Aurora Azul escrita por Dauntless


Capítulo 25
Capítulo 24 - Farsas


Notas iniciais do capítulo

Olááá
A culpa da demora dessa vez foi do nyah porque ele entrou em manutenção e tals;
Bom, uma coisa que eu aprendi, é que, quando você está em uma situação ruim, você não pode deixar que ela te ponha para baixo, ao invés disso, você tem que fazer graça dela, assim, te levando para um caminho menos irracional.
E também espero que vocês não reparem nos meus erros, porque eu perdi o costume e faz muito tempo que eu não ponho a minha cabeça pra funcionar.



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Após o grande estrondo e do forte impacto que a explosão causou, Dianna se levantou num rápido movimento e ouvi seus passos ao meu lado. Seu desespero se destacava entre os estilhaços que caiam para todos os lados. Continuei deitado com o coração apertado, não sabia o que fazer, estava pensando.

–Não não não... - disse com um desespero na voz que nunca escutara antes - não não... pai...

Aquela palavra despertou todos os meus sentidos e me movi para o lado, me equilibrando nos pés.

Sua casa estava em chamas. De dentro dela, sequências de explosões nos alertava para nos afastar dali. Encarei Dianna, mas ela nem sequer olhou para mim, o seu rosto estava todo coberto por uma espessa camada de poeira e seu cabelo balançava em torno de seu rosto. Era tão bonita... Eu poderia estar em desespero, mas isso não aconteceu, muito pelo ao contrário, estava calmo. Minha única preocupação era ver se Dianna estava bem.

–Ele vai me pagar... aquele... eu juro que ele vai me pagar - mais uma vez, nunca tinha a visto com tanta raiva. Ela juntara toda a raiva do mundo e a colocou naquela frase. Me aproximei dela aos poucos e logo recuei alguns passos para trás ao ser surpreendido por seu ataque de fúrias. Dianna atravessou a porta de vidro que agora estava estilhaçado e jogou o seu corpo para dentro das chamas.

Gritei por ela, todo o meu corpo começava a suar, minha mãos tremiam e apertei o meu olhar, tentando enxergar o que estava acontecendo lá dentro. Eu poderia entrar e salvá-la, mas não podia garantir que pudesse ajudar muito, aliás, fora ela quem me salvou da última vez. As labaredas estavam mais ferozes e quase me puxaram para a sua ira. Andei de um lado para o outro tentando pensar em alguma coisa, mas nada acendia dentro da minha cabeça, o brilho das chamas ofuscavam qualquer pensamento que vinha á tona, nada estava despertando a não ser o desespero. O que ela estava fazendo? O que estava acontecendo?

O que era tão importante que não poderia ser deixado para trás? Ai, merda... Um carro preto apareceu atrás de mim e logo me senti encurralado. Será que eram outros sequestradores? Não podia ser, pois a pessoa que saira do carro era um conhecido meu.

–O que...

–O que aconteceu aqui?! - Mitchell gritou em direção á casa, me interrompendo - Cadê a Danna?

–Danna? Quem é...

–O que você está fazendo aqui? - ele começou a se aproximar de mim, estava me intimidando e eu meio que odiava isso. O que ele estava fazendo aqui?

–Dianna pulou para dentro da casa, eu não sei o por quê mas ela apenas se jogou para dentro e até agora não saiu e acho que ela mencionou alguma coisa sobre pai... - falei rápido demais até para o meu raciocínio. Será que o pai dela estava lá dentro? Mas a casa parecia vazia... não podia...

Mitchell parecia estar se preparando para entrar dentro casa também, fazendo um impulso com os pés, porém, no milésimo seguinte, Dianna se jogou para fora caindo em cima de Mitchell, que a segurou nos braços.

–Você está...

–Você está bem? - Falamos na mesma hora, mas a oportunidade ficou com ele, que elevou a voz para perguntar. Seu tom era de preocupação e aquela situação estava cada vez mais embaraçosa.

–Ele não está, não está lá dentro... - Mitchell envolvia Dianna com os seus braços, mas ela se soltou logo depois e me encarou. - Temos que dar o fora daqui, eles não estão longe.

