Eu a amo e ela me ama também. Acho que isso é bom. Nunca me apaixonei por uma garota. Para falar a verdade, as únicas coisas que eu realmente amei na minha vida era minha irmã, que acabou morrendo em um dos jogos e um gato que eu criava quando tinha 10 anos. Só que eu acabei cortando o rosto dele enquanto treinava. Por isso, eu fazia questão de não me apegar a ninguém. Sempre quando eu amava ou me apegava a algo, o mesmo tinha um fim trágico e eu acabava triste e magoado. Mas farei de tudo para que ela não tivesse um fim trágico e eu não acabar magoado. Clove sempre fez e sempre fará parte da minha vida.

– Então... Agora você é minha namorada? – Eu falo sorrindo quando nós paramos de nos beijar.

– Acho que não... Você não me pediu em namoro. – Ela fala sorrindo.

Eu me levanto, me ajoelho e seguro a mão de Clove.

– Clove Kentwell, você aceita namorar comigo?

Clove cai na risada.

– Cato, é um pedido de namoro e não de casamento. Não precisa se ajoelhar. – Ela fala e me beija novamente – Mas é claro que eu aceito, lutador.

– Estou feliz por você ser a minha primeira namorada. – Eu falo.

– E eu sou a primeira? E aquela ruiva lá do centro de treinamento? Vocês passaram bastante tempo juntos – Ela fala fazendo cara de nojo. Clove nunca foi com a cara de nenhuma garota com qual eu sai.

– Ela nunca foi minha namorada. Tudo bem que a gente passou um bom tem...

– Você dormiu com ela mais de mil vezes. E eu sei disso porque quando eu ia pra sua casa de manhã, a sua mãe dizia que você dormiu na casa dela. – Ela fala com cara de nojo. A mesma cara que fazia quando falava ou olhava para Glimmer.

– Tá, tudo bem. Eu posso ter namorado com ela, mas eu não a amei. – Eu falo olhando para ela e sorrindo. – Eu nunca amei ninguém como eu te amo, pra falar a verdade.

Clove olha para mim e sorri. Eu aproximo meu rosto do dela, tiro alguns fios de cabelo que estavam no seu rosto e a beijo.

– Vá dormir – Eu falo a ela.

Ela concorda e sussurra em meu ouvido “Quando se sentir cansado me acorda.” E depois vai até o saco de dormi e adormece. Eu abro a mochila e pego os óculos de visão noturna e também pego um pacotinho de carne seca. O ultimo pacotinho de comida. Como somente a metade, deixando a outra metade para Clove, quando ela estiver em seu turno.

Enquanto estava de vigia, acabei pensando meu passado. Quando conheci Clove, quando eu vi a morte da minha irmã e Clove me disse para ser forte e treinar para vingar a morte dela, quando eu acabei enfrentando um menino por falar mal de Clove, que no qual eu ganhei. E eu acabei descobrindo, que sempre senti algo pela Clove. Algo mais forte do que uma amizade. Eu sempre sentia uma necessidade de proteger ela. Ela sempre estava nos momentos mais felizes e tristes da minha vida. Ela sempre me aconselhou e me deu motivos para ser forte e continuar lutando.

E se aquilo tudo fosse mentira? E se a Capitol estivesse somente nos fazendo de bobos? Será que tudo isso foi culpa minha? Será que eu deixei tão claro que eu gostava de Clove? Se isso for um truque da Capitol, eu vou ter que mata-lá no final. Isso é uma coisa que eu não teria coragem de fazer. Eu não quero perder mais uma coisa que amo. Eu preferia morrer ao vê ela morta. E é por isso que eu vou continuar protegendo e cuidando dela, como eu sempre fiz.

Horas depois, Clove acabou acordando por conta própria. Ela veio até mim e se sentou ao meu lado enquanto pegava 4 facas de dentro da mochila e colocava em seu colo.

– É melhor você dormir – Ela fala olhando para mim e sorrindo. – Amanhã nós vamos acordar cedo e ir atrás dos outros tributos.

Eu dou de ombros. Não queria dormir. Queria ficar lá, com ela. Beijando e abraçando Clove. Mas o meu cansaço falara mais alto, então, concordei com ela e resolvi ir dormi.

***

Posso dizer que foi a única noite que não tive pesadelos aqui na arena. Nada de Katniss me atormentando. Nada de acordar preocupado ou com medo.

– Bom dia, lutador! – Clove estava ajoelhada do meu lado. Ela já estava com 6 facas no cinto e com a mochila cheia de facas nas costas.

– Bom dia, pequena. – Eu olho para ela que logo sorri. Eu a beijo

Eu me sento e ela se senta ao meu lado com uma cara triste.

– O que foi?

– Sem comida. Vamos ter que caçar... – Ela fala se levantando. Assim que ela se fica de pé, nós vimos pequenos pára-quedas prata caindo. Eles caíram perto do pé de Clove, que assim que viu eles chegando no chão, se agachou e abriu os pequenos recipientes prateados. Ela pegou um para ela e me deu o outro. Tínhamos pães. Os pães estavam deliciosamente bons. Depois de comer, guardamos 2 pães na mochila, pegamos nossas armas e enchemos as garrafas de água. Em seguida, andamos pela floresta atrás de tributos.