - ele quis saber pouco interessado.

- Nao sei, foi confuso para mim.

- O que aconteceu?

- Sonhei que estava na biblioteca...

- Aquela vez que achou que esbarrou em mim? - ele me interrompeu.

Assenti.

- Sei que foi você.

- Porque teima em achar isso?

- Porque toda vez que estou perto de você sinto algo que nao sei explicar, só que naquele dia não te vi lá, é como se...

- Como se eu não fosse humano - completou.

Não era exatamente isso que ia dizer, mas deixei que ele tirasse sua conclusão. Olhei para ele confusa.

- Isso é impossível! - falei. Chegava até ser ridículo.

- E se eu não fosse humano, não fosse um garoto normal? Olharia para mim da mesma forma que olha agora?

- Que bobagem!

- Nao é bobagem Lizzie - balbuciou.

- Do que me chamou?

- Lizzie. Algum problema?

- Ninguém me chama assim.

- Então vou ser o único a fazer isso - ele sorriu levemente.

Por mas incrível que pareça, não me incomodei com o apelido que ele me dera, ao contrário.

- Você não me respondeu - falou.

- Porque quer que eu responda? - perguntei.

-Você sentiria ou não a mesma coisa? Teria medo?

Medo? De que?

- Ariel...

-Tudo bem se não quiser responder agora – falou ele sério – Mas quero que saiba, que independente de qualquer coisa, o que eu sinto não mudará.

Aquela conversa estava me deixando muito confusa, não fazia ideia do que ele falava. Então ele se aproximou de mim e pegou minha mao novamente.

Nao podia mais evitar e nem mentir para mim mesma sobre o que estava sentindo por ele. Meu coração já não cabia mas dentro do meu peito já não pertencia mais a mim, eu estava apaixonada por ele.

- Eu sentiria a mesma coisa por você, mesmo que não fosse humano. - sei que falar essa última parte foi besteira, mas não conseguir evitar.

Ariel me abraçou, era a primeira vez que fazia isso, não sei descrever o que senti no momento.

Passei o resto da manha daquele dia, conversando com Ariel na quadra. Ao ir para o pátio, quando o sinal bateu, encontrei com Clair.

-Estava esperando você sair - disse ela quando me aproximei.

Pesei minhas alternativas.

- Eu vou, estou precisando mesmo distrair minha cabeça – disse. Ela não sabia o quanto isso era verdade.

- Que bom! - sorriu.

Olhei uma ultima vez antes de entrar no carro, para onde a moto de Ariel estava, mas ele já havia saído. Então fiz o mesmo, entrei em meu carro e saí também, seguindo Clair para onde estava indo.



...



Passar o dia fazendo compras com Clair e a mãe dela, até que foi legal. Nós tínhamos andado o shopping todo, depois de comprarem tudo o que queriam, perguntei a mãe de Clair se ela podia ir numa livraria comigo.

- Claro, pode sim - respondeu. - Se importa de dar uma carona para ela Elizabeth? Eu tenho que ir para casa fazer umas coisas, não vou poder esperar vocês.

- Nao, vai ser um prazer - falei sorrindo levemente.

- Obrigada.

Nós nos despedimos dela e fomos para a livraria.

- Que livro vai comprar? - Clair perguntou.

- Orgulho e preconceito.

- Errr...! - ela fez uma careta.

- O que? A estória é linda - falei.

- Pode até ser, mas acho um pouco cansativa de ler - disse.

Não podia deixar de concordar com ela, as estórias de Jane Austen são muito confusas, pelo menos no inicio, e sem falar cansativas, mais elas sempre tinham um final surpreendente.

- É para aula de literatura - respondi.

Clair não fazia aula de literatura comigo, na hora de montar a grade de horários ela preferiu fazer francês.

- Mesmo assim, continua sendo chata.

Eu ri.

Escolhi uma edição do livro, paguei e nós saímos da livraria.



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