– Toooom... - Ele ouviu a voz dela sair dificilmente da garganta. Ele não conseguiu compreender se era um gemido, ou ela apenas tentando pedir que ele parasse. Não interessava,aquela posição já estava o incomodando, ele então afastou-se dela um pouco para puxa-la para a cama, mais ela foi mais rápida e aproveitou que ele não tinha aqueles enormes e fortes braços envolvendo o corpo dela, nem aquele corpo tão forte, tão musculado colado contra o dela, e aqueles lábios não estavam mais sobre ela para deixa-la sem conseguir pensar, num mundo totalmente paralelo aquele,um mundo onde só existia os dois, um com o outro.

Ela levantou-se da cama, praticamente sem forças sequer para mover um músculo, e fez um esforço sobrenatural para ficar em pé e sair dali,ela ainda estava chateada com ele,ele não havia pedido nem desculpas, ele ao contrário...depois daquele beijo, aquele beijo que só de lembrar da cena ela já sentia arrepios pelo corpo, já podia voltar a sentir aqueles lábios sobre os seus, aquelas mãos, segurando-a firme contra ele. Ela balançou a cabeça negativamente, ela tinha que sair dali, recompor-se, ela não ia satisfazer os prazeres dele,não depois de todas as palavras que ele havia dito na noite anterior, e por te-la tratado com uma frieza horrível, a alguns minutos atrás.

Não,se ele só queria saber dela, só era simpático,carinhoso e amoroso com ela quando estava procurando por satisfação carnal.

"Ele vai ficar o resto da vida dele sem me tocar..." Ela estava decidida. Ou ele tratava de fazer um esforço para aquele casamento dar certo, ou nela nunca mais encostava.

Ela já estava pronta para abrir a porta,pra sair do quarto quando ela sentiu uma mão firme segurando o braço dela e antes ela pudesse sequer tentar livrar-se dele, ele já a havia puxado de frente para ele, colando as costas dela na porta, e chocando o seu corpo contra o dela, segurava-a firmemente pela cintura e não fez-se de demorado em capturar aqueles lábios que ele tanto desejava beijar. Ela tentou sair do aprisionamento dos lábios,das mãos dele sobre a sua cintura, tentou empurra-lo para longe dela, mais não conseguia, ele era muito mais forte que ela. Ela deu dois,três, quatro socos no peitoral dele, tentando afasta-lo dela,mas aqueles lábios apoderando-se dos seus, faziam-a esquecer-se completamente o quanto ela queria relutar.

Não satisfazer a vontade dele,que agora também se tornava a dela...

– Desculpa,desculpa pelas palavras,desculpa por eu ser tão idiota,tão insensível... - A voz dele saiu rouca, fazendo o corpo dela estremecer mais ainda. Ela puxou um pouco de ar, com bastante dificuldade. Tentou se acalmar,mais não era algo fácil,ele tinha aqueles braços fortes em volta dela,aquele corpo totalmente irresistível colado contra o dela, não, raciocinar era a coisa mais complicada a fazer naquele momento.

Ele tentou capturar novamente os lábios dela,mas sem sucesso,ela havia virado o rosto.

– Toom...por favor. Não me pede... - Ele beijou-lhe o rosto, e foi descendo pelo pescoço,depositando leves beijos, e pequenas mordidinhas. - ... não me pede desculpas...da boca para fora. - A voz dela saiu com dificuldade,enquanto tentava empurrar o corpo dele, mas as mãos dele continuavam firmes onde estavam na cintura dela, puxando-a e colando-a cada vez mais ao corpo dele.

Ele voltou a tentar beija-la,ela deixou,as mão dele saíram da cintura dela,uma delas estava no pescoço , e a outra no rosto dela, aprofundando cada vez mais o beijo. Ela segurou nas mãos dele, tirou-as de onde elas estavam, e foi empurrando ele lentamente para traz, indo em direcção a cama. Ele deu um sorriso sapeca durante o beijo,ele sabia que ela não ia resistir,que ela iria cedo ou tarde ceder.

Ele sentiu as suas pernas encostando lentamente na cama, e se apressou em sentar-se puxando ela para sentar-se sobre ele, mas ela deteve-o, segurando as mãos dele que agora repousavam sobre a cintura dela.

