Aurora Azul escrita por Dauntless


Capítulo 20
Capítulo 19 - Doces ou travessuras?


Notas iniciais do capítulo

Hellooooo, desculpem a demora, mas como eu já havia explicado para vocês, estou cheia de trabalhos e com provas aí. Esse cap. tem surpresass!
Boa leitura!



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–Claro - falei rapidamente - Claro que senti a sua falta.

Meu avô estava sentada no sofá da sala com as pernas cruzadas e os braços abertos em volta. Ele vestia uma calça e sapato sociais, por cima, uma blusa de casimira e sorria para mim. Era uma surpresa desagradável, eu não o esperava, agora que as coisas estavam nessa situação. Minha mente me levou para Will que, poderia estar a caminho em minha procura. Porém ele não seria tolo o suficiente para não perceber uma outra presença na sala, parecia que Robert sabia a hora exata para aparecer. Será que já sabia que eu descobrira sobre meu pai?

Ele se levantou e andei em sua direção.

–Também senti tanta a sua falta minha querida. Já estava na hora de nos reencontrarmos - ele estava calmo como sempre esteve. Pelo seu comportamente, não dava para distinguir alguma emoção.

–Então, como estava Seattle?- Decidi levar as coisas normalmente, sem questioná-lo e parecer que eu não sabia de nada.

–Normal, linda como sempre. As coisas por lá não me trouxeram muitos problemas, agora tudo está em ordem. - Ele me conduziu para o sofá e nos sentamos um em frente ao outro - Ouvi dizer que não teve sucesso em matar William Palmer, como isso foi acontecer? - Eu não tinha pensado nessa questão, sua voz tinha aumentado um pouco de volume e a nossa parceria não podia chegar aos seus ouvidos. Minhas mãos começaram a suar e estavam começando a tremer de nervosismo ao pensar no pior.

–Eu... percebi que não sou forte o bastante para matá-lo, estou em desvantagem - escondi as minhas mãos atrás para conter o tremor.

–Estou vendo. Tudo o que eu fiz, não foi o suficiente? Como falhou? Já o enfrentou antes, no telhado do baile não lembra? A faca em sua perna... - seus punhos se fecharam e arregalei os olhos.

–Eu tentei, realmente tentei, pergunte ao Hayden sobre isso, ele pode te provar que...

–Talvez esse não seja o problema - murmurou sem humor me olhando nos olhos - Talvez você esteja se envolvendo com aquele rapaz outra vez, não está? - mais suor escorreu pelas minhas costas e pelo meu rosto. Robert sabia exatamente como mexer com o emocional das pessoas e me analisava atentamente como se já soubesse das respostas.

–Não! Claro que não, eu e ele não temos nada. Eu o odeio - Eu não estava mentindo. Comecei a ter calafrios.

–Não se envolvendo com ele mas se envolvendo com alguém? Peter Mayer? O garoto com quem arrombou aquele parque? Vocês foram presos, creio que você subornou os policiais? Muitas coisas aconteceram enquanto eu estive fora hã? - Ao ter o nome citado, senti a agonia de estar o pondo em perigo e o fazendo como um alvo. Era perigoso, eu sabia disso eu sabia... eu seria a culpada de qualquer coisa que aconteceria com ele. O nó em minha garganta estava se fechando, me enforcando, eu o coloquei no jogo e sairia antes que seja tarde demais.

–Isso é um interrogatório? Você não pode se intrometer na minha vida pessoal - disse o confrontando.

–Eu posso me intrometer se estou tentando te proteger. Se ao menos me contasse a verdade, eu não teria que descobrir com os meus próprios recursos.

Eu estava no auge para lhe contar sobre tudo o que havia decoberto porém tinha que pensar melhor nas consequências que isso me traria.

–Me desculpe. Não estou tentando esconder nada de você e o senhor está certo. Eu posso estar começando a me envolver com Peter, mas é apenas parte do meu disfarce. - Afirmei com determinação - Eu faria qualquer coisa para matá-lo, faria qualquer coisa pela vingança - E uma mentira levava a outra e a mais outra.

–Está tudo bem, você tem consciência do que está fazendo e acredito que nada esteja passando para o lado pessoal. Pois bem, - ele cruzou as pernas e clareou a garganta antes de falar - Amanhã é o dia em que iremos colher os nossos frutos. Você irá matar George Palmer.

Não estava surpresa.

–E qual é o plano? - disse procurando não olhar nos seus olhos.

–Eu estava esperando que você me dissesse. Dessa vez, quem comandará será você e também será a cabeça da missão. Use todos os recursos que quiser, leve o número de soldados que achar necessário, a única coisa que irei te pedir é que leve Hayden com você, para a sua propria proteção. - Ou para me espionar. Hayden iria comigo numa boa, sem questinar, mas o clima entre nós dois estava ruim, tanto no lado pessoal quanto no profissional, ele me traira.

–Tem certeza? Quer que eu faça as coisas do meu jeito? E se der errado...

–Se der errado iremos tentar de novo e de novo até conseguirmos - Robert se levantou e seguiu em direção ao quadro em que escondia a sala secreta. - Venha, irei te mostrar como funciona os circuitos.

