As garotas e eu não conseguimos mas dormir, mas não adiantaria, daqui á pouco teríamos de ir para a sala. Falei da ligação do Sasori, naquele dia que fomos á praia. Não falei do incidente depois da ligação, claro. Até disse que eu e Sasuke não brigamos mais. Ficamos falando do Naruto e Hinata, deixando-a muito vermelha. Fomos tomar banho, nos arrumamos e fomos para a sala. Não nos sentamos no mesmo lugar de sempre. Agora que Naruto e Hinata estão juntos, foram se sentar juntos. Tenten não ficou sozinha, foi se sentar com Kiba, um garoto fascinado por cachorros. Hinata e Naruto se sentaram á minha frente, Sasuke entrou na sala, mas não se sentou atrás de mim, como sempre, se sentou ao meu lado.

– Oi – disse ao colocar a mochila em cima da mesa.

– Oi – digo ao pegar meu caderno de Geografia na mochila. Por que será que ele se sentou comigo? Não foi porque iria ficar sozinho. Olhei para trás, e vi a Karin olhando para nós com raiva. Sasuke também olhou para trás, depois se virou para frente e falou:

– Ela tem sérios problemas... – disse e olhou para mim, concordei com um aceno de cabeça. Ainda queria saber porque ele estava sentado comigo. Provavelmente é por causa da Karin, ninguém suporta essa garota.

– Karin não é uma boa opção para se sentar, né? – perguntei. Deve ser por isso que não está sentado atrás.

– Nunca foi. Mas não foi por isso que estou sentado aqui – adivinhou ele.

– Então... por quê?

– Fui ruim contigo no começo. Fui injusto. – sussurou ele. Ele olhou para frente, olhei também, e o professor já estava na sala. Lingua Japonesa. Sasuke disse que não é muito bom nessa matéria, que era bom mesmo em Matemática, a matéria na qual sou péssima. Não sabia se iria ajudá-lo, o que ele iria achar disso? Que estou dando em cima dele? Não, claro que não, só quero ajudá-lo, só isso. Expliquei umas coisas para ele, eu não olhei para a Karin, mas imaginei como ela estava, queria rir por isso. Na hora do intervalo, o pessoal foi á cantina como sempre. Eu fui depois, pois fui pedir explicação numa questão no dever de Lingua Japonesa que não tinha entendido muito bem. Cheguei lá e o pessoal já estava lanchando. Naruto estava com Hinata no banco ao lado. Shikamaru e Temari estavam mais distantes, embaixo de uma árvore se beijando. Estava lá só Ino, Sai e Sasuke. Sentei e Gaara apareceu, e perguntou:

– Alguém viu a Matsuri? – Sasuke, Sai e eu nos entreolhamos. Não sei se Naruto ouviu, mas não olhei para trás para confirmar.

– Não – disse Sai. Olhei para ele. Ele estava calmo. Não sei como conseguiu. O que vai acontecer agora que ela... falando nisso. Onde será que ela está? Nem perguntei pro Sasuke nem Shikamaru. Acho que foi por isso que a enfermeira não deixou eu entrar para ver o Chouji. Tsunade deve ter falado para os enfermeiros não deixar ninguém entrar. Naquela noite em que fui chamar os enfermeiros, Matsuri nem estava lá, mas eu também nem reparei se tinha alguém em alguma maca na enfermaria. Eu tinha que perguntar, mas não agora. As aulas se seguiram naquele dia. Estava cansada, cheia de deveres para fazer. Mas deixaria tudo para depois. Fui para o meu quarto. Só estava no quarto Ino deitada na cama com seu notebook, sentei num pufe, queria descansar...

– O que houve, Tenten? – pergunto quando entra uma Tenten emburrada. Ino olha para mim e depois para Tenten.

– Fui mais uma vez fazer trabalho com o Neji – disse ela deitada na cama de barriga para cima.

– E? – perguntou Ino.