Dianna continuava a referí-los como ''eles'', de quem exatamente ela estava se referindo? E mais uma vez, por que Mitchell estava ali? O que que era tão perigoso a ponto de querer me dar uma identidade falsa?

–Quem fez isso? - disse Mitchell apertando os lábios.

–Não podemos ficar aqui, - Dianna caminhou até o carro cinza - eles estão nos caçando, há olhos em todas as partes, precisamos de um lugar para nos esconder, Phoenix não é mais uma opção.

–O que ele está fazendo aqui? - apontou para mim.

–Robert mandou seus homens atrás dele, o sequestraram e o resgatei. Deus sabe o que ele iria fazer com Peter. Venha, - balançou a sua cabeça pra mim - temos que ir, ainda tenho um covil.

–Danna, não podemos levá-lo! É perigoso demais para um civíl. Não podemos arriscar, George e Zachary estão vasculhando toda a cidade atrás de você e se eles descobrirem que você está viva, ele - apontou para mim - não vai viver por muito tempo também.

–Pois bem, eu não posso largá-lo e deixar que Robert o capture de novo! Seria como deixar um pedaço de queijo num buraco cheio de ratos! - Dianna e Mitchell pareciam dois casais brigando, ideia que não me agradou muito, apesar de eu estar boiando. Boiando como um peixinho morto. Ok, não era hora para piadas sem graças.

–Devia ter pensado nisso antes de ter se envolvido com ele! - Mitchell olhou furiosamente em minha direção e limpei os olhos com as mãos para ter certeza que seu nariz não estava soltando fumaça. - Deixe-o no parque, onde ele tem trabalho para fazer, ninguém irá atrás dele.

–Vocês podem parar de gritar um com o outro sobre mim na minha frente? E como você sabe do meu trabalho no parque? Eu não contei pra ninguém! - outro estrondo veio de dentro da casa e pedaços de fora começaram a desabar. Caminhei alguns passos até o limite das rochas, derrubando algumas pedrinhas até lá embaixo... uma longa descida. Arregalei os olhos meio zonzo e me afastei dali.

–Estamos perdendo tempo. Peter, suba no carro. - Dianna se virou e entrou dentro do carro. - Distraia o seu pai até que tenhamos um plano.

–Para onde você está indo?

–Não interessa.

–Pensei que estamos trabalhando juntos nessa - ele olhou rigidamente para ela.

Dianna sussurrou alguma coisa em seu ouvido e subiu no carro. Sem dar um pio, fiz o que ela me pediu. Eu queria protestar, protestar por cada palavra que os dois haviam dito, protestar por não saber do que estava acontecendo, protestar por estar metido nisso e protestar por não saber para onde estava indo. Talvez se eu me jogasse para fora do carro... não, não, seria estupidamente estúpido.

Mitchell entrou no seu carro em silêncio e seguiu caminho.

Minhas pernas não paravam de balançar dentro do carro e ao perceber isso, Dianna suspirou, prestes a falar, mas era a minha vez de soltar o verbo.

–Eu... eu queria entender. Dianna por favor, sem mentiras, me diz o que está acontecendo, de quem você está fugindo? Por que você e o Mitchell... - meu cérebro deu uma volta de trezentos e sessenta graus - Quem é você? De verdade.

Seu corpo ficou tenso, seu olhar não se desviava da direção e senti que ela estava prendendo a tensão para si, impedindo a de falar toda a verdade, bloqueando a passagem de palavras.

–Se eu te disser, sua vida nunca mais será a mesma. Você vai me odiar.

–Por quê? - perguntei - Cara, por favor, não quero que você me prive da verdade, depois de tudo o que eu vi, acho que tenho o direito de saber pelo menos quem está atrás de mim.

–Meu... - ela recuou, estava incerta, insegura, eu sabia que ela queria me contar a verdade, mas eu também sabia que, a verdade era difícil de ser dita. - Meu nome não é Dianna.

