Marcas Da Morte escrita por Cavaleiro Branco


Capítulo 25
Novo Sangue


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco, mas enfim está pronto.

Com as férias chegando, talvez eu acelere meu ritmo. O que diz que teremos capítulos em, talvez, a cada uma semana! Melhor do que a cada três semanas, não?



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São Francisco

Noite do dia 02 de Junho


Poderíamos estar em uma noite de verão em plena Califórnia... mas o frio continuava incomodando.

As luzes da densamente povoada Baía de San Francisco iluminava toda a área, onde quer que estivesse lá. Os mais altos prédios tinham sua luz refletida pela água negra da baía. Não era a toa que aquele era um dos mais procurados destinos turísticos do Oeste.

Porém... nem todos estavam ali para apreciar os acontecimentos da natureza. Não da exterior, pelo menos...

Atravessando o pátio dos dormitórios do colégio, um vulto ia apressado, carregando em seus braços um pesado e velho livro. Os cabelos castanhos de Heloísa se revoavam ao vento, enquanto ela corria para o dormitório masculino. Ninguém a via, porém. Os habitantes dos dormitórios estavam ocupados demais descansando, para poder notar uma cena dessas. Mesmo assim... ela não perde sua importância.

Ao bater na porta do quarto, Kevin e Felipe já estavam a esperando.

–Você trouxe? – pergunta Felipe, enquanto convidava Heloísa a entrar.

–Sim. Vamos começar?

–É pra isso que viemos aqui.

Os três vestiam, basicamente, calça e uma camiseta de manga curta. Todos seguravam um dos Livros Sagrados em mãos.

–Aqui... – diz Kevin aos companheiros – vamos sentar no chão, no tapete.

Assim os três sentam no centro do quarto. A luz vinha apenas de um abajur, no canto da sala. Porém, isso não impedia-os de fazer o que iriam. Esperavam por isso desde que tinham começado a ler os livros.

Assim que se ajeitaram, o trio se entreolha, e começa.

–Bem... – começa Kevin – nós estamos lendo esses livros a mais de um mês... e estamos aqui pra falar do que aprendemos com eles, já que cada um leu individualmente...

–Sabemos disso, Kevin – observa Heloísa.

–Sim... mas vale a pena ressaltar. Eu quase me esqueci disso quando li o que li...

–E o que você leu? – pergunta Felipe – são sobre os Negros?

Não... não era a primeira vez que eles viam esse nome para algo BEM especifico. Estava em praticamente todos os livros. Cada capítulo fazia uma menção desse nome... que, como descobriram, é tão abominável como as próprias palavras descreviam.

–Ah... vamos lá... – começa Kevin – o livro que eu peguei falou da origem deles. Aparentemente... nossa Irmandade foi dividida em dois a muito tempo. Antes disso, costumávamos a ser uma única e poderosa Irmandade, formada a muito tempo...

–Mas... como isso aconteceu? – era Heloísa que perguntava.

–Uma rebelião... alguns da Irmandade queriam mais poder... e se separaram. Com o tempo, definiram isso como “Assassinos Brancos” e “Assassinos Negros”. Eles se tornaram inimigos mortais desde essa separação... por volta do ano 1000.

–Hum... – reflete Felipe – e esse “poder” é o que conseguimos descobrir?

–Sim – quem fala agora era Heloísa – nossa Irmandade foi formada, secretamente, pelo próprio Jesus Cristo. Pouco tempo antes da Crucificação, ele chamou o Apóstolo Filipe, e disse algumas coisas a ele. Isso além de que Jesus deu uma bênção a Filipe, e ele acabou recebendo dos céus a “Aura do Fogo”. Que seria uma referência ao que nós temos e descobrimos aqui!

–São Filipe... – reflete Felipe – ele era muito mais do que nos contaram.

–Aham – continua Heloísa – desse modo, São Filipe difundiu a Irmandade, que começou pequena. A bíblia moderna diz que Filipe professou o Cristianismo com os outros apóstolos... mas não foi bem assim. São Filipe recebeu o dom de passar a Aura adiante... com o tempo e a morte de Filipe, a Irmandade foi crescendo e tomando poder e forma. E também começou a se envolver secretamente em muitas relações e acontecimentos pelo Oriente Médio, onde começou... e pelo sul da Europa.