Me levantei na mesma hora e quando cheguei até ele a porta já estava se deslizando para o lado. Eu estava curiosa para saber o que ele iria me ensinar dessa vez. Durante o ano, ele havia me ensinado de tudo um pouco, como hackear sistemas e controlar a energia elétrica, invadir computadores, desvendar códigos, canalizar energia de locais de difícil acesso, invadir contas de emails, bancos, sistema de câmeras e entre outros.

–Irei lhe mostrar como visualizar perímetros com base no calor do corpo humano. - meu avô se sentou na caderia atrás do grande computador e me posicionei bem ao seu lado o observando abrir o sistema - Para isso, o nosso pequeno prodígio terá que trabalhar mais.

Na tela do computador, uma imagem completamente escura apareceu e ao clicar em algumas teclas, linhas formando quadrados cobriram a imagem e cores como o azul que estava na parte lateral, o amarelo que formatava um corpo humano depois o verde e o rosa.

–A imagem era de uma câmera de segurança em um local escuro e ao ativar o programa, ele automaticamente distingue a presença humana e te mostra claramente, mesmo em uma total escuridão.

–Eu acho que já vi isso antes...

–Sim. Porém, - Robert mexia seus dedos como se fosse um adolescente viciado em computação. A imagem foi se clareando, as cores foram desaparecendo aos poucos e uma imagem humana surgiu em uma visão noturna, era uma coisa assustadora, como se viam nos filmes. - ele está nítido.

Era verdade, a câmera agora mostrava uma pessoa no escuro mas a tela não estava mal iluminada como nos filmes, parecia que o ambiente estava bastante iluminado, Robert teclou mais uma vez e a escuridão voltou a dominar a tela.

–Isso é a realidade, agora isso... - fez o mesmo processo mas rapidamente - é o que você irá ver através da lente. O programa está sendo injetado para dentro de uma lente de contato para aprimorar os nossos serviços. É uma novidade recente, você será a primeira a experimentar. - Resumindo, eu era a cobaia, qualquer coisa que desse errado, eu não morreria, o chip curaria para mim. - George irá se encontrar com o presidente da base de Phoenix em um depósito há duzentos quilômetros de um sinal de satélite.

–Como sabe de tudo isso? - perguntei apoiando as mãos na mesa.

–Meu informante infiltrado ainda está ativo lá dentro - sorriu - Sem sinal, mais difícil para rastrear ou sofrer algum tipo de ataque surpresa, que será o que você fará amanhã - ele dissera que eu estava encarregada da missão, mas parecia que ele estava fazendo tudo por mim. - O desgraçado anda sempre com pelo menos vinte seguranças e sabendo que está Phoenix, terá no mínimo trinta. O local - continuou e abriu um mapa tridimensional com uma cabana no centro - está cercado por cactos e outros tipos de plantações da caatinga, muitos deles perigosos, por isso que você também poderá pensar nisso como uma vantagem. Os homens estarão posicionados estrategicamente cercando o depósito e alguns há metros dali. Como são dois homens influentes, terá no mínimo o dobro de seguranças esperados, os soldados que estão longe serão os mais fáceis...

–Eu sei disso, você me ensinou - ainda estava com vontade de fugir.

–Claro que sabe. Porém os fatos devem ser repassados para que não ocorram erros. Não queremos surpresas não é? Terá algum outro plano para amanhã?

–É halloween, terá um evento no Arcadia.

–Oh, claro, é halloween, o único feriado do ano em que pessoas deixam de ser elas mesmas para se tornarem outras - sorriu sem mostrar os dentes - Doces ou travessuras?

–//-

Então o plano era matar George Palmer na noite mais assustadora do ano.

Para Robert, era a hora certa para seguir com o plano, mas para mim era mais uma interferência. Eu queria me vingar, era a razão de tudo, porém tudo estava fora do lugar, não era assim que eu imaginava que iria tirar a vida daquele que tirou a do meu pai, aquele que destruiu minha família inteira e aquele que me fizera viver nas ruas.

Tirar uma vida era algo tão fácil de se falar mas tão díficil de se fazer, não era apenas enfiar a faca no coração ou dar um tiro, era viver a vida inteira com a consciência pesada, com a imagem daquele que morreu olhando pra você. Mas me perguntava também se ele estava com a consciência pesada ao matar as dezenas de pessoas que não gostava. O grande problema, era não conseguir parar. Hayden me avisara que quando você tirava a vida de alguém, você apenas se deliciava com a escuridão que aquilo trazia, ele já havia tirado vidas antes e de algum modo, você se tornava uma pessoa completamente direfente.

Eu estava em um apartamento no centro de Phoenix, onde ninguém podia me encontrar, ou ao menos ninguém acharia que eu estivesse. Hayden não gostava de simplicidade, todos os seus móveis eram da última linha, seu apartamento tinha uma vista panorâmica para a cidade, já que vivia em uma cobertura. Me perguntava qual era o seu salário, não era atoa que vivia sumindo.

–Depois de tanto tempo, estamos finalmente trabalhando juntos. - Ele estava deitado no sofá de pernas e braços abertos. O móvel era comprido de couro branco.