Senti meu sangue esquentar, senti meu coração bater mais rápido, senti meu corpo ficar gelado, ela havia dito apenas uma frase e aquilo acabara comigo de uma maneira emocional. Mas que porcaria era aquela? Como assim seu nome não era Dianna?. Seu nome não era Dianna, seu nome não era Dianna, seu nome não era Dianna... Senti os primeiros ecos trovejando no meu cérebro, eu não conseguia imaginar um outro nome para ela além desse. Por que mentir no nome?

–Qual é o seu nome?

–É Danna Walker. - Ela ainda não havia olhado para mim, nem ao menos piscava.

–Mitchell te chamou disso. - e novamente, senti seu corpo tenso.

–Seu nome não é Mitchell, é William, ou melhor, Will. - Eu não conseguia acreditar que havia sido enganado por outra pessoa também. E o meu time perde dois pontos, time adversário, dois. Time do babaca, zero.

Não demos um pio. Segui a estrada na nossa frente com os olhos. Observei o clima, tentando me distrair, tentando não pensar no que acabara de descobrir, mas era impossível. Encarei cada pessoa que estava em pé nas ruas imaginando-as em casa, com suas famílias, juntos em uma mesa conversando sobre o seu dia. Eu não tinha aquele ritual com a minha mãe, o que me fez sentir ainda mais falta dela. Eu queria jantar com ela, eu queria a minha cama e queria abraçar o meu violão. Eu poderia não ser aquele filho exemplar, ou aquele que obedecia a cada regra que a mãe impunha, vivíamos brigando, mas de qualquer forma, ela era a minha mãe e nós tínhamos uma conexão forte. Apesar de ter torcido todos os dias para estar ao lado de Dianna, quero dizer, Danna, o momento não era como eu esperava. Para mim, há vinte e quatro horas atrás, eu estaria em um carro dando uns amassos com ela, como qualquer casal, se é que ainda éramos um.

–Eu disse que você iria me odiar. - disse por fim.

–Eu não te odeio. - pela primeira vez, ela desviou o seu olhar para mim por uma fração de segundos. - Só estou em estado de choque.

–Peter, não quero que você pense que eu menti porque quis, por favor, não é nada disso... - sua voz falhava, Danna tropeçava nas palavras tentando jogá-las para fora de uma vez só. Tinha mais coisa, a sensação era de que ela estava mentindo para mim de novo.

–Eu já entendi que você é uma mentira total e que devo considerar tudo o que você é, uma farsa. - percebera naquela hora que estava com raiva. Por mais que eu estava estressado naquela hora, eu não tinha que jogar tudo aquilo para cima dela. Minutos se passaram e os seus pensamentos pareciam saltar, levantando mais som que o próprio silêncio.

–Você quer esquecer disso tudo? - ela perguntou engolindo um seco, pálida.

–Como? - franzi o cenho.

–Peter, estou lhe dando uma saída. Posso fazer com que você se esqueça disso tudo, esquecer de mim e das últimas semanas, não vai doer. - Não vai doer, ela disse. Naquele momento, me pareceu justo, esquecer que aquilo tudo um dia aconteceu era uma opção, mas eu não queria apagar esses momentos da minha cabeça. Podia parecer egoísta, mas eu ainda não estava preparado para esquecer Danna. Era estranho pensar nela com esse nome. Olhei para ela de relance e a observei por alguns segundos.

De repente me veio aquela garota durona que eu conhecia e que havia enfrentado Lauren na frente de todo mundo. Uma sequência de flash backs deram voltas na minha cabeça com imagens do primeiro dia em que eu a vira até o dia em que eu cantara aquela música para ela. O nosso beijo também teve o seu espaço dentro das sequências. Lembro de quando invadimos o parque e o que aquilo havia me custado depois, mas eu não me importava. Eu havia me divertido nessas últimas semanas, e eu podia ser considerado estúpido, mas não vou aceitar. De jeito nenhum.

–Não. - finalmente disse, com mais determinação do que realmente queria demonstrar.

–Eu não devia ter perguntado.

–E o que? Me limpar á força? Você realmente faria isso? - sorri irônico e nervoso.

–Sim.