–Era isso que os Negros queriam mais? – pergunta Kevin.

–Aparentemente – afirma Heloísa – criamos muitas técnicas, já que a Aura poderia ser usada pra praticamente qualquer prática mágica. Criamos uma linha a se seguir, para nos manter no controle... e continuar progredindo... mas os Negros queriam poder reforçar isso, chegando ao ponto em que possamos controlar até os próprios sentidos, e nos alterarmos. Depois de muitos conflitos... a Irmandade se divide em duas, separadas e em eterno conflito. Os Assassinos Brancos se voltaram mais ao assassinato e ao cultismo... e os Assassinos Negros se assemelhavam mais a magos e feiticeiros da época...

–Então... – reflete Felipe – aqueles relatos que os medievais tinham de feiticeiros e magos era real?

–Só que não eram exatamente “feiticeiros”, eram os Assassinos Negros.

–Uau...

–Eles tiveram muita má fama nos primeiros 100 anos... mas começaram a tomar poder e forma. Como nós, eles se envolveram secretamente em muitas coisas. Em 1500, eles chegaram a ter um poder bem maior que o nosso... e todos nós, Negros e Brancos, estávamos pelo mundo todo.

–E... o que aconteceu depois?

–A gente persistiu, Kevin, pelo que parece. Fomos minando o Império dos Negros pouco a pouco... e tentando tirar deles o domínio da Europa e de onde quer mais que possam chegar. Em 1750, eles já estavam fora de boa parte da Europa... mas tinham chegado na América.

–Aqui? – questiona Felipe

–No Leste, basicamente, de todo o continente. Mas fomos indo além... e chegando em um empate com eles muito grande. Os negros estavam do lado Britânico durante a Revolução Americana. E estavam do lado de Napoleão durante o... há... domínio dele.

–Nesse mesmo período – Felipe continua, de seu ponto de vista – começamos, nós, a “perder” o uso da Aura. Estávamos nos concentrando mais em facas e tecnologia do que em nossas forças internas... até o começo do século XX, isso sumiu das veias dos Assassinos Brancos... Mas permaneceu fortemente nos Negros.

–Então nós “re-despertamos” isso dentro de nossas Almas Assassinas? – Kevin estava ficando cada vez mais fascinado.

–Na verdade... fui eu quem fez isso – Felipe se arrepiava só em pensar nisso – vocês foram os que vieram logo depois.

–Mas... como isso aconteceu? – Heloísa estava se perguntando isso a muito tempo.

–Acredite: Nem eu sei – responde Felipe – simplesmente... aconteceu.

–E não acontece a mais de 100 anos! – Kevin observava.

–Continuando... – Heloísa retomou a linha – essas batalhas foram continuando, tudo em segredo pro resto da humanidade. Mas, a partir do final do século XIX, começamos a nos tornar mais forte que os Negros, e começar a dominar mais esse mundo. Aqui diz OFICIALMENTE que os Negros foram completamente exterminados no ano de 1966...

–Mas isso é mentira. Já que o que encontramos, de acordo com os Mestres, são os Negros!

–Sim, Felipe! – concorda Kevin – isso é... é...

–Assustador?

–...Também... Como eles ainda vivem? Porque eles nos atacam e nos odeiam tanto? E... o mais importante...

–QUEM eles são... – completa Heloísa – se não soubermos desse, estamos mortos.

–Estamos vivos ainda por pura sorte... acho... – pensa Kevin – depois do que li agora... não sei porque ainda não nos mataram...

Heloísa, no momento, pareceu ter se lembrado que tinha um doce guardado na geladeira. Com um sorriso na face, ela pega o livro que trazia, e mostra para os colegas.

–Não vão adivinhar o que achei no final deste aqui!

–O que foi?! – a excitação infecta rapidamente todos ali.

–Achei uma lista de golpes e de “Encantos” que podem ser usados e aprendidos! E junto vem como se faz cada um!

–Uou! – Felipe quase pula – não sabia que tinham anotado isso!

–Nem eu! Podemos aprender muitas coisas aqui! Eu até me interessei por um bem especifico...