– Nada. Na hora do intervalo de hoje, fomos á biblioteca, fazer o trabalho de História. E nada, nada rolou, como sempre... – disse triste.

– Sabe o que eu faria agora se fosse você? – perguntei. Tenten tem que fazer alguma coisa.

– Hum?

– Ia agora tentar falar com ele. Falar de uma vez que gosta dele. E se ele não retribuir, você procura outro. Ele seria muito idiota dispensando você. – Ela ficou um tempo só olhando pro teto. Se levantou, respirou fundo, chegou até a porta e disse:

– Me desejem sorte. – E saiu.

– Olha, agora está mais corajosa, Sakura? – disse Ino sorrindo.

– Pois é. Tenten não merece ficar sofrendo á toa. Ela tem que tomar alguma atitude.

– Verdade – disse e se sentou na cama. – Sei que não gosta de falar sobre isso, mas e quanto ao Sasori, Sakura? – Ela tem razão. Tenho que falar com ele, mas ainda tenho medo. Como vou terminar com um garoto tão bonito, tão legal e atencioso?

– Quando a Tenten voltar, vou pedir a coragem dela emprestada. – E Ino riu. Veio até a mim e disse:

– Vai dar tudo certo. – E sorri meio fraco. Eu e Ino conversamos por um bom tempo. Como imaginei a Hinata está com Naruto, assim como Temari com Shikamaru. Não perguntei á ela sobre o Sai, parece que o assunto dela é mais delicado que o meu. Perguntei á ela se ela ia pedir um vestido para a mãe dela. Para a Festa de Branco. Ela disse que sim, e disse que todas nós vamos ter uma surpresa. Tenten não apareceu, ficamos imaginando se teria dado certo e ela estaria com o Neji agora. Ou se não tivesse dado certo e ela estivesse triste e escondida em algum lugar. Não, torcemos para que tenha dado certo. Estava com fome, Ino preferiu ficar fuxicando sites de moda, reclamando de um monte de vestidos que "esse povo acha que sabe fazer", disse ela. Saí rindo. Cheguei á cantina e vi que deu certo. Tenten e Neji estavam sentados num banco de mãos dadas, afastados da mesa onde estava Hinata e Naruto. Fui até eles, fiquei com uma grande curiosidade sobre Ino e Sai. Daria um jeito de Naruto sair rapidinho para perguntar a Hinata, se eu não perguntar hoje, eu vou esquecer.

– E aí, casal? – perguntei ao sentar. Hinata ficou vermelha e Naruto sorriu.

– Tudo bem, Sakura-chan? – perguntou Naruto.

– Tudo bem, sim, Naruto, obrigada. – Olhei para o balcão, tinha umas cinco pessoas numa fila para serem atendidas, Naruto iria demorar lá – Naruto, faz um favor para mim?

– Claro, Sakura-chan.

– Pode comprar um biscoito e um suco para mim, por favor? É que não tenho paciência para filas. – E sorri.

– Certo – disse ele e beijou a testa de Hinata, se levantou e foi para a fila. Hinata olhou para mim como se soubesse que eu queria algo.

– O que foi, Sakura-chan?

– Queria te perguntar uma coisa. É sobre a Ino. – Olhei pro Naruto, agora ele é o quarto da fila. – Hinata, por que a Ino fica tão mal com relação ao Sai? E sei que não é só porque ele não dá muita bola para ela.

– Ah, é. Você é a única que não sabe...

– De quê?

– Ino e Sai já namoraram. Eles terminaram quando a Ino ficou interessada no Sasuke. Sai reparava na cara dela sempre que o Sasuke estava por perto.

– Mas a Ino disse outro dia que não gosta mais do Sasuke. Sai não acredita nisso?

– Acho que não. Eu sempre reparo nele quando a Ino troca uma palavra com o Sasuke. Ele acha que ela sente algo por ele. E toda vez que falamos do Sai, ela fica bem mal. – Entendo agora. Acho que eu sabia o que eu ia fazer. Naruto chegou.

