Dark Secrets - Livro I: My Immortal escrita por Daphne Delacroix


Capítulo 10
Capítulo 9




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Acordei na manha de sábado me sentindo bem e feliz pela festa de ontem. Levantei-me da cama, passei pelo banheiro para lavar o rosto e desci para a cozinha, meu estomago estava roncando de fome.

Minha mãe já tinha saído para o trabalho, ela teve que ir trabalhar hoje para compensar as horas em que saiu mais cedo essa semana.

Comi um pouco de cada coisa que estava na mesa, bolos, doces, pães e depois voltei para o meu quarto. Não tinha ficado muito curiosa ontem quando recebi os presentes e nem estava com muita vontade de abri-los agora, mas era isso que faria.



...



Depois de abrir todos os presentes, um por um, fui atender ao telefone que tocava insistentemente.

-Alô?

-Oi Elizabeth - reconheci a voz de Clair.

-Hei, como está? Sabe que esta me devendo uma explicação. - falei.

-Eu sei. Mas o que aconteceu ontem? Quase não vi você, depois que Ariel apareceu, você... Você estava com ele! - concluiu.

-Lá vem você de novo.

-Confessa!

Mais cedo ou mais tarde ela saberia mesmo, então nao vi problema algum em contar.

-Sim, nós ficamos conversando - disse.

-Vocês... ficaram juntos? Ele beijou você? - ela quis saber.

Podia ver o sorriso em seu rosto enquanto ela falava.

-Claro que não! Ele é apenas um amigo - afirmei.

-Um amigo que pode ser muito mais que isso.

E então me arrependi de ter contado a ela.

-Clair, se ligou para falar sobre isso, vou desligar - murmurei.

-Ok! Desculpe, não foi para isso que liguei. Bom, não exatamente. Sua mãe está em casa? - perguntou.

-Não, ela teve que ir trabalhar hoje e vai dormir na casa de Sam - expliquei.

Ela demorou uns instantes para responder.

-Vitor e eu vamos á uma lanchonete hoje, queria que viesse também - falou.

Já vi que ia segurar vela.

-Só vou se me contar como foi que vocês se acertaram.

Foi o que ela fez, contou tudo com detalhes, e foi o contrario do que eu imaginava, mas apesar de tudo, fiquei feliz por eles.

-E foi isso - disse.

-Sabia que isso um dia ia acontecer, fico feliz por vocês - sorri ao falar.

-Então você mais tarde vai sair com a gente? - perguntou.

-Sim, mesmo sabendo que vou segurar vela - brinquei.

-Você sabe que isso nao vai acontecer.

-Tem certeza? Vocês não se desgrudaram ontem - falei.

-E você ficou com o Ariel. Porque nao me conta o que aconteceu? - perguntou.

-Porque nao aconteceu nada - respondi secamente.

-Ok, ok, não vou mais perguntar.

Seria bom se fosse realmente assim.

-Mudando de assunto - falou - Você chegou a ver seu carro ontem?

-Não. Porque? - estranhei a pergunta dela.

-Seu pai levou ele ontem, na verdade foi Olivia que levou - respondeu.

A surpresa do dia anterior foi tão grande que nao tinha me dado conta de nada a minha volta. Levantei-me e olhei pela janela. Meu velho mustang estava realmente lá.

-Não percebi que ele estava aqui ontem. - falei.

Ela suspirou.

-O que seria de você sem mim?

Sorri. A maioria das coisas que aconteciam ao meu redor, só sabia porque ela contava.

-Nada – respondi.

-Elizabeth, tenho que desligar agora. Nos vemos ás sete na lanchonete do cinema – disse.

-Tudo bem, vai lá. Tchau – desliguei.

Após desligar o telefone, fui fazer uma faxina no meu quarto, muita coisa estava fora do lugar, papeis, cds, livros... Aliás, não era só meu quarto que estava desarrumado, minha vida estava assim, uma completa bagunça. Onde eu não sabia mas o que era certo ou errado, onde era a porta de entrada e saída. Estava vivendo num mundo onde desconhecia completamente. Um mundo de pessoas estranhas que não sabem quem são de verdade, o que querem de suas vidas, vivem apenas por que estão vivos, sem ter nenhuma concepção sobre nada. E eu era um pontinho em meio toda aquela multidão, lutando ao máximo para não ser igual a eles.



(...)



A noite chegou fria e parecia que estava mais escura que as outras, as ruas pelas quais passava estavam pouco movimentadas, o que era estranho para um sábado. Passei em frente a um relógio e só então me dei conta do quanto estava atrasada, precisava parar para abastecer o carro e ligar para Clair para avisar que chegaria um pouco mais tarde que o combinado.