–Qual?

–Um tal de “Fogo da Cura”. Aparentemente, pode curar ferimentos na pele, como cortes e tudo mais! Tem uma página inteira, em letras miúdas, falando de como usar isto!

–Que legal! – a animação de Felipe só aumentava – posso ver depois??

–Claro – foi Kevin que respondeu essa – se é mesmo isso, a Heloísa deve passar para todos nós.

–Claro que vou, Kevin. Só esperem eu ler essa parte!

–Fique a vontade.

Após alguns minutos, os quais os três passaram observando os livros, algo passa na mente de Heloísa.

–Nós vamos continuar indo a escola normalmente?

–São ordens do Mestre – lembra Kevin – eles já estão mobilizando uma coisa bem grande aqui pela Califórnia. É uma questão de pouco tempo até entrarmos em algum tipo de ação, ou mobilização... não sei. Mas, até lá, temos que continuar agindo normalmente.

–Aham... entendo... – conclui Felipe – mas o que vale, se o suposto Negro já sabe de nós?

–Eu não suspeito que ele apenas saiba... suspeito que ele seja alguém que menos esperaríamos...


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Na manhã seguinte...

03 de Junho

Digamos que a experiência de ontem foi... interessante!

Eu não sabia de nada desses detalhes obscuros da Irmandade, e nem os meninos! Não sei se eu fique surpresa, assustada, fascinada ou enduvidada! Muitas perguntas assolam minha cabeça...

Bem... acho que isso terá que ficar para depois. A Irmandade está mobilizando forças aqui pela Califórnia, pelo que nos informaram. Logo logo estaremos em uma situação bem melhor do que a que estávamos a alguns meses atrás.

Já fazia certo tempo que não usávamos nossas lâminas, por causa de toda essa tensão. Tanto que agora lá estava eu sentada na cama do meu quarto, tentando fazer uma velha adaga minha brilhar. Com aquele paninho especial, ficava um pouco mais rápido e fácil. E era melhor que fosse, já que as aulas iriam começar daqui a poucos...

–Senhora Curray? Está aqui?

Ferrou!

Levantei-me, um pouco histérica. Pela voz... só podia ser o Diretor! Mas o que ele tá fazendo aqui, e em uma hora dessas??

Antes de atender a porta, eu tinha que dar um jeito na adaga! Rapidamente a arremessei pra baixo da cama em que dormia. Logo, fui atender o diretor.

–Oh! Bom dia, senhora Curray!

–Bom dia, diretor! O que o senhor...

Foi aí que notei.

Ao lado do diretor, havia uma garota. Acho que eu nunca a tinha visto na escola... Tinha um cabelo castanho escuro liso, preso em um rabo de cavalo. Tinha um par de olhos negros bem curiosos... me olhavam a todo o instante com um certo interesse. Vestia um vestido laranja sem mangas e... bem bonito, por sinal.

–Por isso que vim. Senhora Curray, essa é a Senhora Ashley Wesley. A partir de hoje, ela será sua nova colega de quarto!

–Nova... colega de... quarto?

–Claro! Já acho que seu tempo de “Adaptação” já se esgotou. E, como não temos mais vagas por aí, seria uma boa experiência para a senhora ter a Senhora Wesley como colega!

–Prazer em conhecer! – tava na cara que aquela ali era do tipo carismática – vai ser muito legal sermos colegas!

OK... eu queria recusar? Sinceramente, se dependesse de mim esses dois já teriam rolado escada abaixo. É bem... “difícil” ser uma Assassina Branca (Olha... esse termo me assusta até!) com uma guria na sua cola. Eu preciso guardar meus equipamentos, sair por aí e... ser eu! Porém... não dava pra dizer não sem levantar suspeitas. Iria ser difícil... mas acho que eu iria ter que aguentar essa guria por um tempo.

Abri mais a porta.

–Seria uma honra tê-la aqui comigo, Ashley!

Ela dá um enorme sorriso.

–Vejo que já estão se entendendo! – dessa vez o sorriso foi do diretor – bem, já vou indo... as duas na sala, hein!

–Sim, senhor! – respondia Ashley.