– Aqui, Sakura-chan – disse botando o biscoito e o suco na mesa.

– Obrigada, Naruto – disse. Para não incomodá-los resolvi sair dali – Hum, vou comer ali. – Me levantei e fui para um banco. Comi meu lanche, pensando numa maneira de falar com um dos dois, com a Ino seria difícil, já vi. Terminei o lanche e fui direto subir as escadas. Não fui para o meu quarto. Bati na porta. Eu não o vi lá em baixo, então imaginei que estivesse aqui no quarto. Espero que ele esteja só. A porta se abriu, e ele apareceu.

– Sasuke não está aqui, Sakura – disse Sai. Não entendi, porque ele falou do Sasuke? Não importa agora.

– Não é com ele que quero falar – ele levantou as sobrancelhas. – É contigo.

– Já não basta ter pego o Sasuke? – disse e riu.

– Eu não peguei ninguém – disse quase perdendo a paciência. – Eu já disse, já tenho namorado. Posso entrar? É um assunto que te interessa... e muito...

– Tá... – Ele abriu mais a porta e entrei. A cama do Naruto parecia mais apresentável. Acho que resolveu arrumá-la agora que garotas entram aqui. Sentei numa cadeira da mesa. Sai se sentou á minha frente. – Diga.

– Tem mais alguém aqui?

– Não. Os outros estão por aí. Em ótimas companhias.

– É um assunto delicado. Sobre a Ino... – ao falar isso ele se endireitou na cadeira.

– O que houve com ela?

– Nada, além de toda vez que tocamos no assunto ¨Sai¨ no quarto das garotas, ela fica mal á beça. Hinata me contou sobre vocês – ele desviou os olhos para o lado – Você ainda acredita que ela gosta do Sasuke?

– Pô, ela me largou porque queria ficar com o Sasuke – disse depois de um tempo. – Agora ele é meu amigo. Ele não tem interesse nela. Mas como vou acreditar nela? E se ela ainda gostar dele?

– Pelo menos você já tentou conversar com ela?

– Pra quê? Pra ela ficar me chamando de tarado?

– Mas é o que você é! Você não pára de olhar para a saia das garotas quando elas estão subindo a escada. Ino vê. Você acha que ela fica como? – Sai poderia ser filho do Prof. Jiraya. Não sei quem é o mais tarado.

– Tá. Entendi – disse emburrado. – E você quer que eu faça o que?

– Falar com a Ino. Resolver isso tudo. Tenho certeza que ela gosta de você, e muito.

– Você diz isso porque não quer ver o Sasuke com ninguém, não é?

– Pára com isso, Sai! Sasuke é meu amigo. E Ino é minha amiga, não quero mais ver ela triste – disse baixando a cabeça triste. Sai se levantou e saiu. Esperei um pouco para sair. Ino estava no quarto quando eu tinha descido para o refeitório. Vai que eles estão lá? Só não quero atrapalhar. Todos os garotos estão ocupados, em ótimas companhias, como o Sai disse, não é? Ao ouvir a porta bater me virei e vi que tinha me enganado. Sasuke olhava para mim, tentando descobrir porque estou ali.

– Sasuke, você naquele dia disse que a Matsuri foi atacada. Mas não disse como soube. – lembrei disso. Tinha lembrado antes e depois esquecido.

– Eu a achei – disse ele vindo em direção á mesa. – Quase fui pego pelo inspetor. Peguei a Matsuri no colo e desci para a enfermaria.

– Precisamos saber o que houve – fiquei um tempo pensando. Um de nós teria de ir vigiar, para ver se eles acordam e contam o que houve. Mas os enfermeiros não vão deixar. Tsunade deve ter dado ordens para eles. – Temos que vigiar a enfermaria – ele concordou com um aceno de cabeça. Acho que fiquei aqui até demais – Tchau. Tenho coisa pra fazer – na verdade, não tenho, não. Só não gosto de ficar no quarto dos garotos com alguém que me esnobava, mesmo tendo mudado. Ele estava sentado na mesma cadeira em que Sai estava. Falou um ¨Tchau, até logo¨ e saí. Entrei no meu quarto, peguei meu celular, chamada perdida, do meu pai. Liguei pra ele, conversei sobre um monte de coisas com ele, só não falei do que aconteceu na escola. Ficamos um tempo conversando até que ele tinha que voltar ao trabalho. Bem quando desliguei o celular, as meninas entraram.