–Eu não entendo. Por que agora? E ainda mais com você, isso era para ser um encontro particular, apenas eu e o todo poderoso. - Disse encostada na janela olhando para a vista.

–Eu entendo, seu avô quer ele morto, agora e sem questionário. Alguma coisa ele fez para ter esse desejo repentino. Ou, - se levantou e foi para atrás do balcão da cozinha - cansou de amarelar, quer sair, quer ser livre, quer voar como um pássaro... não sei. - abrindo a geladeira, pegou uma garrafa de whisky - Ele está jogando sujo, sempre esteve nesse jogo, fazendo com que os outros trabalhem para ele.

–Você acha que isso é um jogo? - franzi o cenho pra ele.

–Vamos dizer que sim, com todo o poder e recurso que tem, não acha que se ele quizesse matá-lo já não o teria feito? Por que esperar até você chegar?

O céu estava escurecendo, a hora de entrar em ação estava chegando.

–Eu tenho tantas perguntas... mas sei que ele não me responderia.

–É isso o que ele faz, se você não merece saber, então você realmente não vai ficar sabendo. Jogo de psicopata. Queria enfrentá-lo sozinha? Morreria tentando. Talvez se questionásse o inimigo, saberia da razão das coisas.

–Mas ele pode estar suspeitando de alguma coisa, ou já sabe.

–É, talvez. O que vai fazer? - tomou o primeiro gole.

Caminhei para a mesa de centro e peguei na capa preta que escondia a fantasia.

–Ah, me esqueci dessa parte da sua vida. Qual é a surpresa da noite? - Hayden jogou toda o líquido para a garganta e fez cara feia ao engolir.

–Eu tenho um plano e você irá me ajudar. - Eu não havia contado para ele sobre a pequena descoberta que fiz sobre o meu pai.

–E como sempre eu sou o cúmplice - sorriu com intenção - qualquer coisa - fez um movimento com a mão tirando um chapéu invisível da cabeça me comprimentando.

–//-

Os braceletes da fantasia estavam irritando a minha pele enquanto girava o volante do carro para entrar no estacionamento do colégio. Logo na entrada, várias abóboras cortadas e personalizadas enfeitavam o caminho e algumas aranhas gigantes estavam prendidas no chão. As luminárias estavam escuras, forradas com teias de aranhas e sangue, talvez molho de tomate. Minha fantasia era rendada com um tipo diferente de tecido, daqueles pesados que aumentavam dez quilos na balança. Os grupos de adolescentes se juntavam e se direcionavam para o tapete de cor vermelha fazendo uma trilha até a entrada para a quadra.

O cartaz que havia sido prendido há alguns dias antes no mural, anunciava uma surpresa na entrada, algum tipo de túnel talvez? Apenas aqueles que conseguissem sobreviver e passar pelos sustos poderia estar na festa. Era uma esquisitice me vestir em um halloween já que nunca fiz nada disso antes de certa forma, no máximo colocava um arco ou enfiava luvas por cima dos meus dedos. Esse tipo de celebração trazia lembranças de quando minha mãe estava viva e me levava para pegar doces junto com outras crianças nas ruas, batendo de casa em casa e perguntando ''Doces ou travessuras?''. Eu nunca mudava a minha fantasia, nem mesmo quando chegara aos meus dez anos, idade o qual havia parado de pedir doces. Princesa Aurora era a minha princesa favorita pois sua história me encantava, a princesa que acordara com um beijo de seu principe, e desde aquela época esperava o beijo de halloween, aquele que a faria acordar.

Quando o carro parou na vaga, ajeitei a capa prendendo o botão abaixo do meu queixo e jogando o gorro para cima. Com o ar frio, minha bota preta de cano alto bateu no chão e caminhei até a entrada, pronta para enfrentar qualquer monstro que vier, porque sabia que o pior monstro que enfrentaria hoje seria George.

Na verdade, as coisas estavam acontecendo mais rápido do que pensava, em um estalo de dedos e lá estava o trama para derrubá-lo.

O gelo seco preenchia o ambiente úmido embaraçando a visão para que não vissemos nenhuma criatura que estivesse se aproximando, o lugar estava escuro, com as luzes piscando mostrando apenas um terço do caminho. A famosa lenta que dava a habilidade de ver através da escuridão estava sobre meus olhos fazendo com que eu conseguisse me desviar de vários bonecos e esqueletos. Alguns estudantes gritavam assustados com alguma coisa que caia em cima deles e a música de fundo só piorava. A risada maléfica e os efeitos de som faziam com que o indivíduo ficasse ainda mais agoniado dentro daquela sala. Acreditava que aqueles que não passavam no túnel, arrumavam um outro modo de entrar.

As batidas de músicas mais normais estavam sooando logo a frente e afastei as camadas de pano para o lado revelando um espaço todo iluminado e forrado por panos pretos.

–Parabéns, você conseguiu - disse uma cabeça em uma bandeja. Era apenas um boneco com um sensor de movimento que parecia muito real.