–Inacreditável - passei as mãos pelos meus cabelos os jogando para trás, incrédulo pela sua resposta.

–Eu não mereço uma pessoa como você perto de mim, então sim, eu não pensaria duas vezes antes de te dopar e tirar as memórias do seu cérebro. - Danna estava começando a me assustar. Ela percebeu a repulsa nos meus olhos e parou o carro. De alguma forma, aquelas palavras haviam me acertado bem no ponto fraco. Espera, eu nem sabia que tinha uma porra dessas. Que droga, que merda, que porcaria.– Chegamos.

Ela estacionou o carro em frente há um prédio luxuoso com HOTEL escrito em cima da porta com cinco estrelas logo abaixo das letras. Eu não frequentava muito aquela parte da cidade, só tinha vindo aqui uma vez para acompanhar a minha mãe no tribunal, mas faz muito tempo. Para de pensar na sua mãe, seu idiota, estúpido, babaca... Ok, agora você virou o filhinho da mamãe que quer o colo dela? Quer o colinho da mamãe quer? Aqueles pensamentos entraram em um enfrentamento dentro da minha cabeça, ilustrando uma imagem minha de fraldas e fazendo um twerk para frente. Em uma outra imagem, eu estava chupando uma chupeta. Que coisa mais linda, chupando chupetinha, está bom não está? Porque você adora colocar alguma coisa na sua boca. Aquelas lutas de insultos mentais eram frequentes, na verdade, apareciam sempre na hora certa. Quer uma coisa mais dura pra colocar na boca nenemzinho? Eu tenho uma bem aqui. E começou com o twerk, balançando a sua cintura para frente. Tudo bem, aquilo estava me assustando.

Os pensamentos se dispersaram no ar como fumaça e pisquei algumas vezes para voltar a vida real.

Danna saiu do carro e fiz o mesmo, atravessando a porta no mesmo tempo que ela.

–Quem está hospedado aqui?

–Um amigo. - Foi tudo o que ela disse. Mas é claro, um amigo, um que tinha muito dinheiro. Percebi que ela havia abandonado o carro com as chaves dentro, na porta do hotel. Mas é claro, Danna Walker, a que tinha muito dinheiro, e que provavelmente comprava um carro novo acada um mês. Ok Peter, não deixe que seu lado malvado te atinja.

Seguimos pelo elevador em silêncio, que nos levou até o último andar. Olhei para ela e sua expressão parecia pensativa. Eu ainda estava chocado com o quanto ela estava uma gata naquela hora. Paramos em um corredor o qual possuía apenas duas portas, uma em cada ponta, Danna seguiu para a da direita e bateu forte com os punhos até que um homem alto e loiro apareceu só de toalha cobrindo a parte de baixo.

Me senti humildemente humilhado pelo seu físico e por ser o único a não ter cabelos e olhos claros.

–Wow, você por aqui? - ele encarava ela fungindo surpresa. Por mais indesejável que fosse, notei a água escorrendo por todo o seu tronco. O cara era malhado. E naquele momento, senti uma pitada de inveja dele, e uma pitada de vergonha por ser tão frango. Seus olhos se elevaram e ele me encarou - Oh-ou. Entrem.

Ele abriu caminho mas Danna não se mexeu, ela se virou para mim e balançou a cabeça para que eu entrasse primeiro. Arrastei meus pés até o que supostamente era a sala e fiquei ereto ao ver o quão bonita era a vista dali. A janela panorâmica cobria toda a parte da parede á minha frente e pude ver o céu que estava escuro.

Danna e o loiro sussurravam alguma coisa perto da porta, eu queria me aproximar para ouvir, então andei pelo espaço disfarçando e olhando para outros objetos como quadros e outros artefatos, até que uma coisa me deu calafrios. Uma arma descansava em cima do balcão da cozinha. Quando percebi que estava em um lugar perto o suficiente para ouvir, parei e encarei a arma.

–Ele já viu demais, não posso deixar que volte para casa, ou a cabeça dele vai estar dentro de uma bandeja cercado por frutas logo pela manhã. - disse ela. E imaginei uma cena minha com a seguinte situação. Os pelos dos meus braços e outros pelo corpo se levantaram.

