Katherine Stevens - A Quinta Marota escrita por Beatriz Lee, Bia Lee II


Capítulo 51
3ª Temp.: 7º ano - Um fim de um amor.


Notas iniciais do capítulo

Pera, deixa eu me esconder antes que os avadas venham.
GENTE, MIL DESCULPAS POR TANTA DEMORA! EU JURO! O capítulo que eu queria escrever não saiu e começou a sair agora, e esse aqui que era um extra que eu não tinha postado, que vou postar agora. Mil desculpas.
Leiam as notas finais, por favor, é importante! Boa leitura



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3ª Temp.: 7º ano - Um fim de um amor.

Remo a observava. Os olhos amendoados passando suavemente por seus traços fofos e delicados. Como podia ser tão linda? Ele não sabia responder. Mas sabia que tudo aquilo acabaria logo. Ela, que olhava de volta, estava séria, sem o sorriso ingênuo que sempre trazia consigo.

Ele sabia o que estava por vir, mas estava evitando pensar nisso.

Afinal, que namorada não nota que o namorado some uma semana por mês? Não fica desconfiada do namorado ao menos dizer qual é sua “doença”? Remo se crucificava, afinal, ele era um monstro, em sua cabeça.

Dorcas suspirou desviando o olhar. Seu cabelo voou ao vento da tarde quente, nos jardins de Hogwarts. Havia tudo para ser uma tarde romântica e perfeita, mas infelizmente não era o caso. O por do sol estava lindo, a grama estava verde e até a lula gigante estava contribuindo para o cenário, mas aquele seria, talvez, o fim de seu relacionamento.

Ela já estava cansada de esperar Remo ter coragem para lhe dizer a verdade. Ela não queria mentiras, não queria desculpas. Não era tola, burra ou qualquer derivado. O relacionamento não poderia ir em frente sem ter pelo menos a base da confiança.

Lhe doía aquilo, mas era necessário.

- você sabe, não é? – a loira perguntou, enquanto pegava a mão de Remo e fazia carinhos com o polegar. – o que vim te perguntar?

- Sim – ele disse suspirando, e aproveitando o carinho, que por ela seria o ultimo – e eu realmente sinto muito.

- por que não me conta? – ela disse num sussurro, olhando para a grama. Ele levantou seu rosto com o dedo indicador, a obrigado a olhar em seus olhos. – Por favor, Remo, eu te entender, seja o que for... – ela começou a argumentar, mas foi cortada.

- Não posso, não tenho coragem. Quem sabe algum dia? – ele disse acariciando-lhe a bochecha corada. Ela era tão adorável.

Ela deu um sorriso triste.

- Não quero uma relação baseada em mentiras e desculpas. – suspirou – você sabe disso.

- sim, e eu não quero que você se sinta obrigada a ficar comigo – disse Remo, se deitando na grama e largando a mão de Dorcas. Ele fechou os olhos, era mais fácil de falar pensando estar sozinho.

- Eu não sinto isso – a voz dela saiu urgente – eu gosto de ficar com você, apenas não consigo fazer com que isso funcione na base de desconfianças. – ela suspirou e deitou-se também. O céu já escurecia e estava em uma cor mesclada de preto e laranja ao fundo.

- Isso é algo muito mais grave do que você aguentaria ouvir, Dory – disse Remo, apertando os olhos fechados. – Algo que levaria muito mais que meses para que eu arranje coragem para lhe contar.

- Não mereço sua confiança? – ela disse decepcionada.

- Não, não foi isso que eu queria dizer. - Ele respondeu com urgência

- não parece. – ela respondeu com uma ponta amargurada no tom.

– Você tem minha confiança, mas isso é algo muito delicado pra mim. Algo fundo demais. – continuou, tentando ser delicado e direto.

Dorcas abriu a boca para insistir mas olhou para o lado e viu que ele a observava. Ela se virou, se flexionou e lhe deu um casto beijo nos lábios. Não demorara mais que 3 segundos, mas fora o suficiente para ambos saberem que ali terminava uma relação que sinceramente, não havia como dar certo.