O ambiente estava escuro, a luz era um tipo de luz azul que tornava algo sombrio, e um pouco de tom vermelho. Monstros e criaturas serviam de enfeite nas laterais e o grande globo acima refletia luzes vermelhas. O gelo seco continuava com o seu trabalho, mas não foi difícil achar alguém conhecido. Muitos adolescêntes dançavam na pista com suas fantasias e algumas até eram bizarras.

–Quem tem medo do lobo mau lobo mau... - disse uma voz abafada saindo da fumaça branca. Ao notar sua fantasia, comecei a gargalhar.

–O quê? Um garoto não pode se sentir livre e confortável? - Duck estava com uma folha tapando o seu órgão.

–Nos limites de livre e confortável - falei ainda rindo - Me lembre da próxima vez que você quiser se sentir assim.

–Aliás, sou Adão caso pense que sou pirado.

–E quem é a sortuda Eva? - perguntei enquanto a música terminava e outra entrava em seu lugar.

–Yuhuuuu - Donald disse se aproximando e acenando com os dedos, ele estava com as mesmas vestimentas que Duck com dois peitos a mais. - Você disse que iria buscar o fruto proibido e encontrou uma garotinha perdida? O que tem aí na sua cesta? - apontou para o objeto que eu segurava - será que não tem maçãs? - disse com uma voz fina igual ao de uma mulher. Donald também estava com uma peruca de cachos castanhos e seus lábios estavam mais vermelhos do que o natural.

–Sinto te decepcionar. - Donald fez uma cara chateada e Duck enrolou seu braço na dele.

–Bem, decepcionado também por pensar que você viria como uma super-heroína - Duck fez bico. - Nosso cavaleiro quer te ver, porque alguém não retorna ligações sabe... Ele iria fazer algo muito ro...

–Shiii baby, não sejamos rude com ela, não queremos estragar não é?- Donald deu um tapa no braço de Duck enquanto eu continuava a rir por causa da sua voz fina.

–Nos acompanhe querida - Adão levantou suas sombrancelhas para mim

–Se eu souber que você está flertando com o chapeuzinho por aí, eu juro que hoje a minha cobra solta o veneno! - disse enquanto caminhávamos entre os outros adolescentes fantasiados e entre a fumaça entrando e refrescando nossas narinas.

–Cobra?! - Adão abriu sua boca e seus olhos em espanto - Querida, eu não pensei que você tivesse uma cobra...

–Me perdooe querido, o termo certo é, não irei deixar você comer a minha maçã. Agora cale-se e nada de olhar para a chapeuzinha que está bem sensual hoje. Runft - Acompanhei-os até a mesa do ponche. Um garoto que estava vestido de múmia perseguia uma garota fantasiada de vaca esbarrando no meu ombro.

A mesa estava com um caldeirão pequeno borbulhando fumaça vermelha.

–Ha-ha-ha-ha-ha - fez uma risada de bruxa - nossa bebida secreta, experimente o nosso fruto proibido - disse Eva.

–Não tem pedaços de corpos humanos ou restos de coisas anormais ai dentro não né?

–Ha-ha-ha-ha nunca se sabe - Duck pegou um copo e com a concha, despejou o líquido para dentro que mesmo no copo, borbulhava fumaça. Donald fez o mesmo em dois copos e me entregou um. - Experimente - ele moveu seus dedos encostando um nos outros igual a bruxa da branca de neve.

–Não beba isso! - falou alguém. - A menos que tome uma injeção primeiro - sorriu maliciosamente Jimmy que estava vestido com uma calça brança, jaleco e no seu pescoço estava pendurado um estetoscópio. - Deixe que o doutor aqui trate de você - em sua mão estava uma injeção do tamanho da sua mão, mas que espirrava água de verdade o que fez Adão e Eva rirem.

–Adoraria tomar uma injeção - falei sarcástimamente - mas agora não é um momento apropriado.

–Dá licença vocês que eu estou passando - Lauren apareceu no meio de nós, se curvando para pegar alguma coisa na mesa. Ela estava com uma coroa na cabeça e vestia um vestido preto e branco com três corações na frente. Ela era a rainha de copas, seu cabelo estava preso em um coque, o que realçava mais o ângulo do seu rosto junto com a gola alta que era puxada por um enfeite do vestido, duas linhas brancas e paralelas de tecido. Sua bota a deixava um pouco mais alta e subia acima do joelho, outro detalhe do vestido era a cortina preta pendurada atrás como se fosse uma barreira protegendo as suas pernas que só podiam ser vistas de frente.

Duck assobiou e Donald deu um tapa no seu braço. Lauren se virou e olhou diretamente para mim.

–Eu tenho um namorado, me desculpe, ops, não me desculpe - sorriu ironicamente.

–Interessante - abaixei o meu capûs para intimidá-la. Ao contrário da sua fantasia, a minha tinha uma pequena manga que envolvia parte dos braços abaixo dos ombros.

–O que você é? Uma mistura de chapeuzinho vermelho e bicho papão? - riu - Parece que eu sou a única que tem senso de moda por aqui.

–E quem disse que no halloween as pessoas teriam que se vestir decentemente? Quanto mais feio melhor - falou Duck em forma de defesa.