Assim que o diretor partiu, a garota entrou no meu... ah... “nosso” quarto. Ela deveria levar umas 2 toneladas só de malas! Que que essa garota leva consigo?

Assim que ela as colocou ao lado da cama vazia, veio me cumprimentar denovo.

–Qual é mesmo seu nome...?

–Heloísa. O diretor não te falou?

–Ah... SIM! Mas eu me esqueci! Que coisa, não?

–É! Coisas assim acontecem.

–Bem... vou me arrumar! Depois vamos pra aula?

–Aham.

–OK! Já volto!

Argh... tudo bem que ela era energética e tudo mais que vinha no pacote... mas essa garota me dava arrepios. Era como se... sei lá... estar na presença dela não me agradasse, incomodasse meu bem estar espiritual. O que iria ser ruim, de certa forma, já que eu ia dormir com essa aí.

Ah... pensei que as coisas iriam acalmar... mas, na verdade, podem estar a beira de... piorar?


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Argh... que saudade de uma comida mais decente...

Tudo bem que comida americana era gostosa. Mas... cruzes! Se eu não fizesse exercícios do jeito que faço, acho que já teria engordado!

Ah... que saudade de um suculento smørrebrød de almoço...

–Kevin? Você tá legal?

–Estou sim, Heloísa... só enjoado dessa coisa toda!

Ela deu um sorriso pra mim, como se soubesse exatamente o que eu sentia.

–Sei o que sente – viram? – essas coisas tem uma caloria exorbitante!

–Fala um pouco mais alto?

Ela repetiu mais alto, aí deu pra ouvir. Era difícil falar de qualquer coisa com um bando de gente gritando as suas costas.

–Será que a gente não vai sair daqui logo? – Heloísa faz uma cara de desanimada para Felipe – quero sair dessa barulheira!

–Só espero uma coisa – comenta Felipe – se a Irmandade vier mesmo pra cá, que tragam uns bons Crêpes Suzettes pra gente!

–Sim! – exclama Heloísa – não aguento mais esses docinhos baratos daqui!

Encarei o povo de trás. Ah... claro... só podia ser de lá que saia esse barulho todo...

O grupinho das garotas da Torcida do time da escola... podiam ser bonitas, mas não passavam do que realmente são: Um amontoado de garotas idiotas e patricinhas. Todas usavam um uniforme azul, vermelho e branco. “As Cores da América! As Nossas Cores!”... típico dos Imperialistas...

E, é claro, a líder delas era a mais escandalosa. Alta, com o cabelo preto amarrado atrás com um rabo de cavalo. Maquiagem? Era o que não faltava, quase deixava a pele morena dela totalmente branca...

Eu realmente não gosto de gente assim... que se acha, e tudo mais. Essas garotas de dão nojo de ainda ser humano...

–Bem... terminaram? – Felipe perguntou, enquanto se levantava.

–Sim... vamos logo pra aula. Sair desse tumulto todo... – respondi.

A escola até que estava bem... tumultuada naquele dia. Corredor lotado... alunos tanto nos armários quanto andando e correndo pra todas as direções. Quase nem dava para nos locomovermos no meio de tanta gente.

Um garoto passou rápido e trombou comigo, quase me fazendo cair. Eu, claro, já olhei raivoso pro infeliz que teve o azar de trombar comigo. Mas logo o reconheci....

Era o Simon.

Não era um dos colegas que eu mais teria... vantagens para informações, mas ele acabou sendo um amigo bom, que fiz durante as aulas de Basquete que tivemos. O cara tinha um físico bem forte, pele escura e que refletia a luz das lâmpadas, o que fazia dele um alvo bem notável dos olhares femininos. Cabelos pretos encaracolados, e olhos pretos. Diferentemente do nosso “querido” Jimmy, ele era muito gente boa, e bem inteligente até!

–Fala aí Kevin!

–E aí!

–Foi mal, mas tenho que ir! Nos vemos depois!

Hum... notei que havia uma pequena faixa branca em um dos ombros dele... será que...?

Não... pura coincidência. Claro que não.

A sala de aula estava... bem... como de costume: Uma zona de guerra. Ah... não sei como esse povo “civilizado” age assim. Sentamos normalmente e silenciosamente. Aquela ia ser a aula de história... acho que era uma das únicas que tínhamos juntos.