–Você não vê a gravidade da situação? Sua ideia genial de entrar em um colégio deu muito certo, ainda mais quando você cria a arte de se envolver demais. Tivemos sorte hoje, a qual não temos certeza se teremos outra vez, os tios estão muito putos contigo, e se descobrirem a sua identidade, vão ficar mais equivocados ainda.

–Então eu vou acabar com isso, de uma vez por todas. - sua voz tinha mais determinação do que cabia na frase.

–O que você quer dizer com isso? - O loiro parecia saber da resposta, mas queria ouvi-lá dizer. Continuei encarando a arma como se ela fosse se levantar sozinha dali e me dar um tipo. Um headshot seria bem... trágico. Ou um paushot.

–Chega de máscaras. Vamos jogar cara-a-cara.

A porta foi empurrada com força para dentro e a figura de Mitchell, ops, Will, apareceu logo em seguida, entrando para dentro da sala e fechando-a. Todos nós o encaramos e o loiro caminhou em sua direção pressionando os lábios com força.

–Diz à sua garota que se revelar agora é uma ideia estúpida! - ele apontou com o dedo indicador na direção de Danna. Sua garota? Peter não curtiu.

–George foi o responsável pelo incêndio - o silêncio dominou a sala no segundo seguinte em que ele disse isso, e eu só sentia a respiração acelerada dos três, que conversavam como se eu não estivesse ali. Pelo menos o foco da conversa estava mudando de rumo, mas não estava feliz por estar sendo deixado de lado, eu queria saber do que estava acontecendo.

Mentira, eu estava levando graça da situação, porque era melhor do que deixar o drama me envolver. Tudo bem, está tudo legal se sua cabeça parasse numa bandeja, estaria tudo numa boa... Eu sinceramente não ligaria em salvar a cabeça de um porquinho e substituí-la pela minha. Eu não tinha muitas escolhas, se voltasse para casa, eles ajudariam o porquinho, se removessem as minhas memórias, eu não poderia garantir que voltasse para casa, talvez eles removessem todas as minhas memórias e replantasse novas, me jogando para outro país, como tinha visto uma vez em um filme. Aquilo parecia surreal, como era possível? Claro, como um porquinho. Porquinhos eram fofos. Que gay que esse pensamento foi. O que que ta havendo contigo Peter? Chamando porquinhos de fofos? Será que tinham me dado drogas?

–O QUÊ?! - Danna explodiu, me tirando mais uma vez para fora da onda de alucinações.

–Ele pegou o meu rastreador e procurou por todos os lugares em que estive desde quando eu cheguei, eu sinto muito. - seus olhos transbordavam culpa. Eu com certeza não queria estar na pele dele naquele momento. Aliás, eu o odiava, não odiava? Eu sei que o porquinho odiava. Bati na minha cabeça três vezes antes de voltar a prestar atenção.

–Então é isso, nenhum lugar em que você esteve está seguro, nem mesmo aqui - disse o loiro.

Will assentiu. Mesmo não entendendo nada, eu sabia que aquilo era sua culpa.

–Uma festa... - ela começou a dizer.

–O que? nós estamos numa situação crítica e você quer ir a uma festa?

–Cala. A. Boca Hayden! Você acha que eu não sei? Isso está me deixando louca!

–Então vamos acabar com isso. - Will silenciou mais uma vez a sala e analisei sua expressão, que estava dura. Ainda haviam respingos de culpa pelos seus olhos, mas a raiva estava substituindo-o. -Você quer vingança. A única coisa que te impedia de fazê-lo era Robert.

–Sem mais ordens. - interrompeu-o.

–Eu tenho homens o suficiente para começar uma terceira guerra mundial, George não está mais no trono de ferro, nem Zachary. Eu vejo a mulher forte que você é hoje e acho que você está preparada, Danna. - Minha cabeça girava e girava toda vez que eles mencionavam nomes desconhecidos. Terceira guerra mundial? Vocês estão de brincadeira? Como isso é possível? Uma guerra cheio de porquinhos...