–Admita que eu sou a mais bonita daqui, a loira mais fabulosa - seu batom brilhou - Não perderei meu tempo com vocês, - olhou diretamente para mim e Jimmy, nunca olhando para Adão e Eva por considerá-los descolados. - só vim para pegar meu ponche, à la vôtre!

E balançou seu quadriu entre nós quatro, sumindo na fumaça.

–Eww, pra essa aí eu sugeria injeção do desaparecimento. Aliás, sua fantasia quer dizer, sou gostosa, venha para a floresta comigo e eu te apresento ao lobo mau. -Jimmy fez um movimento de garra, guardou sua injeção no bolso e veio para o meu lado enquanto Adão e Eva já haviam desaparecido na névoa.

Minha fantasia era um short de cós alto preto com um corset vermelho com os laços e fitas na frente, em cima de uma blusa branca. Por cima do short, havia um cinto, que estava cheio de artefatos e a faca presa, cortava de verdade.

–Decidi inovar, para não ficar muito clichê.

–Antes de qualquer assunto, me explique o seu problema com declarações de amor. Eu não entendo o porque da senhorita ter saído daquele jeito ontem, parece que você sempre está fugindo disso, estou certo? Não diga que é complicado por favor.

–Não quero falar sobre isso agora.

–Você gostou? gostou da música que ele compôs para você? Pelo menos me diga isso. - Sim, gostei, que garota não teria gostado?

Assenti.

–Sabia! Você também está apaixonada pelo Peter Mayer! Sabia sabia sabia! Ai meu Deus ai meu Deus, eu sabia! Você Dianna Banister está a fim...

–É verdade? - outra pessoa saiu da fumaça branca. Peter.

–Você tem que aprender a fechar a boca - sussurrei no ouvido de Jimmy.

–Acredite, estou te fazendo um grande favor - e saiu mais rápido do que um gato fugindo de um cachorro através do gelo seco.

Peter era um cavaleiro com uma armadura feito no tecido, sua calça era larga e branca no mesmo estilo da camisa com uma manga cumprida e seus pés calçavam um par de botas. Seus olhos brilhavam quando encararam os meus, ele estava esperando por uma resposta.

–Eu an... eu... - Não sabia se deveria lhe contar a verdade, mas seus olhos me encaravam de um jeito tão carinhoso e inocente que não dava para resistir. - Sim é verdade.

Ele sorriu, porém foi mais que um sorriso, Peter chegou para mais perto de mim deixando apenas centímetros entre nossos corpos. No exato momento, algo começou a tocar dentro da cesta.

–Me desculpe, eu tenho que ir. - Caminhei para a porta de saída entre os monstros e a fumaça branca suspirando e com o coração batendo forte. Essa aventura era mais perigosa que estar em um campo cheio de armas apontadas para você. O barulho era o sinal de que era hora de checar o plano. Tirei o pano de cima da cesta de peguei o aparelho que estava dentro.

George estava em Phoenix, respirávamos o mesmo ar, mas eu precisava de um lugar alto para ter um bom sinal e precisava de um pouco de privacidade. - Ele está aqui, estou ajeitando a frequência para saber dos seus movimentos - falei enquanto mexia no aparelho no terraço do Arcadia. - Hayden, preciso que esteja pronto com o seu carro, leve toda aquela maleta que eu te dei para a... - mexi mais uma vez no aparelho procurando sinal. - Eu acho que ele está indo de helicóptero para o depósito, a frequência está muito baixa.

–Calma, deixa comigo. - ele ficou calado por um momento e eu apenas ouvia o som das teclas. - Segundo os dados, ele não aterrissou, deve ter sido um alarme falso, a previsão para isso é para daqui há uma hora.

–Não pode ser! Isso não pode ser um alarme falso! O aparelho nunca erra! Cheque de novo por favor. - mais som de teclas.

–Danna, só daqui há uma hora. Por favor se acalma, relaxe um pouco porque daqui há uma hora vamos estar com o corpo cem por cento adrenalina. Como está a festa?

–Eu não consigo relaxar, é impossível, como você pode estar relaxado?

–Olha, vou ficar vigiando para você e se algo acontecer acionarei todo o tipo de alarme para te avisar, está bem? relaxe.

–Não falhe! - e desliguei.

Guardei meu celular e o aparelho de volta na cesta junto com uma arma, me sentei na beira do prédio e deitei olhando direto para as estrelas no céu. Quantas pessoas deviam estar olhando exatamente para aquela estrela naquele momento? Tentando relaxar o corpo, suspirei por um tempo, um tempo que eu não estava contando. Will veio em minha cabeça logo depois. Onde estava?

Acabara de dizer para Peter, acabara de confirmar que estava apaixonada por ele... O que faria agora? Podia ser durona em várias coisas, mas não nisso, a pessoa que sempre me ajudava com esse assunto era Tereza e talvez a solução fosse apenas uma dose de álcool. Comecei a me lembrar do dia na cabana, em que nós duas fugimos para o nosso aconchego, nosso cafofo jogar os problemas no lixo como um papel amassado.

