2ªTemp.: 6º ano – Capítulo 10 – Eu te amo! Será que você não entende? Part.1

Os dois passaram pelo retrato da mulher gorda em silêncio, indo em direção ao salão principal. Os corredores estavam quase vazios por todos estarem no café da manhã. O delicioso cheiro da comida de Hogwarts estava por todos os lados, Katherine sentiu seu estomago roncar alto.

Sirius riu.

– Tem um monstro ai dentro? – disse divertidamente enquanto viravam um corredor.

– Olha quem fala – disse Katherine rindo, enquanto a barriga de Sirius fazia um som estranho.

Quando chegaram o salão principal já estava cheio. As mesas das casas estavam barulhentas, como sempre James, Remo e Pedro estavam no centro da mesa da grifinória, Remo sem livro nenhum e de mãos dadas com Dorcas (o que fez Katherine sorrir maliciosamente para o casal que corou), Pedro se afogava na comida e James brincava com seu pomo de ouro enquanto Lílian o encarava confusa com alguma coisa.

Eles foram andando em direção á mesa, só que antes de Katherine chegar a seu lugar ao lado de James, foi puxada delicadamente pelo braço por seu namorado, Luis.

– Dia Kath – disse lhe roubando um selinho, enquanto ela olhava para Sirius que os olhava e retribuiu sem nem ao menos perceber.

– Dia – respondeu finalmente o olhando, estava lindo como sempre, mas isso não impressionava Katherine, não como a beleza de Sirius. – Cortou o cabelo? – perguntou passando as mãos suavemente no cabelo, agora mais repicado, do garoto a sua frente.

Ele sorriu.

– Gostou? – perguntou enlaçando sua cintura. Ela sorriu.

– Sim – ele lhe deu mais um selinho e a convidou para sentar-se ao seu lado, mas ela negou e foi em direção aos marotos que a observavam. Ela se sentou, incomodada, e sorriu o mais tranquila possível.

James estava deixando o pomo ir cada vez mais longe e ao recuperá-lo sempre deixava cair alguma coisa, Katherine se irritou e agarrou o Pomo antes dele ir muito longe.

– Eu já disse pra se livrar do pomo, não disse? – perguntou irritada enquanto enfiava o pomo em suas vestes ao lado de sua varinha e servia suco de abóbora.

Ele riu.

– Desculpa – disse pegando umas tortinhas a sua esquerda.

Ela riu e se virou para Dorcas e Remo.

– Hei casal, que tal um beijinho pra comemorar? – disse fazendo um biquinho e fazendo um biquinho de pato com a mão e o beijando.

(vocês sabem o que eu falo né? Quando você encosta o dedão com os outros dedos sem a mão se encostar, eu chamo de bico de pato ‘-‘)

Eles coraram mas não se mexeram. Katherine fazendo um gesto mais profundo com a mão e eles, ainda corados, se beijaram.

– AEEEE – gritou Katherine pulou nos dois, derrubando-os do banco e fazendo as pessoas gargalharem, até eles. Ela se levantou com os cabelos bagunçados e os ajudou a levantar.

– Precisava de tudo isso? – perguntou Dorcas encabulada.

– Não – disse sorrindo – mais vocês ficam tão fofos juntos que eu não aguentei.

Remo rolou os olhos e Dorcas sorriu bobamente. Sirius estava quieto e continuou assim durante todo o café, evitava olhar Katherine e isso a irritava profundamente. O que fizera de errado afinal?

– Qual as aulas de vocês? – perguntou Lílian.

– Adivinhação – responderam. Ela revirou os olhos.

– Essa matéria é patética – disse Katherine para Lílian, enquanto todos iam em direção á sala.

– Eu sei. – disse revirando os olhos verdes – Ouçam seu olho interior... abram sua mente... – disse fazendo uma voz engraçada – Que idiotice

– Vamos combinar que a profª não é lá muito normal – disse James rindo.

Katherine assentiu veemente.

Quando chegaram a sala, ela já estava praticamente cheia. A sala era ampla e os assentos eram em duplas, um acima da outra, como uma arquibancada. Katherine sentou-se e Sirius sentou a sua frente, enquanto Remo e Dorcas se acomodavam na mesa a gente e James e Lily na de cima, e Pedro fora pro fim da sala.

A Profª Polanski era bem... Diferente. Seus cabelos eram negros e espessos, e viviam bagunçados como se propósito. Seus olhos nublados e arregalados lhe davam uma expressão meio insana e seu rosto cheio de sardas a faziam parecer mais nova do que seu corpo gorducho era. Usava vestes velhas, rasgadas e remendadas do que os trouxas chamariam de toalhas de mesa.

– Bom... Olá, meu pequenos videntes – disse sorrindo para todos, tirando os cabelos dos olhos e deixando seus olhos insanos de fora – Bem-vindos de volta a sala em que lhes ensino a nobre arte da adivinhação – andou em passos apressados de um lado para o outro, enquanto se ouvia risadas não tão discretas ao fundo – Para começar nossa nobre arte de adivinhar o futuro vou precisar de um voluntário que tenha seu olho interior disposto. Alguém? – passou os olhos insanos pela sala, na mesma hora em que Katherine batia sua testa na mesa e murmurava um “Eu mereço” – você, Srtª Stevens, venha até aqui, por favor.