– Cadê a Ino? Quero contar pra ela também. – disse Tenten sentando na cama, toda sorridente.

– Viu, não disse que ia dar certo? – falei sorrindo. Ao falar isso, entra uma Ino sorridente.

– Quase não saio de lá. Ele continua o mesmo – disse Ino respirando rápido. E ri.

– Do que estão falando? – disse Temari.

– Ué, você não estava no jardim, não, Temari-chan? – disse Hinata.

– Bem, no jardim, até estava. Mas quando está perto do Shikamaru, quem disse que ela liga pro resto do mundo? – disse Ino. Temari ficou vermelha e sorriu.

– Bem, sentem-se. Contem tudo – disse Temari. Algumas se sentaram em suas camas, outras nos pufes. E contaram. Ino ficou atrás da quadra com o Sai, não foi tão difícil eles se acertarem, parece que ele me ouviu. E pelo o que a Ino falou, eles ficaram mais se beijando do que qualquer outra coisa. Já Tenten ficou muito nervosa no começo, começou gaguejando. Até que o Neji lhe deu um beijo. Ficamos conversando sobre um monte de coisas, rimos, nos divertimos e logo fomos dormir.

A semana passou rápido, parecia até o tempo estava com pressa para o final de semana. Quinta-feira, último tempo de Biologia, depois da aula vou ter que ir na biblioteca. Deveres demais. Esses professores acham que o final de semana serve para isso. Mas a semana de provas já está chegando. Saí da sala e fui direto á biblioteca, ela fica além da quadra, num pequeno prédio. Mas enorme para uma biblioteca. Eu tinha que ajudar o Sasuke em Língua Japonesa, onde será que essa garoto se meteu? Olho de um lado para o outro, vou até as mesas que ficam do lado esquerdo da biblioteca, e lá está ele com um livro em cima da mesa. Chego perto e me sento ao lado dele. A biblioteca está meio vazia. Uns dois alunos estavam pegando livros numa prateleira e uma garota, que parecia do terceiro ano, estava sentada distante de nós, na verdade, Sasuke é que estava distante mesmo.

– Já começou? – disse eu olhando o livro em cima da mesa. Não sussurrei, estávamos longe dos poucos que estavam ali. Nem me ouviram.

– Ah, não – disse e virou a capa para me mostrar que era o livro de Biologia. – Tem teste quinta de Biologia, estou me adiantando.

– Ah é, já havia me esquecido – bem, esse será nossa primeira prova do ano. – No quarto dou uma lida. Vamos á Língua Japonesa? – ao dizer isso Sasuke fez uma cara feia e ri. Entendo isso. E eu que não gosto de Matemática?

– Tá bom, né. – Fechou o livro de Biologia e o empurrou pro lado. Abriu a mochila e pegou o caderno. – Pode começar com o da aula retrasada? Esse não tinha entendido bem...