– Não Tom,você não vai ter o que você quer. – Ela finalizou o beijo e tirou as mãos dele da cintura dela, e antes mesmo que ele pudesse se dar conta que ela estava deixando-o na seca, que ela não ia ceder aos seus caprichos,ela já estava saindo do quarto.

– THALIA! - Gritou ele,frustrado! Levantou-se da cama,feito um furacão, abriu a porta, olhou pelo corredor mais ela já não estava lá. - MERDA!!! - Deu um soco na porta, fazendo essa bater com força na parede fazendo um grande barulho.

Ele não conseguia acreditar, que ela tinha deixado ele ali...necessitado.

Ele podia muito bem ir atrás dela, ela de certeza estava na sala,ou na cozinha, mais não...ele preferiu deixar do jeito que estava. Sê ele agisse por raiva, pegasse ela a força e levasse-a para o quarto, exigindo que ela fizesse seu papel de esposa, só ia piorar a situação, e ele não precisava que as coisas piorasse, a sua vida já estava bastante ruim... Ele não queria deixa-la pior.

{...}

Na manhã seguinte, ele acordou e não sentiu a presença quente que sempre sentia quando acordava ao lado dele, abriu os olhos, estranhando aquilo. Passou ao mãos sobre os olhos, e olhou para o lado da cama em que ela sempre dormia e não encontrou-a. Sentou-se na cama,ainda passando a mão nos olhos. Olhou pelo quarto todo e não a viu.

– Thalia! - Chamou por ela... - Thalia! - Voltou a chamar. - Merda... - murmurou somente para si próprio ouvir. - Thalia,cadê você ? - Voltou a perguntar, em um tom mais elevado.

Passou-se poucos segundos, e ele viu ela entrando no quarto, toda arrumada.

– Bom Dia! - Ela sorriu, olhando para ele. Mais ele pode ver, não era um sorriso de felicidade por vê-lo, era um sorriso...banal, ela estava sorrindo só por sorrir.

– Bom dia... - Respondeu,com a voz legeramente arrastada. Viu ela entrando no closet rapidamente, e voltando com um ocúlos de sol sobre a cabeça e com o telémovel na mão. - Ué...vai sair ? - Questionou, um pouco confuso.

– Sim...tenho umas coisas para fazer! - Respondeu pousando legeramente o olhar sobre ele, mais logo prestando atenção em pegar a bolsa que estava sobre o divan e colocar algumas coisas dentro da mesma. Ele olhou para o rélogio na mesinha e constatou que eram apenas 08:45 da manhã.

– Onde você vai tão cedo? - Voltou a perguntar.

Ela suspirou pesadamente e olhou para ele.

– Tom...por favor, pare de fingir que se importa! - A voz dela saiu um pouco áspera. - Mas respondendo a sua pergunta...vou a igreja,satisfeito? e depois vou ver se passo no super-mercado para comprar algumas coisinhas... - Voltou a atenção para a bolsa. Ele não pode evitar de fazer cara feia,quando ouvi-a falando que iria a igreja. Ela insistia em perder o tempo dela indo a esse lugar! Isso era algo que ele não consiga compreender.

– Ah...mas eu pago as empregadas para ir ao super-mercado e cuidar das coisas da casa,porque você haveria de se preocupar com essas coisas? Eu não dou dinheiro para elas,virem e ficarem sem fazer nada aqui dentro! - Tom falou um pouco bruto demais, indignado. Ela não estava esperando que ele sequer falasse algo,e se falasse ela nunca esperou que ele fosse reclamar por ela ir ao super-mercado. Ela olhou para ele um pouco atónita com o que ele havia acabado de dizer.

– Sim,eu sei...mas são coisas minhas,prefiro eu própria ir lá compra-las... - Respondeu-lhe ela, dando de ombros.

Ele preferiu não conversar muito,não dar muito assunto,antes que aquela conversa banal,se tornasse uma briga insuportavél.

Ele apenas voltou a deitar e enrolou-se na coberta,e fechou os olhos,sem dar mais atenção ao que estava acontecendo no mundo a volta dele.

Ela olhou para cama,deu um légero sorriso pegou as coisa e saiu.