If Love Is What You Need A Soldier... escrita por Boneca de Porcelana, rumpelstiltskin


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Agradecemos :3



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Ian não conseguiu esconder a preocupação enquanto esperava Singer e Johnson chegarem junto com o Pianista. Ele parecia ter um intuito de furar o chão, porque andava de um lado a outro insistentemente. Ele não sabia onde os comparsas tinha ido, mas parecia longe o suficiente. Quer dizer, ele tinha autorizado sua saída, mas estava tão cheio de coisas para fazer que não prestou atenção no onde.

         Ryan, por sua vez, do lado de dentro da porta castanha, lustrava com uma pequena flanela uma Colt bonita, era uma arma de 1800, mas que Ryan gostava de usar como enfeite. Funcionava, ele tinha algumas balas daquela arma guardada em seu cofre pessoal, o de casa. Naquele do escritório só tinha documentos que não eram tão importantes assim. Pra sorte dos três Alex, Ryan se entreteve com a arma e não percebeu que os três demoraram sabe-se lá onde, fazendo sabe-se lá o quê.

“Por Deus, querem me matar, avisem antes!” Ian falou ao ver os três chegando. Abraçou cada um deles como se nunca o tivesse feito antes. Um por um. “Nunca o vi tão furioso. Acho que alguma cabeça vai rolar. Que merda você fez, Singer?”

“Ele tá demonstrando fúria?” Johnson falou, dando um pequeno passo pra trás. “Ele nunca demonstra nada que não seja tédio. É como se ele fizesse tudo por obrigação.”

Ian apenas encolheu os ombros. “Não me respondeu, Singer.”

“Pior que eu não fiz porra nenhuma!” Singer disse, na defensiva. “Além do que, nós três te avisamos que íamos no Hayley’s & Josh’s! A maldita vaca estava sob sua responsabilidade!”

“Eu sei, porra. Não precisa lembrar.” Assentiu. “Mas como a bala foi sua, Singer, ele está furioso com você e com o Johnson porque a garota era dele. Ela tava dando trabalho, mas você sabe como o Ry é formal.”

“E eu lá tenho cara de quem anda com .40?” Alex suspirou. “Eu não sou da polícia.”

 [n/a: calibres .40, .25 e .45 são de uso da polícia americana/brasileira (quero dizer, nunca ouvi falar que a polícia brasileira usa .25, mas tudo bem. Uma particularidade da .25 é que ela tem balas muito pequenas e muito destrutivas. Não dá, sequer, pra ter uma impressão digital adulta inteira no cartucho dela de tão pequenas que as balas são) a .32, ou .765, é de porte ‘liberado’.]

“Isso fede aos latinos, escute.” Marshall finalmente se manifestou. Puxou um cigarro do bolso traseiro de Singer e indicou com a cabeça que eles dois entrassem. Bateram na porta e o fizeram, deixando Marshall e Ian para trás, do lado de fora.

“Puta merda, eu achei que vocês dois iam fugir de mim.” Ryan disse com falsa calmaria, guardando a arma dentro da gaveta com chave. Conferiu o relógio, percebendo então que eles demoraram mais de meia hora para atender uma ordem direta dele. “Aonde foi que vocês se enfiaram?”

“Desculpe.” Johnson falou. “Estávamos no Hayley’s e deixamos avisado ao Crawford. Ficamos sabendo do acontecido através do jornal, Ross. Sem falar pelo Singer, agora, eu, particularmente, fiquei em estado de choque.”

“Crawford lhes deu permissão para ir?” Os dois assentiram freneticamente. “Agora vamos falar um pouco mais sério. Por que porra eu mantenho vocês dois vivos ainda, hein? Não fazem nada certo!”

“Desculpe.” Johnson não deu um passo sequer de perto da porta, como se fosse uma medida de segurança sair correndo o mais rápido possível dali pra não ser morto.

“Singer, está muito calado! O que porra você pensou que estava fazendo ao meter uma bala na cabeça daquela vadia?” Singer ergueu os olhos rapidamente ao ouvir o grito de fúria do homem. Estava com as duas mãos apoiadas na cadeira de recepção em frente a mesa de Ross que confortavelmente estava sentado em sua cadeira de couro. Singer manteve-se calado por mais um tempo. “Estou esperando, bastardo.”

“Eu não fiz isso, Ross.” Foi apenas o que Singer disse, sem voz trêmula e com os olhos encarando as íris furiosas de Ryan que embora seu rosto parecesse bastante calmo, todos eles sabiam que bastava o chefe achar que devia, que uma das cabeças, com certeza, iam rolar. “Você acha que eu tenho cara de quem usa .40? E pra quê eu deixaria o corpo na Santa Mônica? Aquilo tem mais câmera de segurança que a sua casa!”

“Faz sentido.” Ryan tombou a cabeça. “Cadê a sua arma?”