Fechei meus olhos e tentei imaginar cada momento daquele dia, bebíamos para esquecer, a maioria das pessoas faziam isso, álcool era um remédio do inferno. Tentei imaginar Tereza ao meu lado me dando uma bronca e me chamando de otária. ''Sua otária, você devia...'' e não sabia qual seria a opinião dela.

–Achei você - uma voz me despertou e abri meus olhos instantâneamente - Por que fugiu de mim?

Era o Peter.

Ele se sentou ao meu lado.

–É uma bela noite para refletir.

–Me desculpe.

–Pare de se desculpar Dianna, basta me responder.

–Me desculpe - saiu automaticamente - Eu tive umas complicações e tive que resolver - disse olhando para o horizonte escuro.

–No telhado? - se curvou para perto de mim. - Não responda essa, me deixe terminar o que eu não terminei ontem. Eu não sei porque você vive fugindo, mas confio em você o suficiente para não perguntar, no que eu estou preocupado é no presente, não no passado, eu não me importo com o que aconteceu com você para se mudar pra cá, eu sei que quando você criar confiança em mim você irá me dizer - Peter estava pensativo, escolhendo as palavras certas para se expressar. - A música que escrevi não pode expressar tudo o que sinto por você, de verdade, eu nunca pensei que poderia me sentir desse jeito, diferente e encantado. Já... fiquei muitas vezes em frente ao espelho pensando na melhor maneira de me expressar. Desdo primeiro dia em que te vi, pensei que era apenas mais uma que iria para a minha lista, mas você tem uma característica tão diferente, você não veio para cima de mim como as outras, você não faz coisas como as outras, não que isso seja uma coisa ruim, muito pelo ao contrário, isso me atraiu ainda mais para perto de você, e me intriga. - Deu uma pausa e me encarou - Eu me pergunto todos os dias o que que você fez comigo. Meus pensamentos, meus sentimentos e minhas ações, são irreconhecíveis, eu olho para você e tenho vontade de esquecer tudo o que se passa na minha vida, e desde já, venho enfrentando os meus sentimentos por você, tentando negar a verdade e o desejo. Eu queria ter certeza dos meus sentimentos e na noite, naquela noite no parque você me fez ter certeza do que eu queria e parei de lutar aceitando a derrota e a vitória. O seu jeito, o seu modo de agir, de falar, de me olhar, me hipnotizam e estou mais que certo que é por você que estou conseguindo lidar com a pressão desse último ano. Você é linda, não apenas por fora, o mundo parece mais iluminado para mim e você me fez olhar para ele de um modo diferente. Quando ouvi que também estava sentindo algo por mim, sabia que precisava tentar. - Peter pegou na minha mão e entrelaçou os nossos dedos - Dianna, eu te amo.

Lentamente, ele se moveu para perto de mim, eu não sabia se ele estava esperando por uma reação minha, mas eu sabia exatamento o que viria em seguida. Peter levantou sua mão tocando o meu rosto com carinho nos olhos e levou sua outra mão para fazer o mesmo, meu rosto estava entre as palmas macias e suadas. Meu coração acelerou de forma anormal e por mais que tentansse resisitir, eu fracassava. Subitamente, sua respiração ventilou o meu rosto e quando percebi que seus olhos se fechavam, não havia mais volta. Seus lábios dominaram os meus me fazendo estremecer e a ter calafrios. Primeiramente não demonstrei emoção, minha mente estava confusa, incapaz de enviar ordens para o meu cérebro porém sua boca agia rapidamente abrindo espaço para dentro fazendo o encontro de nossas línguas. O choque me fez acordar para o mundo real e retribui o ato com sutileza.

Seus lábios eram doces e o gosto refrescante de dentro fazia a minha garganta gelar, Peter arrastou as mãos até os meus cabelos fazendo com que minha cabeça ficasse entre eles e me sugando com mais necessidade. Seu beijo também era quente e aquilo me fazia sentir em casa. Casa, pensei.

O celular dentro da cesta soou mais alto do que o normal, talvez por causa do relaxante momento em que se ouviam apenas suspiros. Me separei dele e sem dizer uma palavra me virei para pegar o aparelho na cesta. Era Hayden.

–Ele está pousando neste exato momento, e quando eu digo agora, é agora. O sinal que você havia recebido era o verdadeiro, alguma coisa interrompeu e tirou todo o satélite do ar. Danna, eu estou contornando o prédio do Arcadia nesse exato momento, vá para a entrada o mais rápido possível.

–Entendido. - desliguei e o guardei. Peter estava observando cada detalhe dos meus movimentos e parecia um pouco confuso

– O que houve? - perguntou

Olhei para ele pensando no que eu estava prestes a fazer. Matar alguém.

–É... eu tenho que ir, houve um problema e terei que resolver, me desculpe. - me levantei ajeitando a capa e pegando a cesta pronta para descer.

–Não se desculpe, agora que tenho você - ele sorriu, um sorriso que eu queria retribuir - eu não vou te deixar, vou estar te esperando aqui, ainda vai voltar?

–Creio que não, - lamentei - mas prometo que quando acabar eu te ligo. - Andei até a escada lateral e acidentalmente a minha cesta escorregou dos meus dedos, deixando cair tudo o que tinha dentro, inclusive a arma. Peter se virou no momento em que pulei para recolher todos os objetos e os jogando na cesta novamente.