– Certo. – Boto meu caderno na mesa, e abro no dia que ele falou. Ficamos muito tempo estudando, toda vez que cansava ele descontraia puxando o caderno quando eu lia, e eu sempre falava para ele parar. E ele não parava. Ele me ajudou um pouco em Matemática, ainda bem, pois eu não tinha entendido é nada na sala. Resolvemos estudar logo para Biologia, já que a prova está próxima. Ele apontou para uma preguiça, dizendo que parecia o Shikamaru. Ri bastante. Os alunos que estavam ali quando entrei na biblioteca nem se encontram mas lá. Ainda bem, porque ele me fez ri muito. Eu não sabia que esse garoto sério, frio, como uma pedra de gelo, como disse Naruto, seria engraçado. Não tanto quando Naruto. Naruto é bobo, então suas piadas são bobas, mas bem engraçadas. Sasuke tinha pego a cadeira e botou pra mais perto de mim. Meu coração batia rápido, agora. Eu gostei do cheiro dele. É um cheiro muito bom. Enquanto tentava explicar mais um pouco Língua Japonesa, numa questão em que ele quis deixar para depois, pois não havia entendido nada, Sasuke não parava de olhar para mim. Fiquei meio nervosa. Uma mecha do meu cabelo foi pega e levada atrás da orelha. Sasuke tinha feito isso. Virei o rosto para olhar para ele, ele pegou meu rosto, aproximando o meu rosto do dele. Meu coração acelerou mais, minhas mãos estavam suadas. Levantei depressa.

– Desculpe, Sakura...

– Caramba, Sasuke, já disse, eu tenho namorado – e saí apressadamente.

– Espera aí, Sakura! – gritou ele quando eu já tinha atravessado a quadra. Por que ele fez aquilo? Eu já disse que tenho namorado. Ele ainda não entendeu? Sendo que ele não sabe que eu estou indecisa quanto ao Sasori... Aah, droga! Cheguei no quarto e as garotas estavam rindo, se divertindo. Fui direto pra cama. Alguém bateu na porta, alguém levantou para atender.

– ... preciso falar com ela – a voz do Sasuke vinha do outro lado da porta.

– Ela não parece nada bem. Outra hora você fala com ela – disse Temari e ouvi a porta fechar. As garotas tentaram conversar comigo, mas eu não queria. Não naquele momento. Então as meninas sairam. Então eu fique ali só, somente com meus pensamentos. Depois de um tempo pensando no Sasori, no quase beijo que eu iria ter com o Sasuke, fiquei sem saber o que ia fazer. Fiquei deitada na cama por um bom tempo, até que fiquei com sono e dormi. Acordei, sentei na cama e olhei em volta. As garotas estão dormindo. No escuro, tentava ver o relógio. Mesmo com a pouca claridade vinda da janela, não conseguia ver as horas. Fui até a mesa de centro, peguei meu celular e vi as horas, 06:58, hora de acordar as garotas. Acordei primeiro a Hinata, já que a cama dela é a mais próxima. Hinata sentou-se na cama sonolenta, bocejou e perguntou:

– Tudo bem, Sakura-chan? – Demorei um tempinho pra responder, enquanto pegava uma almofada do chão.

– Melhor. – E sorri. Um sorriso fraco, que até Hinata reparou. Ela veio até á mim e me abraçou.

– O que houve, Sakura-chan? – sussurrou ela. Me sentei com ela na cama. Não sabia por onde começar. Contei á ela do quase beijo na biblioteca. Ela ficou bem surpresa. Quando vi, as meninas já tinham acordado, e tinham ouvido tudo.

– Caraca, não acredito. Por que não beijou ele, Sakura? – disse Ino já de pé.

– Ino-chan! Não fale assim – disse Hinata enquanto Temari beliscava o braço da Ino.

– Ino, por favor, você não ouviu direito? Ainda tem o Sasori! – disse Tenten.

– Chega com isso. Ninguém gosta de pressão. Anda, quem vai tomar banho primeiro? – disse Temari sorrindo pra mim. Tenten já foi correndo pro banheiro. Ino chegou perto de mim.

– Desculpe, Sakura. Sou exagerada, eu sei...

– Exagerada ainda é pouco para te definir, Ino – disse Temari rindo. Tomamos banho, nos arrumamos e descemos. Eu ficava mais nervosa quanto mais me aproximava da sala. Será que Sasuke iria se sentar comigo denovo? Me pergunto isso umas mil vezes.

– Tem certeza que quer ir hoje, Sakura? – perguntou Tenten parando no meio da escada.