“Isso é mesmo necessário? Minha .25 não tá aqui.” Alexander tirou a arma da cintura, entregando-a pro chefe. “Minha arma é uma calibre .765mm, Ross. O tiro dado foi com uma arma de polícia. Eu não tenho nada a ver com isso, pode confiar.” Suspirou fraco. “Não tenho uma .40 ou .45.”

“Eu não confio em ninguém.” Avisou Ryan enquanto olhava a quantidade de tiros do pente. Ergueu a sobrancelha ao vê-lo sem nenhum tiro. “Certo, Singer, você parece dizer a verdade. Você se livrou dessa, mas acho bom você ficar atento com essa porra toda ou vai ser o próximo a levar uma bala na cara.”

“Eu tenho amor a minha vida, Ross.” Soou Singer, prestativo. “Deixa o Johnson sem sua bronca, ele é uma criança, não merece isso.”

Ryan apenas sorriu, olhando para o ruivo de olhar apavorado, encolhido perto da porta. Johnson era um recruta, o mais novo da gangue. Ainda não havia acostumado com o jeitinho estranho que o seu chefe tinha de demonstrar raiva. O menino, como forma de nervosismo, enrolou os finos cabelos acobreados e abaixou os olhos ao sentir os de Ross chocando aos seus.

“Johnson é só uma criança, mas ele não é idiota, Singer.” Foi só o que Ryan disse, aproximando-se do recruta, sem sentimentos. Segurou-o pelos cabelos e o fez olhar para ele, de forma direta. “Ele sabe que não deve me desafiar.”

E deixou que ele fosse. Marshall o recebeu fora da sala de Ryan, um tanto quanto preocupado. Abraçou-o e o acalmou, mas havia saído de lá vivo. Ian também não estava muito feliz, porque sabia que Singer não ia ser punido sozinho. A garota era da coleção de Johnson, sim, mas acima disso Crawford foi quem deu a autorização e não cuidou bem das tais garotas.

“Posso lhe contar a conclusão a que os garotos lá fora e eu chegamos?” Ryan não pareceu muito interessado ao fechar a porta da sala novamente, mas deixou que ele falasse o que quisesse. “Por mais que a garota tenha sido morta com calibre de polícia, achamos que é obra dos latinos.”

“Gabriel não faria um serviço tão porco assim.” Encolheu os ombros com descaso.

“Muito menos eu!” Singer também encolhera os ombros. “Eu não gosto de ir a Santa Monica Boulevard nem pra comprar, quem dirá pra desova. Não sou estúpido.”

“Não foi a primeira vez que tive problemas assim por sua causa.” Ryan falou, Singer apenas deu um meio sorriso.

         A ocasião era outra. Eles estavam em bairro latino – porque ali tinha algumas garotas que tinham um potencial diferenciado – e ele estava acompanhado por Alex Marshall, apenas. Usavam disfarces e nomes falsos para circular tranquilamente pelo bairro, espionar a situação – da forma que Ryan havia ordenado. Porém uma das meninas por lá sentiu cheiro de americano e percebeu o espanhol barato que vinha deles.

         Foram desmascarados. Singer, na tentativa de proteger o Pianista, levou um tiro no braço – coincidentemente de ponto quarenta – e o Pianista deu um tiro na cabeça de uma das comparsas de Gabe, arrastando-a para uma praia deserta. Singer assumiu aquele tiro, para não deixar Ross punir com roleta russa o garoto.

“Ainda assim não foi com .40.” Encolheu os ombros. “Foi com uma submetralhadora. Eu não tenho perfil de matar com essas arminhas de brinquedo. Quando vou pra guerra, Ross, eu vou pra vencer e não pra brincar.”

         Alexander sentiu o cano da própria 765 bater contra seu rosto delicado. Reprimiu um xingamento ao morder o canto do lábio, mas não disse uma palavra a mais sequer. Ryan não falava muito, ele agia. Não estava a onde estava por acaso. Ele manipulava as pessoas com sua persuasão e impunha respeito com violência e autoridade. Se Singer saísse inteiro da sala de Ryan, não seria Ryan.

“Eu acho bom que quando meus homens tiverem acesso às fitas de segurança da Santa Monica não seja você, ou eu vou encher você de furos!” Avisou Ross, segurando Singer pelo queixo, cheio de sangue, do rapaz. A expressão dele era de dor e a de Ryan de pura satisfação. Entregou a arma para seu dono e disse sem muitos rodeios. “Da próxima vez que seu nome for envolvido em coisas como essa, considere-se morto. Agora saia da minha sala imediatamente!

         Com a mão no nariz, Singer saiu. Feliz por ainda estar vivo. Furioso por ter quebrado o nariz, mas sabia que tinha gente pra cuidar daquilo. O que preocupava era que havia muitas das garotas deles que tinham problemas com Saporta. Muitas latinas tinham problemas com eles, por causa das drogas. Era quase unanimidade garotas de programas com drogas e essas garotas continuariam aparecendo.

         ...a culpa seria sempre de Singer no que dependesse dos capangas de Gabriel Saporta. 


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