Mas logo chega o professor, para dar um basta na conversa.

O povo gostava muito do Professor Carlos, pelo que dava pra se ouvir. O cara era bem novo, deveria ter uns 20 anos. Cabelos pretos alisados, olhos também pretos, e pele um pouco... bronzeada. Vestia um suéter vermelho e calças jeans. E também costumava vir com um par de óculos.

–Galera, silêncio! Querem ou não que eu passe um filme?

–SIM! PASSA! PASSA! – foi a resposta da classe... ou da maioria dela.

–OK! Mas primeiro... passando as tarefas!

Ah... certeza que hoje ia ser um dia exaustivo...

Mas não significava que não ia ser importante... de certa forma.


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Naquela noite...


Nervosismo era o que não faltava.

Na pequena saleta, que antecedia o salão, um vulto encarava o chão, enquanto orava preces incompreensíveis. A sala de pedra negra era tão gélita que fazia qualquer alma valente temer. Não havia nenhuma janela... e a única iluminação vinha de uma pequena vela, sustentada por um suporte na parede.

O vulto vestia uma veste negra, e um capuz da mesma cor. Uma gota de suor percorria o rosto, enquanto aguardava nervosamente sua hora.

Até que a porta se abre...

–Está na hora.

O vulto se ergueu, ofegante. Caminhou pela saleta, e penetrou no salão, ao atravessar as pesadas portas de ferro. Assim que entrou, uma fileira de encapuzados de negros o encara.

INCEPTOS! INCEPTOS!

Havia duas fileiras dos encapuzados, formando um caminho, até o centro do grande salão. O salão era parecido com a saleta... só que bem maior e mais enfeitado. Tochas enormes pendiam nas paredes, pilares sustentavam o teto... e, no meio desse caminho, formado pelos encapuzados, estava um longo tapete vermelho e negro.

E foi por esse tapete que nosso vulto caminhou... lentamente e ofegante. A cada passo, a pressão que os olhares de todos ali presentes transmitia para o vulto aumentava cada vez mais. Demorou um pouco para reparar que já estava próximo do seu objetivo.

No centro do salão se erguia um altar de mármore negro, repleto de símbolos tribais e incompreensíveis nas laterais, dentre eles um misterioso triangulo invertido na parte frontal, com uma cruz no meio. Circundando o altar, estavam pilares, que ostentavam pequenas tochas. E, do outro lado do altar, lá estava ele.

–IRMÃOS! – grita o Mestre Negro, de corpo forte e jovial – estamos aqui reunidos, para a cerimônia de iniciação de mais um irmão para nossa Irmandade!

PRATER! PRATER!

–E, aqui reunidos neste Templo, possamos realizar nosso antigo ritual de iniciação!

O Mestre então pega um grosso e velho livro, de debaixo do altar. Este era de capa negra de couro, e estava adornado de símbolos e nomes em ouro. Assim que o ergue para o alto, os encapuzados proclamam:

VERBUM! VERBUM!

Após vários minutos proferindo palavras sagradas do livro, o Mestre olha para o vulto, que se encontrava estático.

–Dê-me seu braço direito.

Hesitante, o vulto estende o braço direito sobre o mármore gelado do altar. O Mestre logo arregaça a manga do braço.

IGNIS!

Um grito corrompe o salão. Agoniante, o vulto vê a pele do seu braço arder em... chamas negras? Sim... mas não estavam queimando sua pele. Conforme as chamas queimavam a alma do vulto, símbolos tribais iam se formando no braço direito. Assim que a dor e o fogo cessam... se revela que todo o antebraço estava coberto por símbolos negros. E, no centro disso, se encontrava o triangulo invertido, com uma cruz no meio.

O Mestre dá um sorriso.

–ELA ESTÁ INICIADA!

–HASHASHIN! HASHASHIN!

O Mestre encara o vulto, que recolhia o braço esfumaçado, e o encarava com um olhar... curioso? Pensador? Consolador? Ou de terror?

–Parabens, Irmã! – o vulto encara o Mestre – Bem-vinda aos Assassinos Negros!


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Notas finais do capítulo

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