Parei em um posto, aproveitei que tinha parado para pegar o celular e ligar para ela.

Disquei seu numero, segundos depois entrou uma gravação avisando que meus créditos não eram suficientes para completar a ligação.

Olhei para o homem que estava enchendo o tanque do carro e chamei-o.

-Oi. Você sabe me informar onde posso achar um lugar que recargas para celular?

Ele terminou de abastecer e olhou para mim.

-Aqui mesmo tem, vai lá dentro e fale com a garçonete – disse apontando para um tipo de bar que fazia parte do posto.

Paguei a ele e estacionei o carro próximo a entrada. Passei pela porta e logo procurei alguem que pudesse me ajudar.

-Oi – falei a garçonete que estava no caixa – Eu queria fazer uma recarga de celular – disse.

Ela olhou para mim.

-O sistema de recargas estão todos bloqueados – respondeu.

Não estava acreditando naquilo. Aquele definitivamente não era meu dia.

-Elizabeth? - escutei alguem me chamando, a voz não era estranha, mas não a reconheci. Virei-me.

Kaliel tinha acabado de entrar. Sorri para ele e fui até sua mesa, fiquei feliz em vê-lo.

-Oi – falei – O que faz aqui? - perguntei.

-Oi – disse ele sorrindo – Passei para comer alguma coisa.

Puxei a cadeira da mesa que ele estava se sentando.

-E voce? - perguntou, ele parecia curioso

-Vim abastecer o carro e tentar fazer uma recarga no meu celular. - respondi.

-Entendi – disse – Posso te fazer uma pergunta? Não vai me levar a mal?

Achei aquilo estranho.

- Não, pode fazer. - respondi.

- Voce tem... alguma coisa com alguem? - quis saber.

- Como assim? - enrolei.

A garçonete veio até nossa mesa, e ele fez seu pedido.

- Tem certeza que não quer nada? - perguntou.

Balançei a cabeça.

A menina que veio nos atender anotou o pedido dele e saiu.

- Voce não respondeu minha pergunta – lembrou.

- Bom, eu não...

- Voce aceitaria sair comigo?

Pisquei algumas vezes antes de responder.

Sair? Nós dois juntos? Ele estava falando sério?

- Ah, eu...

- Não precisa responder agora se não quiser – falou sorrindo levemente.

- Tudo bem.

- Eu gosto de voce Elizabeth, quero que saiba disso.

Assenti sem saber o que responder. Lembrei-me que tinha que ligar para Clair.

- Elizabeth? - escutei alguem me chamando, a voz não era muito estranha, mas nao consegui reconhecer quem era.

Virei-me. Ariel.

Ele veio até onde estava. Voltei meu olhar para Kaliel para falar que precisava ir embora mas... ele não estava mas ali.

- Hei – chamei a menina que serviu nossa mesa – Voce viu o garoto que estava sentado aqui comigo? - perguntei sem esperar resposta alguma dela.

- Não – respondeu.

Para onde ele tinha ido? E como sumiu assim tão rápido?

- O que faz aqui? - Ariel perguntou.

- Bem, eu vim abastecer o carro e fazer uma recarga no meu celular, mas acabei encontrando com o... - falei com o pensamento em outro lugar.

- Com quem? - ele quis saber.

- Ninguém, eu tenho que ir agora – disse me levantando.

- Nao vou deixar você sair daqui a essa hora - falou.

- Qual o problema de sair daqui a essa hora? Estou de carro.

Ele deu de ombros.

- Isso nao quer dizer nada.

Mas uma vez, nao entendi o que ele quis dizer.

- O que faz aqui? - foi a minha vez de perguntar.

- Vim comer alguma coisa - ele deu de ombros, foi então que me dei conta de que ele falou a mesma coisa que Kaliel.

Ariel chamou a garçonete e fez seu pedido.

- Quer alguma coisa? - perguntou.

- Uma diet coke – dessa vez eu aceitei.

Depois de anotar tudo, a garçonete se afastou de nossa mesa, Ariel olhou para mim.

- Com quem voce estava conversando? - perguntou, e nao foi preciso explicar para eu saber de quem ele falava.

- Um amigo. - preferi não falar o nome.

- Do jeito que voce está, não parece que ele era só um amigo.

- Mas é isso que ele é - questionei.

- Hum.

A garçonete chegou com o pedido.

- Obrigado - falou.

Esperei que ela se afastasse para falar.