–Will, você está falando sério?

Hayde, o loiro também encarou ele, esperando por sua resposta. Os três pareciam sérios e eu era o único que estava dando risadinhas por trás. A arma continuava a me encarar.

–Eu só quero que isso termine, o mais rápido possível, para o bem de todos nós. Eu correrei o risco que for preciso, estamos nisso juntos, eu nunca coloquei isso em dúvida, coloquei? - ele se aproximou dela e alisou o seu rosto. Aquilo me fez estremecer. Agora eles realmente estavam agindo como se eu não estivesse ouvindo e vendo tudo. - Mas agora, - ele olhou para mim por cima da cabeça de Danna - temos uma outra preocupação.

Oh, sim, claro, finalmente vocês perceberam que estavam sendo observados.

–Eu sei o que podemos fazer com ele. - disse.

–Certo... eu já disse que não quero que tirem as minhas memórias... deixei isso bem claro. - ou os porquinhos irão fazer uma revolução contra vocês.

–Deixa de ser covarde. - ele sabia como me deixar irritado.

–Por favor, não comecem a brigar agora. - Danna se pôs na frente de Will, encarando os seus olhos e ele logo compreendeu. - Precisamos sair daqui, e achar um lugar seguro.

–A pessoa que está atrás de você irá parar de procurá-lo assim que eu me pôr na lista do primeiro lugar. Você volta pra casa, com um zíper na boca. - ele pareceu ameaçador.

–Will, não ameace-o! Ele sabe que não pode contar isso pra ninguém não sabe? - ela olhou pra mim e assenti. - O que você vai fazer?

–Vou chamar a atenção dele. - disse. - Não só a dele, mas a de todos. Você realmente quer tirar as máscaras não quer?

–Eu disse que sim.

–Já entendi até aonde ele quer chegar com isso. - Hayden, que estava apoiado de costas na parede, se levantou e caminhou por um corredor, sumindo no escuro.

–Uma festa de caridade. Todos irão receber um convite para esse evento, que é claro, será irrecusável, inclusive o seu avô, em meu nome.

–Você sabe que ele não vai aparecer lá não sabe?

–Esse é o ponto, ele não vai estar lá fisicamente, mas meu convite irá deixá-lo curioso, fazendo com que esteja lá de outra forma.

Ela parou e pensou. Toda a tensão havia sumido de suas costas e soltou um longo suspiro antes de começar a falar outra vez.

–Quem mais você vai convidar?

Eu estava feliz por poder voltar pra casa, mas a conversa deles ainda despertava a minha atenção. Eu iria pedir explicações para Danna assim que ela terminar, de que tipo de festa eles estavam falando? E porque esse drama todo? Os porquinhos queriam comemorar também.

–Quem você quiser. - ele olhava para ela com ternura. Seus olhos eram daquele tipo bipolar, mudavam toda hora. - Um grande anúncio requer um grande evento e grandes pessoas. - ele levantou as sombrancelhas - Tereza, Eric, Rogers...

–Eu não tenho certeza se quero envolvê-los nisso. São importantes demais para mim.

–Danna, eles já estão envolvidos. No momento em que você diz que eles são importantes para você, eles são parte da sua família, que merecem saber que você está viva, tanto quanto eu merecia. - Ela parecia confusa - Vai ser o evento do ano, eu prometo que nada irá acontecer com eles, meus homens irão vigiá-los a todo o tempo.

Ela não deixou se distrair e se virou para mim.

–Vamos?


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Notas finais do capítulo

Antes que vocês pensem que irei ficar em hiatus por meses, eu quero me desculpar porque eu meio que deixei um pouco de lado, por algumas coisas que aconteceram na minha vida pessoal.
Agora que as férias estão chegando, vou voltar com a minha rotina de escrever um cap. de qualidade por semana, ou duas semanas, dependendo dos meus compromissos, afinal, eu tenho uma vida social.
Me digam o que acharam desse cap, e o que esperam para o próximo ;)
A festa está chegando (!!!)
E Danna vai ganhar uma ajudinha para resolver os problemas dela O/

Xx.



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