Katherine se levantou na maior lentidão possível e quase derrubando a bola de cristal a sua frente. Sirius a encarava com um sorrisinho contido enquanto ela fuzilava a Profª com os olhos.

– Venha querida, feche os olhos e abra o seu olho interior – disse fazendo um gestos estranhos acima da cabeça e fechando os olhos e suspirando se concentrando.

Katherine suspirou e fechou os olhos. Não viu nada, não sentiu nada e nem procurou sentir. Era tudo uma bobagem, não se dava para saber o futuro, muito menos vê-lo por um olho interior.

– Está sentindo querida? – disse Profª Polanski cutucando sue braço e a olhando com um gigante sorriso nos lábios – a aura da sala mudou, seu futuro esta sendo gerado. Consegue sentir?

Katherine sorriu irônica.

– Sim, eu vejo uma coisa – seu tom de voz, assustado, não deixava duvidas que era mentira. As risadinhas estavam virando gargalhadas.

– O que você vê, querida? – disse com um tom de voz gentil, que a fez parecer cada vez mais maluca.

– Me vejo saindo dessa aula patética e ir me ocupar com algo que realmente importa – sussurrou como se contasse um segredo, para pegar seu material e sair da sala, ouvindo as risadas ao fundo.

Algum tempo depois os marotos chegaram rindo e Katherine os acompanhou. Eles disseram que a Profª Polanski ficara sem reação e passou 25 mcm para que eles aprendam a importância da adivinhação.

Logo o dia se passou e chegou o por do sol, Katherine estava com Luis em uma sombra de sua arvore conversando sobre tudo. Luis virou o rosto o aproximando do de Katherine e olhando em seus olhos disse:

– Katherine, eu não aguento mais – disse se levantando e sem desconectar os olhares continuou – eu não quero namorar sobre essas circunstancias, quero que você me ame, como eu te amo. Quero que você seja inteiramente minha sem ninguém para interferir ou te fazer me largar – disse olhando em seus olhos e se aproximando cada vez mais – Eu te amo, e quero que você seja minha e somente minha, para sempre. Eu te amo, amo muito.

Katherine perdeu a fala, sabia que Luis gostava dela, mas ela não retribuía, ela avisara desde o começo. Ela não o amava, não desse jeito. Amava como amigo, por tê-la ajudado nessa farsa.

Abriu a boca para responder mas congelou ao ver u grande cão negro a olhando por trás dos arbustos que tinha atrás de Luis, e esse mesmo cão saiu correndo.

– Luis... Depois conversamos – ela saiu correndo e quando saiu de vista dele, se transformou em sua forma animaga, Raposa.

Ela correu desesperada, seguindo o cão negro que corria para a floresta negra. Ela o conhecia muito bem, e mesmo quando o perdeu de vista, sabia que iria para a casa dos gritos. Ela foi para lá e entrou desesperada pelo buraco em que usaram na lua-cheia.

Quando entrou na casa, virou novamente humana e saiu correndo desembestada escada a cima. Procurou Sirius por todos os cantos e o ‘quarto do Remo’ era onde Sirius estava.

– SIRIUS! – berrou.

Ele estava na penumbra, já como humano. Seu rosto era frio e sem emoções, o que era característica dos Black, sua frieza.

– Por que não vai lá com seu falso namoradinho que te ama? – disse friamente. Katherine estremeceu ao ouvir seu tom.

– Por favor Sirius, me deixe explicar – gemeu indo até ele com a mão estendida, e antes que lhe tocasse ele desviou.

– Explicar o quê? Que não namorava de verdade? Que não tem coragem o suficiente pra dizer isso? – disse nervosamente, socando uma parede com tanta força que a madeira rachou.

Katherine perdeu o controle.

– E se for? O que você tem com isso? A vida é minha, e somente minha. Você não tem nada haver com ela. – disse furiosa.

– Eu só queria sabe o porquê de fingir namorar ele, sendo que você pode muito bem arranjar outro. – disse ainda frio.

– Eu já disse que não te interressa – ela disse se acalmando.

– Claro que me interressa, você é minha melhor amiga e melhor amiga do James, você tem que me dar explicações – disse olhando para os olhos de Katherine.

– NÃO, NÃO TENHO. – berrou perdendo o controle – ESSE É O PROBLEMA, EU SOU SUA AMIGA, SEMPRE AMIGA. NUNCA MAIS QUE ISSO. SEMPRE A MELHOR AMIGA DO JAMES, SEMPRE A SEGUNDA OPÇÃO, SEMPRE A AMIZADE.

Ele a olhou desconfiado.

– E qual é o problema disso? – disse não se importando com os gritos – quer o que? Que eu te trate como uma namorada? E quem disse que você é segunda opção? Você nunca foi opção. Você é minha melhor amiga – repetiu.

– ISSO QUE DÁ SER SUA AMIGA, VOCÊ NÃO PERCEBE – ela berrou a plenos pulmões sentindo as lágrimas rolando – EU TE AMO! SERÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDE?

E o silêncio reinou naquela noite escura, enquanto os olhos azuis de Sirius observavam assombradas as lágrimas amargas de Katherine rolarem por seu rosto até caírem ao chão frio.