- Porque você vive me fazendo esse tipo de pergunta?

Ele olhou para mim confuso.

- Já disse, nao entendo tudo isso. O que venho sentindo.

Senti meu rosto corar, nao me sentia a vontade para falar disso num lugar publico.

Ele comeu seu sanduíche e eu bebi minha diet coke. Logo após isso, ele foi pagar a conta.

- Vai para a casa? - perguntou quando saímos.

Assenti.

- Tinha combinado de sair com Clair hoje, parei aqui para abastecer o carro e colocar uma recarga no celular, mas perdi a hora. - falei.

Andamos até onde o carro estava estacionado.

- Se importa se eu acompanhar você até em casa?

Olhei para ele arqueando as sobrancelhas.

- Se eu dissesse que sim, voce iria do mesmo jeito, então... - respondi.

Ele riu. Entramos no carro.

Pouco tempo depois paramos em frente a minha casa.

- Quer entrar? - perguntei.

A ideia de ficar sozinha com ele dentro de casa me assustou um pouco, pois nao sabia o podia acontecer.

- Nao, tenho que ir para casa - respondeu.

Nao esperava por aquela resposta, queria ficar mas tempo com ele.

- Tudo bem - falei saindo do carro, ele fez o mesmo.

Assim que coloquei a chave na porta para abri-la, uma chuva forte e gelada começou a cair.

- Droga! Vou chegar todo molhado. - disse, ele estava ao lado do carro.

- Nao vou deixar você ir embora com essa chuva - disse puxando ele para dentro e fechando a porta em seguida.

- Mas eu preciso ir.

- Porque quer tanto ir embora? - perguntei.

- Nao quero ir, mas nao sei do que sou capaz de fazer estando sozinho com você - murmurou.

Meu coração disparou, detestava nao saber o que ele está pensando quando falava desse jeito.

Saí da sala deixando-o sozinho apenas por um instante, e fui pegar uma toalha para ele.

- Você precisa trocar de roupa, ou vai acabar ficando resfriado - falei jogando a toalha para ele.

- Nao precisa, não vou ficar resfriado - murmurou.

- Precisa, e você sabe disso.

Deixei-o sozinho novamente e fui para o meu quarto. Procurei uma velha camiseta que fora de meu pai, ele tinha me dado a camisa porque era de minha banda favorita.

Voltei para sala com a camiseta na mão, e vi Ariel parado vendo alguns porta-retratos.

- Sua mãe nao vem para casa?

Balancei a cabeça.

- Ela teve que trabalhar hoje, vai dormir na casa de Sam. - respondi.

- Quem é Sam? - quis saber.

- Namorado dela - entreguei a ele a camiseta.

- Obrigado.

Virei - me para que ele pudesse trocar a camisa. Enquanto isso, a chuva só aumentava.

- Pode virar - falou.

A camiseta tinha ficado ótima nele, a que ele estava usando antes ficou toda molhada, então, puxei uma cadeira e a estendi para que secasse.

Percebi que ele estava se sentindo um pouco desconfortável. Liguei a televisão e sentei-me no sofá.

- Acha mesmo que vai estar passando alguma coisa interessante a essa hora? - perguntou sentando-se ao meu lado.

Dei de ombros.

- Nao esta tao tarde assim.

Fiquei mudando de canal até parar num filme que há muito nao via.

- Esse filme até que é legal.

Olhei para ele e sorri.

- O que foi? - perguntou.

- Nada, só achei engraçado você falando do filme - respondi.

Seus lábios se entortaram num sorriso lindo.

- Quer comer alguma coisa? - perguntei levantando-me e indo para a cozinha. Ele me seguiu.

- Nao, estou bem - disse.

Peguei um copo d'água.

A chuva começava a diminuir, ficando apenas num chuvisco.

Voltamos para a sala.

- Acho que agora posso ir para a casa - falou.

Sentei-me no sofá novamente.

- Nao quero que va embora - disse, minha voz nao passava de um sussurro.

- Também nao quero ir embora, mas preciso.

- Um dia, vou entender o que você diz? - perguntei.

- Nao sei - ele falou balançando a cabeça.

- Porque?

- Se eu pudesse, contaria tudo, mas nem ao menos consigo controlar o que sinto quando estou perto de você - murmurou.

Nao conseguia achar as palavras para falar. Queria poder dizer a ele que nao importava.

- Preciso mesmo ir embora – disse. Ele pegou sua camisa de cima da cadeira.

Assenti.

- Te vejo na escola - se aproximou de mim e me deu um beijo no rosto. Ele abriu a porta e saiu.
























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