–Aquilo é uma arma? - soou confuso.

–Não - quase gaguejei mas consegui segurar a minha voz - cesta para a vovó, era um pedaço de bolo. - menti e desci antes que ele soltasse uma palavra mais.

Pulei no chão quando ainda faltavam cinco barras de ferro, corri pelo estacionamento passando por vários grupos de adolescentes fantasiados, em uma lado, um grupo de vampiros, no outro, um de lobsomens. RPG, deduzi quando vi que faziam caras e bocas.

Hayden estava com o carro parado em frente ao portão principal e me apressei em abrir a porta e me jogar para dentro.

–Vamos, temos que chegar lá antes que ele vá embora! - gritei e ele arrancou o carro para a estrada vazia e solitária. - O perímetro já foi dominado?

–Os agentes de George e Drummond estão fazendo uma ronda para checar se não há intrusos ou alguma armadilha, nossos agentes estarão posicionados quando a ronda acabar.

A seta marcava cento e cinquenta quilômetros por hora mas a sensação dentro do carro era menos. Enquanto as mesmas estrelas iluminavam a escuridão, pensei no que havia acabado de acontecer no terraço. O beijo. Era algo que ainda não tinha caído a ficha, Peter me beijou e me disse coisas lindas. Coisas que talvez ninguém nunca havia dito para mim, não daquela forma. Era verdade o que ele dissera, o amor não muda as pessoas e sim faz com que elas pensem e vejam o mundo de uma outra forma. Se você tem um coração ruim e se apaixonar por uma pessoa você com certeza tentará conquistá-la de alguma maneira e na maioria das vezes é fazendo coisas que você não faz. Se a pessoa pelo qual você se apaixonou está por perto você irá pensar em impressioná-la fazendo alguma coisa boa.

Talvez o meu beijo de halloween finalmente havia chegado, não estava vestida de Aurora hoje mas um cavaleiro havia me beijado. Ou talvez eu era a Aurora. Eu era a Aurora de Will. Era irônico estar nessa situação em que parte de mim pertencia a um lado e a outra parte a um outro.

[Música]

–No que você está pensando? - perguntou Hayden.

–Em nada. Absolutamente nada - respondi.

–Você está calma, absolutamente nada parece bastante coisa. Aliás estamos quase chegando - Olhei para cima e vi que estávamos em meio ao mato paralelo.

–Você trouxe a maleta?

–É claro que eu trouxe a maleta, não acha que eu iria querer perder a oportunidade de brincar com uns brinquedinhos mortais? -sorriu sarcásticamente - outra pergunta, você falou com o Will?

–Falar com Will? Por quê? Por que eu falaria com ele?

–Suas respostas estão muito rápidas, - Hayden pareceu pensativo - bem, talvez seja porque você e ele tem um pacto? Ou talvez, sei lá, vocês estão se envolvendo outra vez...

–Eu aconselharia que não falesse de coisas que você não sabe a respeito. Continue dirigindo, eu quero acabar logo com isso, eu quero enfrentar o demônio de uma vez por todas. - Arfei jogando a minha cabeça para o lado.

A estrada tinha bastante buracos o que fazia o carro pular algumas vezes.

–Seu avô está jogando muito sujo em por você nessa, se nós falharmos...

–Se ao menos você parasse de falar sobre falhar, talvez não cheguemos a isso. - E foi isso o que aconteceu, nenhum de nós falou até nos aproximarmos do depósito parecido com um armazém. Dentro do mato era ainda mais escuro, o carro parou cerca de um quilômetro de distância do primeiro guarda e descemos dele em silêncio, eu tirei a minha capa e a larguei no banco. - A nossa sorte é que o lugar é cercado por rochas, podemos nos camuflar entre elas. Acho que não será preciso repassar todo o plano.

–Você acha que eu sou o quê? Um soldado de jardim de infância? O plano todo está criptografado na minha mente. - apontou seu dedo para a sua cabeça.

–Ótimo, - Hayden abriu o porta-malas da caminhonete preta - precisamos estar bem equipados. - Quando o porta-malas foi empurrado para cima, a grande maleta cinza encarava nós dois e sem perder tempo, abri ela com um clique revelando armamento pesado. Duas snipers estavam deitados na maleta e com as duas mãos peguei a primeira a erguendo no ar. - Minhas favoritas - sussurrei analisando sua bela forma.

–Brinquedo maneiro, mas não é a minha favorita - sorriu. Levantando a primeira parte da maleta, em baixo havia balas e artefatos produzidos por Austin. Na minha cinta, guardei alguns dos artefatos como duas duas granadas de um formato menor e mais prático, uma caixa de balas para os snipers e outros comprimidos que continham super-poderes, Austin me ensinara a usar todos eles. Hayden colocou algumas na sua cinta e começou a manusear a arma olhando ela pela lente. Por último, alcancei uma faca e a enfiei dentro da bota. - Não tem um papel com questionários para fazer a ele antes de matá-lo?

