79th Edição dos Jogos Vorazes escrita por André Kun


Capítulo 15
Capítulo 15- Um Dia Eles Pagarão...


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/233217/chapter/15

Passaram-se exatamente três dias e durante esse tempo não ouve nenhuma morte. O ferimento do meu corpo já está completamente cicatrizado e os ferimentos de Lea e Camila também já estão melhores. As apostas devem estar fervilhando na Capital. Lembrei-me de minha família, Josh e Úrsula, meus amigos da escola... Estou com saudade deles, mesmo que não more no melhor distrito, é ali a minha casa, é ali onde nasci, é ali onde conheci todos que amo. E de repente, tudo isso é jogado no lixo. Graças aos Jogos é claro.

Estamos perto do fim. Restam poucos Tributos na arena. Cada Tributo tem uma aposta. Estou tentando me lembrar da minha. Parece que era 1-7. Significa que se eu lutar com outro Tributo, ele tem sete chances a mais de ganhar. É uma coisa assim. Nunca entendi esse negócio direito. Estou com medo de termos de nos encontrar com os Carreiristas de novo. Derrubariam-nos facilmente agora que restam os mais fortes, Octavio e Jesse. Estávamos dormindo. Acordei primeiro. Lea não está aqui. Que ótimo! Acordo Camila que parece meio mal humorada.

- Cadê a Lea? – Pergunto.

- Sei lá, tenho cara de adivinha? – Perguntou Camila ironicamente.

- Não mesmo.

- Cala a boca!

- Tem alguém de mau humor aqui em? – Digo.

- Foi mal, é que... Quero que tudo isso acabe! – Disse Camila.

- Todos nós queremos. – Digo.

- Vamos caçar? A comida não chegará aos nossos pés. – Disse Camila rindo.

- Vamos. Digo.

Saímos do esconderijo mais ou menos no meio do dia. Camila abateu um coelho facilmente e eu abati dois esquilos com as minhas facas. Estamos a caminho do nosso esconderijo quando dois Tributos enormes de estatura estão bloqueando a nossa entrada.

- Ah, quer dizer que é aqui que vocês ficam? - Pergunta Jesse.

- Não é da conta de vocês, agora com licença? - Disse Camila.

- Não tão rápido cinco, não antes de acabarmos com vocês! - Exclama Octavio com raiva.

Eles se aproximam e pegam nossas armas com tanta facilidade que eu me sinto um idiota completo.

- Agora estão desarmados não é? - Pergunta Jesse ironicamente.

- Dessa vez não têm a aquela pirralha para protegê-los. - Disse Octavio.

Entramos em uma enrascada novamente como que entramos quando Leena estava a ponto de nos matar. Ela está morta agora. Mas isso não tem a mínima importância agora. O importante agora é que eles acharam nosso esconderijo, pegaram nossas armas e estão prestes a nos matar.

- É hora de cantar para subir... - Disse Octavio engatando a flecha no arco.

- Não dessa vez! – Lea surge da floresta lançando uma machado que crava bem na panturrilha de Octavio.

- Ah sua... – Disse Octavio atirando a flecha certeiramente no coração de Lea.

- LEAAAAAA! – Gritou Camila.

Os Carreiristas saíram correndo, provavelmente não queriam que eu ou Camila lançasse algo neles. Eles sabem que somos habilidosos. Rastejo para perto do corpo de Lea, vendo sua vida se esvair.

- Lea, você tem que continuar! – Grito.

- Não dá Jonathan, vocês vão ter que continuar sem mim. – Disse Lea com a voz rouca. – Ganhem essa merda de Jogo!

Lea está morta. Não podemos fazer nada. O canhão soou indicando sua morte. Os Carreiristas esqueceram nossas armas na correria. Retiro cuidadosamente o machado da mão de Lea. Afastamos-nos do local para que o corpo possa ser retirado. De longe consigo ver Lea sendo içada por uma aerodeslizador e depois desaparecendo. Mais um Tributo da nossa aliança que se vai... Mas em algum momento, eles teriam que ir. Só agora percebo que Lea salvou nossas vidas duas vezes. A primeira matando Leena. E segunda... Ela teve que dar a própria vida para nos salvar. Lea Hadhamatys foi uma pessoa que posso considerar sem nenhuma dúvida... Uma verdadeira amiga. Temos que achar outro esconderijo. Pois o antigo os Carreiristas descobriram. Passamos longas horas até encontrar outra caverna. Ela é menor, mas não podemos nos dar o luxo de escolher aonde vamos nos abrigar num local que foi feito para lutarmos até a morte. Adaptamos-nos no local e formamos uma fogueira para assarmos os alimentos que conseguimos hoje mais cedo. Comemos em silêncio, nenhum de nós dois está muito a fim de papo. Já está de noite. O único canhão que ouvimos hoje foi o de... Você sabe quem. Não estou com coragem de pronunciar o nome dela. Estou envergonhado pelos meus atos. Ela me salvou duas vezes e o que eu fiz? Deixei o idiota do Octavio cravar uma flecha em seu coração. Essa será uma dívida que jamais deixarei de ter com ela. O hino da Capital começa a tocar, e  apenas ela aparece. Do Distrito 9. Seus familiares, amigos e conhecidos devem estar sofrendo demais com sua morte. Todos estão. Já foram dezoito mortes. Dezoito famílias chorando. Dezoito Distritos lamentando. E para a Capital, tudo isso é apenas uma forma de diversão! Ela faz com que anualmente vinte quatro de nós, fiquem em uma arena para lutarmos até a morte, e todas essas mortes para eles são em vão. Um dia eu farei com que todos os cidadãos da Capital provem o gosto do próprio remédio. E quem estará rindo não serão eles. Eu estarei rindo.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Deixem reviews para fazerem um leitor feliz :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "79th Edição dos Jogos Vorazes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.