Ela se levantou, deu uma ultima olhada em seus olhos e partiu para o castelo, em passos rápidos, logo sumindo na curva mais próxima.

- Se você soubesse... – Ele suspirou cansando. Suas rugas prematuras pareceram mil vezes mais cansadas, e além disso, elas mostraram o rosto amargurado.

Remo estava quebrado, era seu primeiro e único relacionamento. Não planejava ter outros, estavam fadados ao fracasso antes mesmo de começarem, a final, um lobisomem não pode ter uma vida social, amorosa ou qualquer atividade com o mundo bruxo e trouxa. Eles eram monstros fadados a matar e causar sofrimento. Nunca haveria ninguém que confiasse totalmente em alguém que se transforma num monstro uma vez por mês.

Seu relacionamento com Dorcas o mostrou que sua vida estava fadada ao fracasso. Fechou os olhos e os apertou com força, amaldiçoando o maldito dia em que fora transformado naquilo que era seu inferno pessoal, seu pesadelo.

Ele devia saber. Os Marotos o aceitaram, mas os outros, não. Ele não podia ter pedido amigos melhores. Talvez, se não estivesse naquela cabine seis anos antes, ele seria um adolescente lupino sozinho, fadado a aguentar sua maldição sem ter ninguém para lhe ajudar.

Remo se levantou, e lentamente tomou o mesmo caminho que Dorcas, rumo aos dormitórios da Grifinória. A noite já havia caído e o céu estava nublado, não se via as estrelas nem a lua. “Maldita lua” pensava Remo.

Ele não poderia dar filhos a Dorcas, ou a qualquer outra. Um casamento estável. Não poderia lhe dar orgulho, visto que toda a sociedade bruxa o olharia com repugnância, nojo e medo. Ela seria intitulada, questionada e talvez não resistisse aquilo.

Nunca chegaram a dizer eu te amo um para o outro, aqui seria um sinal de que o relacionamento dos dois não era tão fundo quanto parecia, ou deveria ser? Aos olhos de todos era o relacionamento perfeito, afinal, o monitor certinho da Grifinória e a melhor amiga de Lilian Evans tinham tudo pra dar certo.

Mas ao fundo de toda essa cortina de mentiras, eles mal se tocavam e mal se falavam. Era um relacionamento frio, que era aquecido por olhares que transmitam sentimentos que os dois tinham consciência que nunca conseguiriam mostrar com toques, palavras ou qualquer outro gesto.

Ele sussurrou a senha para a Mulher gorda e passou, foi até a ponta das escadas do dormitório masculino, e antes de subir, olhou em volta, em uma ultima tentativa desesperada de encontrar os doces olhos de Dorcas, ou ouvir sua voz dizendo que estava tudo bem. Mas seus olhos só acharam o vazio e seus ouvidos só escutaram o silêncio. Suspirou ao encontrar o vazio, se virou e subiu.

Mas Dorcas o observava de sua escada, e suspirava com os olhos cheios de lágrimas. Estava magoada, e acima de tudo, muito triste.  Talvez aquela tenha sido a melhor maneira, afinal.


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Notas finais do capítulo

Não vou ficar falando sobre o que vocês provavelmente já sabem. Sobre os protestos e sobre tudo que esta acontecendo no Brasil. Se você não morar em Marte, você com certeza sabe do que eu estou falando.Participe dos protestos, dê seu apoio, grite, afinal, o Brasil também é seu. Assim como eu fui e lutei, lute também. Faça um protesto pacífico, apenas participe. Isso é importante pro futuro de todos nós.
Obrigado por lerem e eu prometo não demorar meses para postar de novo. Não vou passar de uma semana. Obrigado por todos os reviews e pretendo respondê-los em breve.
Espero que comentem nesse também e deixem suas recomendações, elas são super importantes para mim. :D
Obrigado por acompanhar.