– Claro. E por que não? – Na verdade, queria voltar pro quarto, me trancar lá e não sair de lá tão cedo.

– O Sasuke... sabe... – Ia começando Ino.

– Olha, vou tentar só não ficar pior. Evitá-lo vai ser o melhor – disse e andei depressa. Minhas pernas estavam pesadas, minha vontade era de voltar pro quarto. Mas continuei. Eu abri a porta da sala, pensando talvez que ele estivesse sentado no mesmo lugar que ficou quando Naruto resolveu se sentar com Hinata, que era ao meu lado. Mas ele não estava lá. Não estava na cadeira, não estava atrás, nem na frente. Ele não estava na sala. Me sentei no meu lugar de sempre. Se passaram os três primeiros tempos e o Sasuke não havia aparecido. O que será que houve? Será que foi atacado? Ah, esquece ele, Sakura! Ele parece saber se defender sozinho. Fui pra cantina. O povo todo feliz, reunido. Menos Gaara, que estava bem triste. Claro, Matsuri. Falando nisso, o que será que falaram dela? A Diretora não iria dizer que ela sumiu... Sinal toca. Os tempos de aula passaram-se. Que dia... vou logo fazer dever, para me livrar logo, digo isso ás garotas e subo pro quarto. Sento na minha cama e reorganizo os livros que vou usar quando alguém bate na porta. Quem será? Os garotos devem estar com as garotas agora... Será que é o Sasuke? O que ele quer agora? Abro a porta. Não é Sasuke é..

– Naruto? – ele sorri – Hinata está lá embaixo.

– Não, é contigo mesmo. No quarto dos garotos – disse ele e andou pelo corredor em direção á sua porta – Anda. – Fui até ele e entrei, estava lá só Shikamaru. Sentei no pufe e olhei pra cama do Sasuke, toda arrumada. O que será que houve com ele?

– Ele foi resolver uns problemas com o pai dele – disse Shikamaru que reparou para onde eu estava olhando. Desviei o olhar da cama. Fiquei preocupada. Será que teve outro ataque?

– Outro ataque? – pergunto depressa.

– Não, ainda bem – disse Shikamaru. – Mas alguém tem que ver se Matsuri ou Chouji acordam, para contar o que viram. – Já sabia que seria eu.

– Vejo isso hoje, então – Olho pro Naruto que estava em pé perto da porta. – E o que você vai fazer, Naruto?

– Vigiar o inspetor com o Neji.

– E Sai, ...Sasuke e você, Shikamaru?

– Sai vai olhar o professor. Acho que com o Sasuke. Eu vou pesquisar o que puder sobre esses dois. Onde trabalharam, quanto tempo durou... essas coisas problemáticas... – E suspirou.

– Só isso? Eu tenho que terminar uns deveres – disse calmamente. Não aguentava sentir o cheiro do Sasuke. No meio de um monte de cheiros, o do Sasuke parecia o mais forte. Shikamaru concordou com a cabeça e saí. Naruto veio atrás.

– O que aconteceu?

– Com o quê?

– Ah, Sakura-chan. Hinata me disse que você e Sasuke meio que brigaram... – Como as notícias correm... mas tudo bem, Naruto é meu melhor amigo. Ruim seria não contar nada para ele.

– Não brigamos. Só quero evitá-lo. Ele tentou me beijar. Eu tenho namorado. – Não brigamos mesmo. Só quero manter distância para ver se organizo meus pensamentos.

– Ah, Sakura-chan! Você mesma disse que não sabia se amava o Sasori... – Não respondi. Naruto tinha razão. Ele viu que eu não ia mesmo falar sobre aquilo. – Tá... Vai ficar bem, não é? Indo na enfermaria?

– Claro. – E sorri – Obrigada. – Entrei no quarto. Eu não sabia exatamente como começar á vigiar a enfermaria. Se bem que eu não ia começar á vigiar nada, pois naquele mesmo dia, apareceu um ruivo no portão do colégio...