–Não brinque com isso - murmurei para ele evitando fazer barulho - Ou eu vou ser obrigada a dar uma lição em você antes da verdadeira adrenalina começar a pulsar.

–Tudo bem, alguém tinha que colocar um pouco de humor para acalmar os nervos. Cadê a sua máscara?

–Bem, - ergui a máscara que tinha pego na minha cesta antes de sair do carro - aqui.

Coloquei ela por cima do meu rosto a encaixando por cima e empurrei a escuta para dentro do meu ouvido. A máscara era feita de couro e cobria grande parte do meu rosto e um pouco do meu cabelo em cima da testa, minha boca ficava livre.

–Austin? Consegue me ouvir - falei me concentrando na escuta.

–Sim, estou bem aqui. Os soldados eliminaram metade dos seguranças de George e tomaram posse dos lugares, estão livres para ir. - entreguei a outra escuta para Hayden e fechamos o porta-malas com um forte empurrão para baixo.

–Entendido.

Andamos cautelosamente entre as árvores tomando cuidado para não pisar em galhos ou cair em um determinado tipo de armadilha. Alguns guardas que rondavam a área nos avistou e antes que pudessem atirar, apertei o gatilho com a calibre que estava presa na minha cintura. Os snipers eram pesados, mas eram toleráveis, mais soldados vinham em nossa direção e Hayden cuidou deles com o sniper apoiado em seu ombro.

–Um tiro derrubando três - sussurrou soando vitorioso e debochado.

Continuamos com o nosso caminho e nos posicionamos nas rochas empilhadas uma em cima da outra em frente ao depósito. Ele era de um formato de um pentágano de frente e algumas luzes surgiram de dentro. Posicionei o apoio do sniper na rocha e fechei um olho para olhar no telescópio em cima da arma. Não dava para ver ninguém dentro dele e atrás do depósito, eu conseguia ver a asa de um helicóptero.

–Ele está lá - disse Hayden - Por que não atiramos uma bomba para dentro?

–Não é assim tão fácil, temos que saber o que tem realmente lá. - tirei a faca que estava presa na minha cintura e lhe entreguei.

–Está mais do que na cara que George e o outro estão lá dentro. Quer que eu vá checar? Consigo lidar com isso.

–Austin? O que você consegue para nós? - perguntei ainda murmurando.

–Não muito, as frequências do local são muito baixas, mas consigo analisar calor dentro do depósito, não tenho certeza que tipo que calor é. - disse junto ao som de várias teclas.

–Eu vou lá... - enquanto ele dizia, vários homens se aproximavam do depósio com uniforme direfentes e com um olho fechado observando através da lente e mirando, o dedo puxou automaticamente o gatilho fazendo vários soldados caírem. Hayden acionava o gatilho com determinação e se livrou de todos eles em segundos. - só vou checar se ele está lá de verdade, me dê cobertura. - e saiu agachado em direção a trilha entre as árvores.

Outros homens se aproximaram e atirei neles com a sniper. Esses homens tiveram escolhas antes e escolheram ficar ao lado de George e lutar com ele protegendo-o, não tinha muita misericódia com eles. Hayden havia descido e de fininho se aproximava do depósito. O certo era eu estar lá, mas ele não tinha me dado a oportunidade de reinvindicar. Uma gota de suor caiu molhando a pedra cinza e uma mão tapou a minha boca me virando de costas, com as lentes, era muito mais fácl enxergar, porém não queria dar uma oportunidade para o meu oponente então chutei-o para o alto e me levantei.

–Danna? - Austin soava no meu ouvido

–Mas que diabos... Will! - disse surpresa - O que você está fazendo aqui?

–Eu lhe pergunto o mesmo. - disse limpando a boca sangrenta com o braço. Ele ainda estava vestido de... ele estava fantasiado de Caçador? Se ele estava vetido assim então quer dizer que ele estava na festa de Halloween. - Indiana Jones caso queria saber.

–Está me seguindo? - me virei em direção a pedra para ver o que estava acontecendo com Hayden.

–Não! Mas precisamos sair daqui, - ficou sério - isso tudo é uma armadilha! - ele olhou para as snipers e seu olhar voltou para mim - Tem alguém com você?

–Sim, Hayden. Você pode me dizer o que está acontecendo? - falei com as mãos soando de nervosismo.

–Tem uma bomba dentro do depósito! Se não saírmos daqui seremos atingidos e a coisa vai ficar feia - ele puxou meu braço e o puxei de volta.

–Austin... você disse que tinha calor lá dentro... - Apertei a escuta em desespero e suando mais do que o normal, mesmo que a noite estivesse fria. - Hayden, saia daí agora! - gritei -- Sai de dentro do depósito agora! É uma armadilha, tem uma bomba aí dentro tá me escutando? Saia daí imediatamente...

Antes que eu terminasse de falar o barulho de explosão dominou o local e com a força da bomba, fui jogada para trás caindo contra um cacto e sentindo o barulho da destruição. E de morte.



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Notas finais do capítulo

Obrigado pelos comentários, sou muito grata por eles e desculpe fazer vocês esperarem tanto, prometo que farei o possível para não demorar no próximo.
Me falem do que vocês acharam e até a próxima ;)



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